segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Análise dos estrangeiros nas Ligas Europeias de Futebol 2010/11

Depois de ontem termos abordado as percentagens de estrangeiros nas Ligas Europeias de Futebol observadas pela nossa parte, fica aqui uma continuação dessa análise.

O gráfico que apresentamos nesta entrada remete para a diversificação das origens dos estrangeiros nas Ligas Europeias abordadas. Quanto maior o valor do coeficiente, maior é o número de países presente na liga em questão e vice-versa.

Os valores apresentados pela Geórgia são enganatórios dado o diminuto número de estrangeiros que participaram, no restante os números apresentam-se equilibrados com Islândia, Finlândia, Lituânia e Israel, entre outros, a denotarem uma forte diversificação de origens nos jogadores estrangeiros que actuaram nas suas ligas durante a temporada 2010, 2010/11.

No pólo oposto apresentam-se Gales e Irlanda do Norte, com quase todos os não galeses/norte-irlandeses a serem ingleses, a Bósnia-Herzegovina tem o grosso dos seus jogadores estrangeiros, 50 por cento, oriundos da Sérvia, e Portugal, onde quase 60 por cento dos estrangeiros utilizados na época 2010/11 vieram do Brasil.

Qual é a diferença entre este gráfico e o número de estrangeiros ou de nacionalidades, que futuramente traremos? Aqui temos mais precisão na análise, dado que se obtém um valor resultante da divisão do número de estrangeiros pelas nações representadas.





domingo, 4 de setembro de 2011

Os estrangeiros nas Ligas Europeias de Futebol 2010/11

A lei Bosman revolucionou o futebol como o conhecíamos, há um antes e um depois. Todos se lembram do trio holandês do Milan de Sacchi ou do trio alemão do Inter, das delícias de Stoichkov, Laudrup e Romário no Barcelona, eram os estrangeiros, aqueles dois ou três que faziam a diferença, as estrelas. Inúmeros são os nomes que integraram elencos de sucesso, como Maradona e Careca no Nápoles, Futre no Atlético Madrid, Platini e Boniek na Juventus, são somente alguns exemplos entre tantos outros que o tempo não faz esquecer.

Hoje, é mais complicado encontrar esses estrangeiros, estrelas existem, cada vez mais, em função do avanço tecnológico e mediático que torna tudo muito mais imediato, mas com o assomar dos jogadores de diversas proveniências aos clubes, acabou por se esbater essa noção. Apesar de tudo, quando chegam continuam a vender camisolas, a ser idolatrados pelos fãs ansiosos por vitórias do seu clube de coração.

A lei Bosman foi um paradigma do futebol, uma mudança idêntica e tão forte como qualquer mudança ou evolução táctica no jogo, qualquer alteração das regras que o desporto assistiu, daí tão enorme debate que a entorna. Pode-se criticar, pode-se defender, mas o que não se pode negar é que esta lei é o que o futebol tem de mais moderno, mais acompanhante daquilo que é a sociedade actual. Vivemos numa sociedade onde o imediatismo existe, onde a liberalização económica é uma realidade e onde todos os mercados estão próximos, assim torna-se natural que tal evolução tenha acontecido.

O outro lado remete-nos para a identificação com um clube, ou de uma agremiação com a região onde está inserida. Isto leva-nos para uma equipa, para uma região, o Athletic Bilbao, o País Basco. A identidade nacional aqui é de importância tal que um clube que compete ao mais alto nível, numa das ligas que disputa o título de melhor do mundo, utiliza apenas atletas oriundos da região basca. O que é que isto nos diz? A UEFA e a FIFA tentaram refutar a determinação da União Europeia, que faz todo o sentido, ou seja, dentro do espaço UE qualquer cidadão da União é livre para circular. Não podemos, nem devemos, obrigar a um sistema especial que contradiga a liberdade de um cidadão, compete a cada clube, neste caso, salvaguardar a sua própria identidade.

Neste sentido, boa parte dos clubes mede o deve e o haver, a relação entre ganhar a qualquer custo e manter uma identidade própria, uma relação com os adeptos, notando-se que muitos adeptos criticam o exagero de estrangeiros ao passo que outros aludem à vontade em ganhar acima dessa situação. Claro que, actualmente, em diversos campeonatos, se trazem jogadores oriundos de países estrangeiros devido a ligações 'cinzentas' com o universo empresarial com o intuito de lucros fáceis...

A verdade é que, após a lei Bosman, a profusão de jogadores das mais variadas origens nas equipas de futebol tem sido uma realidade, dando um colorido ao jogo, uma certa excentricidade até, talvez com algum exagero nos números mas... quem pode criticar? A avaliação deve ser sempre realizada em função do comportamento dos atletas, da sua prestação dentro e fora do campo, e das mais-valias desportivas, financeiras... e sociais que trouxeram à instituição que representaram.

Feita a introdução, deixa-se abaixo o gráfico indicando a percentagem de estrangeiros utilizados na época passada nas Ligas Europeias de Futebol analisadas pelo Observatório. Os critérios de identificação de cada futebolista baseiam-se no país representado, no local de nascimento ou na nação adoptada, traduzindo, o primeiro critério é a nação pela qual o jogador é internacional, uma vez que falamos de futebol, o segundo é a nacionalidade adoptada - no caso norueguês, por exemplo, onde quem tem passaporte nacional não pode requisitar segunda nacionalidade, sob perda da nacionalidade norueguesa - o terceiro é o local de nascimento, ou seja, a naturalidade do atleta em questão.

A liga campeã na quantidade de estrangeiros é a do Chipre onde 2 em cada 3 futebolistas utilizados na época transacta eram estrangeiros. Oito das 46 ligas analisadas utilizou mais de 50 por cento dos jogadores com nacionalidade estrangeira, completando o pódio a Inglaterra com quase 63 por cento de estrangeiros e Portugal com perto de 58 por cento de jogadores representantes de outras nações a actuarem na liga principal portuguesa.

Neste pódio temos a liga que se auto-proclama a melhor do mundo, temos a liga portuguesa e uma liga cheia de portugueses... Como em tantos outros aspectos, também os gregos se assemelham connosco neste departamento, estando praticamente empatados com a liga portuguesa na percentagem de estrangeiros a jogar por lá. Segue-se o Luxemburgo, com dados um tanto ou quanto difusos dada a elevada percentagem de comunidades estrangeiras a residirem no grão-ducado, a Bélgica, a Suíça e a Alemanha, tudo países com elevadas comunidades imigrantes, o que também contribui para esse alto número de não-nacionais, digamos assim.

No pólo oposto encontram-se a Geórgia, destacada com menos de três por cento de estrangeiros, a Macedónia e a Irlanda do Norte com pouco mais de um estrangeiro por 10 jogadores utilizados, ambos abaixo dos 12 por cento.

As conclusões que se podem retirar deste gráfico dizem-nos desde logo que as ligas com menor número de estrangeiros são pouco competitivas. Quer se queira, quer não, os jogadores vindos de outras paragens trazem acréscimo às ligas, por terem crescido noutra cultura futebolística, por terem vivido outras experiências, a nível de treino, a nível social, aportam ou podem aportar mais-valias.

Também se consegue concluir que, por muitos estrangeiros que se tragam, não é apenas isso que vai melhorar a liga, apesar da liga cipriota estar a subir nos rankings UEFA. Acima de tudo, boa parte das ligas medita sobre a situação, têm-se realizado estudos, mas tal sucede de forma conjuntural, sem a continuidade necessária, até porque as principais ligas europeias se sentem relativamente satisfeitas com a situação. Será necessária uma maior intervenção da EPFL no sentido de menorizar as assimetrias existentes nas ligas europeias e contribuir de forma visível e determinada para o crescimento e desenvolvimento do jogo em todo o continente.





Sugestão de leitura - Behind the curtain

Quando vemos como que um ligeiro regresso do poderio europeu oriental ao futebol, especialmente através dos poderosos oligarcas que assumiram o poder e o controlo nas repúblicas que permaneceram naquilo que hoje é a federação russa, que dominam o comércio de armas, de minerais e afins, que controlam o Estado russo, faz sentido trazer à liça um livro que viaja à Europa de leste, observando os vários países que compõem o bloco, olhando para o antes e o agora, contrapondo-os na Ucrânia, na Polónia, na Hungria, na antiga Jugoslávia, na Bulgária, na Roménia, no Cáucaso e na Rússia, análise resultante de viagens realizadas por Jonathan Wilson, com muitos dos textos constantes a terem sido publicados nas revistas 'fourfourtwo' e 'champions'.

Vivendo neste cantinho tranquilo da Europa, onde nem a Segunda Grande Guerra sentimos verdadeiramente, é-nos díficil compreender diversas situações, como se vivia no leste europeu, o que aconteceu aquando da queda do Muro de Berlim, por exemplo. Além de estarmos a falar de culturas totalmente distintas da nossa, já a alargando a uma forma latina, também falamos de fome, de tortura, de sobrevivência, como sucedia por exemplo em Sarajevo onde, para irem treinar, os futebolistas tinham que fugir dos franco-atiradores espalhados pela cidade, escondidos por entre telhados, muros, escombros, prontos a abater qualquer um que se movesse na sua linha de alvo.

Este livro aborda o ontem e hoje, o antes e o depois do futebol na Europa de leste, através das suas viagens, Jonathan Wilson aborda a abertura e liberalização do mercado a leste e o caos que domina toda a região actualmente, de um ponto de vista futebolístico.

Para quem quer perceber um pouco melhor aquilo que se passa para lá da 'cortina de ferro', é um livro para ler, sem dúvida.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Liga dos Campeões Feminina

Terminou hoje, 16 de Agosto, a fase de grupos preliminar para acesso às eliminatórias da Liga dos Campeões Feminina, prova onde participou, mais uma vez, de forma bastante condigna, com o amargo de novamente se ter quedado pela fase de grupos.

Já apurados para a fase a eliminar estão Arsenal e Bristol Academy, de Inglaterra, as dinamarquesas do Brondby e do Fortuna Hjorring, as casaques do CSHVSM Kairat, o FFC Frankfurt e o Turbine Potsdam, da Alemanha, o Gotemburgo e o Malmo da Suécia, da Áustria apurou-se o Neulengbach, o Olympique Lyon e o Paris-SG de França, as famosas meninas do Rossiyanka e o Voronezh da Rússia, o Sparta Praga em representação da República Checa, o Stabaek da Noruega, o Standard Liège da Bélgica, as italianas do Torres e do Tavagnacco, as islandesas do Thor Akureyri e do Valur Reykjavik e as holandesas do Twente, a que se juntam as oito vencedoras de cada grupo e as duas melhores segundas, numa determinação obtida a partir dos resultados entre os três primeiros de cada chave.

