sexta-feira, 26 de abril de 2024

Campeonato de Portugal, sensações e aspirações

 A edição 23/24 do Campeonato de Portugal, que englobou 56 emblemas de norte a sul do país, fechou a fase regular com várias confirmações, belas partidas e exibições, extraordinárias revelações e a convicção de que há muito mais e belo futebol em Portugal para além daquilo que se vê, lê e ouve nos canais 'mainstream' de media.

As quatro séries foram disputadas de forma diversa, com alguns clubes a ganharem dimensão no cimo e outros na sempre desesperada fuga aos distritais, que 'limpa' mais de um terço dos participantes, habitualmente reclamando lugar àqueles que chegam de campeonatos menos competitivos ou de projetos falhados.

Os dados coletados e compilados pelo autor basearam-se no cruzamento de informações obtidas no diário O Jogo, no sítio da Federação Portuguesa de Futebol e na referência para o futebol profundo e atualmente também para o jornalismo desportivo, o sítio www.zerozero.pt, daí estarem os logos destes presentes em cada imagem.

Nas legendas, JU - jogadores utilizados, Id Méd - idade média do plantel, Id Méd XI - idade média dos onze com mais minutos de jogo, Est - percentagem de estrangeiros no plantel, entendendo-se como primeira nacionalidade a escolhida pelo atleta e não necessariamente o país de nascimento; HG - percentagem de jogadores formados no clube, NR - percentagem de novos recrutas nos jogadores usados, TDG - taxa de disseminação de golos; MGM - média de golos marcados, MGS - média de golos sofridos, MC - média de cartões por jogo.

Um dos destaques de 23/24 foi a presença do internacional Licá, de regresso à terra natal e que rebocou o Lamelas para os nacionais, mas não conseguiu evitar nova descida do debutante ao distrital viseense. Projetos que pareciam ambiciosos de Portosantense, de Valadares Gaia, de Florgrade ou de Juventude de Évora também acabaram relegados, assim como Montalegre, que desce consecutivamente da Liga 3 para os distritais num inesperado desfecho de Série A que viu o Tirsense perder o lugar nos dois que disputam o acesso à Liga 3 e o Montalegre a ser ultrapassado por Vila Real, Marítimo B e Os Sandinenses, que defrontou, para cair no distrital vilarrealense. Descem também os promovidos Ribeirão 1968, Portosantense e Mirandela e o 'vizinho' Vilar de Perdizes. 

Na Série B os dois primeiros destacaram-se cedo, Amarante e o despromovido da Liga 3 São João de Ver mostraram-se claramente superiores à concorrência. A descida também foi definida na última jornada para o derradeiro lugar, acabando por cair o Florgrade, clube-empresa da zona da Feira e que alinhou em Cortegaça. O também promovido, gaiense, Oliveira do Douro, desceu, assim como o acima destacado Lamelas, a par de Vila Meã e de Valadares Gaia, ou seja, três clubes da AF Porto e, também aqui, três dos que haviam sido promovidos em 2023.

O União Santarém foi sólido líder na Série C, onde os açorianos do Lusitânia prevaleceram sobre o Marinhense. A equipa 'B' do Alverca faz uma 1ª volta notável, acabando por assegurar a manutenção. O histórico União Tomar tem mais uma passagem fugaz pela prova, tal como o Gouveia, descendo igualmente o promovido Vitória Sernache e os açorianos Fontinhas, outro clube que desce da Liga 3 até aos distritais rapidamente, e o Rabo de Peixe. o trio campeão de Castelo Branco, Guarda e Santarém desce novamente.

Foi na Série C que se viram mais golos, fechando com uma média de 2,42 por partida, bem acima dos 2,20 da B, dos 2,22 da A e dos 2,28 da D!

Ao contrário das outras séries, os dois clubes que disputam o acesso à Liga 3 desceram em 2023 desse escalão, o histórico Vitória Setúbal, que se renovou bastante, e o algarvio Moncarapachense, que foi buscar Bizarro para o banco ainda no terceiro escalão, tendo o campeão do mundo de Riade'89 não evitado a descida, todavia a assegurar a possibilidade de regresso.

Descem o Real SC, o promovido e histórico Oriental, o Juventude Évora, o Vasco da Gama da Vidigueira e o Imortal de Albufeira.

As cores nos plantéis são identificadores de jogadores formados no clube, a preto, jogadores que já estavam na época passada nos clubes, a branco, reforços de verão, a cinzento, reforços de inverno, a amarelo. Começou por se utilizar o vermelho para os que deixaram o clube durante a temporada, mas o pouco contraste com o fundo levou a que tal deixasse de ser realizado.


Também nos equipamentos o Campeonato de Portugal é muito democrático e diversificado, a bracarense Lacatoni lidera com sete emblemas, adiante da italiana Macron, que tem seis, e da germânica Puma com quatro, estando depois várias lusas e as duas gigantes Adidas e Nike com três, cdt, Claw, G Sport, MKA e Playoff são as portuguesas neste grupo, juntando-se ainda a espanhola Joma.

Além destas estão mais 10 empresas, sendo que Gouveia tem equipamento próprio e não nos foi possível identificar a marca associada ao Mortágua, perfazendo um total de 21 marcas para 56 clubes!

Série A

Se metade dos promovidos em 2023 desceram novamente aos distritais, há um par que lutará pelo acesso à Liga 3, Lusitânia dos Açores e Os Limianos.

Os Limianos

A equipa de Ponte de Lima surgiu com vigor e a sequência de seis vitórias durante a segunda volta permitiu trepar posições e sustentar-se depois na liderança da Série A.

Rui Carvalhal soube misturar os jogadores locais com reforços cirúrgicos numa formação experimentada, com 24 nomes utilizados e uma média de idade acima dos 26 anos para o plantel e mais de 27 anos para os onze mais utilizados.

O esboço de onze com os mais usados nas 1ª e 2ª voltas e o mais utilizado no total procura ajustar as posições dos futebolistas, não pretendendo espelhar totalmente as ideias táticas de cada equipa técnica, ainda que por vezes tal coincida.

Três dos mais utilizados são formados no clube, José e Luís Pimenta e Vasco Costa, sendo que na 1ª volta Rui Pereira também integrou o lote de mais utilizados.

O barcelense Sandro Costa é reforço de inverno e ainda assim integrou o onze mais total, onde também estão os reforços Reko Silva, Hircane Graça, o luso-venezuelano Ángel Gomes e o guardião Júlio Neiva, conterrâneo de Sandro e outro antigo formando do Gil Vicente. Um quarto do plantel é formado em Ponte de Lima e os reforços não chegam a 20 por cento dos 24 usados, metade dos jogadores usados marcaram golos na prova!

De destacar ainda o facto de Os Limianos não ter sido o melhor ataque, Tirsense, nem a melhor defesa, Pevidém e Vila Real, da Série, valendo-se da sua consistência e, em particular, de uma segunda volta de altíssimo nível, apenas uma derrota e quatro empates, nesses 13 encontros, para duas derrotas e quatro empates nos primeiros sete!

Nomes fortes como João Patrão ou Luís Ká, já com tempo de liga máxima, acabaram por não ter tanto espaço, mas revelaram-se importantes na segunda metade da temporada, a que ditou o apuramento do clube para o acesso à Liga 3!

Pevidém

Projeto do século XXI, o Pevidém regressou fulminante aos nacionais e trepou logo à Liga 3, onde até arrancou bem, contudo desceu posteriormente à Terra e acabou relegado novamente para o Campeonato de Portugal, todavia a não desistir de regressar ao terceiro escalão.

André Brito assumiu as rédeas do clube durante a temporada transacta depois de liderar outro projeto interessante, o Duriense/Colégio João Paulo II, rumo ao Campeonato de Portugal, cavalgando para fora de lugares de perigo e ficando em 4ª na Série A, agora a fechar na zona de disputa de promoção.

O clube vimaranense aproveita a formação vitoriana, do Moreirense e do Vizela para combinar um bom elenco, utilizando 25 atletas com uma média de idade do plantel a roçar os 26 anos e dos onze mais usados quase nos 28. Cerca de um quarto dos jogadores são estrangeiros e dois terços do plantel é novidade face à época anterior.

Ao contrário do vencedor da Série na fase regular, o Pevidém valeu-se da primeira volta, onde venceu seis jogos e empatou por sete ocasiões, acabando por conseguir entrar nos dois primeiros lugares graças à boa ponta final, com duas vitórias e dois empates.

A antiga promessa vitoriana André Preto continua a garantir uma presença de nível nas redes, Tiago Lima Pereira, com genes futebolistas, tem finalmente uma temporada com sequência e afirma-se no eixo defensivo, o guineense João Marna tem a sua melhor época desde 18/19 na Póvoa de Lanhoso, enquanto André Ramalho pisca o olho a divisões superiores, não deve ficar muito mais tempo no Pevidém.

Tirsense

Novamente os Jesuítas ficam-se pelo quase, a fechar no pódio mas a perder o lugar que daria acesso à disputa da subida. As três derrotas nos últimos seis encontros ditaram esse desfecho.

Depois de várias épocas ao leme do Foz nos distritais portuenses, o técnico Álvaro Madureira passou pela formação secundária do Vitória SC, assumindo de seguida o Tirsense, onde cimenta um projeto que visa, a médio prazo, fazer regressar o emblema aos escalões profissionais.

Nesta época foram utilizados 25 nomes, com uma média de idades nos 24 anos e acima dos 25 anos para os onze mais utilizados. Pouco mais de um quarto dos futebolistas são estrangeiros e somente 4 % são formandos jesuítas, sendo que novos recrutas são metade e os golos também foram obtidos por mais de metade do plantel.



Existem vários futebolistas que poderão dar o salto, o sul-coreano Yuk Jin-young, que poderá ser aproveitado por Álvaro Pacheco no Vitória SC, cujo passe detém, na próxima temporada, o central Gonçalo Cardoso, um esteio na defesa, onde sobressaiu igualmente Rúben Moura, sem grandes oportunidades no Vitória vimaranense, mas que faz boa época na Sertã e agora 'explode' em Santo Tirso. O médio espinhense Ricardo Rocha afirma-se e pede outros palcos. O criativo Bernardo Mesquita, oriundo do Padroense, é outro nome a seguir com atenção.

Ponce foi goleador.

Apesar do internacional cabo-verdiano Iván Cruz para a baliza, foi Fábio Mesquita a assumir o lugar, sendo um dos reforços a jogar mais, numa equipa que optou por garantir uma continuidade na retaguarda e as novidades surgiram mais na linha da frente.

Camacha

Os insulares da Camacha chegaram a andar na zona de acesso ao playoff de subida, mas uma 2ª volta com poucos pontos colocou o clube no 4º lugar final, sendo de sublinhar os sete triunfos seguidos que os comandados de Tiago Quaresma alcançaram durante o primeiro turno.

