A Estónia vai acolher a 60ª edição do Campeonato Europeu de Juniores, conhecido agora como Europeu de sub19, com alguns históricos e outros, como o organizador, nem por isso.
Esta prova, com as de ano par, tem maior importância, dado que apura o grupo de selecções que representará a UEFA no Mundial de sub20 do ano seguinte. Com seis vagas disponíveis, qualquer das oito selecções aspirará a essa presença, especialmente as três integrantes do grupo da organizadora - onde também está Portugal -, nitidamente a mais frágil das selecções que estão nesta fase final.
A grande candidata é, sem dúvida, a Espanha. Afinal, a 'rojita' é a grande dominadora do século XXI, com cinco títulos e uma final na última década! Pode, ainda, igualar a Inglaterra como mais tituladas - 8 contra 9.
A Inglaterra é o grande histórico, com nove campeonatos no currículo, mas sem vencer desde 1993, quando organizou o torneio, não se crendo que faça algo de extraordinário, até porque, desde que a Premier League foi criada, a selecção júnior inglesa raramente se apresenta com os melhores da categoria, já com contratos profissionais nos respectivos clubes que, por sua vez, os impedem de marcar presença nestas competições ou nas fases de apuramento.
Os gauleses também terão as suas legítimas aspirações, com dois títulos nos últimos sete disputados, podendo alcançar a oitava vitória.
Portugal procurará chegar aos quatro europeus de juniores, esperando-se que não perca mais uma final, onde somos 'campeões', com seis finais perdidas!
Apesar de torcermos por Portugal, como é natural, não podemos deixar de criticar a actual estado das selecções jovens lusas, que passaram a alicerçar-se somente nos três principais clubes portugueses ignorando, ao contrário do passado, jovens que se destaquem noutras formações. Dado que não defendemos, como já por várias vezes escrevemos, o modelo clube-selecção, é impossível passar ao lado desta questão, até porque os grandes sucessos das selecções jovens portuguesas, apesar de sempre baseados nessas três formações, foram-no por uma diversidade de atletas, oriundos de diversas formações, chamados pela sua qualidade, pelo seu desempenho, o que não sucede hoje em dia. Dir-se-ia quase que a FPF - olhando a que é um modelo seguido em todos os escalões jovens - deu ordens de se parar com a observação de jovens talentos, um contra-senso numa altura em que tudo isso é tão mais simples! Quando abaixo se olhar com mais detalhe para cada selecção perceber-se-á melhor a que nos referimos.
GRUPO A -
ESTÓNIA
A Estónia procura subir degraus futebolísticos, deixando a esfera soviética, à qual os países bálticos nunca estiveram muito ligados, pelo menos Estónia a Lituânia, e buscando ter no futebol outro motivo de orgulho desportivo, numa nação onde o atletismo reina, com os desportos de inverno e de combate, além de algumas modalidades de pavilhão, a mediarem com o 'Jogo do Povo' a atenção da população local. Uma Estónia influenciada pelo futebol holandês, logo desde a sua independência, o que se nota depois no elevado números de golos em média nos campeonatos locais e, pela negativa, no menor rigor defensivo, tão acerrimamente defendido noutras paragens.
Quem acompanha as ligas estónias sabe que o futebol sénior começa bem cedo para os aspirantes a jogadores, aos 16/17 anos muitos dos estonianos já são opção nas equipas principais dos seus clubes ou, se ainda aí não chegaram, são titulares nas equipas B, que actuam na segunda divisão local.
Aproveitamos aqui para dar a conhecer um pouco daquilo que são as equipas B, algo que em Portugal se continua a não perceber, olhando para esta terceira tentativa de introdução das mesmas no futebol luso. Uma equipa B, em quase todos os locais, mistura sub21, que são raros, com seniores de primeiro ou segundo ano, com juniores e, diversas vezes, com juvenis, para utilizar terminologias mais conhecidas. Equipas B assentes essencialmente em jogadores de 21/22 anos continuam a não ser a solução, ou a opção, para quem percebe o real propósito das mesmas!
A Estónia é a equipa mais velha das que estarão no Europeu, com uma média de idades acima dos 19 anos, 19,08, tendo todos os seus convocados experiência sénior, com mais de metade a actuar na Meistriliiga, a principal divisão local, e um emigrante, Hannes Anier, que se transferiu para o OB Odense da Dinamarca, avançado com 11 golos em 27 jogos na Meistriliiga e 18 em 37 partidas na Esiliiga, a segunda divisão.
