domingo, 1 de julho de 2012

Europeu sub19 Feminino - 2012


Mal termine o Europeu 'pai', a 1 de Julho, abrem-se as portas para os europeus jovens, com as provas feminina e masculina de sub19.
Como habitual, apesar do impacto e relevância históricos que uma selecção feminina portuguesa de futebol estar numa fase final de uma prova continental pela primeira vez, passará um pouco ao lado dos media desportivos portugueses, como se tem notado na contagem decrescente do começo da mesma.

Aquilo que estas jovens alcançaram é muito mais relevante, olhando somente a critérios noticiosos, do que uma qualquer potencial contratação de um determinado clube que enche as parrangonas, é extremamente mais valorosa do que o apuramento da selecção sénior masculina para o Euro 2012 e a sua campanha, apesar de poder não o parecer.
Apesar dos brandos costumes, Portugal ainda é um país cheio de pruridos, ainda hoje uma rapariga jogar futebol é visto com desdém, é razão para escárnio, para não usar expressões mais ofensivas. É verdade que já foi bem pior, pais, amigos, familiares proibiam as aspirantes a futebolistas de, sequer, treinarem.

Como somos um país de aparências, tudo parece estar sempre bem, ninguém reclama, não se passa nada, é tudo normal... mas não é. A aspiração a ser futebolista é um sonho que, ainda hoje, em Portugal e no feminino é muito complicado de concretizar. Se no masculino há queixas, imagine-se no feminino, fazer semanalmente dezenas, centenas de quilómetros para se ir treinar, encontrar uma equipa, estar dependente da disponibilidade de campo face aos escalões masculinos, ser gozada, mesmo mal vista, na escola, há que superar um infinito maior número de obstáculos - em comparação com o masculino - e, como tal, esta histórica participação deveria ter sido MUITO MAIS divulgada.

Claro que não somos caso único. Afinal, no universo das instituições que regulam o futebol, a versão feminina do mesmo chegou a ser proibida, justificando tal acto como uma prática indigna de senhoras. Como tal, tudo o que FIFA/UEFA/IFAB façam hoje em dia pelo futebol feminino é pouco, tendo em conta o que a história nos diz.

O Europeu 2012 de sub19, versão feminina, decorrerá na Turquia, na bela cidade de Antalya, espécie de estância de veraneio do país que tem a única ligação rodoviária entre a Europa e a Ásia, numa soberba enseada mediterrânica interior.

Será um Europeu de estreias, não apenas Portugal mas também a organizadora Turquia, a Roménia e a Sérvia terão as suas meninas sub19 como debutantes numa fase final da categoria, o que é um recorde, apenas igualado pela segunda edição - com somente quatro selecções presentes, ainda - em 1999.

A grande ausência é, naturalmente, a detentora do título, Alemanha, e mais vezes campeã, já com seis troféus arrecadados, em oito finais disputadas!

Depois de nunca o vencedor ter deixado de marcar presença no certame seguinte, é a segunda época consecutiva sem vencedor e vencido do ano anterior!

Selecção Estreia Pres Pres3 Pres4 Pres5 Pres6 Pres7 Pres8 Pres9 Pres10 Pres11 Pres12 Pres13
Dinamarca 1998 2001 2002 2006 2007 2012
França 1998 2000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Suécia 1999 2000 2002 2003 2006 2008 2009 2012
Alemanha 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Itália 1999 2003 2004 2008 2010 2011
Noruega 1999 2001 2002 2003 2004 2007 2008 2009 2011
Espanha 2000 2001 2002 2003 2004 2007 2008 2010 2011 2012
Inglaterra 2002 2003 2005 2007 2008 2009 2010 2012
Suíça 2002 2004 2005 2006 2009 2011
Holanda 2003 2006 2010 2011
Rússia 2004 2005 2006 2011
Finlândia 2004 2005
Hungria 2005
Escócia 2005 2008 2010
Bélgica 2006 2011
Islândia 2007 2009
Polónia 2007
Bielorrússia 2009
Macedónia 2010
Portugal 2012
Turquia 2012
Roménia 2012
Sérvia 2012

Acima fica uma tabela de presenças em fases finais, para confirmar o grande destaque germânico, que justifica em grande parte, ou é consequência, da forma como o desporto em geral e o futebol feminino, aqui, em particular, são vistos na Alemanha.