Tiago Quaresma faz uma bela estreia nestas andanças. Apesar de assentar num plantel que já estava em grande parte no clube, faz uma temporada superior à do ano anterior, a continuidade a dar frutos.

São 22 jogadores usados numa média de idades a roçar os 27 anos e os onze mais a se aproximarem dos 28, cerca de um terço de estrangeiros e mais de dois terços dos utilizados a marcarem golo.



Tiago Aguiar, central madeirense formado entre Marítimo e Vitória SC, foi cedido pelos vimaranenses e fez uma época razoável. De regresso à Camacha, o brasileiro Gabriel Fraga volta a ser feliz e soma quase uma dezena de concretizações. Pode dar o salto.

Brito SC

O concelho de Guimarães está fortemente presente no Campeonato de Portugal e o Brito SC é um dos seus representantes. Na temporada passada estreou-se a norte André Anastácio, caldense com muita rodagem de adjunto no Médio Oriente e que debutou no Campeonato de Portugal para salvar os vimaranenses da descida na época passada e a ter uma temporada não muito tranquila, mas onde voltou a manter o clube nos nacionais.

O arranque não foi o melhor, com três derrotas, mas o clube foi-se ajustando para garantir, no final da competição a manutenção. O 6º lugar é enganador, o clube situou-se somente quatro pontos acima da descida.



No Brito foram utilizados 26 futebolistas, média de idades acima dos 27 anos e acima dos 28 para os onze mais usados, sendo um terço dos utilizados estrangeiros e menos de 10 % formados localmente. Perto de 40 % do plantel é novidade face à temporada anterior.

Oito dos mais utilizados vêm da época transacta. O brasileiro Roger, um dos reforços, foi o goleador da equipa. O taipense Rui Macedo continua a mostrar atributos ofensivos. Pode não ir mais longe, mas é um nome a reter.


Dumiense/CJPII

O banco foi muito alterado durante a época no Dumiense, o que não abona em favor da gestão do clube, mas a manutenção foi assegurada.

A sequência, inesperada, de cinco vitórias na fase final, com o debutante Ricardo Lopes ao leme, viu o clube trepar na classificação e garantir a manutenção a uma jornada do fim da prova.

Mais de 80 % dos jogadores utilizados são reforços, com 26 nomes em liça, numa média de idades superior a 26 anos e dos onze mais usados a aproximar-se dos 28. Os estrangeiros correspondem a pouco mais de 15 % do plantel, que não tem nenhum formando do emblema de Dume.




Na 2ª volta existe um erro nos onze mais utilizados, pois consta Cristiano Abreu, que não faz parte deste plantel, sendo João Araújo o nome em falta, também ele reforço para 23/24.

Pedro Marques iniciou-se no Vitória, passou pelo Ronfe, nos iniciados rumou ao Moreirense e nos juniores trocou Moreira de Cónegos por Caldas de Vizela, onde sobe a sénior pelos sub23 do clube. Na época passada o dianteiro brilhou no Berço e confirmou as qualidades no Dumiense. Estará no radar de vários clubes e 24/25 deverá vê-lo noutros patamares.

Os Sandinenses

Outro emblema de Guimarães, da freguesia de Sande São Martinho, Os Sandinenses garantiram a manutenção com o empate e, particularmente, a vitória nos últimos dois desafios da época, tendo ficado no grupo dos 35, que integrou quatro clubes, apenas um ponto acima da despromoção.

A formação vimaranense iguala o também vimaranense Pevidém e o Vila Real com onze empates nos 26 jogos disputados.

O clube utilizou 25 jogadores, dois terços reforços do plantel, tendo uma média de idades nos 26,5 e dos onze mais utilizados nos 27,7, com 16 % de estrangeiros e a mesma percentagem de formandos do clube.



Apesar de contar com o experiente Diogo Lamelas no plantel, David Castro chegou oriundo do vizinho Pevidém para mostrar a qualidade no flanco direito, sendo uma das revelações do campeonato.

Um dos goleadores do distrital bracarense, Totas chegou ao Sandinenses vindo do Dumiense e soma mais um golo onde se destaca como rei das balizas, tal como havia sucedido no Joane e no Pevidém. 

Vila Real

O Vila Real procura deixar o sobe-e-desce, mas foi mais uma vez uma manutenção obtida no fecho da prova. Mérito da direção em manter Nuno Barbosa ao leme da equipa, que esteve praticamente despromovida no virar da prova e faz uma reta final de alto nível, com quatro empates e cinco vitórias nos nove encontros finais que viram o Monte da Forca a celebrar a subida do seu 'alvinegro', que acaba por escapar a uma descida quase certa.

O clube transmontano usou 25 jogadores numa média de idades do plantel e dos onze mais utilizados nos 25 anos, um terço do plantel composto por estrangeiros e um quarto feitos no clube, dois terços reforços, tendo os mais usados como reforços a par de um trio formado no clube.


O Vila Real, a par do Pevidém, fechou com a melhor defesa da Série A, mérito para Carlos Madureira e a sua linha mais atrasada. O gaiense, formado entre Coimbrões e Leixões, chegou à capital de Trás-os-Montes ido dos feirenses do Fiães para realizar uma estreia em nacional com muita qualidade, o que lhe abrirá outras portas certamente.

Da Liga Revelação chegou o jovem central Botelho, mirandelense, que passou por Vitória SC e Rio Ave na prova de sub23 da FPF, e debuta em nacional absoluto de forma também bastante agradável, é outro nome a acompanhar atentamente.

Outros nomes a mencionar são o polivalente Simão Ferreira, o lateral esquerdo local Gonçalo Paixão e o moçambicano Dércio Augusto.

Marítimo B

A segunda formação do Marítimo salvou-se do distrital madeirense sobre o fim da prova, com duas vitórias sobre a meta.

O clube com uma maior constância na manutenção da equipa secundária continua a tirar pouco proveito da mesma, notando-se a presença de muitos elementos com idade já alta para uma formação 'B', como se observa na média de idade, superior a 22 anos para o plantel e a 23 para os onze mais utilizados.


O Marítimo B recorreu a 32 jogadores, 40 % estrangeiros, perto disso em formandos do clube e 15 % de novos recrutas.

Os filhos do antigo internacional Danny, Francisco e Bernardo, já poderiam estar na equipa principal. O nigeriano Kanu é um goleador de 25 anos, ou seja, não é de 'B'. Daniel Silva é outro jovem que pode dar o salto para a equipa principal ou encontrar outro espaço de afirmação.

Montalegre

Depois da descida da Liga 3 em 22/23, o Montalegre soçobra na reta final e cai nos distritais, onde não alinhava desde 2016.

A saída de Tony para a Roménia e a chegada do experimentado Flávio das Neves, mesmo no final da prova, não ajudou à busca da manutenção, acabando o Montalegre por descer devido aos quatro empates e quatro derrotas nos últimos nove desafios.


Não se aguardava que o Montalegre descesse, até porque partia como um dos candidatos a integrar o lote de dois primeiros para tentar o regresso à Liga 3.

O Montalegre usou 24 jogadores, com uma média de idades de 25 anos e os onze mais usados a estarem nos 27,5 anos. Os estrangeiros foram ais de 40 %, enquanto os novos recrutas alcançaram quase os 80 % do total do plantel.

O moçambicano Kimiss Zavala até que foi um bom reforço de inverno, mas não o bastante para evitar a despromoção. O brasileiro Alex chegou aos oito golos. Já Carlos David Moura, antiga promessa, acaba por continuar a ter dificuldades de afirmação e de regularidade.

Vilar de Perdizes

Tal como o vizinho Montalegre, o Vilar de Perdizes também acabou despromovido, perdendo o concelho os seus representantes nacionais de uma assentada.

Apesar da descida, o técnico que subiu o clube e o manteve na época passada, Vítor Gamito, manteve-se ao leme, o que dá consistência ao projeto do emblema.

Em Vilar de Perdizes utilizaram-se 26 futebolistas, com uma média de idades nos 24 anos e dos onze mais de 25 anos, há mais estrangeiros do que lusos, sem formandos no plantel e com 80 % de reforços.


O momento mais positivo da temporada foi o regresso às balizas de Nuno Rafael depois de um calvário de lesões. Mendy é um dianteiro de relevo, o senegalês atingiu a dezena de golos, enquanto o colombiano Beto López também conseguiu sete tentos.

O norte-americano Agustin de Armas é um médio de potencial valoroso.

Será curioso ver o distrital de Vila Real em 24/25, pois são vários os projetos semi-profissionais, os dois emblemas de Montalegre, Chaves 'B', Pedras Salgadas, Vidago, não se sabendo que irá subir em 2024 ainda, entre Régua, formação secundária flaviense, Pedras Salgadas, Vila Pouca, Santa Marta ou Mondinense.

Portosantense

A ilha dourada voltou a ter o seu representante nos nacionais, tendo o Portosantense regressado com bastantes ambições. No banco houve várias alterações, mas nada valeu para impedir nova despromoção.

Dos 31 utilizados, mais de 80 % foram reforços, mais de um terço estrangeiros, nenhum formado ali, com uma média etária ligeiramente acima dos 24 anos e para os onze mais usados nos 23,8 anos.


O plantel sofreu uma remodelação invernal, como se confirma com quatro jogadores desse mercado a integrarem os mais usados na segunda volta.

O brasileiro Zé Thiago, que subiu com o clube, foi dos que se mostrou mais, com oito concretizações, o que lhe deverá garantir a manutenção no Campeonato de Portugal ou até a subida à Liga 3.

Mirandela

Depois de vários anos nos nacionais, o Mirandela desceu ao distrital brigantino, subiu imediatamente, mas não conseguiu a manutenção, voltando ao regional, de onde deverá subir novamente o Bragança, que tem andado em constante sobe-e-desce.

Estas movimentações dizem-nos que seria de maior coerência federativa alargar os números de presenças no Campeonato de Portugal, para 64 clubes, 16 por série, por exemplo, e convencer as associações distritais a se agruparem e num projeto colaborativo com a FPF criarem ligas inter-regionais, um espaço intermédio entre os nacionais e os distritais, que possibilitasse uma melhor transição, tal como uma melhor inspeção de projetos, para evitar tantos atrasos salariais e projetos falhados.


Em Mirandela também se recorreu a um elevado número de jogadores, 29, com uma idade média acima dos 24 anos para os 25,5 nos onze mais utilizados. Os estrangeiros superiorizaram os portugueses, mas os novos recrutas foram cerca de metade do plantel.

Os extremos Afonso Sousa e Katurra são dois elementos que conseguiram algum protagonismo neste contexto.

Ribeirão 1968

Longe vão os tempos de um projeto ambicioso que faliu, mas que deu a conhecer o guardião Ederson, contudo o Ribeirão refundou-se e voltou aos nacionais nesta temporada, não o suficiente para assegurar a continuidade.