Os criativos da selecção estonianos vêm todos do Flora Tallinn, Luigend, Lepistu e Gavrilov, todos com dezenas de jogos pela equipa principal ou B. Luigend, por exemplo, soma já mais de 50 desafios com a equipa principal!
Não espantará se a equipa se apresentar de início com dois fortes finalizadores, além de Anier, também Artur Rattel, do Levadia Tallinn, é um dínamo para os golos, tendo marcado 27 em 36 chamadas na equipa B, somando já 28 jogos na equipa principal do Levadia.
A defesa também conta com jogadores já muito rodados nos seniores. O lateral direito, Kukebal, já leva mais de 60 jogos no Kalev, com o seu companheiro, o central Martin Kase, a estar nas 70, voltando nós a reforçar que estes números são para os seniores! O lateral esquerdo Pikk, do Tammeka Tartu, já ultrapassou os 40 desafios, ao passo que os outros centrais, Mikk Metsa do Viljandi e Karol Mets do Flora, também já jogaram mais de 50 jogos cada um nos seniores dos respectivos clubes!
Naturalmente, não podemos comparar as exigências competitivas das ligas estonianas às principais europeias, contudo não deixam de haver bons jogadores nestas paragens,
Estónia | Clube |
Vadim Gurnik | Flora Tallinn |
Riido Reiman | Sorve JK |
Kevin Ingermann | Levadia Tallinn |
Martin Kase | Kalev Tallinn |
Johannes Kukebal | Kalev Tallinn |
Karol Mets | Flora Tallinn |
Mikk Metsa | FC Viljandi |
Marten Pajunurm | FC Kuressaare |
Artur Pikk | Tammeka Tartu |
Bert Klemmer | FC Viljandi |
Brent Lepistu | Flora Tallinn |
Karl-Eerik Luigend | Flora Tallinn |
Andreas Raudsepp | Levadia Tallinn |
Nikita Martonov | Levadia Tallinn |
Martin Ustaal | Levadia Tallinn |
Hannes Anier | OB Odense |
Juri Gavrilov | Flora Tallinn |
Artur Rattel | Levadia Tallinn |
GRÉCIA -
A Grécia vem sofrendo algumas mudanças no seu futebol jovem. O que apontamos a Portugal era o que sucedia na Grécia, rendida ao domínio dos seus 'grandes', nomeadamente Panathinaikos e Olympiacos, tendia a reduzir as chamadas nas suas selecções jovens a estes e ao AEK Atenas, com presenças residuais de miúdos de outras paragens - até porque estamos a falar de clubes da capital - ou subúrbio.
Apesar de continuarem a ser os principais fornecedores, hoje em dia temos jogadores provenientes de nove formações, o que denota ainda outro câmbio no futebol helénico que vamos abordar de seguida.
O modelo anglo-transalpino, que é utilizado noutras nações - não tanto em Portugal - com a valorização da experiência, que aplaudimos quando esta se apresenta como mais-valia e não como forma de somente reclamar um lugar, era comum na Grécia, onde trintões preenchiam os clubes helénicos, fechando a porta a aspirantes a futebolistas. Esta 'extensão' de carreira do grosso dos futebolistas gregos limitou e fez regredir o, já de si, não muito forte futebol grego, o que obrigou a mudanças, inevitavelmente.
Ao contrário de Portugal, e apesar de existirem dezenas de jornais desportivos, muitos deles especializados em futebol e orientados para clubes, algo natural e assumido, como em Espanha ou Itália, mas infinitamente negado em Portugal, apesar de todas as aparências contrárias, na Grécia existem outras modalidades que pedem meças ao futebol, nomeadamente o basquetebol, a luta greco-romana, o halterofilismo - que sofreu muito com o doping - e o atletismo, que também começa hoje em dia a recuperar dos escândalos de dopagem que envolveram grandes atletas gregos nos Jogos Olímpicos de 2004.
O inacreditável êxito de 2004 elevou o futebol a um patamar não antes conhecido, no que toca às selecções, sequenciado com a final de 2007 para os sub19, onde deixaram pela fase de grupos Portugal - atenção, por isso. Numa equipa que contava com valores como Ninis, Mitroglou, Papastathopoulos, Dimoutsos, Siovas, Papazoglou, Ioannidis, Siakkas ou Giannis Papadopoulos, todos já figuras no futebol grego, internacionais pela equipa principal.
