A Liga dos Campeões africanos 2013 entrou na ronda primeira, que não é inaugural dado que já ocorreu uma preliminar com dezenas de participantes.
Esta ronda tem 32 jogos, ida e volta, para apurar 16 clubes para a segunda ronda, que encaminhará oito para a fase de grupos.
O Zamalek do Egipto recebeu e venceu o Vita Club da Rep. Dem. do Congo pela margem mínima, 1-0, o que permite aos comandados do luso-brasileiro Jorvan Vieira rumarem a Kinshasa com a confortabilidade de estar à frente e não ter sofrido qualquer golo. O gigante do Cairo é favorito.
Os etíopes do Saint George continuam a mostrar qualidade, recebendo e batendo o Djoliba do Mali por 2-0, interessante resultado para a segunda mão, em princípio jogada em Bamako.
Na Tunísia o CA Bizertin deu passo e meio rumo à segunda ronda, recebendo e batendo o Dynamos do Zimbabué, 3-0 sem apelo nem agravo.
O clube africano do século XX não deixou os créditos por mãos alheias, rumando ao Quénia para bater o Tusker por 1-2. Al Ahly deverá continuar a provar a sua qualidade.
Na Zâmbia, o Zanaco foi derrotado por 0-1 ante o Orlando Pirates, resultado imitado pelo TP Mazembe na ida ao Botsuana para enfrentar o Mochudi Centre Chiefs.
A equipa do Burundi Vital'O proporcionou a surpresa desta ronda, anulando os nigerianos do Enugu Rangers, 0-0 de deixar todos boquiabertos.
Na recepção aos sudaneses do Al Merreikh, o Recreativo do Libolo venceu, mas o 2-1 não deixa tranquilos os comandados de Henrique Calisto. Será uma viagem a Omdurman bem complicada.
JSM Béjaia ficou-se pelo 0-0 na recepção aos ganeses do Asante Kotoko, o que abre uma janela de esperança para os visitantes.
Já o Espérance Tunes deslocou-se a Angola para bater o Primeiro de Agosto por 0-1 e complicando a esperança de apuramento para os angolanos.
FUS Rabat recebeu o Union Douala e o 3-0 deve ter decidido a contenda.
Grande surpresa, pelos números, na Costa do Marfim, onde Séwé Sports goleou os sudaneses do Al Hilal por 4-1. Por outro lado a Academia Amadou Diallo soçobrou em casa, 0-1, ante os vizinhos do Coton Sport.
Os senegaleses do Casa Sport foram batidos em casa pelos malianos do Stade Malien, 1-2 foi o resultado final, ao passo que os nigerianos do Kano Pillars golearam os congoleses Leopards por 4-1, enquanto no Burkina Faso as Forças Armadas, ASFA, venceram os argelinos do Setif por 2-1.
Na Taça Confederação também se disputou este fim-de-semana a primeira eliminatória, com os seguintes resultados:
O mais importante evento anual dedicado ao futebol feminino teve mais uma edição, a 20ª, aproveitando este ano o fim-de-semana entre jogos para realizar um pequeno seminário dedicado ao futebol feminino, com intervenções de diversos seleccionadores e alguns membros das federações que contribuem, a par da FPF, para a organização deste Mundial em forma pequena.
Esta prova serve para dar rodagem às selecções, para preparar grandes eventos, há duas temporadas o Mundial, no ano passado os Jogos Olímpicos, esta edição o próximo Europeu sénior, aproveitando-se para observar potenciais futebolistas para as principais selecções, o que torna normal a estreia sénior de um sem-número de estrelas actuais neste evento.
A ideia na génese desta organização foi garantir um local ameno para colocar as selecções, no caso nórdicas e norte-americana, em acção, no pós-pausa invernal e pré-competições internacionais, de forma competitva.
Apesar da prova se realizar em Portugal, a selecção feminina não aproveitou - não por culpa das jogadoras, mas pelo reconhecido desleixo federativo para com o futebol feminino - para crescer e cimentar uma relação com as principais potências do jogo, podendo-se aqui falar de absorção de métodos, de conhecimento, lançamento de jogadoras para os campeonatos mais evoluídos, algo que finalmente parece estar a mudar, contudo ainda com um longo caminho a percorrer.
Na edição de 2013 marcaram presença Alemanha, EUA, Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, China, Japão, Hungria, País de Gales, México e Portugal.
A final observou um Estados Unidos 2-0 Alemanha, com a fascinante, em todos os sentido, Alex Morgan a bisar, o que ofereceu às norte-americanas a nona vitória na prova.
A disputa pelo 3º lugar foi nórdica, com a Noruega a surpreender a Suécia, que controlou toda a partida, esteve em vantagem duas vezes, mas viu-se empatada no final do primeiro tempo e nos descontos da segunda parte, sendo o jogo decidido nas grandes penalidades.
A fase de grupos ficou marcada por algumas goleadas no Grupo B, nomeadamente na segunda jornada com um 5-0 dos EUA à China e um Suécia 6-1 Islândia, situação que revela um desnível actual entre selecções outrora próximas, especialmente a China, que se encontra num processo de renovação 'eterno'.
Como acima se escreveu, a Algarve Cup 2013 serviu para observar novas jogadoras, no caso das selecções europeias que estarão no Europeu'13, na Suécia, para analisarem possibilidades de integração para a fase final do Euro.
