sexta-feira, 15 de julho de 2011

Análise das Ligas Europeias de Futebol - Época 2010/11 - Parte 2

Entre muitos outros objectivos ou parâmetros de equiparação, pretende-se neste Observatório analisar e comparar dados estatísticos das ligas europeias de futebol. O projecto quer-se multidisciplinar mas, enquanto não avança efectivamente para esse patamar, vão-se deixando elementos de análise que poderão servir como ferramentas futuras para compreender a especificidade e particularidade de cada campeonato.

Naturalmente, os dados que aqui vêm constando escapam ao radar de analistas, especialistas, conhecedores e doutos da temática abordada, senão nem valeria a pena sequer pensar na ideia e tentar colocá-la em prática, apesar dos imensos obstáculos e dificuldades!

Destas primeiras análises constam 46 das 54 federações que compõem o universo UEFA, o que comprova o grande trabalho que se tem na aquisição, compilação e trato de todos os dados referentes a cada uma delas.

 
Uma das situações que é usual se referir quando se analisa qualquer evento desportivo é a vantagem de actuar em casa. Normalmente, a primeira e grande associação que se faz relaciona-se com o apoio do público mas quem já jogou futebol sabe que é muito mais do que isso. O treino diário leva a que se ganhem conhecimentos específicos sobre o campo, identificação de zonas mais ou menos planas, definição de locais para centrar (no caso de alas e laterais) em função de marcos, digamos assim, no estádio, percepção sobre o melhor ou pior estado da relva (quando há direito a ela) nas várias zonas do terreno, especialmente para trabalhar remates de longe, ou seja, existem muitos factores que ajudam a criar vantagem caseira!
 
Este primeiro gráfico alinha os campeonatos europeus em função da percentagem de golos para as equipas que jogaram em casa, vencendo neste patamar a Bósnia, com quase 66 por cento dos golos obtidos na liga local pertença dos clubes visitados. Destaque no outro extremo para Malta, abaixo dos 50 por cento, facto a que não será alheia a utilização comum de um estádio, o Ta'Qali, para a realização de quase todos os jogos da liga. No restante, nota-se um grande equilíbrio na maioria das ligas, não se percebendo a diferença entre jogar em casa ou não, nivelação que pode estar ligada à criação de academias e centro de treino, o que afasta cada vez mais as equipas do treino diário no seu próprio estádio, atenuando as mais-valias que antigamente se obtiam, como antes se referiu, com o treino em campo próprio.
 
 
Já no que toca a vitórias caseiras, há uma diferença bastante maior entre as ligas, entre três quartos das vitórias a caírem para as equipas visitadas constantes dos campeonatos albanês e bósnio, com Macedónia e Geórgia também acima dos 70 por cento, em contraponto com Malta e Luxemburgo, abaixo da metade de vitórias em casa, enquanto Letónia e Finlândia apresentaram empate total entre triunfos em casa e fora. O contra desta situação é que, até fazer uma retrospectiva evolutiva, não é possível aprofundar o tema.
 
 
O último gráfico desta análise remete para a vontade em vencer, destacando-se os campeonatos do Báltico, nomeadamente Estónia e Letónia, com mais de 80 por cento dos jogos a resultarem em vitórias, bem acompanhados por Luxemburgo, Bósnia, Albânia, Irlanda do Norte, Moldova, Alemanha e Espanha, todos acima dos quatro quintos de jogos que terminaram com triunfo para um dos lados em confronto.
 
Pela negativa, chamada para a França, com 35 por cento de jogos a terminarem em empate, e Dinamarca, Roménia, Inglaterra, Rússia, entre outras, cujos campeonatos viram cerca de 30 por cento das partidas a findarem como começaram, ou seja, empatadas!

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