Com base nos números apresentados pela UEFA, sobre a quantidade de atletas federados, de clubes, de equipas, de jogadores jovens, de futebolistas femininos realizou-se um estudo para avaliar as proporções entre a população de cada nação e o número de jogadores federados, bem como a relação entre a área de cada país e o número de clubes e equipas registados!
Para se estabelecer estes gráficos, contabilizou-se o total de futebolistas femininos federados, incluíndo os escalões jovens.
É sem qualquer surpresa que se observa ao domínio avassalador nórdico neste aspecto, ou não fossem estes os grandes dominadores da modalidade na vertente feminina, com a liderança a pertencer às Ilhas Faroe (1/42), seguidas da Dinamarca (1/47), valor idêntico das norueguesas, a Islândia (1/56), a Alemanha (1/80), para completar o top 5.
Também não surpreende o facto da Turquia se posicionar no final da tabela, ou não fosse uma nação muçulmana, onde o papel da mulher e a sua própria liberdade ainda são muito limitados! Os países do bloco leste, a par de Israel povoam o fundo destes gráficos, destacando-se pela negativa Portugal, que se imiscui neste fundo, quedando-se pela 41ª posição, com uma jogadora federada por cada 6697 habitantes!
Ultimamente tem-se abordado o futebol feminino português, sequência do recente europeu feminino de sub19 e na antecâmara do mundial feminino de seniores, com pessoas a questionarem sobre a ausência de Portugal das grandes competições femininas de futebol, provando os valores acima descritos essa menor competitividade, apesar do extraordinário trabalho que tem sido realizado por Mónica Jorge e o seu departamento técnico!
Ainda há um tabu muito grande em Portugal, além de tantos outros, em relação ao futebol feminino em particular, e aos desportos colectivos femininos no geral, com apoios inexistentes, a todos os níveis, estatais, municipais, sociais, laborais ou estudantis, e onde realizar uma carreira obriga à emigração ou a um sacrifício descomunal para aliar trabalho, família e a modalidade que faz cada uma mexer! Há uma necessidade premente de se reflectir sobre o estado do desporto em Portugal, com o desporto feminino a necessitar de ser visto e apoiado de outra forma, desde logo começando por mudar as mentalidades, que têm um preconceito pré-existente face ao desporto no feminino!
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