Entre as eleitas ao longo de cada ano como melhor do torneio encontram-se nomes como Anja Mittag, Ramona Bachmann, as gémeas Kerchowski ou Sarah Bouhaddi, sendo este uma montra também para as universidades norte-americanas e a possibilidade de uma carreira de, pelo menos, semi-profissionalismo ou com maiores apoios.

As oito selecções presentes foram divididas em dois grupos, o A, que inclui Portugal, Dinamarca, Roménia e a organizadora Turquia, e o B, onde estão Espanha, Sérvia, Suécia e Inglaterra.

Começando pelo Grupo B - SUÉCIA
Uma das favoritas, sem dúvida, a Suécia fez uma campanha imaculada, com seis vitórias em seis partidas e um diferencial de 18-1, vão para a oitava presença, tendo já um título e uma final no pecúlio.

Ao contrário do que estamos habituados por cá, na Europa Central e do Norte, existem transferências no feminino como no masculino, é normal as jogadoras se formarem num clube e rumarem a outro para prosseguir carreira, mesmo em escalões ainda jovens, como é o caso.

Ainda não possuíndo as 18 de todas as selecções, algumas ainda têm uma pré-selecção - Turquia e Sérvia -, podemos contudo afirmar que a Suécia tem a selecção mais 'idosa', com uma média de idades de 18,63 anos.

Das convocadas, pelo menos quatro transferiram-se este ano de clube, a guarda-redes Jessica Hooglander mudou-se do modesto Gideonsbergs para o forte Tyreso FF, a defesa Magdalena Eriksson trocou o Enskede pelo Djurgardens, tendo já realizado nove partidas na Damallsvenskan 2012 na equipa da capital, Lina Hurtig deixou o Gustafs para rumar ao gigante feminino Umea, enquanto Mimmi Lofwenius mudou-se do Holmalunds para o Koparbergs/Goteborg, realizando já seis jogos na principal liga sueca pela nova equipa.

Pelo menos metade da formação sueca tem experiência de divisão maior sueca. Fridolina Rolfo já efectuou 21 desafios no Jitex, Jonna Andersson já ultrapassou as 30 com a camisola do Linkopings. A estrela Elin Rubensson, por exemplo, no forte LdB Malmo já conta também com mais de 30 partidas, tendo jogado 25 em 2011.

O clube mais representado é o AIK Solna, com cinco futebolistas, num universo de 11 clubes distintos com jogadoras nesta convocatória.

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1GRJessica HoglanderTyreso FF
12GRLina RingshamreSundsvalls FF
2DEFAlice NilssonKristianstads
4DEFJennie NordinAIK Solna
5DEFMagdalena EricssonDjurgardens
13DEFHanna GlasSundsvalls FF
17DEFElin BragnumAIK Solna
3MDAmanda IlestedtLdB Malmo
6MDTherése BostromAIK Solna
7MDPetra AnderssonAIK Solna
14MDJulia WahlbergTolo IF
16AVLina HurtigUmea
8AVMalin DiazAIK Solna
9AVPauline HammarlundTyreso FF
10AVElin RubenssonLdB Malmo
11AVJonna AnderssonLinkopings
15AVFridolina RolfoJitex BK
18AVMimmi LofweniusKopparbergs/Goteborg

INGLATERRA -

A Inglaterra ficou isenta da ronda inicial de apuramento, a par de França e Alemanha, entrando na segunda fase de forma imaculada, três triunfos e 8-0 em golos. Das quatro formações que integram o grupo B é, a priori, a mais jovem, apesar de relativa proximidade entre todos os conjuntos, com uma média de 18,17 anos. Apesar disso, há que ter cuidado, especialmente com uma das suas mais jovens, Beth Mead, um diabo de área, com 17 anos acabados de fazer, que 'apenas' conta com 23 golos em 23 jogos ao serviço do Sunderland, bem acompanhada pela sua compincha de clube, Keira Ramshaw,que apontou nove tentos em 21 chamadas às Sunderland Ladies.