A selecção germânica, de Silvia Neid, trouxe seis futebolistas de 20 anos ou menos e cinco com 23 ou menos, sendo que nove das presentes não tinham mais de 10 partidas com a 'Mannschaft'. A Dinamarca trouxe cinco com 23 ou menos, além de duas sub21. As campeãs do mundo, Japão, chegaram com sete futebolistas sem internacionalizações e seis com menos de cinco jogos pelas 'Nadeshiko'. A Noruega apresentou-se com duas juniores ainda e a Suécia viu duas estreias absolutas na costa algarvia. Nos EUA estrearam-se duas novas jogadoras e cinco tinham cinco ou menos internacionalizações.
As selecções do Grupo C, onde entra Portugal, também se apresentaram com diversas atletas com menos de 21 ou 23 anos, algo normal no futebol feminino, tendo em conta o precoce abandono da prática futebolística pelas atletas, dada a falta de apoios, a necessidade de afirmação em contexto profissional alternativo ou vontade de constituir família, que não sendo um óbice à continuação da prática é diversas vezes razão para a saída.
A Algarve Cup tem sempre atenção norte-americana, bem mais que a portuguesa, faltando da parte dos media portugueses e das instituições uma relação mais próxima.
Um ponto positivo da edição 2013 foi a transmissão tripartida dos jogos, com a selecção portuguesa a ser acompanhada pela RTP2 (a questão que se levanta é, qual a razão para não suceder o mesmo com todos os jogos, especialmente os qualificativos?), o restante torneio a ter transmissão Eurosport e, para os EUA, os jogos da selecção norte-americana a terem cobertura Fox Soccer, a que acresce a plataforma premium online.
Nos órgãos de comunicação social portugueses, televisão pública incluída, observa-se a uma 'obrigação' de dar conta dos resultados, mas falta a vontade em explorar a prova mediaticamente. Afinal, temos as melhores jogadoras do mundo em Portugal e não há uma entrevista - com certeza, não é por falta de vontade ou disponibilidade das presentes -, não se aproveita o torneio para aquilatar as diferenças nos vários países, como é o profissionalismo no feminino, levar ao público as experiências de norte-americanas ou nipónicas na Europa, de suecas na Alemanha e em França ou germânicas na Suécia, qual a razão do 'pára-arranca' das ligas profissionais norte-americanas e tantas outras questões que se poderiam colocar para dar a conhecer aos portugueses este lado do jogo, que em Portugal é não rei mas imperador. Esta falta de interesse liga-se ao(s) estigma(s) ainda muito presente(s) na sociedade portuguesa sobre o futebol feminino.
Outra situação, que mostra muito do como (não) funciona, (não) comunica e (não) interage o nosso país política, social e organizacionalmente. O que a nossa experiência nos mostrou, em várias viagens enquanto adolescentes e jovens adultos, acompanhando diversos eventos desportivos, foi - especialmente na Europa Central e do Norte - a forma como a escola, a sociedade local, se interessa por eventos, também eles culturais, arranjando formas, visitas de estudo e sociais, de levar os jovens, até os idosos, a este género de eventos, algo que em Portugal continua a ser raro, pois uma visita de estudo, uma visita de campo, é complicadamente burocrática, sempre agarrada à desnecessidade da mesma e a um ensino, no caso escolar, todo ele teórico e desligado da realidade social, vendo mesmo o desporto como um mal necessário e não uma mais-valia.
Enquanto a mentalidade não mudar, será muito complicado crescer e desenvolver esta sociedade.
Retornando à prova, ficam abaixo as classificações finais:
Acima se indicam as classificações históricas até à edição 2013.
Portugal regressou este ano ao fundo da tabela, numa altura em que a selecção está a ser renovada, já contando com a presença de algumas das jovens que brilharam no Europeu de sub19 de 2012 (Mónica Mendes, Mariane Amaro, Jéssica Silva), mas para uma prova com tantos jogos em tão pouco tempo - utilizando atletas que jogam semanalmente - quando jogam - e com boa parte a treinar três ou quatro vezes por semana, estranhou-se - nós, pelo menos, estranhámos - que Violante se tenha quedado por um onze quase inalterado, nomeadamente no meio-campo, com um natural desgaste, a que acresce um recuo de Edite Fernandes para fazer o três da zona intermédia, com nítido prejuízo para a jogadora e para a selecção. Contudo, este é somente o nosso ponto de vista.
CYPRUS CUP 2013
A ilha de Chipre é palco desde 2008 de uma prova cujo modelo se baseou na Algarve Cup, organizada pelas federações britânicas de Inglaterra e Escócia e pela Holanda, disputando-se na mesma altura, quase como alternativa às selecções que não têm 'entrada' na prova algarvia. A edição 2013, ao contrário das anteriores, foi jogada em moldes idênticos à Algarve Cup - até aqui as selecções do Grupo C encaixavam no jogos finais de classificação com as terceiras dos Grupos A e B, podendo aspirar à 5ª posição, algo que não sucedeu este ano.
A dominadora da prova, como os EUA em Portugal, tem sido a selecção canadiana, presente nas seis finais, vencendo três delas, mas o grande jogo de 2013 foi um electrizante Inglaterra 4-4 Escócia.
A prova cipriota não conta com a selecção local, algo estranho ainda que a organização esteja a cargo de federações 'externas'. Seria interessante, do nosso ponto de vista, encaixar um quarto grupo com Chipre, Grécia, Turquia e outra selecção vizinha como Macedónia, Montenegro ou Bósnia-Herzegovina, para elevar o jogo destas selecções femininas, tão necessitadas de afirmação.