Custou bastante a não passagem do 1º Dezembro, primeiro porque se percebeu com os jogos que esteve perfeitamente ao alcance da equipa sintrense, depois porque, porventura, não terá uma oportunidade tão clara de chegar à fase a eliminar, onde a própria equipa e jogadoras mediriam forças com equipas de campeonatos semi-profissionais, podendo granjear uma maior visibilidade para o trabalho realizado no clube e para as próprias atletas. Nuno Cristóvão terá uma tarefa difícil com o êxodo massivo de meninas, na busca do justo sonho de tentar ser profissional de futebol, para reconstruir uma equipa competitiva e manter a senda vencedora no panorama nacional.

Sem dúvida que o golo sofrido nos descontos da primeira partida, frente ao ASA Telavive, foi decisivo para esta eliminação, é um dos grandes amargos de boca que ficam, a par do desperdício de oportunidades nos dois primeiros desafios, uma sina a que o futebol português já está há muito habituado. A alegria do golo de Solange Carvalhas, já nos últimos dez minutos desse desafio com as israelitas, foi mitigada pelo tento sofrido quando parecia que a vitória era um dado adquirido, este empate revelou-se fatal nas contas finais. Observando o que sucedeu no grupo, ninguém esperaria que o ASA terminasse em primeiro, uma equipa dotada de uma óptima guarda-redes, de uma defesa sólida, sem medo de recorrer à falta, mas sem grande criatividade, muito dependente de Lavi na frente. Contudo, a defesa é que garantiu o apuramento. Um golo contra o 1º Dezembro no único remate à baliza valeu um ponto, enquanto que no jogo com o MTK fizeram quase 20 faltas, marcaram também um golo e valeram-se, tal como no jogo de abertura, da extraordinária exibição de Merav Shamir, uma guardiã que deu nas vistas.

Ficaram pelo caminho o 1º Dezembro e o MTK Budapeste, passando o ASA Telavive, naquele que foi o grupo mais equilibrado dos oito que estiveram em contenda.  A quarta equipa veio fazer número praticamente, as letãs do Metalurgs Liepaja, ainda assim, conseguiram obter um golo contra 20 sofridos, o que não foi o pior pecúlio da jornada, diga-se. Não sabemos se alguma futebolista ficou por cá, dando-se conta em aparte que a Letónia é um dos países no mundo com maior diferencial entre população feminina e masculina, favorável às senhoras!

O Grupo 1 viu apurar-se o Young Boys da Suíça, obtendo duas vitórias e um empate na estreia, com os encontros a serem realizados na Macedónia, participando o clube anfitrião, ZFK Nase Taksi-SNT 2010, as gregas do PAOK e as moldavas do Goliador Chisinau, que terminaram com 0-16 em golos e três derrotas.

O Grupo 3 foi jogado na Eslovénia, vencendo o grupo as espanholas do Rayo Vallecano com três vitória em três jogos e garantindo também o apuramento das segundas posicionadas, as irlandesas do Peaumont que, com um triunfo e uma derrota, ante primeiro e terceiro, e um goal-average de 6-2 nestes jogos, garante a melhor segunda posição de entre os potenciais 'lucky losers'. Também presentes nesta chave estiveram o Parnu JK, da Estónia, e o ZNK Krka da Eslovénia.

Sarajevo acolheu o Grupo 4 de qualificação, com a vitória a sorrir às romenas do Olimpia Cluj, com três vitórias, ficando a equipa da casa, WFC FSK 2000 Sarajevo, em segundo, num grupo que contou ainda com Beledyespor da Turquia e Universidade Gintras da Lituânia. 

O Grupo 5 foi jogado na Sérvia com o Glasgow City LFC, da Escócia, a conseguir finalmente ultrapassar a fase de grupos, algo que lhe tinha sido negado nas últimas duas épocas por equipas germânicas. Desta feita, venceram os três desafios, com 17-0 em golos, a equipa da casa, ZFC Spartak, ficou em segundo, a representante das ilhas Faroe, KI Klaksvik, foi terceira enquanto as maltesas do Mosta foram últimas com um aglomerado final de 0-20.

No grupo 6 qualificou-se o PK-35 Vantaaa, clube finlandês anfitrião, seguido das eslovacas do Slovan Bratislava que, apesar do 16-0 no último desafio, ficaram fora dos melhores segundos, as polacas do Unia Raciborcz e as albanesas do KS Ada, que finalizaram com um total de 0-34, também entraram nesta poule.
No Chipre jogou-se o Grupo 7, com o Apollon Limassol a ser o anfitrião e vencedor do grupo, onde também estiveram o Legenda Chernigiv da Ucrânia, o Swansea de Gales e as luxemburguesas do Progres Niedercorn, que findou com 0-26 em golos e contou com algumas luso-descendentes em campo, Andreia Silva Machado, Tânia Gonçalves, Melany Pereira, Juliana Machado e Carmen Rosinha.

O Grupo 8 foi disputado na Croácia, em Osijek, com a equipa da casa a vencer, duas vitórias e um empate, e o segundo posicionado, FC Bobruichanka da Bielorrússia, a garantir a segunda vaga atribuída aos melhores segundos colocados na fase de grupos. Neste grupo marcaram ainda presença as búlgaras do NSA Sófia e o Newtownabbey Strikers da Irlanda do Norte.

Apesar de não se ter apurado, o 1º Dezembro merece especial destaque, as meninas são amadoras mas mais profissionais e briosas que muitos 'pseudo' profissionais que poluem os campos, os media e afins, sempre reféns e coniventes de interesses obscuros. Parabéns ao 1º Dezembro e continuem com o excelente trabalho de promoção do futebol feminino português, guardando-se o melhor para fim, os nomes que devem ficar na memória, pois fazem já parte da história do nosso futebol:

Este é o plantel actual do 1º Dezembro inscrito para a fase de grupos de acesso à Liga dos Campeões:

GR - Sara Machado, Patrícia Morais, Filipa Franco
Def - Sara Ribeiro, Susana Alves, Mónica Mendes (a caminho da Univ. Texas), Mariana Cabral, Filipa Patão, Inês Borges, Inês Quitanilha
Méd - Paula Cristina, Kayla Fernandes, Patrícia Gouveia, Sílvia Brunheira, Beatriz Fernandes, Raquel Infante (a caminho do L'Estarit)
Av - Solange Carvalhas, Lara Matos, Carolina Mendes (a caminho do L'Estarit, equipa catalã), Carla Couto (a nossa recordista de internacionalizações, a caminho da Lázio Roma), Filipa Galvão, Mª Madalena Fontes, Andreia Silva, Elisabete Caleja

Treinador - Nuno Cristóvão

Mereciam muito mais honras e atenção, mas continuem a trabalhar que irão alcançar os vossos sonhos em campo, de certeza!




domingo, 7 de agosto de 2011

Liga Europa - Play-off - Parte 2

Omónia Nicósia (Cyp) vs Red Bull Salzburg (Aut) - Do lado dos cipriotas temos Renato Margaça, Bruno Aguiar, mas os 'touros' deverão passar, apesar das nossas reservas em relação a Ricardo Moniz, técnico dos austríacos, o plantel que possui é superior ao do Omónia, gostávamos de uma surpresa mas o nosso favorito é - Red Bull Salzburg.

Fulham (Ing) vs Dnipro (Ukr) - Os comandados de Martin Jol têm uma árdua tarefa, mas deverão seguir em frente, o recém-chegado belga Dembele, Johnson e Zamora poderão ser um ataque destruidor, num plantel que acolheu também John Arne Riise, Halliche (Nacional) face aos ucranianos orientados pelo espanhol Juande Ramos, com Matheus (Beira-Mar, Sp. Braga, entre outros) e Giuliano a darem o toque exótico a uma equipa bem estruturada tacticamente. É um confronto de estilos, de técnicos estudiosos, onde os ingleses são favoritos, mas a nossa aposta recairá no Dnipro.

Lok. Moscovo (Rus) vs Spartak Trnava (Svk) - José Couceiro tomou conta dos russos e a equipa tem estado bem, assumindo maior protagonismo neste confronto, onde os eslovacos poderão efectuar duas boas partidas mas deverão acabar eliminados, o nosso favorito - Lokomotiv Moscovo.

Celtic Glasgow (Sco) vs Sion (Sui) - No Sion actua o lateral esquerdo luso José Gonçalves, mas os favoritos são os escoceses que, apesar de um estilo ainda amarrado aos anos 80/90 ingleses, têm um plantel muito mais forte e, especialmente, com bastante mais soluções. O nosso favorito - Celtic.

Slask Wroclaw (Pol) vs Rapid Bucareste (Rou) - Do lado romeno, o lateral direito português Rui Duarte e os brasileiros Ezequias (Marítimo, FC Porto) e Cássio (U. Leiria), frente ao Slask de Kazmierczak (Boavista, FC Porto), equipa bastante polaca que tem servido para reabilitar jogadores nacionais que não têm atingido o auge esperado no exterior, como Sebastian Mila, Lukas Madej (Académica), Socha, Pietrasiak, Pawelec, Cetnarski entre outros. O Rapid é favorito mas a nossa aposta é o Slask Wroclaw.

Litex Lovech (Bul) vs Dínamo Kiev (Ukr) - Claro avanço para o histórico ucraniano, face aos búlgaros treinados por Lubo Penev que têm na comunidade brasileira os elementos mais perigosos, mas que não deverá provocar sustos ao Dínamo de Yuri Semin, o nosso favorito.

Lázio Roma (Ita) vs Rabotnicki (Mkd) - Mais um duplo embate cuja história não deverá fugir muito da dupla vitória laziale. O Rabotnicki apenas conta com um não nacional contra o esquadrão da Lázio, reforçado com as chegadas de Lorik Cana, Miroslav Klose ou Djibril Cissé, onde a saída de Muslera ainda não foi devidamente compensada, mas não se acredita relevante para esta eliminatória, nosso favorito - Lázio.

