Nasceu em 1933, ano em que o Boavista foi suspenso em Portugal por se tornar profissional, em Split na costa adriática, cidade que o ama e a que ficou eternamente ligado! Jogou futebol no RNK Split, que em 2011 alcançou as competições europeias pela primeira vez, tendo também vestido a camisola do Hajduk, que ele tornou posteriormente temível. Como futebolista foi mediano, não era profissional conciliando o jogo com a profissão de mecânico, mas o futebol sempre como paixão.
Assim, abandonou a profissão que exercia, com o apoio da esposa, para ir tirar um curso de treinador na distante Belgrado, o que fez no espaço de um ano, enquanto a mulher mantinha a casa com o trabalho de costureira, estávamos no final dos anos 60. O sacrifício da companheira valeu a pena, pois ele garantiu que não mais necessitaria de fazê-lo e se poderia dedicar aos filhos e à casa, começava a nascer uma lenda, trajecto que se iniciou ainda no RNK Split, passou pelos escalões de formação do Hajduk Split e, depois de uma experiência no Sibenik, assume as rédeas da primeira equipa do Hajduk Split.
Com o Hajduk venceu três títulos (1974, 75 e 79), nas duas primeiras passagens pelo clube, a que juntou quatro taças jugoslavas (1972, 73, 74 e 76).






Retornou a Portugal em 1992, desta feita para orientar o Benfica, tendo também voltado ao FC Porto depois da experiência na Luz, mas os títulos já tinham sido todos conquistados e o próprio sentia já o peso dos anos e a vontade de se retirar!
Ainda deu uma volta de 10 anos que o levou de novo ao Hajduk Split, ao Marselha, mas também ao Fenerbahce, ao Standard Liège, ao Al Wasl e à selecção dos Emiratos Árabes Unidos, ao Irão e ao Al Ittihad da Arábia Saudita, onde findou a carreira corria o ano de 2004!
No futebol, foi um cigano como ele próprio disse, por necessidade da vida, correu meio mundo, não se rogando de exigir o que considerasse justo pelo seu trabalho! Fica na memória o seu sorriso, simpático, carinhoso mas desafiante e a abordagem ao jogo!
Ele é considerado um dos mestres tácticos do jogo, na herança de Helenio Herrera, desenvolveu uma forma de estar em campo cínica, que primava pelos resultados em detrimento do belo jogo, consequência da escola soviética, de Lobanovskiy, onde o colectivo é sempre mais importante que qualquer individual!
Se nos esquecermos da cara, fica a história, oito títulos em seis países... e quando alguém conseguir este feito falamos novamente! Descanse em paz, mister Ivic!
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