Canadá e Inglaterra disputaram a final, que pendeu para as inglesas por 1-0.
A classificação final foi a seguinte:
1ª Inglaterra; 2ª Canadá; 3ª Nova Zelândia; 4ª Suíça; 5ª Escócia; 6ª Holanda; 7ª Finlândia; 8ª Rep. Irlanda; 9ª Itália; 10ª Coreia do Sul; 11ª África do Sul; 12ª Irlanda do Norte.
Mas o mês de Março teve provas para todos os gostos, no que ao futebol feminino diz respeito, uma prova na Croácia, outra na Rússia, outra ainda em La Manga.
Na Rússia ainda decorre a prova, a Taça Primavera Kuban, envolvendo diversas selecções jovens, com as meias-finais a colocarem frente-a-frente Irão e EUA, Roménia e Ucrânia, com diversos resumos e os dados da prova no sítio da federação russa de futebol,
Uma grande diferença entre as provas de clubes da CAF e as da UEFA, ou do CONMEBOL, é a ausência de formações de determinados países, boa parte das vezes devido à incapacidade financeira para custear as viagens, os vistos, toda a custosa burocracia que divide cada país.
Assim, não é de espantar que as próprias competições sejam 'curtas', algo para o qual a CAF também não contribui como poderia, basta notar-se os bastidores e as lutas de poder dentro da própria organização, em nada diferentes do que sucede na política e no universo das outras confederações, com a particularidade de chegar, aparentemente, menos dinheiro às federações nacionais e/ou clubes.
A pré-eliminatória da CAF Confederation Cup'13 teve os seguintes desfechos:
Gor Mahia (Ken) 0-0/5-0 Anse (Reu) - Apesar do empate na primeira mão, os quenianos não perderam a oportunidade de confirmar o claro favoritismo que tinham.
Don Bosco (COD) 0-1/3-3 SuperSport United (AfS) - Os sul-africanos souberam tirar partido do ligeiro favoritismo, com uma segunda mão intensa, apesar de tudo.
Gaborone United (Bot) 2-2/0-1 Liga Muçulmana (Moz) - Litos segue em frente com a sua equipa.
Mogas 90 (Ben) w/o AS Douanes (Tog) - A desistência do clube do Benim garantiu passagem aos togoleses.
Rail Club Kadiogo (BuF) 1-1/1-0 Sahel SC (Nig) - Embalados pela selecção, os clubes burquinabés podem também fazer história este ano.
LLB Académica (Bdi) 1-0/1-1 Police (Rwa) - Desafio entre 'desconhecidos', levando a melhor a formação do Burundi.
Panthère du Ndé (Cmr) 2-0/1-1 Elect-Sport (Chd) - Confronto mais equilibrado do que esperado, contudo os camaroneses acabaram por prevalecer.
Desportivo Guadalupe (STP) 0-5/1-12 US Bitam (Gab) - Complicado embate para os são-tomenses, especialmente na 2ª mão. De qualquer forma, a presença de clubes do arquipélago em provas continentais já é sinal de evolução.
Anges de Fatima (RCA) 0-4/2-1 Dedebit (Eth) - Nenhuma surpresa no apuramento etíope.
TCO Boeny (Mdg) 1-2/2-1 (5-3 pen) Mbabane Highlanders (Swa) - Os malgaxes fizeram a festa no final.
Gamtel (Gam) 2-1/3-1 HLM (Sen) - Os gambianos surpreenderam o clube do Senegal, assumindo uma das surpresas desta preliminar.
New Edubiase Utd (Gha) 1-0/0-1 (4-5 pen) Diables Noirs (Cgo) - Num embate equilibrado, os congoleses acabaram por surpreender os ganeses nas grandes penalidades.
The Panthers (EqG) 1-0/2-0 FC Séquence (GC) - Mais uma teórica surpresa, com os guinéus-equatorianos a baterem os guineenses do Séquence.
Power Dynamos (Zam) 1-0/0-2 Recreativo da Caála (Ang) - A eliminatória poderia cair para qualquer lado, mas os angolanos rebateram o jogo de ida com triunfo caseiro para seguir em frente.
Unisport (Cmr) 0-1/0-2 US Bougouni (Mli) - Mais uma enorme surpresa, com os camaroneses a partirem como claros favoritos para esta preliminar.
Stella Club (CiV) 1-1/0-3 Onze Créateurs (Mli) - Os clubes malianos revelaram-se heróis, deixando pelo caminho dois clubes com alguma tradição local, quer nos Camarões, quer na Costa do Marfim.
Barrack Young Controllers (Lbr) 1-0/0-0 FC Johansen (Sle) - Um golo ditou o apuramento da Libéria.
Azam (Tnz) 3-1/5-0 El Nasir (SuS) - Os tanzanianos não deram hipóteses aos sudaneses do sul.
Al Nasr (Lib) 0-0/1-0 Al Khartoum (Sud) - Os líbios levaram a melhor sobre os sudaneses.
PRIMEIRA ELIMINATÓRIA
ENPPI (Egy) vs Gor Mahia (Ken) - Os egípcios partem com vantagem.
Petro Luanda (Ang) vs SuperSport United (AfS) - Os habituais confrontos entre clubes angolanos e sul-africanos são divididos mas a vantagem é ligeira para os sul-africanos.