PAOK (Gre) vs Karpaty Lviv (Ukr) - Vieirinha continua a espalhar talento com a camisola do PAOK, agora sob a direcção de Laszlo Boloni e que conta também com o lateral brasileiro Lino (Académica, FC Porto), frente a um Karpaty com alguns espanhóis recém-contratados, além dos jogadores de leste que compõem o plantel, pode ser uma eliminatória em aberto, mas a nossa aposta recai no PAOK, pelo estado de forma de Vieirinha.

Athletic Bilbao (Esp) vs Trabzonspor (Tur) - Num confronto polémico, dada a situação do futebol turco, temos um dos grandes orgulhos bascos, a par da equipa de ciclismo euskadi, o Athletic deverá passar, apesar dos turcos ainda serem os detentores do título turco, o nosso favorito é o Athletic Bilbao, ou o orgulho de uma nação.

Hearts (Sco) vs Tottenham (Ing) - Um confronto britânico que ditará o primeiro 'contra' do novo técnico, o português Paulo Sérgio. Harry Redknapp continua em busca de reforços para um plantel já de si fortíssimo e não se crê que a equipa de Edimburgo coloque em causa o apuramento dos londrinos, o nosso favorito - Tottenham.

Maribor Branik (Slo) vs Glasgow Rangers (Sco) - O início de época dos escoceses não foi muito feliz e não parece que a antiga glória Ally McCoist seja a solução técnica para o clube, contudo em mais um confronto de campeões nacionais os Gers devem prevalecer frente a um conjunto esloveno, bem orientado pelo antigo internacional jugoslavo e esloveno, Darko Milanic, mas com poucas armas para o poderio escocês, o nosso favorito - Glasgow Rangers.

Steaua Bucareste (Rou) vs CSKA Sófia (Bul) - Disputa entre vizinhos do leste da Europa, com o CSKA a contar com o romeno Zicu e com Michel Platini, não o original, e o Steaua dispõe de Geraldo, o mais velho do clã Alves, de Bruno e Júlio, Leandro Tatu (Beira-Mar, entre outros) e vários internacionais romenos, com um presidente, no mínimo, excêntrico. O nosso favorito - Steaua Bucareste.

Nordsjaelland (Dnk) vs Sporting CP (Por) - Apesar das recentes derrotas, o Sporting tem um plantel que já não se via há anos, com várias alternativas, apesar de manter a debilidade defensiva, no entanto é mais do que favorito ante os jovens dinamarqueses, onde o nome Laudrup assume preponderância, com Andreas a fazer parte da terceira geração de futebolistas na família.

Vorskla Poltava (Ukr) vs Dínamo Bucareste (Rou) - Mais um duelo a leste, entre duas equipas de campeonatos onde o nível médio se equipara, é de 50/50, ambas têm uma mescla de veterania, representada nos romenos por Danciulescu ou Catalin Munteanu e nos ucranianos por Sachko ou Zakarlyuka, com jovens valores como Gromov, Bezus ou Tkachuk no Vorskla e Marius Alexe, ou Gabriel Torje no Dínamo, é uma aposta díficil, mas vamos para os cães danados - Dínamo Bucareste.

Bursaspor (Tur) vs Anderlecht (Bel) - O Bursaspor conta com Stepanov (FC Porto) nas fileiras, tendo contratado o guardião Scott Carson mas perdido Kenny Miller, numa equipa ainda muito turca, já o Anderlecht perde a pérola Lukaku, mas permanece com uma sociedade de nações interessante, Lucas Biglia também pode estar de saída, mas apesar de tudo favoritismo para o Anderlecht, o nosso favorito também.

Slovan Bratislava (Svk) vs AS Roma (Ita) - Os romanos estão a construir um plantel para assaltar o título da Série A, sob o comando do antigo internacional espanhol Luis Enrique e contando, entre outros, com Bojan Krkic, Lamela e Stekelenburg, com o Slovan, apesar de bem dirigido pelo antigo internacional Vladimir Weiss, a ter poucas chances de sucesso. O nosso favorito - AS Roma.

Ol. Volou (Gre) vs Paris-SG (Fra) - De um lado uma equipa pequena que enfrenta a despromoção no seu campeonato por viciação de resultados, do outro um jovem gigante, com dinheiro do petróleo, que quer alcançar títulos esta época, favorito sem dúvida, PSG.

Légia Varsóvia (Pol) vs Spartak Moscovo (Rus) - A equipa de Manu (Alverca, Benfica) terá uma tarefa hercúlea para derrubar os moscovitas. O Légia conta ainda com o avançado sérvio Ljuboja e o médio Janusz Gol, mas do outro lado estão figuras como o irlandês Aiden McGeady, os argentinos Rojo e Pareja, o holandês de Zeeuw, entre outros. Apesar da campanha local menos conseguida, acredita-se que o Spartak Moscovo vai levar a melhor, o nosso favorito é - Spartak Moscovo.

Ekranas (Lit) vs Hapoel Telavive (Isr) - O Ekranas nunca chegou tão longe nas competições europeias e almeja alcançar a fase de grupos, mas será complicado frente aos israelitas que contam com Apoula (ex-Paris-SG) para a baliza e no ataque possuem o mortífero Toto Tamuz. O nosso favorito, Hapoel Telavive!

Liga Europa - Play off - Parte 1

A Liga Europa, remodelada a partir da taça UEFA no reinado de Michel Platini, continua a não convencer muitos dos especialistas e as equipas dos principais campeonatos, como se verifica por recentes prestações de clubes das chamadas cinco grandes ligas!

A passagem dos terceiros posicionados da fase de grupos da Liga dos Campeões desvirtua esta competição, com 11 anos deste formato já quatro campeões da taça UEFA/liga Europa foram-no via 'prémio de consolação' Liga dos Campeões, além de mais ainda presentes nas finais, situação que também desmotiva um pouco os clubes que batalham para ultrapassar as fases de qualificação, a fase de grupos para, posteriormente, serem afastados por uma equipa, teoricamente, já fora das competições europeias!

O facto de se agregar tantos clubes dos principais campeonatos na Liga dos Campeões leva a que a presença aqui seja um desprestígio, comparável historicamente aos tempos em que a nobreza não aceitava a equiparação à plebe ou à burguesia, apenas isso explica comportamentos miseráveis de clubes como Juventus, Manchester City, Lázio, entre várias outras, nesta competição, relegada para segundo ou terceiro plano, bem abaixo das disputas nacionais. Claro que a lógica do dinheiro, a pressão dos patrocinadores 'obriga' a que estejam tantos clubes das principais ligas na liga milionária, mas não seria mal visto, em nossa opinião, limitar a participação na Liga dos Campeões a três clubes no máximo, verificando o impacto da alteração, poderia ser uma hipótese, sem tocar muito na prova, mas tal não vai suceder nos tempos mais próximos.

Regressando à temática que nos traz aqui, os jogos do play-off de acesso à Liga Europa, disputados a 18 e 25 de Agosto, vamos deixá-los de seguida:

Maccabi Telavive (Isr) vs Panathinaikos (Gre) - Jesualdo Ferreira encontra-se na corda-bamba no comando do Panathinaikos, na ressaca da eliminação na terceira ronda de qualificação para a Liga dos Campeões e sair frente aos israelitas ditará chicotada na certa. O Maccabi Telavive tem nos seus quadros o central brasileiro Nivaldo (Belenenses) e o avançado argentino naturalizado israelita, Roberto Colautti, um jogador bastante perigoso, além de Medunjanin, bósnio formado no Ajax, que está 'perdido' por aqui, numa equipa com diversos internacionais da casa. Do lado dos gregos, a perda de Djibril Cissé não foi colmatada, numa equipa que conta agora com uma das revelações portuguesas da época transacta, o ex-setubalense Zeca, que se junta ao moçambicano Simão, aos jovens gregos, Ninis e Vyntra, entre outros. Pode acontecer uma grande surpresa, como na ronda da liga dos campeões mas o nosso favorito é o Panathinaikos.

Atlético Madrid (Esp) vs V. Guimarães (Por) - Sem dúvida que o Atlético de Madrid é favorito, mas como gostamos de ser do contra e somos admiradores da cidade, vamos apostar no Vitória. O novo técnico do Atlético, Gregorio Manzano, parece estar a reavivar o Atlético e jogadores como Diego Forlán. A equipa 'rojiblanca' contará com Sálvio, Sílvio, Tiago - a título definitivo -, o jovem guarda-redes belga Thibault Courtois e o avançado ex-Deportivo Adrián López, uma equipa forte, mas que pode ser manietada. Ao contrário do jogo na Dinamarca, onde o Vitória foi demasiado cauteloso, quando poderia ter vencido lá, faz sentido que reforce o meio-terreno e aproveite a fragilidade defensiva dos madrilenos, o nosso favorito para contrariar as apostas - V. Guimarães.

Shamrock Rovers (Ire) vs Partizan (Srb) - Os campeões sérvios também sofreram um desgosto e vão-se querer vingar frente aos semi-profissionais irlandeses. Não se aguardam grandes dificuldades num confronto entre campeões em título que deverá cair para o lado do Partizan com dupla vitória, assim o nosso favorito - Partizan.

Metalist Kharkiv (Ukr) vs Sochaux (Fra) - Um total confronto de estilos, entre o futebol latino, com mistura africana, e o jogo científico típico ucraniano, apesar da equipa de Kharkiv contar com muitos sul-americanos, entre os quais Torsiglieri (Sporting CP), onde se destacam José Sosa (Bayern, Nápoles), Cristaldo e Taison podem fazer misérias com os franceses, que contam com a nova coqueluche do futebol francês, Marvin Martin, e um novo técnico, Bazdarevic, a que se juntam os luso-franceses Vincent Nogueira, que inicia a temporada a titular, e Rafael Dias, que se esperaria no Mundial de sub20 com Portugal, em conquista de espaço. Individualmente, o Metalist é superior, mas o Sochaux pode passar, assim o nosso favorito será a equipa francesa, se não por outra razão, pelos luso-descendentes.

