O Mundial de sub20 está à porta, dia 29 de Julho arranca mais uma grande prova, espera-se, desta feita com Portugal presente após uma prolongada ausência de fases finais nas camadas jovens em futebol.
Mais uma vez se deixarão aqui os nomes dos intervenientes e destacar-se-ão algumas possíveis 'estrelas negras' da Copa, adulterando o termo 'dark horses'. Se nos sub17 é bastante difícil prever o futuro dos jogadores, podem confirmar a sua potencialidade ou não, nos sub20 o grau de certeza é bastante maior e praticamente todos os grandes nomes do futebol mundial confirmaram neste torneio o seu talento.
Os nomes que mais à frente colocaremos são menos conhecidos, para quem o torneio pode valer um contrato num nível superior de jogo, num campeonato melhor, num clube mais forte, tal como se fez antes para apresentar outros torneios que ocorreram neste Verão.
Antes de mais, convém fazer uma resenha histórica deste Campeonato do Mundo, que começou oficiosamente em 1977 na Tunísia, ainda em formato de sub19, com 16 selecções presentes e a vitória a ser alcançada pela União Soviética, com o México a soçobrar nas grandes penalidades. Esta final foi arbitrada por um tal de Michel Vautrot, apenas considerado um dos cinco melhores árbitros da história do jogo. Um torneio que contou com Genghini, por exemplo, na França, com Buyo e Gallego da Espanha, com Ruben Paz e Alvéz do Uruguai, com Giuseppe Baresi (irmão de Franco) e Giovanni Galli por Itália e com Bessonov (jogador do torneio), Baltacha e Bal, do fantástico Dínamo Kiev de Lobanovsky!
Um dos grandes pontos positivos deste torneio está relacionado com o facto de já ter sido jogado nos cinco continentes. Quando hoje se aborda os próximos mundiais seniores, a questão qatari ou russa, há que lembrar que o Mundial de sub20 foi precursor neste campo, levando o futebol a todo o lado. 1979 foi a vez do Japão acolher a prova, onde Portugal esteve presente e que serviu para consagrar 'apenas' el pibe, Diego Armando Maradona, num evento que, para nós, ficou marcado por um rapto, Quinito, alguém a quem se augurava um futuro à dimensão do génio argentino, o melhor jogador luso dessa geração que passou completamente ao lado de uma carreira que o seu talento prometia. Este acabou por não ir ao Mundial numa forma recambolesca, ainda hoje pouco explicada e que envolveu mesmo o rapto do atleta! Bom, o título foi para a Argentina, que bateu na final a URSS por 3-1, com Maradona a ser eleito o melhor jogador e Ramon Díaz o melhor marcador.
A Espanha, por exemplo, apresentou-se com Tendillo e Marcos Alonso, a Argélia tinha Menad (que actuou em Portugal no Famalicão e Belenenses), no Japão vimos Ozaki (actuou no futebol alemão) e Tanaka, pela Polónia surgiu Buncol (também referência posterior da selecção e na Bundesliga), a Jugoslávia apresentou-se com Ivkovic (sim, o que esteve no Sporting), Ivan Pudar (guarda-redes que pasosu por Boavista e Sporting Espinho), ou Bazdarevic (que fez carreira em França), Portugal levou o malogrado Zé Beto, o Diamantino Miranda, o Alberto Bastos Lopes, o Parente ou o Nascimento, entre tantos outros, Álvez e Ruben Paz repetiram presença no Uruguai, enquanto a URSS trouxe Chanov (eterno suplente de Dassaev) e Zavarov.
O Mundial de 1981 ocorreu na Austrália com vitória da República Federal Alemã, melhor jogador a ser Gabor da Roménia, e diversos jogadores com quatro golos. Portugal falhou o torneio por sorteio, depois do terceiro lugar empatado com os romenos no europeu da categoria. Destaques presenciais para os uruguaios Enzo Francescoli e Carlos Aguilera, para Roland Wohlfarth, Michael Zorc, Herbst da RFA, para Ronaldão, Mauro Galvão e Nelsinho do Brasil, para Neil Webb e Robson da Inglaterra, Wandzik, Kaczmarek e Urban na Polónia, Ferri e Bruno por Itália, Ioan Andone, Mircea Rednic e Balint nos romenos, Clausen, Burruchaga e Goicoechea pela Argentina, Onana, Mfede e Ebongue (Rio Ave) nos Camarões.