Lobi Stars (Nga) vs Liga Muçulmana (Moz) - Embate difícil para os moçambicanos, que não são favoritos.
Wydad Casablanca (Mar) vs AS Douanes Lomé (Tog) - Marroquinos são candidatos ao triunfo na prova.
ASEC Mimosas (CiV) vs Rail Club du Kadiogo (BuF) - Será que os burquinabés conseguem surpreender a 'academia'?
USM Alger (Alg) vs Panthère du Ndé (Cmr) - Confrontos de estilos, com favoritismo a pender para os norte-africanos, face aos recentes resultados nas provas continentais.
Heartland (Nga) vs US Bitam (Gab) - Moralizados pelas goleadas, os gaboneses podem criar um escândalo neste embate.
Al Ahly Shendy (Sud) vs Dedebit (Eth) - Os sudaneses são teoricamente mais fortes, mas pode ser que a qualidade técnica etíope leve vantagem.
Ismaily (Egy) vs TCO Boeny (Mdg) - Equipa egípcia é sempre candidata e o Ismaily tem obrigação de vencer as duas partidas, num confronto bem longínquo.
CS Sfaxien (Tun) vs Gamtel (Gab) - Os tunisinos deverão seguir em frente.
Diables Noirs (Cgo) vs The Panthers (EqG) - Favoritismo para os congoleses.
Recreativo da Caála (Ang) vs US Bougouni (Mli) - Os malianos já provaram que não estão a brincar este ano, o que obrigará os angolanos a maior cautela.
Étoile du Sahel (Tun) vs Onze Créateurs (Mli) - Favorito é o clube tunisino, mas os 'criativos ou criadores' podem voltar a surpreender.
Barrack Young Controllers (Lbr) vs Azam (Tnz) - Confronto aberto, mas os tanzanianos são ligeiramente favoritos.
FAR Rabat (Mar) vs Al-Nasr (Lib) - Jogo do norte de África, que deverá sorrir aos marroquinos mas...
A rota até ao título continental africano de clubes prossegue, sendo importante realçar algumas diferenças entre as provas da CAF e da UEFA. Apenas existem, mais adiante, dois grupos, e os encaixes nas rondas a eliminar são zonais, devido aos elevados custos das viagens e incapacidade dos clubes em suportá-los.
Apesar de tudo, a Liga dos Campeões Africana podia ser redefinida, aumentando o número de grupos e equipas nessa fase, o que permitiria maior atenção mediática, quase ausente nas rondas preliminares à fase de grupos, e a possibilidade de um núcleo de equipas que, por vezes, ainda se encontram em pré-época nesta fase do ano, mostrarem mais do talento que as compõem, recordando-se que além das ligas norte-africanas (Egipto, Tunísia, Marrocos, Argélia), também no sul existem campeonatos interessantes e com capital, nomeadamente a África do Sul e, mais recentemente, Angola, nunca esquecendo os principais clubes de Rep. Dem. Congo, Nigéria, Camarões, Costa do Marfim ou Gana, além de Líbia e Sudão. A fase de grupos conseguiria encaixar facilmente 16 clubes e, com um verdadeiro trabalho com cada país e governo, ser bem 'alimentada' e mostrar-se ao resto do mundo, no que a transmissões televisivas diz respeito.
Não sendo assim, seguem abaixo os resultados da ronda preliminar e os encaixes para a primeira eliminatória da Liga dos Campeões Africanos, versão 2013:
Zamalek (Egy) 7-0/0-0 Gazelle (Chd) - Depois da goleada na primeira mão, a viagem ao Chade não foi mais do que pró-forma para os egípcios.
AS Vita Club (COD) 3-0/2-1 Dynamic (Tog) - Outra eliminatória simples e com favorito à partida, que não marcou passo.
Tusker (Ken) 4-1/3-0 St. Michel (Sey) - Sem história e com os 'cervejeiros' quenianos a seguirem em frente.
Mochudi Centre Chiefs (Bot) 1-0/1-0 Maxaquene (Moz) - Para infelicidade dos moçambicanos, o clube botsuanês foi cínico e vence o duplo confronto pela margem mínima.
Olympic (Nig) 0-3/0-0 JSM Bejaia (Alg) - Os argelinos não deixaram para resolver no jogo de volta, decidindo a eliminatória logo na ida.
Djabal (Com) 0-4/0-5 Orlando Pirates (AfS) - O esperado.
Real Banjul (Gam) 0-1/2-1 FUS Rabat (Mar) - Enorme susto para os favoritos marroquinos, com o golo fora a valer o apuramento, mas não sem enormer suor.
Séwé San Pedro (CiV) 0-0/3-0 Horoya (GC) - Os marfinenses resolveram tudo na segunda mão.
Revenue Authority (Uga) 0-0/0-0 (3-4 pen) Coton Sport (Cmr) - Nada convincentes os camaroneses, apenas apurados nas grandes penalidades.
St. George (Eth) 3-0/5-0 Jamhuri (Zan) - Confiantes pelo bom desempenho etíope na CAN, os jogadores do St. George não vacilaram.
Al Ittihad (Lib) 1-1/0-1 CA Bizertin (Tun) - Lito Vidigal sai da Liga dos Campeões na pré-eliminatória, após derrota pela margem mínima no jogo de retorno, em casa.
Mbabane Swallows (Swa) 2-3/0-0 Zanaco (Zam) - Os representantes zambianos seguraram o triunfo da primeira mão.