Besiktas (Tur) vs Alania Vladikavkaz (Rus) - Um colosso turco frente a uma mediana equipa do cáucaso, sediada na capital da Ossétia do Norte, uma das regiões na Rússia ainda em luta, esquecida numa tão enorme vastidão. As águias negras de Istambul têm nos seus quadros um grande contingente luso, Bebé, Hugo Almeida, Manuel Fernandes, Ricardo Quaresma, Simão Sabrosa, liderados agora por Carlos Carvalhal têm tudo para passar à próxima fase face aos russos que se destacam pelo técnico Gazzaev, com grande trajecto no futebol do país, e pouco mais. O nosso favorito - Besiktas.

Rosenborg (Nor) vs AEK Larnaca (Cyp) - Mais um confronto com um favorito claro, o Rosenborg ante uma das surpresas da ronda anterior da Liga Europa, os cipriotas do AEK Larnaca. Em Chipre, dada a escassez de matéria-prima local, ainda mais condicionada pela divisão da ilha e impedimento, tema de outro debate - longo -, dos turco-cipriotas actuarem no campeonato local, têm-se importado muitos futebolistas, com Portugal como alvo primordial, a liga Marfin Laiki é a que tem mais estrangeiros a actuar dentro da UEFA. A grande referência é Mrdakovic (V. Guimarães), tendo por companhia alguns veteranos holandeses, como Hofland, de Cler ou Linssen, contando ainda com o nigeriano Kingsley (Beira-Mar, entre outros), mas não deverão ter chances contra o actual campeão norueguês, esta época longe da melhor forma mas, ainda assim, o nosso favorito - Rosenborg.

Sporting Braga (Por) vs Young Boys (Sui) - Apesar de ser um adversário escorregadio, o Sporting de Braga é favorito, até por defender o vice-título do ano anterior. Os suíços são orientados por Gross, um conhecedor profundo do jogo, que pode mesmo ser a maior ameaça aliada à velocidade de Bienvenu e Mayuka, mas são duros de rins defensivamente, o que pode resultar em favor de jogadores como Alan ou Lima, como tal favoristismo para - Sporting Braga.

Standard Liège (Bel) vs Helsingborg (Swe) -Os suecos misturam veterania com juventude, uma defesa comandada por Erik Edman, no miolo Lindstrom e Gashi, mas contam-se também alguns jovens valores como o avançado Gerndt, o adolescente William Kvist ou Simon Thern, um jovem de enorme futuro, filho do antigo internacional Jonas Thern (Benfica) e vão enfrentar um Standard já órfão de Witsel e ainda sem se saber se Defour, Mangala, Carcelen-Gonzalez ou Sinan Bolat saem, orientado por José Riga, num misto essencialmente de belgas e africanos. Contra o Helsingborg joga o conservadorismo com que actuam, contra o Standard as incertezas do plantel, apesar de tudo ligeiro favoritismo para os belgas - Standard Liège.

Zestafoni (Geo) vs Club Brugge (Bel) - O pior para os flamengos será mesmo a viagem, pois vão encontrar uma equipa quase absolutamente nacional, para não dizer totalmente, ainda verdinha apesar de alguns futebolistas que podem crescer competitivamente. Espera-se a passagem do Club Brugge, mas os campeões georgianos quererão com toda a certeza deixar boa imagem, o nosso favorito - Club Brugge.

Hannover (Ale) vs Sevilha (Esp) - Este é, talvez, o mais escaldante encontro do play-off, de um lado Sérgio Pinto, um português que fez carreira sólida na Alemanha e já merecia uma chamada à nossa selecção, e com Carlitos (Benfica, entre outros), numa equipa bem orientada por Mirko Slomka, com uma linha ofensiva forte, o norueguês Moa, Schlaudraff, o costa-marfinense Ya Konan, com os jovens Rausch, Schmiedebach e Stindl pode provocar uma surpresa semelhante à do Braga na época transacta, frente a um Sevilha que é ligeiramente favorito, mas Marcelino terá que preparar bem a equipa, enfraquecida pelas saídas ainda não compensadas. O nosso favorito é o 'dark horse' - Hannover.

HJK Helsínquia (Fin) vs Schalke 04 (Ale) - Outra partida onde há um favorito claro, o Schalke, apesar dos campeões finlandeses quererem aproveitar este confronto para venderem algum atleta para os campeonatos alemães, contando nas suas fileiras com o ultra-veterano Litmanen (40 anos) e Riihilahti, com muitos anos de futebol inglês, têm em Pukki um jovem que pode dar o salto. Os alemães deverão passar com relativa facilidade e são o nosso favorito - Schalke 04.

AEK Atenas (Gre) vs Dínamo Tbilisi (Geo) - O AEK também é favorito, contra um histórico soviético, com dificuldades de adaptação ao novo regime, mas assente este ano num núcleo duro espanhol, que inclui o técnico, contra uns gregos também convertidos à influência espanhola, com treinador e um par de futebolistas, mas numa equipa onde se destaca o australiano Nathan Burns, o brasilo-polaco Roger Guerreiro e os internacionais gregos Dellas, Lagos e Kafes. Nossa aposta vai para o AEK Atenas.

Estrela Vermelha (Srb) vs Rennes (Fra) - Uma eliminatória que também promete ser interessante, entre uns sérvios com cheirinho sul-americano, fruto de presenças de Mezenga, Evandro Goebel, Kadu e Borja, e alguns jovens sérvios Causic, Mijailovic, Causic ou Lazovic, que vão enfrentar o Rennes do corso Antonetti, que conta com o internacional francês Mvila, o camaronês Kana-Biyik, filho do antigo internacional camaronês com o mesmo nome, e o burquinês recém-chegado, Pitroipa, os franceses são favoritos, mas vamos apostar na miudagem do Estrela Vermelha.

Áustria Viena (Aut) vs Gaz Metan Media (Rou) - Os austríacos são favoritos, com diversos internacionais nos quadros, de onde se destacam a dupla atacante Linz (Boavista, Sp, Braga) e Tomas Jun, mas os romenos podem causar um desgosto aos vienenses, apesar de não possuírem grandes nomes os homens dos cárpatos trabalham bem colectivamente, de qualquer forma o nosso favorito - Áustria Viena.

Nacional (Por) vs Birmingham City (Ing) - É um jogo onde o Nacional tem ligeiro favoritismo, os ingleses desceram de divisão, têm um novo técnico, Chris Hughton, mas o mesmo estilo de jogo, britânico, Zigic, Beausejour e Cameron Jerome são as maiores ameaças aos madeirenses, não esquecendo as jovens promessas Jervis e Mutch, dois dos que poderiam estar no Mundial de sub20 mas que foram requisitados pelo clube. O nosso favorito tem que ser o Nacional, naturalmente.

PSV Eindhoven (Ned) vs SV Ried (Aut) - Holandeses mais fortes frente a uma equipa austríaca onde os espanhóis pautam o jogo, com o galego Carril a comandar as operações no miolo, contudo o PSV tem obrigação de passar pelo plantel e pelo peso histórico. A equipa de Eindhoven tem alguns bons valores individuais mas é frágil em termos defensivos, apesar de também aí contar com atletas internacionais, e tem de provar que consegue construir lances perigosos de bola corrida e colectivamente. O nosso favorito é o PSV Eindhoven.

Thun (Sui) vs Stoke City (Ing) - O luso-suíço David da Costa terá as redes do Thun sob perigo nesta eliminatória, numa equipa a quem falta maior poder de fogo e vai enfrentar um Stoke, que também conta com um luso-descendente, Tom Soares, e tem em Kenwyne Jones a maior ameaça. Crê-se que o Stoke prevalecerá com maior ou menor dificuldade, mas a nossa aposta é no pequeno Thun.

Aalesund (Nor) vs AZ Alkmaar (Ned) - Os noruegueses são orientados pela lenda do futebol local, Kjetil Rekdal, que arruma bem a equipa, mas o AZ parte com vantagem, tem um plantel mais forte, com Altidore, Gudmundsson, Rasmus Elm, Wernbloom, Holman ou o mais jovem Wijnaldum. A defesa holandesa é bastante jovem, o que poderá provocar mais erros e precipitação, apesar de tudo e de Rekdal ser melhor no banco que o técnico holandês do AZ, o nosso favoritismo pende para o AZ Alkmaar, com um grande ponto de interrogação contudo.

FC Vaslui (Rou) vs Sparta Praga (Cze) - Historicamente seria simples de encontrar um favorito, os checos, mas no panorama actual é mais complicado, nos romenos estão o lateral esquerdo luso Hugo Luz e os brasileiros que por cá passaram Wesley (P. Ferreira, entre outros) e Gladstone (Sporting CP) enquanto o Sparta conta com antigos internacionais como o guarda-redes Blazek, Tomas Repka, Brabec, Sionko treinados pela antiga estrela Josef Chovanec, deverão ultrapassar esta fase, portanto o nosso favorito - Sparta Praga.




sábado, 6 de agosto de 2011

Play-off de acesso - Liga dos Campeões

Joga-se a 17/18 de Agosto e 23/24 de Agosto a última fase de acesso à milionária Liga dos Campeões, com valores importantes, determinantes mesmo, para uma parte dos clubes envolvidos. A peregrina ideia de Michel Platini na divisão do acesso entre clubes campeões e clubes não campeões é, no mínimo, rebuscada. Esta alteração constava da sua candidatura à presidência da UEFA, tendo-se mudado o critério de acesso após a chegada do francês ao trono.

De acordo com Platini, esta fórmula garantia um maior acesso aos clubes campeões, aqueles que têm verdadeiramente direito em marcar presença na prova. Não se questiona o argumento, apenas a alteração, que não mexeu com os lugares dos 'tubarões', por assim dizer, limitando acessos a federações da segunda divisão europeia. Claro que, num sorteio aberto, a probabilidade de caírem os campeões de países com menor capacidade financeira ante os terceiros ou quartos de ligas superiores aumenta mas haviam alternativas.

Faz sentido terceiros classificados terem acesso directo à competição? Se já se questionam os segundos, então terceiros nem merece disputa, na minha opinião. Se esses nomes disputassem a fase de qualificação, entrando no play-off, na terceira ronda, onde quer que fosse, abrir-se-iam vagas directas para mais alguns campeões. Claro que o dinheiro fala muito mais alto, importa ter os clubes que geram mais receitas, dos principais campeonatos e assim continuará...