A reflexão no futebol grego viveu outro paradigma recente, uma alteração de quadros dirigentes. Quando antes o futebol helénico era dirigido, a nível de clubes, por pessoas com parecenças aos actuais e antigos dirigentes portugueses, actualmente boa parte dos clubes são presididos por ex-jogadores, com antigos campeões europeus como Nikolaidis ou Zagorakis a estarem na frente de clubes que ficaram depauperados, dada a crise económica do país, que se conheceu agora mas que já vem de há alguns anos, e o mau dirigismo.
Também os 18 convocados se apresentam com rodagem sénior, que mais à frente detalharemos. A Grécia venceu o seu grupo na ronda de qualificação, com duas vitórias e um empate, 13-2 em golos, 'limpando' a ronda de elite com três triunfos e 8-0 em golos!
Com uma média de idades de 18,92 anos, tem o guarda-redes Kapino, que já é opção do Panathinaikos de Jesualdo Ferreira, com 13 partidas na liga grega da época passada. O lateral esquerdo Stafylidis, do PAOK que era de Boloni, foi chamado pelo romeno para integrar a equipa principal em 16 ocasiões, enquanto a restante linha defensiva, de Panathinaikos e Olympiacos, alinha nas equipas sub21 dos respectivos clubes. Bougadis, o alto central (1,90 m) do AEK Atenas, também foi chamado à equipa principal nove vezes, tendo mesmo participado em dois encontros da Liga Europa.
O polivalente Mavrias, ala que também pode jogar no meio, foi chamado por Jesualdo em 21 desafios, ao passo que o esquerdino Fourlanos, também do Panathinaikos, jogou na principal formação por três ocasiões. Os médios mais posicionais, Kourbelis, do Asteris Tripolis, e Ballas, do Atromitos, actuaram por 15 e 14 vezes na última época, respectivamente, nas equipas A dos seus clubes, ao passo que Katidis, do Aris Salónica, médio centro que também pode actuar à direita, jogou 13 desafios em 11/12. Companheiro de Katidis é Giannotas, extremo direito de base, que foi chamado à principal formação por 21 vezes na época transacta, tendo apontado três golos.
Diamantakos vem jogando nos sub21 do Olympiacos, mas é um avançado em quem muitos depositam grandes esperanças. O outro '9', Bakasetas, esteve no Asteras Tripolis na última época, tendo participado em nove partidas.
Stefanos Kapino | Panathinaikos |
Sokratis Dioudis | Aris Salónica |
Nikolaos Marinakis | Panathinaikos |
Konstantinos Triantafyllopoulos | Panathinaikos |
Konstantinos Stafylidis | PAOK |
Mavroudis Bougaidis | AEK Atenas |
Charalampos Lykogiannis | Olympiakos |
Konstantinos Rougalas | Olympiakos |
Charalampos Mavrias | Panathinaikos |
Spyros Fourlanos | Panathinaikos |
Georgios Katidis | Aris Salónica |
Dimitrios Kourbelis | Asteras Tripolis |
Panagiotis Ballas | Atromitos |
Andreas Bouchalakis | Ergotelis |
Vasilios Bouzas | Panionios |
Dimitrios Diamantakos | Olympiakos |
Anastasios Bakasetas | Asteras Tripolis |
Giannis Giannotas | Aris Salónica |
ESPANHA -
A cultura de vitória espanhola nota-se nas selecções jovens, masculinas e femininas, nos vários desportos, um culto e um paradigma que tem por base os Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, onde todo o desporto 'vizinho' foi remodelado, repensado, para criar a cultura que nos parece, hoje, eterna, com selecções de topo no andebol, no basquetebol, no futsal, no voleibol, com grandes desportistas no atletismo, em fase de quebra agora, na natação, na ginástica, no ciclismo... com inúmeras naturalizações realizadas com o intuito de desenvolver modalidades, não de forma avulsa, como se observa no atletismo, na natação ou no andebol.