Vital'O (Bdi) 0-1/2-1 APR FC (Rwa) - Mais uma vez, o golo fora a decidir e é a formação do Ruanda que continua em prova.
Correctional Services (Les) 0-3/1-0 Dynamos (Zim) - Sem surpresa.
Recreativo do Libolo (Ang) 1-0/4-0 Simba Sports (Tnz) - Henrique Calisto busca a entrada na fase de grupos.
Sony Ela Nguema (EqG) 0-7/0-0 Asante Kotoko (Gha) - Mais um embate resolvido na ida.
AS Adema (Mdg) 1-0/2-4 1º Agosto (Ang) - O Primeiro de Agosto também segue na prova, apesar do susto do jogo de ida.
LISCR (Lbr) 0-1/1-2 Union Douala (Cmr) - Continuam os camaroneses.
Casa Sport (Sen) 1-0/0-1 (3-1 pen) Moghreb Tétouan (Mar) - A maior surpresa da ronda preliminar, com o campeão marroquino a ficar pelo caminho desde já.
Olympique Bangui (RCA) 0-0/1-5 Kano Pillars (Nga) - Os nigerianos resolveram na volta.
Mounana (Gab) 1-0/0-2 Leopards (Cgo) - Vantagem para quem se esperava.
Diamond Stars (Sle) 1-5/1-1 AF Amadou Diallo (CiV) - Goleada a abrir e eliminatória decidida.
ASFA (BuF) 1-1/5-4 ASPAC (Ben)
1ª ELIMINATÓRIA - 15-17 Março - 5-7 Abril 2013
Zamalek (Egy) vs AS Vita Club (COD) - Começa agora a prova 'a sério' num desafio de estilos opostos. Olhando aos anos recentes, o Zamalek parte como favorito, é uma equipa mais madura e matreira, enquanto o Vita Club tipifica o futebol da África Negra.
St. George (Eth) vs Djoliba (Mli) - O brilho etíope pode levar a uma surpresa. Djoliba é teoricamente favorito, não se sabendo se o jogo de volta se realizará no Mali, dado o estado actual do país, mas o Saint George tem técnica e qualidade para seguir em frente. Apesar da força do factor casa no futebol africano, é uma das nossas apostas para surpreender.
CA Bizertin (Tun) vs Dynamos (Zim) - Apesar do voluntarismo zimbabueano, os tunisinos levam vantagem na antecâmara dos embates.
Tusker (Ken) vs Al Ahly (Egy) - O campeão inicia a defesa do título ante um adversário acessível.
Zanaco (Zam) vs Orlando Pirates (AfS) - O favoritismo pende para os sul-africanos, apesar destes, um pouco à semelhança dos japoneses na congénere asiática, tenderem a falhar quando menos se espera.
Mochudi Centre Chiefs (Bot) vs TP Mazembe (COD) - O todo poderoso de Lubumbashi tem tudo para continuar em prova.
APR FC (Rwa) vs Rangers (Nga) - Vantagem teórica para os nigerianos.
Recreativo do Libolo (Ang) vs Al Merreikh (Sud) - É incrível como os sudaneses têm força no seu futebol, apesar de mal o conhecermos. O Libolo terá que ter muito cuidado e não é favorito no embate.
JSM Bejaia (Alg) vs Asante Kotoko (Gha) - Pouco convincentes, os argelinos partem contudo ligeiramente à frente no confronto. A ingenuidade defensiva ganesa pode ser inimiga de um bom resultado.
1º Agosto (Ang) vs Espérance Tunes (Tun) - Mal se sortearam as eliminatórias, já os angolanos sabiam que lhes caberia uma das 'favas'. Os tunisinos são candidatos ao título, estão mais rodados, mas nunca se sabe...
FUS Rabat (Mar) vs Union Douala (Cmr) - Confronto de equipas pertencentes a duas das potências do futebol africano. Apesar dos campeonatos locais não andarem na melhor das fases, são sempre jogos mediáticos. O clube da capital marroquina não convenceu na ronda preliminar e pode cair ante um Union bem unido.
Séwé Sport (CiV) vs Al Hilal (Sud) - Olhando para os países dir-se-ia que os marfinenses são favoritos, observando os clubes há que atribuir maior pendor para passagem ao Al Hilal.
Coton Sport (Cmr) vs AF Amadou Diallo (CiV) - Jogos quentes em perspectiva, com o peso histórico do clube de Garoua a poder fazer a diferença.
Casa Sports (Sen) vs Stade Malien (Mli) - A eliminação do campeão marroquino dá ao Casa Sports 'elan' para continuar na prova.
Kano Pillars (Nga) vs Leopards (Cgo) - Espera-se um confronto cheio de velocidade e velocidades. Os Leopards fizeram uma grande Taça CAF, com o título a coroar a época, mas terão dificuldades face aos mais poderosos Pillars.
ASF Yennenga (BuF) vs ES Setif (Alg) - Favoritismo para os norte-africanos, não se podendo contudo esquecer o desempenho soberbo do Burkina Faso na CAN'13, o que poderá dar mais confiança ao campeão local.
Como se abordou na antecâmara do
jogo da primeira volta, falar de Rubin e Zenit é abordar duas formas diferentes
de ver, viver e apoiar o futebol, no que a instituições diz respeito,
revelando-se estes bons contrastes para confirmar a possibilidade coexistência
dentro de uma mesma liga de formas diferentes de apoio. O Rubin é o expoente de
uma cidade e uma região, transportado por esta para o principal galarim
futebolístico russo, ao passo que o Zenit é uma das ‘faces desportivas’ da
Gazprom, a maior empresa de gás natural do mundo, na actual génese e base
daquela que poderá ser a futura Superliga ‘soviética’.