VIA DOS CAMPEÕES -

Wisla Cracóvia (Pol) vs APOEL Nicósia (Cyp) - Os polacos são teoricamente favoritos, num confronto entre equipas que representam o que é o futebol actual, sociedades de nações. O Wisla é orientado por um holandês, começou a defesa do título nacional com empate, mas passou a eliminatória anterior com relativa facilidade, destacando-se um bom meio-campo, com o veterano Sobolewski, o israelita Melikson e o esloveno Kirm, contudo têm tendência para sofrer golos. O APOEL conta com o núcleo duro luso, os centrais Paulo Jorge e Nuno Morais e o médio Hélio Pinto, com Manduca e Marcinho na frente, treinados pelo sérvio Ivan Jovanovic vão ter uma tarefa complicada, necessitando de marcar na primeira mão - apesar do gosto que passasse o APOEL, o nosso favorito é o Wisla Cracóvia.

Maccabi Haifa (Isr) vs Genk (Bel) - Um confronto de contrastes, com os belgas a tentarem retomar o algum poderio que o seu futebol teve nos anos 80 e 90, com uma antiga glória desse tempo no leme, Vercauteren, sem grandes alterações em relação à equipa que venceu o título, face a uma equipa israelita com pretensões a imitar feitos recentes, com Israel a já ter marcado presença em fases de grupos da Liga dos Campeões. De destaque o facto do campeonato israelita ter uma restrição de cinco estrangeiros, exceptuando descendentes judeus, por clube. Os clubes israelitas importam sempre um factor de imprevisibilidade mas o nosso favorito é o Genk.

Dínamo Zagreb (Cro) vs Malmo (Swe) - Aqui teremos um duelo de centrais lusos, Tonel contra Yago, numa eliminatória onde os croatas tentarão reviver os dias de glória da antiga Jugoslávia, com um plantel que mistura a experiência com a juventude, onde se conta o argentino Cufré, Jerko Leko e Rukavina, a par de jovens promessas em ascensão como o montenegrino Beciraj, o bósnio Alispahic ou Tomecak, frente ao Malmo com um estilo de jogo tradicional, apimentado pelos dois brasileiros, Wilton e Ricardinho. Como tal, apesar do feito do Malmo na eliminação do Rangers e de também possuir alguns bons futebolistas, a maior irreverência e criatividade croata deverá levar a melhor, assim o nosso favorito é o Dínamo Zagreb.

FC Copenhaga (Dnk) vs Viktoria Plzen (Cze) - Os checos estão em período de graça, depois do primeiro título nacional, surpreendente eliminação do Rosenborg e a um passo da liga milionária, comandados pelo veterano Pavel Horvath (Sporting CP), assentes no talento nacional, seguem o preceito checo, certinhos, competentes, valem pelo colectivo. Do outro lado, o campeão dinamarquês, treinado agora pelo antigo defesa internacional sueco Roland Nilsson, também conta com um jogador que passou por Portugal, Dame N'Doye (Académica), que nas suas fileiras tem alguns sul e centro-americanos, alguns suecos e internacionais dinamarqueses. São duas equipas mais preocupadas com o colectivo, mas onde a exuberância individual de N'Doye ou Bolaños pode fazer a diferença. Como tal, o nosso favorito é o FC Copenhaga.

BATE Borisov (Blr) vs Sturm Graz (Aut) - Os bielorrussos lideram, mais uma vez, o seu campeonato com uma margem confortável, estando novamente na berlinda para repetir o feito de 2008, quando se estrearam na fase de grupos, têm no brasileiro Renan a grande estrela, mas alguns jogadores da casa são interessantes, ante um Sturm Graz que tem que ser considerado favorito, sob o comando do antigo defesa internacional alemão Franco Foda, com o avançado Bodul (Nacional) no plantel, que conta também com jogadores como Kienast, Muratovic ou Szabics. Apesar do favoritismo de Sturm Graz, o BATE pode provocar mesmo uma surpresa, como tal vamos contrariar as estatísticas e apostar como nosso favorito no BATE Borisov.

VIA LIGAS -
OB Odense (Dnk) vs Villarreal (Esp) - Apesar do bom campeonato que o Odense realizou na última época, deverá ter grandes dificuldades em ultrapassar os espanhóis, mas não é tarefa impossível. A eliminação do Panathinaikos foi um dos escândalos da eliminatória anterior, com Djemba-Djemba a pontuar o meio terreno, o alemão Wessels na baliza, o nigeriano Peter Utaka para a frente e com uma das jovens promessas dinamarquesas, Bashkim Kadrii, pode causar outra surpresa ante um Villarreal que ainda não sabemos bem como se vai apresentar, sem Cazorla, com ou sem Rossi, mas que mesmo assim tem que ser favorito, como tal para nós, Villarreal.

Twente (Ned) vs Benfica (Por) - O Twente agora orientado por Co Adriaanse, depois do rumar de Michel Preud'homme para o Médio Oriente, ainda está em assimilação de novos processos e mostra-se permissivo defensivamente, como tal o Benfica é favorito, mas a dupla ofensiva é bastante perigosa, o rápido Bryan Ruiz e o tanque Marc Janko podem fazer mossa, mas o nosso favorito é o Benfica.

Arsenal (Ing) vs Udinese (Ita) - Num dos encontros mais quentes deste play-off, o Arsenal terá que se haver com uma equipa que se remodela ano após ano, mas sempre está na luta pelas posições cimeiras no campeonato transalpino. A perda de Alexis Sanchez será complicada para Guidolin, mas ele já está habituado a milagres, apesar de tudo não se acredita que o Arsenal fique fora da fase de grupos da Liga dos Campeões, votando-o nós como favorito.

Bayern Munique (Ale) vs FC Zurique (Sui) - No derby europeu da ronda - cerca de 300 km é o que dista entre as duas cidades - favoritismo claro para os bávaros, agora com Jupp Heynckes no comando técnico, Manuel Neuer na baliza, Boateng e Rafinha na defesa, serão duas noites complicadas para o central luso Jorge Teixeira, levar pela frente aquele arsenal ofensivo da equipa, num plantel que tem também Gajic, um jovem sérvio que passou pelo Boavista. Nosso favorito é, naturalmente, o Bayern Munique.

Olympique Lyon (Fra) vs Rubin Kazan (Rus) - Os franceses, desabituados de ter que fazer apuramentos para a liga dos milhões, tem uma longuíssima viagem até ao Cáucaso, para enfrentar os campeões russos de 2009, onde são favoritos e têm como novidade somente o técnico, Rémi Garde. Será uma eliminatória difícil para os franceses, que não vão contar com meia dúzia de jovens já com muitos minutos de jogo na equipa principal, mas que se encontram a disputar o mundial de sub20. Do lado dos russos, há a vantagem de estarem em pleno campeonato, mas o nosso favorito manter-se-á como o Olympique Lyon.

domingo, 31 de julho de 2011

O caminho até Brasil 2014...