O clube mudou de técnico duas vezes, acabando Nelsinho por trocar o relvado pelo banco na tentativa da manutenção do clube, sem efeito.

Foram 30 os jogadores utilizados, pouco mais de 50 % novos recrutas, três com formação no emblema famalicense, um pouco mais de um terço estrangeiros e uma média de idades a aproximar-se dos 26 anos para o plantel e nos 26 e um quarto para os onze mais usados.


Os portuenses Tiago Carvalho e Guga, a par do local Leiras, foram alguns dos jogadores que captaram atenção apesar da temporada menos conseguida do clube.


Os melhores da Série A - Guarda-Redes

Zavala não impediu a descida do Montalegre, contudo é a luva de ouro da Série A pois nos sete desafios que disputou sofreu cinco golos, o que o coloca com uma média de um golo sofrido a cada 126 minutos, adiante do antigo internacional jovem luso André Preto, com um golo a cada 111 minutos, e do estreante em nacionais Carlos Madureira com um golo a cada 110 minutos, sendo de sublinhar que não se contabilizam aqui os tempos adicionais em cada metade, pois esses são muito variáveis e as informações sobre os mesmos não são consistentes em nenhum sítio online, nem existem nos jornais.


Os melhores da Série A - Marcadores

Apesar dos números contraditórios, falta-nos um golo a Kanu nos nossos dados, guiando-nos pela referência #zerozero, o nigeriano é o melhor marcador da Série A, à frente do quarteto Roger, Mendy, Pedro Marques e Totas, todos reforços nos respetivos clubes e que atingiram os dois digitos na fase regular da prova.


Os melhores da Série A - Eficácia Ofensiva 

Se Kanu é o goleador, o dianteiro com melhor eficácia foi o brasileiro Gabriel Fraga, que conseguiu um tento a cada 154 minutos, para um em cada 158 minutos de Pedro Marques e um em cada 159 minutos para o 'cafetero' Beto López!



Os Homens de Ferro

Uma dupla de futebolistas somou todos os minutos na fase regular, ambos guardiões das redes sagradas, minhotos, o vimaranense André Preto e o barcelense Júlio Neiva.

A estes juntam-se 20 jogadores que participaram em todas as 26 partidas, o médio do Camacha Vieirinha, os dianteiros do dumiense Joel Marques e Pedro Marques, os avançados maritimistas Kanu e Rúben Marques, Juninho e Pedro Ribeiro de Os Sandinenses, os também dianteiros André Ramalho e João Marna do Pevidém, do líder os médios Reko Silva e Hircane Graça e o defesa Luís Pimenta, do Brito SC os brasileiros Gusmão e Romário, do Portosantense Zé Thiago e Afonso Soares, o colombiano Freider Sanchéz Tirado do Vilar de Perdizes, o argentino Ponce do Tirsense, Tiago Luís do Montalegre e o ganês Papi do Vila Real.



Revelação - Os Onze

Para a baliza era inevitável eleger Madureira, do Vila Real, que também oferece a este onze o central José Botelho e o médio moçambicano Dércio. Do campeão da fase regular o lateral esquerdo Daniel Carvalho, o extremo André Ramalho do vice-líder, os insulares da Camacha colocam o central Tiago Aguiar e o ponta de lança Gabriel Fraga, enquanto o dianteiro do Dumiense/Colégio João Paulo II Pedro Marques faz a dupla de centro de ataque, David Castro é a nossa escolha para a lateral direita, de Os Sandinenses, enquanto a dupla tirsense de miolo Bernardo Mesquita e Ricardo Rocha fecha este lote de revelações que escolhemos na Série A.



Série B

Amarante

Pode não conseguir subir, mas o Amarante fez uma fase regular de passeio, a ser o primeiro a garantir lugar na fase de subida, com realce para o excelente trabalho realizado por Renato Coimbra, que à data de hoje, finda a fase regular, leva um crédito de 55% de jogos vitoriados no Campeonato de Portugal. Está claramente a apontar para outros voos o amarantino cuja carreira técnica está a ser realizada a pulso, a subida com o Alpendorada há três temporadas abriu-lhe as portas dos 'alvinegros' do Marão e aqui ganha visibilidade.

Entre os 23 utilizados, quase metade são reforços, pouco mais de um quarto são estrangeiros, na mesma medida dos formados no clube. Mais de metade marcaram golos, porém Ká Semedo e Elias Franco somaram mais de 80 % dos tentos concretizados pela equipa. O plantel tem uma idade média acima dos 25 anos, enquanto os onze mais usados estão acima dos 27 anos na média.

O Amarante apenas perde um encontro na fase regular! 

Tal como Carlos Alves, Diogo Figueiredo, o Didi, sentir-se-á algo injustiçado pela falta de aposta nas suas valências em Vila do Conde, sendo este um ano em que finalmente tem um técnico a apostar em si sem condicionalismos, com correspondência primorosa do jovem guardião. Obama Ribeiro já estava no clube e este foi a sua temporada de confirmação após a afirmação na época anterior.

O luso-angolano Barandas não conseguiu convencer o professor Agostinho Bento em Felgueiras, mas teve esta temporada a de explosão, começando em Porto Santo e a se mudar para Amarante na segunda metade da época, conquistando oito golos no total.

São João de Ver

Despromovido na época passada, o São João de Ver não desiste da Liga 3, tendo mudado de técnico durante a temporada pela ida de Pedro Machado para Oliveira do Hospital, na Liga 3, sem que tal abalasse o objetivo, entrar na disputa pela promoção.

O plantel é experimentado, foram utilizados 24 atletas com média de idades perto dos 27 anos, tendo os onze mais usados quase 29. Os novos recrutas são três quartos do plantel, com os estrangeiros a serem mais de 40 %.

No ataque faltou mais vigor na finalização, apenas 27 golos em 26 encontros, mas a equipa esteve segura atrás.


Os 'pianistas' Diogo Barbosa e Daniel são os únicos no onze mais utilizados a virem com o clube da Liga 3, os restantes são novidades.

Feito no Rio Ave, o central Pedro Nuno chegou ao emblema feirense vindo de Vila Meã e foi um dos destaques da competição. Daniel Rodrigues, ex-leão, tinha feito uma boa temporada cedido pelo Sporting CP ao Felgueiras, e agora procura o seu espaço, é um médio de qualidade e de futuro.

Gondomar

A ponta final dos gondomarenses viram o clube subir até ao pódio da Série B fruto das cinco vitórias nos seis desafios finais da prova, com Hélder Pereira ao leme, um treinador que também apresenta credenciais de nível para potencialmente subir escalões.

O clube recorreu a 28 jogadores, numa média de idades de 25 anos e um quarto para o plantel e 27 e meio para os mais utilizados. Apenas 10 % do plantel não é luso, os reforços são cerca de 40 % e há mais de 20 % formados no clube, com realce para os defesas Fernando Loureiro e Diogo Silva, ambos ainda bastante jovens, a integrarem os mais utilizados e a serem 'namorados' por clubes de escalões superiores.



André Couto formou-se entre Paramos, o Sporting Espinho, o Fiães e a Oliveirense, subindo a sénior no Cesarense, onde o Valadares o recruta, faz uma boa temporada nos gaienses e confirma estatuto em Gondomar. É um criativo moderno e polivalente que pode dar que falar.

Marco 09

Entre os muitos clubes refundados em Portugal, um emblema que esteve na segunda liga vários anos subsidiado artificialmente pelo município liderado à época por Avelino Ferreira Torres, o Marco foi obrigado a se recriar e vai novamente trepando a pirâmide do futebol português.

Bock subiu o clube e começou a época. O antigo avançado formado no FC Porto não conseguiu atingir os patamares seniores que a sua formação antecipava, mas é uma das referências concretizadores no futebol do distrito do Porto. O começo menos conseguido levou a uma primeira mudança, com Pedro Barroso a substituir o promovido. Uma cláusula de libertação viu Barroso deixar o clube para rumar ao Anadia na Liga 3 e o Marco 09 traz o experimentado Nuno Pedro, ainda jovem mas já com muita rodagem de Campeonato de Portugal, que assegura a manutenção do clube com uma ponta final de nível. O Marco apenas perdeu um dos últimos dez encontros, vencendo os derradeiros três.




Foram utilizados 30 jgoadores, num plantel muito experiente com uma média de idades acima dos 29 anos e nos mais utilizados com 30 anos e meio de média!

Os novos recrutas foram dois terços dos usados e os estrangeiros foram pouco mais de um terço, com quatro recrutas invernais a integrarem os mais utilizados na segunda volta.

O maior destaque vai para Adílio Varela, que chega no mercado de transição e consegue sete golos, importante na ascensão do clube para a parte cimeira da tabela.

Rebordosa

Quando Arlindo Gomes subiu com o Rebordosa, perante o sucesso de Abel Ferreira no Palmeiras, veio à baila o grau de parentesco, primos, com o técnico mais modesto a se manter ao leme do Rebordosa pela quarta época seguida e a garantir mais uma vez a manutenção, não sem alguns sobressaltos numa Série B que viu um quarteto despromovido relativamente cedo, contudo a ter o último lugar de zona vermelha apenas decidido no fim, algo que já não preocupou o Rebordosa, pois havia assegurado a manutenção na penúltima ronda.

O clube fecha em 6º e os 12 empates acabaram por impedir um lugar melhor, mas igualmente a prevenir a descida, o clube apenas perde à 10ª ronda, com seis empates e três triunfos a abrir.



Em Rebordosa alinharam 24 nomes distintos durante a época, numa média acima dos 26 anos de idade, mas perto dos 29 anos para os onze mais utilizados, sem jogadores formados no clube, com um quarto do plantel a ser composto por novidades e apenas um oitavo a serem estrangeiros.

Rui Pacheco é um dos nomes que se vai fazendo no clube, é um defesa forte, esquerdino, capaz de cobrir vários espaços, que deverá dar o salto em breve. Miguel Mota, cedido pelo Paços de Ferreira, viu-se 'tapado' por Edgar Teixeira, mas ainda conseguiu mostrar credenciais, tem que ser observado com mais continuidade para compreender se é possível a afirmação nos 'Castores', que bem poderiam ter uma formação 'B' no distrital portuense ou uma formação a alinhar na Liga Revelação. Têm muitos talentos espalhados e não aproveita assim tanto, mesmo com o potencial que estes revelam.

Paredes

Depois de uma ascensão digna de nota, exemplar, com o clube a regressar aos nacionais com um treinador da 'casa' e um elenco que englobava um grosso de nomes também formados no clube, é estranho observar a mudança, seja pela ambição de ir mais longe ou pela imitação do mau exemplo de outros, perdendo-se esta ligação e inclusive a ver Eurico Couto a deixar o clube depois de uma década consecutiva no clube, a trabalhar esta ideia, nem Eurico pareceu muito feliz em Aveiro, nem o Paredes parece ter ganho muito com a sua saída, apesar da competência comprovada de Domingos Barros.