Observando a Rússia independente,
ou seja pós-1991, estes são os dois grandes clubes fora do domínio capital,
recordando-se que até 2007 apenas o Alania Vladikavkaz havia ‘roubado’ um
título aos clubes moscovitas (1995), contudo desde esse ano Zenit e Rubin
dividiram os espólios, no que à liga russa diz respeito, com três títulos para
o clube do norte e dois para os ‘tártaros’.
Este é também um encontro entre
‘capitais’. S. Petersburgo é a capital cultural da Rússia, segunda maior
cidade, o seu centro histórico é Património da Humanidade da UNESCO, que lhe
atribui 36 complexos arquitecturais históricos, cidade de museus, ‘apenas’ 221,
de parques, de bibliotecas, de galerias, de teatros, respira-se cultura… mas
também desporto, com o Zenit como símbolo máximo. Kazan auto-apelidou-se de
terceira capital do país, patenteou mesmo a alcunha, aceite pelo departamento
russo de patentes. A cidade do Tartaristão é milenar, por onde passaram
escandinavos a caminho da Babilónia, numa rota comercial menos conhecida,
celebrando esse milénio de existência em 2005, com a cidade a sofrer uma
profunda renovação, que incluiu o Rubin, elevando o nome de Kazan ao peso
histórico que possui.
Se S. Petersburgo é a cidade da
cultura, Kazan tem fortes ligações com a ciência, orgulha-se das universidades
locais e dali saíram algumas teorias, como os compostos orgânicos, descobertas
químicas ou electromagnéticas. Além do Rubin Kazan, a capital do Tartaristão
possui equipas campeãs de basquetebol, voleibol, hóquei no gelo, râguebi, pólo
aquático, hóquei em campo e bandy, praticamente todos já no século XXI, o que
diz muito sobre o recente desenvolvimento da cidade.
Temporada
2003
Zenit SP
1-0
Rubin Kazan
Rubin Kazan
2-2
Zenit SP
2004
Zenit
SP
4-3
Rubin
Kazan
Rubin
Kazan
1-1
Zenit
SP
2005
Zenit SP
0-1
Rubin Kazan
Rubin Kazan
1-0
Zenit SP
2006
Zenit
SP
1-0
Rubin
Kazan
Rubin
Kazan
3-0
Zenit
SP
2007
Zenit SP
2-1
Rubin Kazan
Rubin Kazan
1-4
Zenit SP
2008
Zenit
SP
1-3
Rubin
Kazan
Rubin
Kazan
4-1
Zenit
SP
2009
Zenit SP
0-0
Rubin Kazan
Rubin Kazan
0-0
Zenit SP
2010
Zenit
SP
2-0
Rubin
Kazan
Rubin
Kazan
2-2
Zenit
SP
11/12
Zenit SP
2-2
Rubin Kazan
Rubin Kazan
2-3
Zenit SP
Zenit
SP
1-1
Rubin
Kazan
Rubin
Kazan
2-2
Zenit
SP
12/13
Zenit SP
1-2
Rubin Kazan
Rubin Kazan
Zenit SP
Total
V
E
D
M
S
Zenit S. Petersburgo
8
7
6
30
28
Rubin Kazan
Em Kazan
Rubin Kazan
3
4
3
17
15
Zenit SP
Transferências
Inverno 2013
Entradas
Saídas
Rubin
Kazan
Ruslan Abishov
Igor Portnyagin
Yann M’Vila
Sergey Dadydov
Syarhey Kislyak
Salvatore Bocchetti
Carlos Eduardo
Aleksandr Orekhov
Petr Bystrov
Zenit
S. Petersburgo
Neto
Michael Lumb
Milan Rodic
Maksim Kannunikov
Renat Yanbaev
Dmitri Borodin
Danko Lazovic
A liga russa é um campeonato
‘maratonista’, com viagens de milhares de quilómetros, inimagináveis numa liga
portuguesa ou mesmo ibérica.
Distância Rodoviária
Rubin Kazan
Zenit S. Petersburgo
Moscovo
803 km
704 km
S. Petersburgo
1528
km
Kazan
1528 km
Perm
593
km
1865
km
Rostov
1444 km
1790 km
Makhachkala
1873
km
2503
km
Nizhny-Novgorod
392 km
1118 km
Samara
363
km
1755
km
Vladikavkaz
1788 km
2418 km
Krasnodar
1704
km
2050
km
Saransk
389 km
1347 km
Grozny
1810
km
2440
km
A ida do Zenit a Kazan é
equiparável a uma viagem de Paris a Roma, de Madrid a Amsterdão, de Londres a
Praga, de Atenas a Budapeste, do Porto a Marselha… Participar numa liga russa é
idêntico a entrar numa competição europeia, no que a deslocações diz respeito,
tal a imensidão do país, sublinhando o facto de actualmente não existir nenhuma
formação do extremo oriente. Quando o Luch Vladivostok actuava na principal
liga russa, por exemplo, obrigava a uma viagem entre S. Petersburgo e a cidade
debruçada sobre o Mar do Japão superior a nove mil quilómetros. Para
Khabarovsk, esta temporada na segunda liga, são bem mais de oito mil, cerca de
quatro mil para Tomsk, Novosibirsk, Novokuznetsk ou cinco mil para Yenisey,
tudo formações que se encontram no segundo escalão do futebol russo, para que
se perceba melhor a dimensão, ou imensidão, deste país.