Decorreu hoje, 30 de Julho, o sorteio preliminar de qualificação para o Mundial de 2014, envolvendo todas as confederações, apesar de na Ásia e na América do Norte, Central e Caraíbas, as rondas preliminares já se terem iniciado e de já existir mais de uma dezena de países fora da rota até ao Brasil, depois de somente dois jogos!
Comecemos pelo organizador, o organizador Brasil é, como anfitrião, o primeiro apurado para a fase final, aumentando o número de presentes do CONMEBOL para cinco, pelo menos, com a possibilidade de um sexto nos play-offs intercontinentais, ou seja, 50 ou 60 por cento dos representantes da confederação sul-americana marcarão presença no Brasil. Já se frisou em entradas anteriores a não necessidade actual da existência de seis confederações, defendendo-se aqui a fusão das duas americanas e a inclusão da Oceania na AFC (Ásia), faria muito mais sentido no panorama actual, onde as diferenças que outrora existiram estão mais esbatidas e pela própria evolução das selecções, tal fusão proporcionaria maior competitividade, troca de experiências e maturação em todos os sentidos!
Para esclarecer dúvidas que possam surgir sobre a entrada das equipas em fases distintas em quatro das confederações, esta definição surge a partir do ranking Coca-Cola/FIFA, neste caso, do mês de Junho de 2011, ou seja, assenta essencialmente no ranking da FIFA imediatamente anterior ao escalonamento.
Na CONMEBOL, como devem saber, o apuramento joga-se num sistema de todos contra todos, com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, com uma selecção a descansar por ronda, dada a ausência do Brasil, já apurado como selecção da casa.
Passando para a área mais frágil das seis que compõem o universo FIFA, a OFC (Confederação de Futebol da Oceania), cuja fase preliminar de apuramento se constitui por uma ronda inicial com as quatro mais 'fracas' selecções da zona, em sistema de poule, entre 21 e 26 de Novembro, envolvendo Ilhas Cook, Samoa, Samoa Americana e Tonga, apurando a vencedora para a segunda fase, onde se juntará aos restantes sete membros pertencentes à FIFA da OFC (existem membros que estão na OFC mas não são reconhecidos pela entidade que gere o futebol). A segunda fase contará com dois grupos de quatro, também em sistema de mini-liga, e disputar-se-á nas Ilhas Fiji entre 1 e 12 de Junho de 2012. No Grupo 1 estarão Vanuatu, Nova Caledónia, o vencedor da ronda preliminar e o Taiti, no Grupo 2 entram as Ilhas Fiji, a Nova Zelândia, as Ilhas Salomão e a Papua-Nova Guiné. Os dois primeiros de cada grupo jogarão posteriormente meias-finais em eliminatória a duas mãos e jogar-se-á uma final, entre os vencedores das semi-finais, para determinar a selecção que vai disputar a vaga na 'barrage' com o quarto apurado da zona CONCACAF! Caso a Nova Zelândia não se qualifique para o play-off será um escândalo, dada a evidente diferença entre estes e as restantes selecções!
Regressamos às Américas para abordar a CONCACAF, onde as rondas preliminares tiveram o seu início a 15 de Junho passado, com as primeiras selecções a caírem, ainda antes do sorteio que iniciaria 'teoricamente' a corrida ao Mundial!
Apesar de eliminadas tão precocemente, e até por isso, merecem a referência neste espaço, assim: Montserrat foi eliminada pelo Belize, resultado agregado (3-8), as Ilhas Turks e Caicos caíram ante as Bahamas (0-10), as Ilhas Virgens Norte-Americanas bateram as Ilhas Virgens Britânicas (4-1), A República Domicana venceu Anguila (6-0) e Santa Lúcia eliminou Aruba, onde os dois jogos terminaram com 4-2 a favor das equipas anfitriãs e os penalties decidiram a passagem.
A próxima etapa, sorteada hoje, é a segunda fase preliminar, que envolve 24 selecções, com jogos a decorrerem entre 2 de Setembro e 15 de Novembro de 2011, divididas em seis grupos abaixo listados:
Grupo A - El Salvador, Suriname, Ilhas Caimão e República Dominicana
O nosso favorito, o El Salvador, pois o Suriname apenas utiliza atletas do seu campeonato, senão teria uma selecção fortíssima.
Grupo B - Trinidad e Tobago, Guiana, Barbados e Bermudas
Apesar do enfraquecimento actual dos toboguenhos, continua a ser os maiores candidatos neste grupo.
Grupo C - Panamá, Dominica, Nicarágua e Bahamas
O Panamá tem uma selecção renovada, sob égide dos gémeos Dely Valdés, agora como técnicos, e passará naturalmente.
Grupo D - Canadá, St. Kitts & Nevis, Porto Rico e Santa Lúcia
O Canadá tem obrigação de seguir para a terceira fase.
Grupo E - Granada, Guatemala, São Vicente e Granadinas e Belize
Apesar de Granada ter estado presente na última Gold Cup, acreditamos que a Guatemala será a apurada.
Grupo F - Haiti, Antígua e Barbuda, Curaçao e Ilhas Virgens Norte-Americanas
Se o Haiti contar com os seus melhores futebolistas não terá problemas em chegar à terceira fase.
Os vencedores de cada grupo avançam para uma terceira fase, onde se unem aos melhores classificados da zona, para formarem três grupos de quatro selecções, competindo de 8 de Junho a 16 de Outubro de 2012, seguindo abaixo a composição dos grupos, incluindo os vencedores dos grupos da fase acima descrita:
Grupo A - EUA, Jamaica, vencedor do Gr. E, venc. Gr. F
Grupo B - México, Costa Rica, venc. Gr. A, venc. Gr. B
Grupo C - Honduras, Cuba, venc. Gr. D. venc. Gr. C
Os dois primeiros de cada grupo apuram-se para uma quarta fase, onde jogam todos contra todos, em liguilha, entre 6 de Fevereiro e 15 de Outubro de 2013. Os três primeiros apuram-se directamente para o Mundial, o quarto classificado disputará a vaga que é dividida com a Oceania. Não se esperam grandes surpresas, com o México e os EUA a assumirem a preponderância e o favoritismo no apuramento, ficando o outro lugar directo e a posição para o play-off bastante em aberto para os restantes seleccionados.
Também na Ásia se jogam várias fases, com a corrida a ter-se iniciado no passado dia 29 de Junho e já com mais de 10 equipas nacionais fora da chance de disputar uma vaga para o Mundial, depois de somente dois jogos disputados... o que é manifestamente pouco, na nossa opinião.
A primeira ronda envolveu 16 selecções, deixando-se de seguida os contestantes e os resultados acumulados, a Malásia bateu o Taiwan nos golos fora (4-4), Bangladesh eliminou o Paquistão (3-0), o Laos deixou de fora o Cambodja no prolongamento (8-6), as Filipinas arrumaram o Sri Lanka (5-1), a Palestina afastou o Afeganistão (3-1), o Vietname goleou Macau (13-1), o Nepal eliminou Timor-Leste (7-1) e Myanmar deixou a Mongólia pelo caminho (2-1).
Estes oito apurados juntaram-se a outros 22 países na segunda fase, também a eliminar, com jogos disputados a 23 e 28 de Julho de 2011, ficando aqui os resultados acumulados, a Tailândia ganhou à Palestina (3-2), o Líbanou afastou o Bangladesh (4-2), a China trucidou o Laos (13-3), a Indonésia afastou o Turquemenistão (5-4), o Koweit bateu as Filipinas (5-1), o Omã eliminou Myanmar (4-0), com a segunda mão na antiga Birmânia a não terminar por agressões dos adeptos à selecção do golfo pérsico, a Arábia Saudita deixou pelo caminho Hong Kong (8-0), o Irão afastou as Ilhas Maldivas (5-0), a Síria ganhou ao Tajiquistão (6-1), o Qatar eliminou o Vietname (4-2), o Iraque venceu o Iémen (2-0), a Singapura afastou a Malásia (6-4), o Usbequistão aplicou um correctivo ao Quirguistão (7-0), os EAU ganharam à Índia (5-2) e a Jordânia afastou o Nepal (10-1)!

Na terceira fase, a estes 15 qualificados juntam-se os cinco melhores classificados da zona asiática, para uma fase de grupos, onde se constituíram, no sorteio de hoje, cinco grupos de quatro selecções abaixo descritos:

Grupo A - China, Jordânia, Iraque, Singapura
Num grupo previsivelmente equilibrado, a China irregular, o Iraque em reconstrução, uma Jordânia a fortalecer-se com a diáspora e uma Singapura apostada em singrar, é difícil fazer previsões, mas Iraque e China são teoricamente os mais fortes.
Grupo B - Coreia do Sul, Koweit, EAU, Líbano
Coreia do Sul mais do que favorita, com o Golfo Pérsico a lutar pela outra vaga.
Grupo C - Japão, Usbequistão, Síria, Coreia do Norte
Tal como no anterior, também aqui emerge o Japão como claramente superior, com equilíbrio para o segundo lugar, aposta para o Usbequistão, apesar da imprevisível Coreia do Norte.
Grupo D - Austrália, Arábia Saudita, Omã, Tailândia
A Austrália assume-se, mais uma vez, como candidata número um, a Arábia Saudita será segunda se mantiver a difícil estabilidade, mas a Tailândia pode causar uma das grandes surpresas, vem evoluíndo bem e mais tarde ou mais cedo vai dar o salto que falta.
Grupo E - Irão, Qatar, Bahrein, Indonésia
Previsivelmente, apurar-se-á o Irão, seguindo-se-lhe o Qatar, apostado em mostrar jogo à medida que se aproxima o seu mundial.

Entre 2 de Junho de 2012 e 18 de Junho de 2013 os dez apurados da terceira fase, primeiros e segundos de cada grupo, jogarão uma fase de grupos, composta por duas chaves de cinco selecções, com os primeiro e segundo de cada grupo a apurarem-se para o Mundial 2014. Os terceiros de cada grupo defrontar-se-ão, a duas mãos em 6 e 10 de Setembro de 2013, para decidir qual a selecção que irá defrontar o quinto posicionado da zona CONMEBOL pela vaga restante para o Campeonato do Mundo.

África também tem mais do que uma fase, com a primeira a ser eliminatória, entre 11 e 15 de Novembro de 2011 24 selecções enfrentar-se-ão a duas mãos, com 12 a ficarem imediatamente pelo caminho. De destacar que é habitual existirem desistências, por isso pode acontecer surgirem selecções apuradas por abandono de adversários.

Jogo 1 - Ilhas Seychelles vs Quénia - nosso favorito o Quénia, sem dúvida.
Jogo 2 - Guiné-Bissau vs Togo - uma das eliminatórias mais equilibradas, com a 'nossa' Guiné a apanhar uma das favas desta primeira fase, esperemos que passe, mas será muito complicado, para ambas.
Jogo 3 - Djibuti vs Namíbia - Namíbia com toda a obrigação de passar à fase de grupos.
Jogo 4 - Ilhas Maurícias vs Libéria - Seria um ultraje para George Weah que a sua Libéria não alcançasse a fase seguinte.
Jogo 5 - Comores vs Moçambique - Numa fase em que Moçambique tenta recuperar o tempo perdido, apesar das continuas mudanças no comando técnico, a passagem é obrigatória face a uma selecção tão frágil.
Jogo 6 - Guiné-Equatorial vs Madagáscar - A Guiné-Equatorial é favorita, mesmo que não conte com os brasileiros naturalizados, o núcleo espanhol deverá garantir a passagem à fase seguinte!
Jogo 7 - Somália vs Etiópia - Deduzindo que nenhuma desista, ou ambas, é uma eliminatória em aberto, ligeira vantagem para a Etiópia se entrar em campo com os melhores.
Jogo 8 - Lesoto vs Burundi - Apesar dos melhores jogadores do Lesoto actuarem na liga sul-africana, dificilmente o Burundi não chega à fase grupal.
Jogo 9 - Eritreia vs Ruanda - O Ruanda não terá grande dificuldade em passar, se a Eritreia se apresentar à eliminatória.
Jogo 10 - Suazilândia vs Rep. Dem. Congo - O antigo Zaire terá que passar, não se prevê oposição, esperando-se um regresso aos velhos tempos de glória no futebol para este país.
Jogo 11 - São Tomé e Príncipe vs Congo - Se S. Tomé defrontar o Congo, não terá qualquer hipótese, o Congo avançará para a segunda fase, o arquipélago precisa de criar um campeonato regular e criar protocolos com clubes lusos para desenvolver os seus jovens valores.
Jogo 12 - Chade vs Tanzânia - Potencialmente, o mais equilibrado, a par do jogo 2, mas a Tanzânia poderá, hoje em dia, levar ligeira vantagem. Já lá vão os tempos de Japhet N'Doram!

Numa segunda fase, as selecções serão divididas em 10 grupos de quatro, com os vencedores de cada chave a defrontarem-se entre si, após sorteio, a duas mãos, com os vencedores dos cinco confrontos a terem o apuramento para o Mundial 2014 garantido. Seguem abaixo os acasalamentos,

Grupo A - África do Sul, Botswana, Rep. Centro Africana, venc. 7 - A África do Sul apanhou um docinho de grupo, parte como absoluta e única favorita.
Grupo B - Tunísia, Cabo Verde, Serra Leoa, venc. 6 - Cabo Verde não teve muita sorte, num grupo que se afigura bastante equilibrado, com a forte e futebolisticamente europeia Tunísia, os tubarões azuis que vêm assumindo um papel interessante em África, uma selecção que já é respeitada, a Serra Leoa, com os jovens Strasser (quadros do Milan), Tetteh Bangura e M. Bangura do AIK Solna, Kamara do Partizan, uma selecção com um poderio ofensivo notável, e provavelmente e Guiné-Equatorial, dos brasileiros naturalizados, de Balboa (Real Madrid, Benfica) e de outros hispano-guineenses, vai ser um grupo interessante de seguir.