Nesse sentido, é apenas natural elevar esta selecção ao estatuto de principal candidata ao triunfo final. Já se sabe o estilo de jogo, idêntico para todos os escalões espanhóis, ou seja, campeã na posse de bola, paciente na criação de situações de golo, eficaz na concretização, num conjunto de convocados originários de 12 formações distintas, um exemplo para se ver bem, não há uma maioria das duas principais formações do país, por muito que dominem o jogo sénior, pois quer-se diversidade, quer-se representatividade do país, quer-se um país com a selecção, vêem-se bascos, galegos, andaluzes, catalães, castelhanos, valencianos, notando-se que isso é, também, uma preocupação nas selecções jovens espanholas, ao contrário de outras.
Favorita também porque é a detentora do título, contando com cinco dos vencedores na formação de 2012.
Como as selecções acima analisadas, os futebolistas espanhóis têm já experiência sénior, nas equipas principais ou nas B, o que nos leva a outra reflexão sobre o objectivo da equipa B. Hoje lemos um dirigente do FC Porto falar sobre as equipas B e como estas não bastam no processo de transição, que com certeza não estará atento ao que sucede em Espanha, apenas para citar a mais próxima, onde as 'B' são, exactamente, a forma ideal de transição dos jogadores oriundos dos escalões jovens, independentemente do escalão que disputam, também contrariando esta ideia 'peregrina' portuguesa de que as equipas 'B' são apenas válidas para a segunda liga...
Os aspirantes a bicampeões europeus são o lateral direito basco de origem angolana Jonas Ramalho, titular do Athletic B e com dois jogos disputados na equipa principal na última época, a jovem estrela do Barcelona Gerard Deulofeu que, depois do brilho na época passada, acabou por ficar aquém do que esperávamos, não tendo sido utilizado por Guardiola, mas afirmando-se no Barcelona B, na Liga Adelante, Juanmi, o avançado do Málaga, estreado na equipa principal por Jesualdo Ferreira, mas que perdeu espaço com Pellegrini, com seis partidas na BBVA 11/12, o guarda-redes do Villarreal B, Ortolá e o avançado do Valencia Paco Alcacer, titular do Mestalla, e participante em três jogos da BBVA 11/12.
Contudo, o jogador mais rodado na BBVA é Goméz, médio do Sevilha, que marcou presença em 15 partidas do principal campeonato espanhol em 2011/12.
A equipa conta ainda com dois emigrantes em Inglaterra, Suso no Liverpool e Denis Suárez no Manchester City, presenças habituais na Reserve League inglesa. Jesé, estrela do Castilla, que costuma treinar com o plantel principal de José Mourinho, procurará afirmar a sua aptidão goleadora, não nos podendo esquecer do ala Bernat, também utilizado por Unai Emery por sete vezes no Valencia. É uma selecção muito forte e criativa, onde ainda entra Ñiguez do Atlético Madrid B, com os menos experientes ao mais alto nível a serem os defesas, numa selecção que, apesar de tudo, é a mais jovem das presentes, com média de 18,53 anos.
Kepa Arrizabalaga | Athletic Bilbao |
Jonas Ramalho | Athletic Bilbao |
Saúl Ñíguez | Atlético Madrid |
Javier Manquillo | Atlético Madrid |
Oliver Torres | Atlético Madrid |
Gerard Deulofeu | Barcelona |
Alejandro Grimaldo | Barcelona |
Jonathan Castro Yoni | Celta Vigo |
Pablo Insua | Deportivo Corunha |
Jesús Fernández Suso | Liverpool |
Juanmi | Málaga |
Denis Suárez | Manchester City |
Jesé | Real Madrid |
Derik Osede | Real Madrid |
José Goméz | Sevilha |
Paco Alcacer | Valencia |
Juan Bernat | Valencia |
Adrián Ortolá | Villarreal |
PORTUGAL -
A selecção portuguesa é baseada em três clubes, com o Sporting CP a ceder sete atletas e o Benfica seis, não surgindo atletas que vêm actuando nos seniores dos respectivos clubes, na II Divisão, ou qualquer jogador do Sporting Braga, que lutou pelo título nacional júnior até ao fim.
Tirando Pedro Almeida, que finalizou a época nos seniores da União Leiria, não há jogadores com rodagem sénior, o que, olhando a todas as outras selecções presentes e aos ritmos competitivos que os convocados apresentam, é inevitável abordar esta questão. Mesmo que a selecção portuguesa se sagre campeã, não vamos deixar de pensar e criticar esta nova forma de estar das selecções jovens portuguesas.