A Liga
Com 11 jornadas para o final, a
retoma observa CSKA Moscovo na liderança, com 43 pontos, seguindo-lhe Anzhi com
41 e Zenit, que soma 38 pontos. Cada jogo será uma final e um percalço pode
significar o adeus ao título, numa disputa entre três equipas com modelos
distintos de jogo, formas de pensar o jogo diferentes, ou não fossem orientadas
por um consagrado técnico holandês (Hiddink no Anzhi), um italiano que se
afirmou na Rússia (Spaletti, no Zenit) e um técnico de escola soviética (Slutskiy,
no CSKA), algo que confirma a possibilidade de sucesso de diferentes formas de
estudar, ver, aprender e viver o futebol numa mesma liga.
Apenas com duas vagas para a Liga
dos Campeões, a luta será acérrima, sabendo-se que um dos três ficará inevitavelmente
arredado da liga dos milhões.
O Rubin Kazan caiu na Taça russa,
ante o Yenisey, o que obriga a não falhar na liga, sob pena de ficar fora das
competições europeias 13/14, numa altura em que já parte com algum atraso face
a essas posições. Kuban, Terek e Spartak somam 32 pontos, com Rubin e Lokomotiv
a terem 31 e Dínamo a chegar aos 30, ou seja, seis formações em luta por duas
vagas para a Liga Europa. O regresso da liga russa observa um derby de Moscovo
– Dínamo x Lokomotiv – e um Spartak Moscovo x Terek Grozny, momentos decisivos
para definir posições.
Este desafio servirá também para
Semak continuar a estender a número de desafios na liga russa, recordando-se
que o médio do Zenit segue a par de Loskov do Lokomotiv na liderança absoluta
de partidas disputadas no campeonato (452). Também Kerzhakov tem um objectivo.
O avançado continua no encalço de Veretennikov, líder total de golos no
campeonato – 143 -, com Kerzhakov a somar 129, apenas mais um que Kirichenko,
que ultrapassou esta época, numa luta para os livros de história e estatística,
querendo também Kerzhakov obter, com certeza, o título de melhor marcador, numa
altura em que lidera a lista, com somente 10 golos.
No jogo propriamente dito, os
dados estão a favor do Zenit. O clube de S. Petersburgo está melhor na
classificação, não perde em campo desde a jornada 8 – derrota em casa ante o
Terek – segue em todas as frentes e querer-se-á vingar da derrota da primeira
volta. O Rubin Kazan foi eliminado da taça, continua na Europa mas terá uma viagem
mais desgastante e longa – desloca-se a Valencia ao passo que Zenit vai à Suíça
–, e na liga russa já não vence há três jornadas, tendo perdido os últimos dois
desafios. Os jogos e resultados europeus podem influir decisivamente no
desenrolar do encontro.
A paragem é longa, obrigando a
uma segunda pré-época, com efeitos normalmente nefastos nos jogos europeus, o
que não sucedeu este ano com os clubes russos, apesar de se ter verificado com
os ucranianos. Com um inverno de temperaturas médias a rondar os 10 graus
negativos em Kazan, não diferindo muito de S. Petersburgo, apesar da longa
distância, no que às temperaturas diz respeito, mas com a agravante húmida da
cidade do Zenit, virada para o Mar do Norte, algo que complica a disputa de
jogos e treinos nesta época, naturalmente.
Rubin e Zenit tiveram dois
períodos de estágio durante a pausa invernal. Os campeões russos deslocaram-se
para o Golfo Pérsico, mais concretamente para o mais mediático dos Emirados
Árabes Unidos, o Dubai, passando posteriormente pela Turquia. Os ‘tártaros’,
por seu lado, passaram pela Turquia e pela Andaluzia, Marbella.
Como em quase todos os
confrontos, não é de espantar a existência de futebolistas que passaram pelo
oponente, destacando-se o veterano Semak e Bukharov, que se mudaram de Kazan
para S. Petersburgo em 2010. No caso de Bukharov, ainda mais relevante dado
ter-se dado a conhecer no Rubin, onde passou seis temporadas. Shirokov é outro
que passou pelo Rubin Kazan no seu errante percurso até à chegada a S.
Petersburgo.
Especulou-se bastante sobre um regresso de Alejandro Domínguez a Kazan, o que acabou por não suceder, sendo o avançado argentino do Rayo outro futebolista com passado comum às duas formações, com chegada ao Rubin em 2004, mudança de Kazan para S. Petersburgo em 2007 e regresso em 2009, deixando saudades no Tartaristão.
Os nomes acima são absolutos, não
enquadram uma táctica utilizada, antes os futebolistas com mais minutos para a
liga russa em cada formação, daí o trio de centrais no Rubin Kazan, com o 12º
mais utilizado a ser também central, Sharonov, indiciando o foco iminentemente
defensivo de Berdyev.
O israelita Natkho é um dos
poucos totalistas na liga russa, polivalente médio do clube de Kazan,
especialista em bolas paradas, enquanto Ryzhikov é o guardião, entre os ‘titulares’
da liga, com melhor relação minutos/golos, ou seja, um golo sofrido a cada 105
minutos. No que à concretização diz respeito, Dyadyun revela-se o mais
eficiente, com um tento a cada 176 minutos em média. O ala Kasaev é o melhor e
mais assistente, três passes para golo numa média de uma assistência a cada 234
minutos de jogo.