Grupo C - Costa do Marfim, Marrocos, Gâmbia, venc. 12 - Com a selecção magrebina em fase de renovação, prevê-se um passeio para a selecção de Didier Drogba, Kalou e companhia, mas cuidado com os gambianos, com alguns jogadores no norte da Europa, podem não se apurar mas retirarão o apuramento a alguém certamente.

Grupo D - Gana, Zâmbia, Sudão, venc. 8 - A Zâmbia está com uma selecção finalmente refeita da tragédia que dizimou a selecção num desastre aéreo há não muitos anos, mas não deverá ser páreo para os ganeses, claramente favoritos.

Grupo E - Burkina Faso, Gabão, Níger, venc. 11 - Paulo Duarte, seleccionador luso do Burkina Faso, não se pode queixar muito do sorteio, mas o maior perigo pode vir da primeira fase, o Congo.

Grupo F - Nigéria, Malawi, venc. 1, venc. 3 - Também a Nigéria acabou por ter um grupo, teoricamente, de rebuçado, sem grandes dificuldades previstas para as 'Super Águias'.

Grupo G - Egipto, Guiné-Conakry, Zimbabwe, venc. 5 - O Egipto tem mais uma oportunidade para confirmar o seu poderio, jogando contra si os constantes falhanços nos apuramentos para os mundiais. Aqui cairá Moçambique se passar o jogo a eliminar.

Grupo H - Argélia, Mali, Benim, venc. 9 - Será um confronto muito francófono, com inúmeros descendentes de argelinos e malianos, nascidos em França e internacionais jovens gauleses, a pontuarem ambas as selecções, a Argélia é favorita, mas não muito.

Grupo I - Camarões, Líbia, venc. 2, venc. 10 - Não será fácil para os Camarões, esperando-se que aqui caiam Rep. Dem. Congo e Guiné-Bissau, além da Líbia.

Grupo J - Senegal, Uganda, Angola, venc. 4 - Mais um grupo previsivelmente equilibrado, mas com Angola a poder surpreender o Senegal. O Uganda e, espera-se, a Libéria vão lutar também pelo apuramento até ao fim.

A zona europeia mantém-se com o modelo de seis selecções por grupo, nove grupos, com os vencedores a apurarem-se directamente para a fase final do mundial e os oito melhores segundos a cruzarem por sorteio para apurar mais quatro países da zona UEFA para o Campeonato do Mundo 2014. A forma de decidir o pior segundo define-se pela exclusão dos resultados com os últimos classificados de cada grupo, uma vez que um deles tem cinco selecções.

Uma ideia radical, que se defende aqui, seria o aumento do número de selecções por grupo, redução dos grupos para seis ou sete, e apuramentos directos dos dois primeiros. Diriam alguns que não há datas... existem sim, basta ver a quantidade de particulares são realizados por época, há datas para encaixar esses jogos, perfeitamente, haja vontade, basta ver o exemplo de Portugal na qualificação para o próximo Europeu, esteve praticamente uma época sem competir...

Indicam-se de seguida os emparelhamentos sorteados,

Grupo A - Croácia, Sérvia, Bélgica, Escócia, Macedónia, País de Gales - O grupo mais escaldante desta fase de apuramento, os encontros entre Croácia e Sérvia e entre sérvios e macedónios prometem ser quentes no pior sentido, dadas as feridas ainda recentes do desmembramento jugoslavo. Também o derby britânico entre Gales e Escócia dará que falar. O intruso pode ser a grande surpresa. A nova geração belga está a dar cartas na europa futebolística, ainda bastante jovens, mas uma selecção que já faz reavivar os anos 80, de ouro para os belgas, falta-lhes consistência enquanto equipa, mas darão que falar. Depois, temos selecções em fase de renovação, Sérvia, Escócia e País de Gales procuram mais-valias para regressarem a tempos áureos, mas a Croácia continua a ser a melhor selecção aqui presente, no que toca a valores individuais. Como gostamos de arriscar em 'dark horses' ou 'underdogs', apostamos no primeiro lugar para os belgas!

Grupo B - Itália, Dinamarca, República Checa, Bulgária, Arménia, Malta - Mais uma vez a Itália é bafejada pela sorte no sorteio, apanhando os checos em pleno processo de remodelação, a Bulgária totalmente fora dos gloriosos anos 80 e 90 e uma Arménia ainda em busca do valor extraordinário para fazer a diferença e aproximar-se do cimo futebolístico, resta a Dinamarca de Christian Eriksen. De qualquer forma, sem deslumbrar e com fortuna pelo meio, a Itália apurar-se-á na frente, com a Dinamarca a segurar a segunda posição, salvo um regresso em força dos checos, ainda à procura de alternativas para Nedved e Rosicky.

Grupo C - Alemanha, Suécia, Rep. Irlanda, Áustria, Ilhas Faroe, Casaquistão - Com a corrente geração, não se crê em dificuldades de apuramento para os alemães, que vão ter mais um duelo histórico frente aos vizinhos da Áustria. Também é bastante crível que a Suécia obtenha a segunda posição neste grupo.

Grupo D - Holanda, Turquia, Hungria, Roménia, Estónia, Andorra - Tal como no grupo anterior, não se antevê que Holanda e Turquia falhem os lugares cimeiros, infelizmente os magiares e os romenos tardam em substituir os grandes talentos com que já brilharam nos campos pelo mundo do futebol.

Grupo E - Noruega, Eslovénia, Suíça, Albânia, Chipre, Islândia - Aqui podem surgir surpresas, acreditamos que a Suíça vai alcançar o primeiro lugar e a Islândia, com a actual geração de sub21 mais madura e a jogar toda em Inglaterra, na Holanda, em bons campeonatos, pode perfeitamente causar sensação. A Noruega continua com um jogo previsível e a Eslovénia mostra-se irregular, podendo ganhar a uma Itália ou, aqui, a uma Noruega, mas perder com Chipre ou Albânia.

Grupo F - Portugal, Rússia, Israel, Irlanda do Norte, Azerbaijão, Luxemburgo - Portugal tem a obrigação de ganhar o grupo, terá seis jogos em casa, pois a deslocação ao Luxemburgo será para ter o estádio pleno de adeptos.... portugueses e os adversários são perfeitamente acessíveis, a Irlanda do Norte com o típico futebol britânico dos anos 80, 'kick and rush', a Rússia com alguns excelentes valores mas sem conjunto, o Luxemburgo de novo no limbo, os azeris também ainda à procura de evoluir o seu jogo e um perigoso Israel, mas totalmente ao alcance, sem desculpas, como a Itália.

Grupo G - Grécia, Eslováquia, Bósnia-Herzegovina, Lituânia, Letónia, Liechtenstein - A Grécia não só consegue ser cabeça-de-série como tem um grupo, teoricamente, acessível. Contudo, Fernando Santos não tem convencido, continuam com o futebol defensivo, à rectaguarda, potenciado pela falta de valores, mesmo com Ninis a equipa não convence, a Eslováquia é bastante sólida e acredita-se que pode bater o pé aos gregos, precisa que os seus jovens valores assumam o jogo, também a Bósnia já provou a qualidade do seu ataque, Dzeko e Ibisevic são letais e os bósnios também podem fazer mossa, a que se acrescentam as duas selecções do Báltico, com a Letónia a ter espantado a Europa quando chegou ao 'nosso' Europeu a possuir um jovem talento, Deniss Rakels, pronto a explodir, assim passe para um clube de maior nomeada. Continuando no risco, acreditamos que a Eslováquia vença o grupo e a Bósnia obtenha o segundo posto.

Grupo H - Inglaterra, Montenegro, Ucrânia, Polónia, Moldova, San Marino - Apesar da presença de San Marino, este é o grupo da morte, a Inglaterra que se cuide porque, olhando para a selecção inglesa hoje, vemo-la fora do Mundial, com uma luta acesa entra ucranianos, polacos, montenegrinos e ingleses pelo bilhete para o Brasil. Aposta na Polónia para a liderança e em Montenegro para a absoluta sensação!

Grupo I - Espanha, França, Bielorrússia, Geórgia, Finlândia - No grupo dos cinco, creio que ninguém acredita num desfalecimento espanhol e a França assegurará a segunda posição! 

Esperemos que, até lá, tudo se vá aprontando e o Brasil cumpra com os prazos, consiga construir e renovar os estádios que acolherão a prova, criar mais e melhores condições de segurança para receber os milhões de visitantes e que aproveite para renovar e requalificar as áreas que raramente se vêem nos documentários, uma terra de contrastes, em tudo, mas que ama o desporto, ama o futebol e que seja um Mundial positivamente memorável!!!

 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Mundial sub20 Colômbia 2011 - Parte 4

Analisando agora o Mundial que acontece na Colômbia, em altitude, a partir de 29 de Julho, a Argentina apresenta-se como a mais titulada (6), o Brasil é o país que conta com mais presenças (falhou apenas o segundo, 1979). Em termos de balanço vitorioso, a América do Sul está bem à frente, contando com dez triunfos contra seis da Europa e um de África.

Já participaram 84 países em fases finais dos mundiais de sub20 e este é o sexto torneio onde o campeão não defende o título, depois de 1979 (URSS), 1983 (RFA), 1989 (Jugoslávia), 2001 (Espanha), 2009 (Argentina) e 2011 (Gana), sendo a primeira vez que acontece sucessivamente.

A Guatemala será o país número 85 a participar numa fase final de um Campeonato do Mundo de sub20. Em termos de média de idades, a selecção mais velha presente será a França, com uma média acima dos 20 anos (20,22), seguida da Espanha, também com valor superior a 20 anos (20,11), no inverso não surpreende a Nigéria (18,68 anos de média), a Coreia do Norte (19,00 anos) e os Camarões (19,13 anos), apesar de se saber a peculiar situação de registo de nascimentos em África!

Muitos dos nomes presentes são já conhecidos, jovens estrelas ascendentes do universo futebolístico, daí que vamos tentar abordar os outros nomes, começando pela Argentina, onde o central Hugo Nervo, forte nas sobras, com bom posicionamento em campo, pode ter nesta competição a oportunidade de dar o salto, tal como Lucas Villafañez, uma raridade, um jogador não só de fora da grande metrópole que é Buenos Aires, mas originário da Patagónia, estreando-se nos seniores com 15 anos, um destro que joga muito bem pela esquerda, baixo centro de gravidade, e que não ficará muito tempo no Independiente.