O clube utilizou 26 futebolistas, a média de idades aproximou-se dos 27 anos, baixaram os formandos do emblema para pouco mais de 10 % e subiram os estrangeiros, quase 40 %, sendo os reforços dois terços do plantel.


Danny Carvalho é o sobrevivente dos formandos do clube, a manter a baliza para onde regressou segura. Amadeu, outro dos nomes fortes do clube, perdeu espaço. Uma das estrelas do Aves campeão da edição inaugural da Liga Revelação, Ricardo Rodrigues, deixou o FC Alverca para regressar a casa, no que toca à localidade, reforçando o Paredes no mercado invernal, assim como outro nome também com rodagem de ligas profissionais, o luso-cabo-verdiano Henrique Brito. Erik Santana foi o goleador da equipa.

Salgueiros

O histórico Salgueiros, que continua de casa às costas depois do muito mal explicado negócio Vidal Pinheiro e o prometido estádio no Amial que nunca saiu da bela maquete que existia, numa das muitas questões que os antigos edis portuenses Fernando Gomes e Nuno Cardoso deveriam responder, salvou-se da descida com uma boa ponta final, onde ganhou três e empatou quatro dos derradeiros sete encontros, abandonando assim a zona de despromoção, onde chegou a estar. Mário Ferreira começou a época, mas deu lugar a Rui Eduardo Borges, que conseguiu virar a mente dos atletas e granjear mais uma temporada de Campeonato de Portugal.

Foram utilizados 30 atletas, a média de idades do plantel situou-se nos 25 anos, mas os onze mais usados estiveram nos 27 anos e meio, 40 % do plantel é estrangeiro e 60 % reforços para a temporada.


Nomes como Diogo Valente, Pecks ou o guardião Chastre, enquadram um plantel que poderia atingir mais, sendo de salientar o brasileiro Matheus Brito, oriundo dos sub23 do Portimonense, o arouquense Miguel Teixeira, que chegou ao Salgueiros vindo dos sub23 do Sporting Braga, o taipense Tiago Antunes, a estrela da época no clube, depois de fazer uma época interessante no Amora, a confirmar a boa temporada 22/23 no 'Velho Salgueiral', desta feita a marcar e a assistir com muita qualidade e a piscar o olho ao regresso a um campeonato superior ou ao estrangeiro.

Formado entre o Leixões e o clube, Afonso Couto é um médio muito promissor que teve este o ano de afirmação. Para continuar a acompanhar.

Vitória SC 'B'

Uma ponta final menos conseguida chegou a colocar alguns calafrios às hostes vitorianas, mas o clube segue mais uma época no Campeonato de Portugal, onde vai dando calo a vários nomes que, devido a nova crise financeira e não por princípio, escalam à equipa principal. Tomás Händel, Dani Silva, Afonso Freitas, Maga, abrem portas aos jovens que seguem na 'B', nomes como Baio, Martim Alberto, Hugo Nunes, Gonçalo Nogueira ou o são-tomense Ronaldo Lumungo, que gostávamos muito de ver evoluir com Álvaro Pacheco na primeira equipa, pois pode ter uma gigantesca evolução, como Jota Silva, que sairá por certo no verão!

Apesar de uma fase final de campeonato menos conseguida, com quatro derrotas e dois empates nos últimos sete encontros, o Vitória B garantiu a manutenção.

A equipa chamou 33 nomes, com média de idades acima dos 21 anos e nos onze mais utilizados com mais de 22 anos, novamente, tal como para o Marítimo, valores que indiciam uma menor capacidade de exploração dos jovens talentos. Habitualmente, uma equipa 'B' que seja realmente focada para levar futebolistas para a equipa principal, traz juniores e juvenis para o ritmo sénior, dando-lhes o calo necessário para o salto, como sucede em França. Metade do plantel é formado no clube, igualmente aquém do que deveria ser, esperar-se-ia que uma 'B' tivesse, no mínimo, 75 % de jogadores ali formados. Um terço são estrangeiros e um quarto reforços.


O angolano-canadiano Dieu Michel também se revela um avançado de potencial, assim como o extremo Kiko Félix, formado e regressado ao clube, e os laterais supramencionados Alberto Baio e Martim Alberto ou o dianteiro Lumungo.

Beira-Mar

Os 'aurinegros' aspiravam a mais, mantendo ambições de ascensão para a próxima temporada, mas a época ficou aquém do aguardado e o clube tremeu pela manutenção.

A mudança técnica não trouxe grandes alterações, mas Miguel Valença e Eurico Couto são dois jovens técnicos, já com experiência acumulada, que têm muito para dar ao futebol português.

O Beira-Mar utilizou 28 futebolistas, numa média etária acima dos 27 anos e perto dos 30 para os onze mais usados. Os estrangeiros compuseram um quarto do plantel, para mais de 60 % de novos recrutas.



Bernardo Lourenço não teve o tempo de jogo esperado, mas é um jovem de valor e que poderá crescer em Aveiro. Diogo Tavares regressou a 'casa' depois da época na B SAD para retomar índices de confiança na finalização, enquanto Diogo Outeiro não teve oportunidades em Coimbra e veio para Aveiro continuar o processo evolutivo. Nomes como Luka Oliveira, Bozinoski ou o próprio Diogo Tavares continuam abaixo do que deles se esperava no futebol.

Florgrade

Com muitos futebolistas 'pescados' nos vizinhos São João de Ver, Lusitânia Lourosa ou Valadares, rodados e com experiência de nacional, vários antigos internacionais jovens, esperava-se que o Florgrade fizesse bem mais, porém o clube acabou despromovido, apesar da boa ponta final com 10 pontos em 12 possíveis, não foi suficiente.

O clube que alinha no Buçaquinho, em Cortegaça, utilizou 25 jogadores, numa média de idade do plantel usado próxima dos 29 anos e dos onze mais usados bem acima dos 31 anos. 



Nomes como o internacional cabo-verdiano Marco Soares, os médios locais Tiago Jogo e Hélder Castro, o avançado Poulson, o central Ricardo Machado, o guardião Leo Leichsenring ou Fábio Vieira são elementos com experiência de primeira liga, uns, de futebol internacional, ficando por isso um amargo de boca pela descida quando seria um grupo para disputar a promoção.

Depois de duas épocas em Valadares, Vasco Vieira rumou ao Florgrade não evitando a descida deste, mas a mostrar argumentos para permanecer nos nacionais. Outro ex-Valadares é Pedro Sancho, que também deverá continuar a alinhar nos nacionais, podendo mesmo regressar ao seu clube formativo, o Anadia. O espinhense André Paço chegou no mercado de inverno, oriundo precisamente do Anadia, também procura um espaço onde tenha aposta contínua pois o seu potencial no flanco esquerdo é bastante alto.

Oliveira do Douro

12 anos depois o Oliveira do Douro voltou aos nacionais orientado pela antiga grande promessa do futebol português Abílio Novais, pai do médio João Novais, mas a época acabou por não ser o que se esperava, voltando a equipa gaiense a regressar ao distrital do Porto.

O clube usou 24 atletas, com uma idade média nos 23,6 anos e dos onze mais utilizados nos 25,6. Os estrangeiros são cerca de um terço e os reforços quase 60 % do plantel.


Apesar da despromoção, os gaienses apresentaram alguns nomes bastante cativantes e de elevado potencial. O central 'castor' Gonçalo Zuzarte, o lateral Miguel Albuquerque, com boa estreia nacional, Jota Rego, o canadiano Kooner, o brasileiro Diogo Machado e o formando local Gabriel Saraiva rodeiam a estrela João Couto, que não conseguiu mostrar no Lourosa aquilo que exibiu agora perto dos Arcos do Sardão. Todos estes nomes deverão ter muitos interessados entre Campeonato de Portugal, Liga 3, Liga 2, estrangeiro ou mesmo primeira liga.

Abílio mantém-se ao leme do clube que desce com a consciência de que promoveu vários jovens e poderá ter algum encaixe, serviu de bela montra.

Valadares Gaia

Depois de alguns anos nos nacionais, o Valadares volta a ver-se relegado para a AF Porto, numa época tão bizarra que viu um treinador sair, voltar, um outro não poder treinar, salários em atraso, muitos problemas que ditaram este previsível desfecho.

O clube usou 25 jogadores com uma média de idades nos 25 e três quartos e de 27 e meio para os mais utilizados. Um terço são estrangeiros e os novos recrutas compuseram três quartos do plantel.



Rui Santos, lateral esquerdo, esteve cedido pelo Boavista na época passada, mantendo-se para 23/24, sendo um dos que deve permanecer nos nacionais.

Mauro Luís, o moçambicano Mondlane ou o dianteiro Zakari, assim como o reforço invernal Diogo Andrezo, são alguns dos nomes que conseguiram algum realce positivo apesar da temporada pouco conseguida dos gaienses.

ACDR Lamelas

O sonho foi bonito e o clube de Licá acabou por realizar uma prestação melhor do que se antecipava, especialmente com o arranque marcado por sete derrotas nos oito encontros iniciais. 

Em Lamelas apostou-se em talentos locais e no grupo que subiu, sendo um projeto sustentado e que não resolveu dar um salto para o abismo, bem!


O Lamelas trouxe 20 futebolistas, a média de idades acima dos 30 anos e os reforços a serem 30 % dos utilizados.

Se Licá ofereceu golos e qualidade, nota para o jovem médio Francisco Loureiro, uma das revelações da competição.

Vila Meã

Tal como o Lamelas, a má entrada no campeonato ditou o destino do Vila Meã. Curiosamente, a equipa da cidade fechou na frente da tabela, enquanto a equipa do concelho terminou na derradeira posição.

O Vila Meã usou mais de 30 atletas, tendo uma média de idades perto dos 27 anos para o plantel e acima dos 30 anos para os onze mais usados. Um terço do plantel é estrangeiro e os novos recrutas estão perto dos 60 %.




O extremo Délcio Fernandes foi das boas revelações em Vila Meã. O jovem de 22 anos, sobrinho do internacional Stopira, formou-se entre Tchadense e Travadores e chegou na época passada para as equipas secundárias do Estrela Amadora. O Vila Meã é passagem para Délcio, que até pode reforçar o 'vizinho' Amarante em 24/25.

Os melhores da Série B - Guarda-Redes

Diogo Figueiredo foi o guarda-redes com melhor eficácia de baliza na Série B, encaixando apenas um golo a cada 150 minutos, liderando por isso a melhor defesa da série, do campeão Amarante. o brasileiro Raphael Mello, do vice-líder, São João de Ver, surge na posição de prata com um golo sofrido a cada 144 minutos, ao passo que o luso-guineense Celton Biai, no tempo em que ainda esteve no Vitória SC 'B', ficou no bronze com um golo a cada 141 minutos.