No miolo conta com Sherry McCue, uma Scholes 'wannabe', até pelas parecenças físicas, já com 14 partidas no Aston Villa, e Liz Ince, do Blackburn Rovers, com 20 jogos na principal formação dos 'rovers'.

Existem pelo menos quatro jovens formadas na Academia do Sheffield United, sim, porque é normal existirem academias também para o futebol feminino ao contrário do que se possa pensar, Meaghan Sargeant, polivalente defesa/médio, que passou também pelo Arsenal, estando agora nas Lincoln Ladies, Kasia Lipka, uma influente médio das Doncaster Rover Belles, para onde se mudou em 2009, Jessica Sigsworth, que regressou à terra natal, Doncaster, em 2011, e Bethany England, também das 'Belles', para onde rumou em 2010.

Na convocatória estão representadas nove formações, com o quarteto de Doncaster a oferecer maioria representativa às 'Belles'.

Também a Inglaterra tem o seu grau de favoritismo, afinal os resultados nos últimos anos assim o ditam, dois títulos e uma final nas últimas cinco épocas!

GR Mary Earps Doncaster Rovers Belles
GR Megan Walsh Aston Villa
LMD Lara Fay Chelsea
DEF Alex Greenwood Everton
DEF Aoife Mannion Aston Villa
DEF Jasmine Matthews Bristol Academy
D/M Meaghan Sargeant Lincoln Ladies
DEF Paige Williams Everton
MD Elizabeth Ince Blackburn Rovers
MD Kasia Lipka Doncaster Rovers Belles
MD Sherry McCue Aston Villa
AV Jessica Sigsworth Doncaster Rovers Belles
MD Abbey-Leigh Stringer Aston Villa
AV Danielle Carter Arsenal
AV Bethany England Doncaster Rovers Belles
AV Beth Mead Sunderland
AV Nikita Parris Everton
AV Keira Ramshaw Sunderland

 ESPANHA -

Na fase de apuramento, seis em seis, 31-2 em golos, e a confiança dos recentes triunfos.

A Espanha foi campeã em 2004 e finalista vencida em 2000, contando nas 18 convocadas 11 (!) campeãs europeias de sub17, cinco delas bicampeãs (Alexia Putellas, Marina García, Ivana Andrés Sanz, Gema Gili e Raquel Pinel), tendo uma média de idade de 18,39 anos.

Apesar da federação espanhola parecer completamente absorvida com a equipa principal masculina, há que sublinhar o grande trabalho que continua a ser realizado nos escalões de formação masculinos e femininos, que produzem ano após ano gerações de campeões, sendo a actual principal potência futebolística jovem na Europa.

A convocatória conta com três companheiras de lusas, a guarda-redes Esther Sullastres do L'Estartit, a defesa do Espanyol Andrea Pereira e a avançada do Saragoça Nelly Maestro. Sublinhe-se que, como na maioria das selecções, ao que conhecemos pelo menos, boa parte das convocadas - apesar de juniores ou, até, juvenis - já são escolhas das principais equipas nos clubes onde actuam ou, quando existem, das reservas/equipas b.

Como nas anteriores, observamos uma multitude de formações a cederem atletas, 11 mais concretamente, com o Atlético Madrid a ter quatro das suas meninas nas fileiras, sendo o mais representado.