A Austrália, apesar da mudança para a AFC, continua a confirmar presenças em fases finais, no que confirma o bom trabalho de base que é realizado pelo Australian Institute of Sport. Ben Kantarovski repete a presença de 2009, sendo um médio defensivo que também joga a central ou defesa direito, estando já nos livros de história como o mais jovem jogador a assinar um contrato profissional com um clube da A-League, aos 15 anos, numa selecção onde pode bem despontar Terry Antonis, já ligado a diversos clubes europeus, não chegou a vir para a Europa devido às alterações dos estatutos na FIFA no que concerne aos contratos de menores de idade, mas é um criativo de qualidade superior - ao ponto de ter participado na série de vídeos que David Beckham realizou há alguns anos para ensinar a jogar futebol!

Na selecção austríaca vários dos convocados já têm presenças nas equipas principais contabilizadas. Como prestamos bastante atenção ao fenómeno globalização e às massas migratórias, destacamos Robert Zulj, croata-austríaco, avançado possante (1,89m), de grande presença física, capaz de danificar muitas defesas, melhor marcador do campeonato júnior local em 2010. Do Brasil, além dos jogadores que vêm para Portugal e de Alan Patrick, já na Ucrânia, destaque para o médio Casemiro, versátil, actua bem no meio e como interior, já com mais de 40 jogos no São Paulo, gosta bastante de subir no terreno e marca golos, além de poder também jogar como lateral direito, e Dudu, médio ofensivo, preferencialmente ala direito, mineiro, originário de uma boa escola que é o Cruzeiro, é um jogador difícil de marcar dada a sua pequena estatura, parece uma pulga!

Também repetente será o central camaronês Banana Yaya, merecedor de chamada aqui, quanto mais não seja, pelo seu peculiar nome. Está na linha dos centrais da África negra, capaz do melhor e do pior, mas um jogador bastante forte. Yazid Atouba é um esquerdino puramente africano, talento, velocidade, ligeira atrapalhação, toque de bola, pode ser uma surpresa esta pérola ainda em África.

A Colômbia terá no portista James a estrela, mas o médio centro Didier Moreno pode ser uma revelação, boa capacidade de passe, boa noção de ocupação de espaço, é um jogador não muito vulgar para os padrões dos médios da América do Sul. Pedro Franco é um central à colombiana, raçudo, vai a todas, ganhou títulos em quase todos os escalões na Colômbia, é um líder nato, daí ser o capitão da equipa,

Todos os olhos estarão em Joel Campbell, em relação ao seleccionado costa-riquenho, mas Francisco Calvo pode ser a grande surpresa, defesa central ou lateral esquerdo, surgiu na Copa América sem que ninguém o conhecesse, a história? A selecção costa-riquenha estava a preparar a taça continental da CONMEBOL e eis que um miúdo de férias com os pais aborda o seleccionador nacional, Ricardo la Volpe, e pede para manter a forma com os convocados, assim acontece e num ápice o técnico argentino percebe a pérola que tem ali, jogador no San Jacinto College, no Texas, ao mesmo tempo que estuda criminologia, são estes pequenos momentos que podem determinar toda uma carreira. Conheço casos, em vários clubes amadores portugueses, não tão poucos assim, onde esta situação foi recusada sem, sequer, observar o potencial da pessoa!

Na Croácia, fugindo aos vários atletas de renome na convocatória, como Kramaric, Obozic, Picak, Kelic, etc, chama-se a atenção para Jakolis, já com quase 50 jogos de liga principal croata, um avançado móvel, que joga em qualquer posição do meio para a frente, uma gazua, bom a abrir espaços e a criar situações de perigo para outros concretizarem, e para Ivan Blazevic, médio centro, bons pés, excelente visão de jogo, bom posicionamento táctico e chegada à baliza, vamos ver se tem tempo de jogo. Pelo Equador, Marlon de Jesus, avançado centro à antiga, boa capacidade de concretização, forte, alto, dava um bom defesa e mete medo aos adversários.

O Egipto volta a marca presença nos sub20, onde Gomaa pode ser o jogador a seguir, não actua nos dois grandes de Cairo, pertence ao ENPPI, estreando-se na equipa principal esta época, sob comando de Mladenov (o antigo avançado da selecção búlgara e do Belenenses), é um médio centro moderno, ainda em fase de crescimento, mas mais rápido, quer a nível motor, quer a nível mental, que os habituais jogadores da selecção principal. Pode ser o futuro box-to-box do Egipto, mas far-lhe-ia muito bem umas temporadas na Europa agora, nesta altura, em que ainda está nos 18 anos.

A Inglaterra será um enigma, uma selecção composta por terceiras escolhas depois de mais de uma dezena de jogadores ter sido requisitada pelos clubes para o início de época. Ainda assim, James Wallace, Wabara, Noble e McManaman são nomes que já têm cartel, chamando-se aqui a atenção para Saido Berahino, um anglo-burundiano, avançado centro, internacional inglês em todas as categorias, pertencente ao West Bromwich Albion, não muito alto, mas com boa presença e capacidade de concretização, não se espera que seja primeira escolha, mas pode saltar do banco e surpreender.

A França assenta o esqueleto nos jovens do Olympique Lyon, por isso há que chamar pelo menos um, talvez o menos conhecido, Enzo Reale, um líder em campo, pensador de jogo, médio ofensivo moderno, também pode jogar na faixa, que mais tarde ou mais cedo vai assumir papel na equipa principal. A este junta-se um tal de Fofana, que apenas tem Mourinho à perna, um forte médio defensivo do Le Havre (até este momento, pelo menos) e o franco-congolês Bakambu, rápido avançado à africana, um pouco trapalhão, como é normal, mas com um grande poder de fogo.

Na Guatemala, podemos nomear o mini Kevin Norales, 1,61 m, e um dez à moda antiga, baixinho, driblador, passador, rematador, pensador, claro que visto no domínio guatemalteco, pode aproveitar esta competição para chamar a si as atenções, apesar de ter o óbice da altura, tão em voga no futebol do século XXI.

Destaque no Mali para dois jogadores que actuam em França, o lateral esquerdo Boubacar Sylla, do Châteauroux, já com contrato profissional assinado, mas ainda com poucos jogos na equipa principal e na equipa B para se aquilatar sobre o seu verdadeiro potencial, e Ibrahima Diallo, pertencente ao Auxerre, avançado de 1,95 m, cuja altura diz tudo sobre o jogador, há que confirmar o valor com os pés, mas que o jovem marca golos, marca.

Ao ver este golo está quase tudo dito sobre Ulises Davila. Este miúdo mexicano vai dar que falar, capacidade de condução e de drible com ambos os pés, campeão nacional juvenil, remate pronto, se tivesse uma equipa ia buscar este miúdo! Taufic Guarch, mexicano-cubano, é também avançado, diferente de Davila, mas com bastante codícia pela baliza, não ponho todas as fichas nesta selecção, mas depois do êxito com os sub17, estes jovens têm condições para imitá-los e não vão querer ficar atrás, é uma selecção interessante.

Na Nova Zelândia, chamada de atenção para o nado em Inglaterra James Musa, defesa central que gosta bastante de fazer o gosto ao pé e à cabeça, que pode neste Mundial receber um bilhete de volta para a terra-mãe, digamos assim, e para o jovem de ascendência chilena Marco Rojas, já chamado à selecção principal, que se estreou na liga neo-zelandesa com 16 anos e na liga australiana com 17 anos, é um médio ala centro-esquerdo, mais um baixinho, característica cada vez mais rara no futebol actual, mas acima da média que tem constituído os últimos mundiais.

Pela Nigéria, além de Ahmed Musa e Sani Emmanuel, curiosidade para observar Philemon Daniel, mais um médio ala ao estilo de Babangida, baixo, rápido, ou pelo menos assim o descrevem. Do Panamá, destaque para Waterman, avançado móvel, e para o já internacional A Cummings.

Em Portugal, além do destaque negativo para o vaivém Roderick Miranda (não pelo jogador, mas pela atitude do seleccionador), utilizando o exemplo inglês, jogadores chamados pelos clubes foram simplesmente substituídos, e pela falta de respeito para com Ricardo Alves, o central chamado para ocupar a vaga de Roderick que, mesmo com a lesão de Aníbal Capela, ficou de fora das escolhas finais! Aparte esta triste situação, destaque para Caetano, cujo jogo é bastante parecido com o do pai, apesar deste extremo ser loirinho e não moreno, e para o avançado ex-varzinista Rafael Lopes, um dos valores da equipa, infelizmente, despromovida, que deixou cartel na Liga Orangina, a par de Salvador Agra e outros miúdos das escolas de formação poveira.

Na Espanha, Cristian Tello, extremo direito do Barcelona, também joga no meio e à esquerda, com passagens pelos escalões inferiores culés, dispensado em juvenil, foi brilhar no Espanyol, o que levou Guardiola a resgatá-lo de novo para o seu Barça em 2010, e Ezequiel, um andaluz, extremo esquerdo destro, que tem feito miséria na segunda liga espanhola, tendo saltado para a ribalta por uma grande penalidade apontada no Europeu de sub19 em 2010, que abaixo também se mostra, contra a Itália, numa simulação de batimento com a perna direita e execução com o pé esquerdo!
 
Por fim o Uruguai, onde Santiago Martínez, um médio ao estilo de Diego Pérez, Arevalo Ríos, Walter Gargano e afins, que promete dar que falar, esperemos que pela positiva, no jogo. Também Diego Rolan já foi referenciado como um talento em perspectiva, ficando a curiosidade de observar a capacidade de jogo.

A finalizar, uma curiosidade sobre os mais jovens. Presentes aqui estão Mbega, dos Camarões (outro futebolista sobre o qual há uma curiosidade a satisfazer), John Ruiz, de Costa Rica, Kuk Chol e Nam Kang Il (o mais jovem mundialista, com 16 anos e oito meses), da Coreia do Norte, Tim Payne e Basalaj, da Nova Zelândia, Almuwallad, da Arábia Saudita, poderiam ter participado no Mundial de sub17, têm idade para isso, com os dois neo-zelandeses a terem mesmo marcado presença no México!