O Rubin Kazan revela ainda um
interessante contraste disciplinar. Os ‘tártaros’ são a equipa com menos
amarelos, 26, a única abaixo dos 30 avisos, mas é somente batida pelo FK
Krasnodar nos vermelhos, sete contra seis!
Do lado do Zenit, o 12º jogador
mais utilizado é Bruno Alves, praticamente com o mesmo tempo de utilização de
Anyukov. Malafeev encontra-se com uma média de um golo a cada 87 minutos. O
melhor marcador e mais eficiente é Kerzhakov com 10 tentos e um golo a cada 110
minutos, em média. Bystrov e Criscito têm quatro assistências cada, com o
defesa italiano, infelizmente afastado agora dos relvados no próximo meio ano
devido a grave lesão, a revelar-se o mais eficiente, tendo realizado um passe
para golo a cada 263 minutos.
Em termos disciplinares, o Zenit
soma 38 amarelos e dois vermelhos, registando ainda a derrota na secretaria e
dois jogos à porta fechada, devido ao comportamento de alguns ‘adeptos’.
O Rubin Kazan tem sentido a
quebra de produção na liga com uma baixa das assistências, abaixo dos 10 mil de
média esta temporada, pouco mais de metade dos quase 16 mil de média em 11/12.
Por seu turno, o Zenit continua com a lotação à medida do seu estádio, com mais
de 20 mil adeptos em média por partida até agora realizada em casa.
CHAVES DO JOGO
- Como acima se abordou, os jogos
europeus e o facto da partida entre Rubin e Zenit se disputar no meio da
decisão europeia podem ser decisivos positiva ou negativamente no desafio, quer
pelos resultados, quer pelo desgaste inerente às viagens.
- Por razões diversas,
transferência e lesão, ambas as formações se vêem sem dois italianos com forte
desempenho na produção defensiva das equipas. Bocchetti transferiu-se para
Moscovo e levará ao cimentar da dupla espanhola no centro da defesa, o que pode
até ser favorável, linguisticamente, uma vez que a comunicação com o lateral
esquerdo e o médio mais defensivo far-se-á toda em espanhol. Nos campeões a
baixa de vulto é Criscito, por lesão, o que poderá trazer à baila desde já o
jovem sérvio Milan Rodic, chegado no inverno do OFK Belgrado, não esquecendo
Lukovic, um óptimo lateral esquerdo mas que não colhe em Spaletti grande
adepto. A solução para a lateral esquerda deverá ser estrangeira, sendo até
provável que o técnico italiano descaia Lombaerts para o flanco, colocando a
dupla poveira – Bruno Alves-Neto – ou um deles com Hubocan, até por se tratar
de um jogo fora.
- O jogo será de expectativa de
parte-a-parte. Berdyev procura dar a volta à série de resultados negativos
internos, mas não vai arriscar de início pois conhece o poderio do adversário e
não será estranho um reforço do miolo abdicando mesmo de Rondón de início, até
pela limitação de estrangeiros, podendo o venezuelano entrar no decorrer do
desafio. Spaletti não quererá perder, sob pena de se atrasar na luta pelo
ceptro nacional, contudo tem a noção do perigoso contra-ataque ‘tártaro’ e
poderá colocar Semak com Shirokov, Witsel e Denisov, optando por Hulk solto nas
costas de Kerzhakov.
- As bolas paradas poderão
decidir a partida, seja nos livres, seja através dos cantos ou bolas laterais,
onde os centrais dos campeões são bastante fortes.
- As soluções alternativas; o
Rubin é claramente mais débil e menos profundo no que ao plantel diz respeito.
Aqui o Zenit leva larga vantagem, tem experiência com Zyrianov por exemplo, tem
irreverência com Djordjevic, tem flanco com Faizulin ou Bystrov, tem
criatividade com Danny, mesmo que tenha ‘abdicado’ dos golos de Kannunikov.
- Os reforços invernais e o seu
encaixe nas dinâmicas de ambos os clubes, especialmente no Rubin Kazan, poderão
determinar uma melhor ou pior prestação. Neto revelou-se bastante nervoso no
jogo em Liverpool, com nítida falta de comunicação naquela defesa, situação que
pode ser explorada pelo Rubin Kazan, caso o defesa central que se mudou de
Siena para S. Petersburgo seja primeira escolha de Spaletti, situação que se
pode estender a Rodic, também ele novo na defesa. A chegada de Yann M’Vila pode
significar a saída de Orbaiz do onze titular, não sendo no entanto de espantar
que Berdyev opte por jogar com ambos, dando mais liberdade ao franco-congolês,
que tem um grande pulmão e ‘chegada’ à área, podendo ser sacrificado o
russo-finlandês Eremenko. O bielorrusso Kislyak é outra solução invernal para o
miolo, tendo actuado já nos dois embates europeus de 2013 como interior
direito, no sentido de fortalecer o meio-campo.
O histórico de confrontos apenas
teve dois nulos, em 2009, e apesar da ideia mais conservadora de jogo por parte
dos dois treinadores é de esperar golos, que sempre aconteceram nos encontros
entre os dois treinadores e nunca menos de dois, o empate é cenário provável, olhando
às estatísticas dos jogos entre Berdyev e Spaletti para a liga, quatro empates
em sete partidas, três na temporada transacta.