Em 13 edições, realce para a Nigéria e Brasil, que partilham o maior número de vitórias, três, com os brasileiros a terem falhado apenas a fase final da prova em 1993! Note-se que, nesta competição, os europeus apenas ganharam por três vezes, URSS em 1987, França em 2001 e a Suíça em 2009, merecendo também um grande destaque a vitória da Arábia Saudita em 1989, no ano em que acolheram o Mundial de sub19, de tão boas lembranças para Portugal!
Como qualquer Mundial, trata-se de uma prova multicultural, onde selecções vindas de áreas geográficas totalmente distintas, com educações diferentes e uma visão do mundo também díspare se unem em algo, o prazer de jogar futebol, o elemento comum!
Seria estranho há 25 anos, quando estes mundiais jovens se iniciaram, imaginar um tamanho mosaico dentro de cada selecção! É claro que, observar o Brasil, por exemplo, é ver um conjunto de jogadores de antepassados distintos, europeus, africanos, americanos, asiáticos, juntos por esta nação e com um forte sentimento nacional, o que sucede há muitos anos, mas olhar para a Alemanha que vai estar presente neste mundial é um regalo à globalização, assistindo-se a cerca de 50 por cento do quadro com raízes não germânicas! Uma alusão bem explicada no site da federação alemã de futebol, pelo seleccionador nacional, o antigo médio Steffen Freund!
http://www.dfb.de/index.php?id=500014&tx_dfbnews_pi1[showUid]=28024&tx_dfbnews_pi4[cat]=223
Oito dos jovens são de origem turca, constando também o irmão mais novo de Sami Khedira, internacional alemão de origem tunisina que representa actualmente o Real Madrid, e onde surge um guarda-redes de ascendência grega ou um defesa com raízes polacas!
Observando a selecção francesa, por exemplo, também notamos um forte contingente de raíz exterior, nomeadamente africana, no seio dos convocados!
Observando a selecção francesa, por exemplo, também notamos um forte contingente de raíz exterior, nomeadamente africana, no seio dos convocados!
Das 24 selecções presentes, cinco contam com seleccionadores estrangeiros, com particular realce para as nações africanas, onde o Burkina Faso conta com um técnico português e Ruanda e Congo com treinadores franceses, numa situação normal para países cujo jogo ainda se tenta estruturar e crescer!
Digno de maior atenção é o número de selecções que contam com futebolistas convocados já a actuar no estrangeiro, mais de metade, 13 para ser correcto, onde se pode intuir que alguns se encontram fora da sua nação devido a emigrações parentais, mas a maior parte já tem contrato profissional ou de formação com emblemas estrangeiros porque os olheiros actuam cada vez mais cedo, não surpreendendo que muitos dos que actuarem no México alcançarão o sonho de assinar por clubes europeus de futebol!
A selecção que conta com mais emigrantes é a Costa do Marfim, onde nove dos convocados já jogam fora do país que representam, cinco em França, um em Itália, um em Inglaterra e dois na academia Aspire do Qatar.
A academia Aspire merece uma referência, pela excelência do trabalho que vem realizando no âmbito do desporto e por estar a proporcionar a imensos jovens desfavorecidos a possibilidade de alcançar o sonho de triunfarem no universo do desporto.
Critica-se hoje, no seio das élites do futebol, a escolha do Qatar para acolher o Mundial sénior de 2022, pela possível compra de votos (numa situação cinzenta que vem desde tempos imemoriais, diga-se, com boa parte dos mundiais organizados a terem sido escolhidos da mesma forma), mas aquilo que o Qatar tem feito no mundo do desporto, a parte dos vizinhos dos Emiratos Árabes Unidos, devia ser um exemplo para vários países ocidentais, cujo investimento no desporto é, no mínimo, medíocre!
Estar a anunciar potenciais estrelas é arriscado, pois vão surgir várias boas surpresas nesta prova e não é à toa que centenas de olheiros já têm presença agendada na prova, de qualquer forma há alguns nomes que podemos deixar.
Tonny Trindade de Vilhena, estrela da selecção holandesa, de origem cabo-verdiana, que actuará com a camisola 10, como seria de esperar, e Jordi Bitter, possante avançado do Ajax, vão com certeza massacrar algumas defesas.
Atenção também para o gigante dinamarquês de origem marfinesa, Kenneth Zohore, já habitual nos seniores do campeão dinamarquês, FC Copenhaga, numa selecção que funciona bem como equipa, com transições rápidas, mas em apoio, laterais ofensivos, meio-campo forte, vai ser interessante observá-los contra o Brasil e a Costa do Marfim na fase de grupos.
Um dos jogadores a que estarão mais atentos será Lucas Ocampos, argentino do River Plate, cujo nome já está referenciado em inúmeros gabinetes de prospecção de clubes europeus, mas o seu parceiro de clube e selecção, Lucas Pugh, poderá também saltar à vista, numa selecção frágil defensivamente!
O Brasil, como sempre, é candidato ao título, canarinhos que trazem o título continental, com Bruno Sabiá, o lateral Wallace, além de Adryan, Leo, Misael e Lucas Piazon, a ver!
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