Sabe-se que diversos atletas do Sporting CP estão em vias de deixar o clube para rumar a outras paragens, Bruma, Betinho, Esgaio, Agostinho Cá... mas outros jogadores, sem espaço nos plantéis dos respectivos clubes, podem ter neste torneio a melhor forma de se afirmarem e, bem guiados, rumarem a outras paragens para uma afirmação que, desde há anos, está fechada em Portugal aos jovens futebolistas lusos. Aqui há que salientar a boa opção, teoricamente falando, de André Teixeira e Ricardo Alves, ex-juniores do FC Porto, que assinaram contrato com o Belenenses, provavelmente por perceberem, ao contrário de outros, a actual política dos campeões nacionais...
A selecção conta tem uma média de idade de 18,91 anos, contando com três jovens nascidos fora de Portugal, Bruma e Cá na Guiné-Bissau, Tiago Ilori em Inglaterra, continuando a notar-se a constante e bem-vinda presença dos PALOP nas nossas selecções jovens.
Bruno Varela | Benfica |
Rafael Veloso | Sporting CP |
Daniel Martins | Benfica |
João Cancelo | Benfica |
Pedro Almeida | União Leiria |
Tiago Ilori | Sporting CP |
Tiago Ferreira | FC Porto |
André Gomes | Benfica |
Tozé Carvalho | FC Porto |
João Mário | Sporting CP |
Agostinho Cá | Sporting CP |
Ricardo Alves | Belenenses |
Betinho | Sporting CP |
Bruma | Sporting CP |
Cafú | Benfica |
Ivan Cavaleiro | Benfica |
Ricardo Esgaio | Sporting CP |
André Teixeira | Belenenses |
GRUPO B
SÉRVIA -
O Europeu de sub19 de 2012 contará com três rivalidades históricas, Portugal e Espanha no Grupo A, Inglaterra e França no Grupo B e, finalmente, Sérvia e Croácia, também neste grupo.
Quando olhamos para a antiga Jugoslávia e as selecções/nações que daí emergiram, associamos imediatamente a Sérvia à força, ao físico, e a Croácia à técnica, à subtileza.
Portugal também está representado nesta equipa, com Radovanovic, dos juniores do Nacional, a fazer parte dos 18 que marcarão presença na Estónia. Também o guarda-redes Pajovic já actua no estrangeiro, defendendo as redes da equipa B do Videoton, de Paulo Sousa.
Há 12 formações presentes nos 18, num país onde o domínio bipartido Partizan/Estrela Vermelha marca as selecções mas, mais uma vez, não em demasia, vendo-se jovens da Vojvodina, do sul, do norte, um nascido na Croácia, Sasa Ivkovic, médio com 28 presenças nos seniores do Teleoptik, voltando a reforçar-se a preocupação com a presença de jogadores oriundos de todo o país, ainda que o futebol sérvio se centre imensamente em Belgrado.
A equipa não conta com alguns dos melhores jogadores da categoria, Nastasic da Fiorentina, Lazar Markovic e Aksentijevic do Partizan, estão ausentes por lesão ou solicitação do clube.
Ainda assim, o grosso dos convocados já actuam nos seniores. Mijailovic, central/médio do Estrela Vermelha, realizou 21 partidas no histórico sérvio, actuando mesmo já na Liga Europa, Spajic, da mesma formação, foi emprestado ao Sopot, actuando bastante na segunda divisão. O criativo do Vojvodina Novi Sad, Poletanovic, foi chamado a jogar na equipa principal por 12 vezes em 11/12, enquanto o 11, Nikola Ninkovic, já actua no campeão, Partizan, tendo mesmo participado nos jogos de acesso à Liga dos Campeões. Aleksandar Mitrovic, avançado contratado pelo Partizan ao Teleoptik, actuou nestes em 25 partidas com sete golos apontados.
Os médios Varga, Pavlovski e Ivan Petrovic têm todos rodagem sénior, o primeiro com quatro jogos no Hajduk Kula, o segundo com 14 jogos pelo OFK Belgrado e Petrovic já chamado por 18 vezes a dar o contributo aos seniores do Radnicki Kragujevac, apenas em 11/12, tudo na Jelen Superliga. Os avançados Djurdjevic e Cavric, de Rad Belgrado e Banat Zrenjanin, realizaram sete e 10 partidas, respectivamente, numa formação com uma média de idades de 18,74 anos.