Em 1983 o anfitrião foi novamente o México, a preparar o Mundial de 1986, e o triunfo coube ao Brasil, numa final sul-americana, perante a Argentina 1-0, com 110 mil pessoas nas bancadas do Azteca. Geovani foi o melhor jogador, autor do golo da vitória e um dos melhores marcadores da prova. Aqui participaram, entre outros, Frank Farina com as cores da Austrália, os anfitriões tinham nas fileiras Marcelino Bernal e Miguel España, a Escócia levou Brian McClair, Paul McStay, Steve Clarke, Dave McPherson, Jim McInnally e Pat Nevin, os Estados Unidos apresentaram-se com Tab Ramos, Paul Caligiuri e Hugo Pérez; Carlos Aguilera repetiu presença nos uruguaios, agora acompanhado por Ruben Sosa e Perdomo, na Argentina estavam Dezotti e Basualdo, a Áustria tinha uma dupla ofensiva composta por Toni Polster e Andreas Ogris; Ivan Hasek e Lubos Kubik representaram a Checoslováquia, enquanto o Brasil tinha Hugo (guarda-redes Estrela Amadora), Aloísio (FC Porto), Dunga, Bebeto, Jorginho e Heitor (aquele que marcava os livres fulminantes no Marítimo). A Holanda tinha Vanenburg, Van't Schip e Marco Van Basten, e a URSS levou Cherchesov, Demidov, Lytovchenko e Oleg Protasov.
Como se vê, para quem conhece bem o futebol, não faltaram estrelas em cada um destes eventos. A primeira vez que a Europa acolheu este Mundial foi em 1985, na União Soviética, com o Brasil a bater a Espanha na final por 1-0 no prolongamento e a tornar-se no primeiro a defender o título ganho na categoria. As estrelas continuaram a brilhar e a surgir, a Bulgária, por exemplo, apresentou-se com Balakov, Kostadinov, Yankov, Penev, Dotchev e Mihtarski (FC Porto e Famalicão), a Colômbia veio com o mais exótico guardião da história, René Higuita, acompanhado por Wilmer Cabrera, a Hungria tinha Vincze e Petry, a Tunísia trouxe o seu grande guarda-redes el Ouaer, o Brasil tinha Taffarel, Silas e Muller, a Espanha veio com Marcelino García, Lopetegui, Patxi Ferreira, Nayim, José Aurélio Gay, Goikoetxea e Losada, o Canadá tinha como figura Alex Bunbury (Marítimo), a Nigéria Samson Siasia (Tirsense), a Inglaterra tinha o Michael Thomas (Benfica) e o México trouxe de la Torre, Ignacio Ambriz, Garcia Aspe e Patiño.
O Chile acolheu a prova em 1987, em Outubro, naquele que consagraria a geração dourada jugoslava, final ganha nos penalties perante a RFA, com Prosinecki a ser eleito o melhor jogador e Witeczek a sagrar-se melhor marcador. A equipa da casa tinha nas fileiras Musrri, Javier Vargas e Fabian Estay, o Togo apresentou-se com a estrela Bachirou Salou (carreira na Bundesliga), a Jugoslávia de Mirko Jozic (sim, o que também treinou brevemente o Sporting CP) tinha Branko Brnovic, Robert Jarni, Dragoje Lekovic, Stimac, Zvonimir Boban, Pedja Mijatovic, Davor Suker, Gordan Petric, além de Prosinecki, uma selecção simplesmente fabulosa. O Brasil levou César Sampaio, André Cruz (Sporting CP), Bismarck e Dacroce (Beira-Mar e P. Ferreira), pelo Canadá Pat Onstad e Craig Forrest, anos a fio a lutarem pela titularidade da baliza na selecção principal, na Itália Alessandro Melli. Cabrera, Oscar Córdoba e Trellez voltaram a marcar presença pela Colômbia, enquanto na RDA enchia o campo Matthias Sammer, bem acompanhado por Dariusz Wosz. Na Escócia Jim Weir, Billy McKinlay e Alan Main foram os que mais se destacaram posteriormente, a Bulgária voltou a ter Emil Kostadinov, desta feita com Kiriakov, a RFA tinha Andreas Moller e os EUA com Tony Meola, Jeff Agoos, Marcelo Balboa, Kasey Keller!
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