Gema Gili é uma jogadora que vale a pena acompanhar, a par de Alexia Putella, não se podendo contudo deixar de referir a linha ofensiva, Laura Ortíz, Raquel Pinel podem surpreender qualquer defesa. Tecnicamente evoluídas, com garra e com hábitos de vitória, podem ganhar este torneio,mas também podem soçobrar face ao maior poderio físico das oponentes e ao próprio excesso de confiança, nomeadamente se passarem a fase de grupos.
GREsther Sullastres AyusoL'Estartit
AVNagore Calderón RodríguezAtlético Madrid
MDAmanda Sampedro BustosAtlético Madrid
AVLaura Ortíz HernánAtlético Madrid
DEFPaula López MuñozAtlético Madrid
DEFAndrea Pereira CejudoEspanyol
MDAna Rodríguez TroyanoMálaga
MDNerea Pérez MachadoLevante
MDAlexia Putellas SeguraLevante
MDMarina García PortilloComarca Olivenza
MDIdaira Fernández RodriguezComarca Olivenza
GRMª Dolores Gallardo NúñezUniversidad Huelva
DEFVirginia Torrecilla ReyesCiutat de Palma
MDRaquel Carreño AlcaldeTorrejon
AVNelly Maestro GómezPrainsa Saragoça
DEFIvana Andrés SanzValencia
MDGema Gili GinerValencia
AVRaquel Pinel SáezValencia

SÉRVIA -

Uma das estreantes na fase final, a Sérvia é a mais fraca, teoricamente falando, do Grupo B, afinal compete com três antigas campeãs, sendo já uma honra estar na fase final, naquele que poderá ser um grande passo no desenvolvimento do futebol feminino local, num país onde, no feminino, voleibol, andebol, basquetebol, levam uma tremenda vantagem, com grandes selecções e atletas profissionais a actuarem nas melhores ligas europeias.

A Sérvia parte ainda em desvantagem - mas com sentido de 'vingança' - face à Suécia. Parte do mesmo grupo na primeira fase, as jovens sérvias encaixaram sete sem resposta das nórdicas, tendo passado essa ronda inicial no confronto directo com outras duas formações, após terem todas terminado com um triunfo e duas derrotas. Na ronda de elite ficaram no grupo da Dinamarca, tendo superado esta, encabeçando a chave com três triunfos e 7-2 em golos. Um exemplo de quanto tudo se pode alterar em alguns meses.

O que esperar? Uma equipa também forte fisicamente, dotada de técnica mas focada na eficácia defensiva, sem medo de fazer faltas e utilizar o físico. Os jogos com Inglaterra e Suécia prometem ser duelos bem intensos.

Confirmadas estão as seis do campeão, Spartak, de oito que constavam, não conseguindo nós ainda ter os 18 nomes finais e, como tal, deixámos então a lista pré-final, onde existem futebolistas de seis formações, com o Spartak como o mais representado.

GR Nevena Stojakovic WFC Masinac
GR Ana Nikolic Susica
DEF Jasna Djordjevic WFC Masinac
DEF Ivana Bobic Estrela Vermelha
DEF Miljana Smiljkovic WFC Masinac
DEF Marija Ilic Spartak Jafa
DEF Andrijana Pesic Estrela Vermelha
DEF Ivana Damjanovic Estrela Vermelha
DEF Stefana Danicic Spartak Jafa
DEF Milica Stojanovic WFC Masinac
MD Tijana Krstic Napredak
MD Aleksandra Savanovic Spartak Jafa
MD Jelena Cankovic Spartak Jafa
MD Nevena Damjanovic Spartak Jafa
MD Andrijana Trisic Napredak
MD Ana Lilic WFC Masinac
AV Sandra Cako Kalemegdan
AV Jelena Cubrilo Spartak Jafa
AV Mima Stankovic WFC Masinac
AV Jovana Damnjanovic Estrela Vermelha

GRUPO B - TURQUIA


A selecção da casa também abre a sua participação numa fase final feminina, num país laico de nome mas profundamente islâmico em diversos sentidos, mas sendo também o destino ou principal ponto intermediário do tráfico sexual europeu, infelizmente. Imagina-se, então, o grau de dificuldade que cada uma destas jovens terá para poder praticar o desporto que gosta. Não há um fundamentalismo tão exacerbado como em países vizinhos, mas ele existe e todo o desporto feminino no universo islâmico tem que se ver a braços com obstáculos inimagináveis no mundo ocidental.