Filip Pajovic | Videoton |
Miroslav Grujicic | BSK Borca |
Srdjan Mijailovic | Estrela Vermelha |
Uros Spajic | Estrela Vermelha |
Filip Stojkovic | Estrela Vermelha |
Nemanja Radoja | Vojvodina Novi Sad |
Lazar Rosic | Radnicki K. |
Marko Poletanovic | Vojvodina Novi Sad |
Nikola Ninkovic | Partizan |
Sasa Ivkovic | Teleoptik |
Marko Pavlovski | OFK Belgrado |
Stefan Dimic | Rad Belgrado |
Boris Varga | Hajduk Kula |
Ivan Petrovic | Radnicki K. |
Djordje Radovanovic | Nacional |
Aleksandar Mitrovic | Partizan |
Uros Djurdjevic | Rad Belgrado |
Aleksandar Cavric | Banat Zrenjanin |
CROÁCIA -
Tal como a vizinha e rival Sérvia, a Croácia não conta com algumas das suas melhores peças, com Livaja e Canadija, a que se juntam Ante Rebic e Misic, a não poderem estar nos 18 finalistas.
Com uma média de idades de 18,90 anos, tem um emigrante e dois croato-descendentes. O guarda-redes Sluga está na equipa Primavera de Juventus, enquanto Colak, ponta-de-lança de 1,88 m do Karlsruher, nasceu e cresceu na Alemanha, actuando entre a equipa amadora do KSC e os juniores, pelos quais apontou 14 golos em 23 jogos esta época, e o médio Hrvoje Milicevic, nado e criado na Bósnia-Herzegovina, em Mostar onde ainda actua, no Zrinjski, onde em 11/12 realizou 24 partidas na principal formação.
O Sesvete, da segunda divisão croata, tem quatro futebolistas nesta selecção que actuaram lá na última época, três por empréstimo e o médio Miksic, como parte integrante dos quadros formativos do clube do leste de Zagreb. Miksic realizou 14 jogos pela equipa principal, enquanto Gorupec, lateral/médio direito, emprestado pelo Dínamo Zagreb, jogou 17 partidas, e o seu duplamente colega, Filip Mrzljak, fez 20 jogos, enquanto o também defesa, mas do Lokomotiva Zagreb, Calusic, foi chamado a 19 desafios.
O Rijeka tem três convocados, todos a jogarem na principal divisão croata. O pivot Mocinic, 13 partidas em 11/12, o central Datkovic, 16 jogos, e o lateral Mato Milos, 13 encontros. O ponta-de-lança, Ante Rebic, do RNK Split apontou cinco golos em 19 jogos na liga croata pelo seu clube, contudo foi substituído à última hora por Denis Cabraja, ex-júnior do Dínamo Zagreb, que segue em 2012 para o Radnik Sesvete. O Osijek é o mais representado, a par do Dínamo Zagreb, ao contrário do que se poderia esperar, com quatro atletas, todos eles habituais nos seniores do clube.
Simon Sluga | Juventus |
Toni Gorupec | Dinamo Zagreb |
Josip Calusic | Lokom. Zagreb |
Ivan Aleksic | Osijek |
Danijel Miskic | Radnik Sesvete |
Marko Pajac | NK Varazdin |
Ivan Mocinic | Rijeka |
Domagoj Pavicic | Dinamo Zagreb |
Marko Dugandzic | Osijek |
Dejan Cabraja | Radnik Sesvete |
Oliver Zelenica | Dinamo Zagreb |
Filip Mrzljak | Dinamo Zagreb |
Niko Datkovic | Rijeka |
Mato Milos | Rijeka |
Hrvoje Milicevic | Zrinjski Mostar |
Antonio-Mirko Colak | Karlsruher |
Matej Mitrovic | Cibalia Vinkovci |
Mihael Pongracic | Osijek |
FRANÇA -
Olhando para os convocados da França, acreditamos que tem potencial para chegar ao título, jogadores rápidos, versáteis, com experiência de Ligue 1, e sempre com a influência afro-francófona. Apenas Umtiti nasceu nos Camarões, mas 12 dos 18 convocados têm dupla nacionalidade, quase todos com origens africanas.
Estão representadas 14 formações, entre as quais o FC Porto e o Manchester United, clubes dos emigrantes, Thibaut Vion e Paul Pogba, respectivamente.