Os melhores da Série B - Melhores Marcadores

O brasileiro Elias Franco e o cabo-verdiano Ká Semedo, ambos do Amarante, lideram a lista dos melhores marcadores, o primeiro com 12 e o segundo com 10. Erik Santana do Paredes e João Couto do Oliveira do Douro somaram oito finalizações.



Os melhores da Série B - Eficácia ofensiva

Se no Vila Meã Adílio Varela não conseguiu finalizar, a mudança invernal para o vizinho Marco 09 foi de luxo, com o dianteiro a fazer sete golos, fixando a sua eficácia em um golo a cada 123 minutos, adiante de Elias Franco que marcou um golo a cada 139 minutos e de Pedro Pauleta, do Rebordosa, que no menor tempo de jogo que possuiu acabou por fazer um golo a cada 150 minutos.



Os Melhores da Série B - Homens de Ferro

O central Diogo Vila, do líder, e o guardião Danny Carvalho, formando paredense, foram os dois totalistas da Série B, onde também alinharam no total dos encontros Pedro Silva do Florgrade, Isaac Cissé do São João de Ver, Edgar Teixeira e Dinis Djadjó do Rebordosa, Manuel Pedro do Marco 09, Rafa Santos do Paredes e o quarteto do Oliveira do Douro Miguel Paiva, Jota Rego, João Couto e Nélson Monteiro.



Os melhores da Série B - Revelações

Mesmo com a descida, boa parte das revelações escolhidas aqui surgiram em clubes despromovidos, Miguel Albuquerque, Bruno Pelegrini e João Couto do Oliveira do Douro, Délcio do Vila Meã, dos aflitos Salgueiros e Vitória Guimarães 'B' respetivamente Afonso Couto e Ruca, para o miolo, a linha defensiva feita com o cimo da tabela, Didi e Rui Ferreira no Amarante, Vasco Pereira e Fernando Loureiro no Gondomar.




Série C

Também na Série C o líder conseguiu antecipar o apuramento para a disputa da subida, União Santarém deixou Lusitânia e Marinhense disputarem a outra posição de acesso.

Na Série C a grande surpresa chegou com o FC Alverca B, que faz uma 1ª volta brutal e parece ter desacelerado na 2ª volta pois parecia caminhar para disputar a subida. 

Um clube açoriano vem do distrital para fixar-se no lugar de disputa pela Liga 3, dois emblemas do arquipélago descem ao distrital, no caso do Fontinhas a somar duas descidas seguidas.

União Santarém

A ambição da direção escalabitana aponta para patamares superiores e o arranque titubeante de liga custou a Filipe Antunes o lugar. O antigo defesa Carlos Fernandes chegou a encetou duas sequências de vitórias, primeiro de cinco, depois de sete, que levaram o clube para uma liderança firme e um apuramento antecipado para a fase de subida.

Dois golos de média por partida demonstra uma ambição ofensiva de nota, com o clube a recorrer a 28 atletas, com média de idades do plantel nos 25 anos e meio e perto dos 28 anos para os mais utilizados. Perto de metade do plantel é estrangeiro e mais de 85 % são novidades.



Nhayson foi uma das grandes estrelas da equipa, ofensivamente bem acompanhado por Miguel Lopes e Seidi, o trio responsável por quase 60 % dos golos, que se distribuíram por mais de metade do plantel.

A equipa é experimentada o suficiente para subir. Ricardo Apolinário, reforço oriundo do Coruchense, vai ganhando dimensão no jogo, é dos que pode chegar bem além, com o devido enquadramento.

Lusitânia Açores

Ricardo Pessoa fez uma carreira bastante interessante, sempre associado, tal como seu irmão gémeo, ao Vitória Setúbal, e nos bancos está a ter um arranque muito positivo, a subir o histórico de Angra do Heroísmo, Lusitânia, de novo aos nacionais e a catapultá-lo diretamente para disputa da subida.

A formação insular usou 28 atletas, com um plantel onde dois terços são reforços e mais de metade são estrangeiros, numa média de idades próxima dos 25 anos para o plantel e dos 26 para os mais utilizados.



A par de experimentados como Itto Cruz e Diogo Careca, o Lusitânia tem jovens talentos de muita qualidade como Legatheaux, Bavikson Biai, André Amaral ou o colombiano Durán, este a regressar no inverno oriundo do Estrela da Amadora para somar golos, depois de já ter contribuído bastante para a subida ao Campeonato de Portugal.

O luso-francês Enzo Ferrara, o luso-cabo-verdiano David Semedo, homens das laterais, e o médio brasileiro Pedro do Rio são outros nomes com potencial para atingir patamares superiores.


Marinhense

O antigo médio Kata está ao leme do Marinhense e os 'vidreiros' lutaram pelo acesso à subida até ao fim, numa boa temporada de um clube que parece cimentar-se depois de alguns altos e baixos.

O plantel teve 23 nomes utilizados, bem experiente como se observa pelas idades médias, próximas dos 30 anos, novos recrutas foram 60 % e estrangeiros apenas 13 %.



Kuca é o nome principal da equipa, mas o guardião Leonardo Ferreira, o criativo Gonçalo Batista, bom reforço de inverno, o lateral esquerdo David Lopes, formado no clube, ou o venezuelano Vargas são talentos que podem saltar para outros patamares. Miguel Pereira já é, aos 27 anos, um jogador feito, mas soma vários anos de distrital leiriense, tendo subido ao Campeonato de Portugal com o União da Serra e daí se mudou para a Marinha Grande, onde volta a confirmar a sua qualidade. Ainda está a tempo de experimentar outros voos.

FC Alverca B

Ninguém diria que a formação secundária do Alverca viria para o Campeonato de Portugal disputar a subida, mas a verdade é que a equipa liderada por Nélson Antunes fechou a 1ª volta nessa zona e apenas uma 2ª metade com muitas derrotas deixou o clube afastado, mas ainda assim a terminar em 4º lugar, num excelente desempenho.

33 foram os nomes usados, média de idades abaixo dos 22 anos, quase metade do plantel como reforços e cerca de um terço formados no clube, vários dos quais a serem bastante utilizados, com realce natural para Rodrigo Freitas, que pede equipa principal já.




São múltiplos os nomes de destaque nos alverquenses, o guardião Joel Dias, os defesas Vivaldo, Diogo Cordes, Pedro Aires, Moura, os médios Pedro Henriques e Rodrigo Pereira ou os avançados Afonso Vagarinho e Rodrigo Freitas, muito talento e potencial para a equipa principal do Alverca ou para outros emblemas. Não faltarão interessados!

O projeto demonstra que vale a pena criar equipa secundária e apostar no talento local. A FPF deveria procurar novamente incentivar os clubes, como se observa nas associações distritais, a criarem equipas 'B', mas fazê-lo com limitações, ou seja, ter uma percentagem mínima de futebolistas formados no próprio clube, limitar os seniores ou sub21 em número para promover a subida dos sub19 e sub17. Este é o modelo de trabalho mais adequado.

União 1919

Herdeiro do União de Coimbra, o União 1919 fechou com três triunfos para saltar da zona vermelha até ao 5º lugar. João Pedro Duarte a ter um bom desempenho ao leme dos conimbricenses.

O clube utilizou 27 atletas, com idade média de 25 e meio e dos onze mais acima dos 28 anos. Boa parte do plantel vem da temporada anterior, do distrital de Coimbra, com realce para o internacional cabo-verdiano Nivaldo.





Entre os jovens aspirantes sublinhado para o lateral Bernardo Dentinho que subiu a sénior do clube depois da formação dividida entre Académica e Naval, integrando os sub23 unionistas para saltar à equipa A que ajudou a regressar aos nacionais na época passada e a segurar lugar em 23/24. Já o central Nuno Oliveira formou-se entre Ginásio Figueirense, Os Marialvas e Naval, passando a sénior no União, onde também contribuiu decisivamente para a subida e, agora, para a manutenção.

Pedro Almeida estava nos juniores da Académica e foi uma das boas aquisições para esta temporada, assim como o avançado Hugo Figueiredo, que chegou no inverno oriundo do distrital aveirense, onde alinhava no Oliveira do Bairro, a tempo de concretizar quatro tentos numa estreia em nacionais de bom augúrio.


Benfica e Castelo Branco

O antigo médio Dani Matos está ao leme do BCB que parecia aspirar a mais a meio da temporada, mas acabou por disputar a manutenção e se segurar mais uma temporada no Campeonato de Portugal.

25 jogadores foram chamados com uma média de idades abaixo dos 24 anos e 80 % de novidades no plantel.



Diogo Cornélio começou no 'seu' Sporting Covilhã mas a escassez de minutos levou-o para Castelo Branco, onde foi um dos pilares do meio-campo da equipa. Em 2021 Ronaldo Coelho chegou à fria Castelo Branco oriundo da margem sul, a época passada afirmou-se e nesta temporada explode como goleador, a somar nove golos no Campeonato de Portugal e a despertar interesse de outros emblemas de divisões superiores.

Balelo fez-se entre a natal UD Oliveirense e o Feirense, sobe a sénior no Cesarense e na época passada o Esperança de Lagos vai buscá-lo a Cesar, mas o jovem dianteiro não consegue concretizar no Campeonato, porém a vinda para Castelo Branco motivou-se e Miguel Ângelo Melo, o Balelo, faz oito golos e algumas assistências para demonstrar que tem qualidades de sobra, é nome para seguir de forma atenta.

Com formação a passar por FC Porto, Vitória SC e Moreirense, o vimaranense Danny estava no distrital portuense ao serviço do FC Vilarinho quando foi recrutado pelo Estrela Amadora para os sub23, não vingou na Liga Revelação, mas mostra-se a contento no BCB. O lateral Filipe Pereira é outro jovem a ter em conta neste plantel.

Peniche

Os 37 pontos integraram um quarteto, o Benfica e Castelo Branco, o Peniche, o Sertanense e o Mortágua. Os de Peniche fazem uma excelente ponta final, cinco vitórias e dois empates nos últimos oito encontros para saírem da zona aflitiva onde andavam depois das quatro derrotas seguidas que haviam somado. Ao contrário da subida anterior, o Peniche conseguiu a manutenção com Tiago Vicente ao leme da equipa.

Foram utilizados 26 futebolistas num clube que também optou por manter boa parte do plantel campeão leiriense, mas a ter nos reforços jogadores que fizeram a diferença, como se nota nos mais utilizados. A média de idades do plantel esteve pouco acima dos 24 anos, mas os mais utilizados superaram os 27.




