Apesar de dominarem em termos de lotação, as cinco grandes ligas europeias são 'desafiadas' no que concerne às taxas de ocupação. A Alemanha confirma a liderança nas assistências médias com uns rotundos 95 por cento de taxa de ocupação. Poderíamos quase afirmar que não vão mais espectadores aos jogos da Bundesliga porque não há espaço!
A liga holandesa mantém-se em segundo lugar, apesar de ligeira quebra face às épocas anteriores, em um por cento, a Eredivisie ronda os 90 por cento. A Premier League fecha o pódio, com uma taxa de ocupação nos 85 pontos percentuais.
A Jupiler ligue belga posiciona-se no quarto lugar, seja com o resultado das 30 jornadas regulares, seja com as da segunda fase, ultrapassando os 70 por cento, seguida de perto pela Espanha, Polónia e França. A aproximação do europeu tem incrementado a ida ao futebol na Polónia, o que se reflecte na taxa de ocupação, num acréscimo de um quarto face ao ano transacto!
Negativamente, a Itália situa-se fora do top 10, perdendo espectadores a cada ano, com uma taxa de ocupação abaixo dos 50 por cento! Este facto está directamente ligado com a perda de poder económico dos clubes, a falta de resultados europeus - onde o Inter de Mourinho foi excepção -, com os sucessivos casos de corrupção e com uma onda de violência crescente nas imediações dos estádios transalpinos. A monotonia de muitos jogos da Série A também reforça a falta de vontade dos adeptos para se deslocarem ao estádio em apoio ao seu clube.
Portugal, por seu turno, nem alcança o top 20, fruto de estádios sobredimensionados para a realidade nacional e o total divórcio dos adeptos, cujo apoio resulta somente do sucesso clubístico. Somos um caso de estudo, pois permanecemos como a única nação com uma ligação afectiva dos adeptos não local, antes bidimensional, e onde a ida ao estádio não resulta apenas da ligação afectiva, mas muito dos resultados obtidos. Não se ama o clube, gosta-se do clube quando ganha!
Diga-se que, em Portugal, não existe uma cultura desportiva, ao contrário da maioria das nações acima representadas, onde a atenção dos adeptos se divide pelos diversos desportos, nós seguimos uma cultura futebolisticamente clubística, bidireccional em mais de 60 por cento da população, e condicionada pela vertente vitória!
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