Os guarda-redes são Areola, do PSG B, e Millieras, titular da B do Châteauroux e suplente da equipa principal. Digne, lateral/médio esquerdo, realizou 16 jogos pelo Lille, e Umtiti jogou 12 desafios no Olympique Lyon, sempre em 11/12. O médio defensivo Kondogbia, do Lens, foi fulcral na equipa actuando em 32 partidas, tal como Veretout, do Nantes, chamado em 35 ocasiões. Bahebeck, avançado do PSG, foi alternativa na Ligue 1 e na Liga Europa.
O que continua a notar-se, à excepção portuguesa, é que as selecções são constituídas por futebolistas com rodagem sénior, seja nas principais equipas, nas equipas B ou emprestados, reforçando nós o aspecto de estarmos a falar de futebolistas com idade júnior.
Alphonse Areola | Paris-SG |
Jonathan Millieras | Châteauroux |
Lucas Digne | Lille |
Vincent DiStefano | Montpellier |
Dimitri Foulquier | Rennes |
Jérôme Phojo | Mónaco |
Richard-Quentin Samnick | Paris-SG |
Samuel Umtiti | Olympique Lyon |
El-Hadji Ba | Le Havre |
Geoffrey Kondogbia | Lens |
Axel Ngando Elessa | Rennes |
Paul Pogba | Man. United |
Jordan Veretout | Nantes |
Jean-Christophe Bahebeck | Paris-SG |
Alexy Bosetti | OGC Nice |
Alassane Plea | Olympique Lyon |
Ulrich Kevin Mayi | Saint-Étienne |
Thibaut Vion | FC Porto |
INGLATERRA -
Sem Keane e Bamford, lesionados, a Inglaterra parte, contudo, com ambição. Já se sabe que tecnicamente não está ao nível de França ou Croácia, mas tentará ainda assim, lograr o apuramento para as meias-finais.
Eric Dier é a presença 'portuguesa' nesta selecção, central dos quadros do Sporting CP, que esteve no Everton na última época, actuando na Reserve League.
Nos 18 estão dois africanos de nascença, Berahino, que nasceu no Burundi, ponta-de-lança dos quadros do West Bromwich Albion que, em 11/12, andou entre a Reserve League (8 jgs) e os empréstimos, Brenford - League One - 8, Northampton - League Two - 14, e Chalobah, nascido na Serra Leoa, defesa/médio dos quadros do Chelsea, que realizou 15 partidas na Reserve League.
O grosso dos convocados actuou, em 11/12, dividido entre as equipas de reservas das respectivas formações - 11 diferentes - e empréstimos de curta e média duração em clubes da League One ou League Two. O guardião do Man. United, Sam Johnstone, actuou parcialmente no Scunthorpe, Luke Garbutt, defesa do Everton, foi emprestado ao Cheltenham, Michael Kane, do Man. United, foi emprestado aos belgas do Antuérpia, Ross Barkley já é opção do David Moyes no Everton, assim como Redmond, no Birmingham, enquanto Benik Afobe do Arsenal e Harry Kane do Tottenham jogaram emprestados a clubes do Championship! Jack Robinson sentou-se diversas vezes no banco do Liverpool.
Sam Johnstone | Man. United |
Connor Ripley | Middlesbrough |
Eric Dier | Sporting CP |
Luke Garbutt | Everton |
Michael Keane | Man. United |
Jack Robinson | Liverpool |
Tom Thorpe | Man. United |
Conor Coady | Liverpool |
Ross Barkley | Everton |
Nathaniel Chalobah | Chelsea |
Harry Kane | Tottenham |
John Lundstram | Everton |
Nathan Redmond | Birmingham |
George Thorne | WBA |
Benik Afobe | Arsenal |
Saido Berahino | WBA |
Robert Hall | West Ham |
Hallam Hope | Everton |
3 July 2012
Greece | Spain | |||
Referee: Vadims Direktorenko (LVA) – Stadium: Haapsalu, Haapsalu (EST) | ||||
Estonia | Portugal | |||
Referee: Kenn Hansen (DEN) – Stadium: Lilleküla Stadium, Tallinn (EST) | ||||
England | Croatia | |||
Referee: Alain Bieri (SUI) – Stadium: Kadriorg, Tallinn (EST) | ||||
Serbia | France | |||
Referee: Arnold Hunter (NIR) – Stadium: Rakvere, Rakvere (EST) |
E venha mais um Euro!
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