Miguel Velosa havia sido o goleador da subida, continuando a faturar no Campeonato de Portugal, mas entretanto a receber uma oferta do checo Znojmo e a rumar a uma experiência internacional sempre enriquecedora. Rui Amorim é o técnico da formação correntemente a militar no terceiro escalão e levou para lá muita lusofonia, o brasileiro Neto, que alinhou no Oliveira do Hospital, Beira-Mar, Aliados Lordelo, o angolano Nzanza, ex-Braga B, Rodrigo Vilela, Duarte Ferreira, Luís Pedro, João Rodrigues, o guineense Marcelino, Diogo Bessa, Gito, Ézio Pinto, César Rafael, o brasileiro Dantas, que esteve no Casa Pia e no Estrela Amadora, Rafael Viegas, que passou por Recreio Águeda, Vizela, Chaves, Salgueiros, Felgueiras e Vilaverdense, o próprio nigeriano Onyekachi Silas, Paulo Moreira e Miguel Velosa, com a equipa a ser 3ª na sua série ainda com 10 encontros por realizar e a quatro pontos da liderança, Banik Ostrava 'B'.

Matheus Palmério e Gonçalo Batalha são dois outros nomes a acompanhar, para além de Pedro Costa, que chega ao Peniche face à saída de Velosa, depois de alinhar, pouco, na Liga Revelação por Famalicão e Torreense, cedido pelos torrienses, para fazer oito golos em 12 desafios. Temos mais um ponta-de-lança luso a seguir.

Sertanense

Natan Costa tem nome no Campeonato de Portugal e no Sertanense voltou a garantir a manutenção, noutro clube que sobe na tabela fruto da boa ponta final, onde vence quatro e empate três dos sete encontros finais.

24 jogadores foram chamados pelo técnico, num plantel jovem, abaixo dos 24 anos e os onze mais abaixo dos 25, mais de 40 % de estrangeiros e três quartos novos recrutas.




A equipa marcou poucos golos, um por jogo, mas também se revelou defensivamente forte, a sofrer menos de um por partida.

Galvanito esteve na baliza, formado na Académica, a alinhar na Liga Revelação pelos 'Estudantes', depois pelo Farense, o jovem foi recrutado e realizou um bom trabalho na baliza. O valonguense Luís Ferreira, com formação no Olival, cimenta a sua aprendizagem. Se não se acomodar, pode dar o salto para outros escalões. João Guerra foi campeão na Liga Revelação e é outro elemento com segundo ano de Sertanense com qualidade.

Depois do distrital setubalense e do lisbonense, Gabriel Piçarra faz estreia nos nacionais com competência, é outro jovem de valor que Natan esteve a burilar. O lateral Janico veio do distrital aveirense, onde alinhava no Fiães depois do Pampilhosa, mostrando que o distrital oferece muita qualidade, desde que se saiba procurar e não se ande agarrado a determinadas sugestões. 

Eduardo Barradas chegou de Portimão, é um médio de potencial elevado, enquanto Luís Nunes estava na equipa 'B' do 1º Dezembro e encontrou aqui um bom espaço de crescimento. Paulinho e Patrão Correia são outros jovens reforços que se mostraram. Muito para trabalhar e muita ambição neste conjunto.

Mortágua

Apesar de não ter impedido a descida do Mortágua em 2021, Rui Gomes manteve-se ao leme do clube para garantir a subida e voltou a assegurar a manutenção, pela segunda época, do clube no Campeonato de Portugal.

O Mortágua utilizou 28 jogadores, com um plantel de média ligeiramente acima dos 24 anos e o onze mais usado perto dos 26 anos.




Um dos estreantes de relevo no Campeonato de Portugal 23/24 é o toboguenho Jerrin Jackie. O central chegou a Portugal para o Länk, em 21/22 passa para o distrital aveirense pelo Canedo, onde permanece na época seguinte, mudando-se a meio para o distrital portuense, defendendo as cores do Coimbrões. Apontou seis golos pelo Mortágua, o melhor da equipa, o que abona - ofensivamente - a seu favor, tem 23 anos, completados a 24 de abril.

Bula, Carlos Silva, Edu Pinheiro, Bernardo Ferrari ou o local Jony Borges são alguns dos jovens de talento a seguir, com montra.

Fontinhas

O Fontinhas acaba por descer direto da Liga 3 até ao distrital açoriano, não evitando a queda.

O plantel foi completamente remodelado, mas João Cortesão não conseguiu criar um modelo que superasse a concorrência.



Mesmo despromovido, o Fontinhas introduziu alguns jovens de potencial. O extremo João Pacheco começou no Penafiel, passou por Alfenense, rumou ao Sporting CP e durante o trajeto sub17 deixou os 'leões' para regressar ao Norte e reforçar os 'castores' passando as duas épocas sub19 no Vizela, onde o Fontinhas o foi buscar. 

Lucas Pinto é de São Pedro do Sul, realizou boa parte da formação no Viseu e Benfica, partilha 19/20 com Pacheco em Alcochete, mas ambos deixam o Sporting CP na época seguinte, com o ponta de lança a regressar ao seu distrito para representar o Tondela, muda-se para Aveiro em júnior e na segunda época experimenta o Rio Ave, mas regressa ao Beira-Mar, de onde viaja para São Miguel. Marcou seis golos pelo Fontinhas e tem mercado. Sauané e China estavam no Amora 'B', Mateus Santos nos sub23 do Torreense, tendo reforçado a equipa no inverno, com valor mas sem evitar a descida do clube.

Rabo de Peixe

Terra afamada por uma série, Rabo de Peixe não conseguiu ter o seu clube nos nacionais por mais uma temporada.

Foram requisitados 29 nomes, com a média de idades acima dos 24 e perto dos 28 para os onze mais usados. Mais de metade do plantel era novidade face à época anterior





Durante a época o clube trouxe Geovani Quitumbo e o luso-angolano que vinha brilhando nos distritais alentejanos e sadino mostrou que pode ser trabalhado para atingir patamares maiores, faz lembrar um pouco Beto, num trajeto não muito diferente do avançado que alinha na Premier League pelo Everton. Necessita de muito aprimoramento, mas pode ser letal.

Rúben Pestana ganhou espaço no miolo e pode aspirar a mais. O açoriano bem pode dar o salto para um clube de maior dimensão no arquipélago, o mesmo se aplicando a Rodrigo Costa. 

Diogo Motty continua a ser promessa, todavia falta-lhe a confirmação, mas faz uma boa época e não é por si que o Rabo de Peixe volta ao regional açoriano.

Vitória Sernache

O treinador-presidente do Vitória Sernache voltou a sagrar-se campeão albicastrense, mas não conseguiu mais uma vez a manutenção do clube no Campeonato de Portugal, nota para os cinco títulos distritais do polivalente responsável.


Com 23 jogadores utilizados, dois terços novidades face à época distrital, quase metade estrangeiros e com uma média de idades acima dos 25 anos para o plantel e de 26 para os mais usados, nota de realce para Rafael Quirino, que se formou entre Vila Franca do Rosário e o Mafra, tendo passado pelo Ericeirense, que ganhou fama com o protagonismo do luso-brasileiro Matheus Nunes, para regressar ao Mafra e alinhar na Liga Revelação. O avançado desce pelo Vitória Sernache, porém oferece atributos que o deverão manter nos nacionais.

Gouveia

Tal como o Vitória Sernache, o Gouveia, vítimas da interioridade e da falta de competitividade dos distritais respetivos, que bem podiam ser unidos num inter-regional ajustado a cada realidade e que englobasse clubes de vários distritos, para terem uma integração menos abrupta no Campeonato de Portugal, anda no sobe-e-desce, campeão na Guarda, promovido, despromovido, campeão, promovido, despromovido.

O clube ainda procurou a salvação na segunda parte da época com várias contratações invernais, mas de nada valeu, perdidos 11 dos últimos 14 encontros na prova.



A média de idades foi baixa, os estrangeiros quase 60 % e os novos recrutas dois terços dos 33 usados, ou seja, 22 reforços.

Um dos artífices da subida, Rodrigo Fortuna merecia ter tido mais tempo de jogo na equipa, faz uma 1ª volta interessante, mas perde espaço na 2ª metade.

Tal como na época anterior, o colombiano Ibarra começou em Santo Tirso, mas foi cedido pelo Tirsense ao Gouveia, mostrando-se bem mais efetivo aqui do que a norte.

Davi Barreto lesionou-se gravemente no ano anterior, tendo regressado à equipa para uma boa 2ª volta, com seis golos num ataque que até foi bem prolífico, perto dos dois golos por partida, mas que pecou pela permeabilidade defensiva.

Rayan Santos tinha feito 14 golos no Tocha, do distrital coimbrão, somando 10 nesta época de Gouveia. Não faltarão interessados ao ponta de lança brasileiro de 23 anos. 

Nota ainda para o júnior Jorge Monteiro que se dividiu pela 2ª Divisão Nacional de sub19 e pela equipa principal do Gouveia, onde mostrou competência e ambição.

União Tomar

O histórico União Tomar regressou aos nacionais, com quase 40 % do plantel a passar pela formação do clube, mas não conseguiu evitar nova descida ao distrital santareno, longe vão os tempos da 1ª e 2ª Divisão para os trabalhadores do Nabão.


O aspeto mais positivo da temporada foi a oportunidade de vários jovens experienciarem o Campeonato de Portugal, o futebol nacional, algo que poderão não mais conhecer.


Os melhores da Série C - Os Melhores Guarda-Redes

O haitiano-canadiano do campeão, Josué Duverger, foi o guarda-redes mais eficiente, com um golo sofrido a cada 150 minutos. O suplente do vice-líder, Rui Santos, é o segundo mais eficiente com um golo a cada 126 minutos nos sete desafios que disputou, enquanto o 'B' Joel Dias fica com a luva bronzeada somando um golo a cada 120 minutos.



Os melhores da Série C - Melhores Marcadores

Rodrigo Freitas foi um tandem ofensivo pelo Alverca B e apenas a grande forma de João Costa lhe retirará espaço desde já na formação que disputa o acesso da Liga 3 para a Liga 2. Ainda assim, pode-se questionar se a contratação de Hachadi fez sentido, entendendo-se a saída de Rodrigues pela falta de espaço na mesma formação.

Campeão nacional de iniciados pelo Benfica ao lado de nomes como Rebocho, Nélson Monte, Filipe Nascimento, Rapha Guzzo ou Rony Lopes, Miguel Lopes tem feito carreira no Campeonato de Portugal onde, aos 28 anos, já soma nove temporadas por vários clubes. Contratado por Leixões e por Belenenses, acaba por não ter oportunidades no segundo escalão, mas faz uma época tremenda em Santarém com 12 golos e sete passes decisivos.

Formado no Red Bull brasileiro, Nhayson chegou em Esperança de Lagos em 2021, onde realiza duas temporadas e nesta chega a Santarém para ser transformado numa máquina ofensiva letal, tem 24 anos e deve dar o salto.

Se o Gouveia desceu Rayan Santos deverá subir de divisão, também a obter 10 tentos, tal como o compatriota Nhayson.


Os melhores da Série C - Eficiência Ofensiva

Melhor marcador, Rodrigo Freitas apresenta também o melhor índice de eficiência com um golo a cada 109 minutos, adiante de Pedro Costa, que chegou a Peniche com a difícil tarefa de substituir Miguel Velosa e na estreia em nacionais, tal como o jovem Freitas, conseguiu um golo a cada 114 minutos em campo. No Lusitânia Paulo Bessa não foi primeira escolha, mas mostrou-se no tempo de jogo que teve com um golo a cada 141 minutos.



Os melhores da Série C - Homens de Ferro

Um trio da Série C recebe o distintivo de Homem de Ferro, os guardiões Imerson Soares, do Rabo de Peixe, e Leonardo Ferreira, do Marinhense, a par do defesa Luís Ferreira na Serã.

A estes juntam-se somente David Romana, guardião do Benfica e Castelo Branco, Fred Castanheira, defesa do União 1919, Fábio Melo, defesa do Vitória Sernache, Mauro Santos, médio do Sertanense, e Miguel Lopes, dianteiro do União Santarém.


Os melhores da Série C - Revelações

As revelações foram abordadas no espaço de cada clube, mas novamente destaque para a retaguarda alverquense onde Joel Dias, Vivaldo e Diogo Cordes pedem espaço na equipa principal, a par de Rodrigo Freitas, Dentinho do União de Coimbra e David Lopes do Marinhense formam o flanco, enquanto Legatheaux do Lusitânia, Barradas do Sertanense e o 'vidreiro' Ângelo Barbosa compõem um meio-campo jovem muito dinâmico. Rayan Santos também merecia integrar este onze, mas o autor optou pelo talento luso de Balelo e de Pedro Costa para acompanharem Rodrigo Freitas, numa linha ofensiva que ofereceu muitos golos!



Série D

Mais a sul foram os despromovidos da Liga 3 a segurarem lugar na luta pela subida, o histórico Vitória Setúbal e o algarvio Moncarapachense.

Vitória FC

José Pedro estreia-se no Campeonato de Portugal com um bom trabalho no vitória sadino, mantendo o eixo feito no clube, apesar das várias baixas, com dois terços de novidades no plantel para um terço de formandos locais, num total de 27 jogadores usados para uma média de idades próxima dos 26 anos.

A equipa engrenou bem com nove triunfos e dois empates a abrir a competição, assegurando na 2ª volta duas sequências de vitórias, primeiro com quatro, depois com três, para certificar a liderança da Série D e consequente apuramento para a fase de subida.


Com vários anos já em Portugal, esperava-se que o transalpino Galli assumisse a baliza, como começou por suceder, porém o jovem Tiago Neto ganhou espaço, foi o mais usado entre os dois e ganha estatuto de revelação nas redes do Campeonato de Portugal.

O filho do antigo lateral esquerdo e atual comentador Sport Tv Pedro Henriques, Lourenço, é outros dos jovens que vai afirmando no Vitória FC, a par do extremo Diogo Sequeira e do médio Daniel Carvalho, um quarteto maravilha para o futuro do clube, seja desportivo ou financeiro, faça o vitória sadino um bom encaixe com a saída destas promessas.

Moncarapachense

Bizarro não conseguiu travar a descida do Moncarapachense, mas o projeto foi delineado a médio prazo e o antigo guarda-redes liderou o emblema a uma posição para disputar o acesso de novo à Liga 3.

O plantel é todo novo, mais de metade estrangeiros, com uma média de idades acima dos 24 anos para o plantel, mas um pouco mais jovem, cerca de meio ano para os mais utilizados, numa inversão do mais comum.


Mais de metade dos golos foram obtidos pela dupla Chima James e Eduardo Souza. O brasileiro já se vinha mostrando em Portugal, no Campeonato de Portugal e na Liga 3, enquanto o nigeriano continua cingido ao quarto escalão luso, mas já soma a quarta temporada, em clubes diferentes, por cá.

Bizarro foi à Santa Maria da Feira profunda, perto das margens do Douro e da fronteira sudeste de Vila Nova de Gaia, buscar dos talentos que integram o lote de revelações da Série D, o lateral esquerdo guineense Sana Mané e o central Vasco Coelho, que Bizarro já havia orientado no Oleiros, ambos oriundos do Canedo. São jovens a acompanhar de forma atenta.


Lusitano Évora


João Nívea assumiu o Lusitano eborense com ambições de subida, ficando bem perto em ambas as ocasiões, contudo sem lograr a promoção. Os 13 empates em 26 partidas traíram a ambição de subida.

Defensivamente o clube esteve monstruoso, o antigo guarda-redes de primeira Marcelo Valverde apenas encaixou nove tentos em 25 encontros, faltando maior poderio ofensivo para ajustar à retaguarda imperial.




Foram usados 28 atletas, experientes, com idade média acima dos 26 anos do plantel e nos 27 anos e meio para os onze mais utilizados, com mais de 40 % de estrangeiros e três quartos dos jogadores a serem novidades.

O hispano-luso Rafa González, lateral esquerdo, trocou o despromovido Rabo de Peixe pelo Alentejo para ajudar com três golos, a disputar o lugar a Jair Brito, outro jovem talento na esquerda.

O derby eborense no Campeonato de Portugal finda para 24/25 perante a descida do Juventude Évora, ficando por compreender como continuará o projeto do Lusitano.

Louletano

Ivo Soares começou a época, mas foi substituído por João Pedro Brás, com o Louletano a realizar uma boa ponta final com cinco empates e três triunfos para subir na tabela até ao 4º lugar final.

O clube recorreu a 36 nomes! Um terço dos futebolistas são estrangeiros e quase dois terços novidades numa idade média abaixo dos 24 anos.




Vários nomes chamaram a atenção no clube de Loulé. Na baliza começou Tiago Martins, que rumou à Liga 3, para alinhar pelo Anadia, com o brasileiro Marcão a chegar vindo do Coritiba para dar solidez à baliza. O sul-africano Mabuza tem a primeira época com titularidade, depois de passagens a norte como alternativa mas sem segurar a posição.

Ricardo Leal alinhou por sub23 academistas e maritimistas, a ter um bom desempenho em Loulé, um médio de potencial.

O filho do antigo internacional Jorge Couto, Tomás, teve finalmente espaço para se mostrar depois da passagem pela Liga Revelação com Boavista e Leixões, assim como Tomás Palma, que chegou do Quarteirense e mostrou-se com qualidade no emblema 'alvi-rubro'.

Vinícius Rangel chegou do Internacional Porto Alegre e é um jovem que deve saltar rapidamente para outros espaços competitivos.

Sintrense

Em Sintra começou no banco Afonso Cabral, chegando durante a época o veterano Filipe Moreira para assumir o leme técnico do clube.

Usaram 30 jogadores, três quartos novos recrutas, numa média de idades do plantel abaixo dos 24 anos e dos onze mais usados bem acima dos 25.




Os veteranos Miguel Rosa e Abel Camará enquadram um grupo mais jovem onde chamaram a atenção Fábio Baldé, que andou a jogar na Liga Revelação por Sporting Braga e Famalicão, tendo chegado mesmo à 'B' arsenalista e a confirmar qualidades em Sintra, o ponta de lança maliano Diarra havia sido goleador em Setúbal pelo Comércio e Indústria, subindo um nível e apontando a patamares ainda superiores, Martim Coxixo foi cedido pela B SAD, também oferece bastante potencial, assim como o médio ofensivo David Rebelo confirmar todo o seu talento já exibido em Loures e em São João da Madeira.

No clube Tomás Rainho e Bruno Rodrigues dão crédito à formação, que deveria trazer mais nomes ao plantel principal.

O Elvas

O histórico O Elvas parecia caminhar para um regresso ao distrital portalegrense, mas a chegada de Pedro Hipólito viu o clube encarrilar sete empates e cinco vitórias para trepar na tabela, somando depois mais cinco triunfos e dois empates, com duas derrotas pelo meio, ambas por 2-1 fora, e fechando em 6º empatado com Barreirense, tranquilos.

Pedro Hipólito formou-se no Benfica, foi internacional jovem, campeão europeu de sub16, e grande promessa, que acabou por não confirmar num trajeto sénior que passou por Torreense e Académica, acabando cedo, antes dos 30 anos, para assumir a vertente técnica. Em 2017 ruma à gélida Islândia, onde exibe competência e qualidade, substitui Nuno Pedro no Anadia com qualidade em 2020, mas volta a emigrar, passando por Dinamarca e pela Malásia, até regressar novamente a Portugal para um belo desempenho nos elvenses.

Dir-se-ia que Hipólito tem dedos para tocar música em divisões superiores, faltou-lhe ainda uma porta que se abra para tal. Manter-se-á no Elvas, ficando a curiosidade para verificar se trará alguns nomes do estrangeiro, que tenha orientado, para objetivar uma subida dos alentejanos. 



O clube utilizou 31 elementos, a média de idades situou-se abaixo dos 25 anos, mais de 70 % foram novos reforços e os estrangeiros superaram os 40 % do plantel.

Um dos nomes a reter é o central Rúben Cardoso, que dividiu a formação entre Benfica e FC Porto, esteve na Liga Revelação pelo V. Guimarães e passou pelos escalões secundários transalpinos antes da chegada a Elvas. Clésio subiu com o clube e é um jovem de valor para Hipólito trabalhar.Renato Matos cortou os laços com o Benfica e está em Elvas para brilhar. Nketia tem golo e o argentino Almara pode fazer um flanco direito destruidor com Renato Matos na próxima temporada.

Barreirense

O jovem Gonçalo Cruz estreia-se no Campeonato de Portugal com um bom desempenho à frente do histórico Barreirense, a posicionar o clube tranquilamente na primeira metade da tabela.

Perto de 20 % do plantel é formado no clube, três dos quais a fazerem parte dos mais utilizados, num clube que usou 32 nomes, com uma média de idades acima dos 25 anos e menos de 10 % de estrangeiros. Falta recuperar a mística do Barreiro e ter ainda mais nomes feitos no emblema da margem sul.




O clube reforçou-se bem em Setúbal, trazendo para o Barreiro nomes como Leonardo Chão, Rodrigo Antunes, Tiago Picado ou Marcos Raposo, sendo de estranhar, perante a qualidade e a forma como sentem o emblema, que o Vitória não os tenha mantido.

Já com 25 anos, filho de uma figura proeminente do hóquei em patins luso, Francisco Sénica apenas agora surge nos nacionais, recrutado pelo Barreirense no distrital alfacinha e com uma boa resposta à exigência do Campeonato de Portugal. Foi uma das revelações da competição.

Fabril Barreiro

Separados por cinco pontos, mas seguidos na tabela, os emblemas do Barreiro, Barreirense e a antiga CUF, hoje Fabril, relembram tempos antigos, em especial numa série que também integrou o Vitória Setúbal e repetiu o derby eborense.

No Fabril regressou ao campeonato o veteraníssimo Toni Pereira, que substituiu Jorge Prazeres no banco e garantiu a manutenção com uma sequência final de quatro empates e uma vitória.


A idade média do plantel esteve nos 25 anos e meio, com os onze mais usados próximo dos 27, num grupo que chamou 26 atletas, com 13 reforços e cerca de um terço de estrangeiros.

Formado entre Barreirense e Casa Pia, Jaca subiu a sénior na equipa 'B' do Vitória, onde o Fabril o resgatou para se mostrar como um dos estreantes mais promissores da prova.

Rodrigo Mira subiu dos juniores e é um jogador que deve merecer aposta mais consistente para a defesa do clube em 24/25. 

O internacional jovem João Fonseca, campeão da Liga Revelação pelo Estoril-Praia, ainda que com pouco tempo de jogo, mudou-se para o Barreiro em busca da afirmação, mostrando créditos. Mamade Fernandes é outro nome interessante a acompanhar, já se havia mostrado no Lusitano Évora em 22/23.

FC Serpa

A estreia de Nuno Pinto nos bancos do Campeonato de Portugal não foi muito conseguida, porém José Mauro Santos sucedeu-lhe no Serpa para garantir a manutenção do clube com um duas vitórias e dois empates nos cinco jogos finais, bela recuperação na 2ª volta.

Foram usados 30 clubes, média de idades nos 23 anos e meio, quatro quintos de novos recrutas e perto de metade do plantel com estrangeiros.




Como se pode verificar, o Serpa trouxe várias novidades no mercado invernal, o poder luso-africano a chegar para garantir a manutenção.

Formado no União de Bissau, Botché Candé chegou a Portugal para Alcanena, onde faz uma campeonato distrital escalabitano de nível, com muitos golos, para um médio ainda por cima, sendo recrutado para Serpa. Aos 20 anos ainda tem muito para crescer, mas o seu potencial é imenso!

O dianteiro brasileiro Lucas Santana, o médio ofensivo Rafael Baião, o avançado Vitinho são outros jovens de potencial que o Serpa apresentou. Gonçalo Batista mostrou-se no clube e mudou-se para a Marinha Grande, onde continuou a exibir qualidade. Com formação entre Sporting CP, Benfica, Deportivo e Vitória Setúbal, Batista pode alcançar outros patamares, mas necessita de soltar mais a bola, ter mais tempo de passe e noção de coletivo.

Juventude Évora

Duas vitórias a fechar a competição não bastaram para o Juventude segurar o lugar, num clube que ambicionava bem mais.

Russiano utilizou 25 jogadores, com a média de plantel pouco acima dos 24 anos e dos onze mais a queimar os 25 anos, dois terços de novidades no plantel e um quinto de estrangeiros.




Henrique Pires chegou no mercado invernal depois de iniciar a época nos sub23 do Estoril, será um dos que não deverá descer com o clube. 

Tomás Lima e Edu Vieira são outros dois jovens que deverão permanecer no Campeonato de Portugal. Henrique Silva vai somando clubes e golos no quarto escalão luso.

Vasco da Gama Vidigueira

Na Vidigueira optou-se por não mexer em demasia no trabalho da época anterior, mas o Vasco da Gama local acaba por soçobrar e findar despromovido novamente ao distrital.

Em 25 jogadores utilizados quase um terço foram estrangeiros e cerca de metade novidades com idade média ligeiramente abaixo dos 24 para o plantel e pouco acima dos mesmos anos para os onze mais usados.

Lubambi chegou do Marítimo de Benguela e realizou uma interessante estreia em Portugal, é um avançado com condições interessantes para vingar, se bem trabalhado.

Oriental

Não foi pela falta de experiência no banco, primeiro com Tuck, depois com Rui Maside, que o Oriental voltou a cair no distrital lisboeta, algo que não parecia provável olhando ao plantel composto, mas acabou por suceder.





Os 27 utilizados eram experimentados, com média de idades superior a 27 anos e mais perto dos 30 anos para os onze mais usados, num plantel que havia subido, mas com muita experiência de nacional.

Nomes como o quarentão Hugo Machado, que partilhou o relvado com o filho, David Crespo, Diogo Branco, David Bonito, Luís Elói, Léléco ou Fábio Arcanjo antecipavam uma época melhor.

Didi havia apontado 22 golos na subida, conseguindo 11 nesta época de Campeonato de Portugal. O Oriental desceu outra vez  mas Diogo Fernandes, Didi, deve permanecer ou até subir de divisão.

Real SC

Depois de quase uma década nos nacionais, onde atingiu mesmo o segundo escalão, num projeto sustentado, o Real Sport Clube acaba despromovido ao distrital de Lisboa, numa 2ª volta do clube horribilis, 11 derrotas e dois empates!

O emblema de Queluz-Massamá utilizou 40 futebolistas, três quartos reforços, sem que tal tenha resolvido as questões e evitado a descida.



Ainda assim, nomes como Ivo Cláudio, Rogério Fernandes, Mustapha Corr (a descer duplamente, pois começou no Real e seguiu para o Rabo de Peixe), Matar Manga, que pertence aos quadros do Moreirense, ou Ivanildo Siga, que rumou aos sub23 do Estrela Amadora, deverão ter espaço nos nacionais em 24/25.

Imortal

Também rapidamente despromovido, o albufeirense Imortal desce após três temporadas de Campeonato de Portugal.

Os 34 nomes usados de pouco valeram, num plantel equilibrado entre reforços, estrangeiros e formandos do clube, para uma média de idades bem díspare entre plantel e mais utilizados, 25 anos para 28 anos!



Assim, o Algarve não ganhará um novo protagonismo, tal como Évora e Beja, enquanto Lisboa deve perder um. Portalegre aumentará os clubes, caso o campeão aceite a subida. No distrital Liga Remax Casas do Interior o número ímpar de clubes faz com que se feche o campeonato com um sui generis contexto, o Arronches e Benfica lidera, mas já realizou os 14 encontros, sendo que Eléctrico de Ponte de Sor e Mosteirense se enfrentam, o Eléctrico, em caso de triunfo, passa para frente, o Mosteirense ganhando iguala os de Arronches, o empate permite ao Arronches e Benfica sagrar-se campeão.

Os melhores da Série D - Os Melhores Guarda-Redes

O brasileiro Marcelo Valverde defendeu as redes de Nacional, União da Madeira, Torreense, Belenenses, União de Santarém e, aos 34 anos, baixou mais um degrau para brilhar nas redes do Ginásio eborense, é o luva dourada do Campeonato de Portugal 23/24 com um golo encaixado a cada 250 minutos, um desempenho fenomenal! 

O também brasileiro Igor Bissoloti dividiu as redes do Moncarapachense com o tunisino Allagui e o compatriota Hans Santos, mas concedeu apenas um golo a cada 182 minutos, sendo o luva de prata absoluto da competição nesta época.

Não sendo a primeira escolha no Fabril, onde atingiu o limite mínimo de minutos de jogo, Filipe Neves acaba por ser o luva de bronze da Série D, com um golo a cada 146 minutos.



Os melhores da Série D - Melhores Marcadores

O Oriental desceu, mas Didi foi o melhor marcador da série com 11 tentos, adiante do colombiano Medina com 10 e do trio Tommy Batista, Chima e Marocas, de Louletano, Lusitano Évora e Imortal, com nove.


Os melhores da Série D - Os Mais Eficientes Ofensivamente

Eduardo Souza, brasileiro do Louletano, somou oito - e não 18 como consta por gralha na imagem - golos em 15 partidas, numa eficiência que nos dá um golo a cada 139 minutos, adiante do compatriota Heliardo, de regresso após lesão, que no Vitória sadino apontou um tento por cada 149 minutos, enquanto o camaronês Yombi, no despromovido Juventude Évora, concretizou uma vez a cada 152 minutos de jogo.



Os melhores da Série D - Homens de Ferro

Nenhum jogador totalizou o tempo de jogo do Campeonato de Portugal 23/24 na Série D, contudo 16 participaram em todas as partidas, um quarteto do Barreirense onde se incluem dois formandos do clube, Janita e João Bandeira, e dois formandos do Vitória sadino, Tiago Picado e Leonardo Chão, o par de avançados do Juventude de Évora Henrique Silva e Edu Vieira, outra dupla no Oriental composta por Fábio Cruz e o angolano Wilson Silva, Baixinho do Vasco da Gama, o nigeriano Juah do Lusitano Évora, o luso-macaense Kong do Fabril, Chima e Eduardo Souza do Moncarapachense e um trio do Vitória FC, Montez, Joel Monteiro e Daniel Carvalho.


Os melhores da Série D - As revelações

Tal como nas outras séries, é sempre subjetivo escolher as revelações, os melhores, que não por dados quantitativos, mas a nossa escolha na D recaiu em Tiago Neto na baliza, que 'roubou' a posição ao rodado Galli, o sintrense Fábio Baldé, o elvense Rúben Cardoso e o angolano Balsa, que se dividiu entre Sintrense e Serpa, nos flancos Tiago Picado e Vinícius Rangel, este em partilha com Sana Mané, no miolo Sénica, Jaca e Botché Candé para a referência ofensiva Moussa Diarra.



Mais uma vez se observa que existe imenso talento nos escalões secundários lusitanos, pedindo mais espaço acima, num país que, apesar de muito reputado pela formação e pelos seus futebolistas, continua a encimar as estatísticas globais nos estrangeiros presentes nas suas ligas profissionais.

Outra questão que se voltou a levantar com o fim da fase regular da competição é o término que deixa futebolistas sem competir desde abril até setembro, quando se aguardaria competição até ao início de junho ou final de maio, como noutras nações e que seria facilmente resolúvel com o ajuste das séries para 18 emblemas, sem que a FPF fosse assim tão prejudicada, observando os encaixes realizados anualmente e resultados financeiros apresentados e o forte investimento na Liga Revelação. 72 clubes manteriam uma competição saudável até final de maio, sendo que também a Liga 3 deveria ser recuperada para um modelo mais justo de fase única com duas séries de 16 clubes e oito despromoções, quatro por série, maior rotatividade de clubes e maior justiça e equidade.

Voltamos aqui a abordar duas outras competições que deveriam ser introduzidas. Os campeonatos inter-regionais de transição entre o Campeonato de Portugal e os distritais, com oito séries de 16 a 20 clubes cada, que agrupassem associações, com a manutenção de 20 despromoções do Campeonato de Portugal, permitiria os dois primeiros de cada série a subirem e os restantes quatro lugares a serem disputados em playoff pelos campeões insulares e os 3º, 4º, 5º e 6º das oito séries, em dupla eliminação com explicado abaixo, por exemplo, a jogar-se em junho.



Outra competição que há muito deveria existir, mas continua ignorada pela FPF, também pela - aparente - falta de interesse dos clubes e das associações distritais, é a Taça Federação, uma taça que integrasse os clubes participantes da Liga 3, do Campeonato de Portugal, da Liga Revelação e os campeões das taças distritais, podendo ainda trazer os 'B' do segundo escalão, que não podem disputar a Taça de Portugal.