Como país organizador, a Turquia não necessitou que a sua selecção efectuasse o apuramento, tendo passado a época com alguns jogos particulares, que não foram muito positivos, olhando aos resultados.

Atenta, como nas selecções masculinas, à grande diáspora, esta selecção conta com três turco-descendentes, Esra Sibel Tezkan, nascida no norte da Alemanha, que actua na segunda formação do Bayer Leverkusen, Leyla Gungor, nada em Malmo, Suécia, que joga no Limhamne, e Melissa Dilber Erturk, oriunda da capital canadiana, Otava, e que está na Universidade de Middle Tennessee State.

Muitas vezes, com selecções 'limitadas' por motivos sócio-político-religiosos, é natural observar a um clube-selecção, o que não é o caso, estando presentes na pré-convocatória jovens oriundas de 14 formações distintas, com o campeão a colocar somente uma, Merve Aladag, e o Ereglispor a ser o mais representado, com quatro.

Com uma média de 18,36 anos, a Turquia será a grande incógnita, uma vez que não fez a qualificação, não tem um grande passado, como é natural, esperando-se que tenha jogadoras evoluídas tecnicamente, mas desgarradas, e onde as 'estrangeiras' serão, com certeza, uma mais-valia, especialmente porque chegam de paragens onde o futebol feminino está bastante desenvolvido.

GRSelda AkgozFomget Gençlik VE Spor
GRBilgesu AydinGazi Univ.
GRGokcem Elmira CanEreglispor
DEFEmine DemirAdana
DEFEda DuranDerince Belediyespor
DEFDidem KaragençGazi Univ.
DEFYasam GoksuKonak Bel.
DEFRojda DoganTrabzon Idmanocagi
DEFAybuke ArslanTrabzon Idmanocagi
DEFEsra Sibel TezkanBayer Leverkusen II
MDEmine Ecem EsenÇamlicaspor
MDGulbin HizDerince Belediyespor
MDBasak IcinozbebekEreglispor
MDElif DenizEreglispor
MDEda KaratasMarmara Univ.
MDFatos YildirimTrabzon Idmanocagi
MDLeyla GungorLimhamne Bunkeflo
MDMelissa Dilber ErturkMiddle Tennessee State
AVMerve AladagAtasehir Belediye Spor
AVEbru TopçuEreglispor
AVSevgi CinarKonak Bel.
AVFiliz IsikirikLuleburgaz 79

DINAMARCA -

Mais uma selecção onde quase todas as atletas já actuam no principal campeonato, a 3F ligaen, tendo uma média de idades de 18,16 anos. A Dinamarca limpou a primeira fase, três vitórias, 18-0, mas suou na ronda de elite, apenas se apurando como melhor segunda, perdendo com a Sérvia por 4-2.

A Dinamarca venceu o primeiro torneio da categoria, em 1998, mas já não marcava presença na fase mais adiantada desde 2007. Estando situada no topo norte da Alemanha, a 'beijar' a Suécia, mistura um pouco dos estilos no seu jogo, o físico impera, mas com forte dimensão táctica. Uma adversária à semelhança da Noruega, para Portugal, mas tecnicamente mais evoluída.

Trulstrup é a estrela, já com perto de meia centena de jogos na equipa principal do Brondby, tendo sido contratada em 2010 ao B73 Salgelse, é por ela que passa o jogo. Nesta selecção está também uma jovem de origem albanesa-kosovar, Fitore Zejnullahi, o que poderá indiciar maior irreverência no miolo dinamarquês. Contudo, o KoldingQ é o clube mais representado, com cinco futebolistas, todas já opção na equipa A, Carola Schneider, por exemplo, já leva 30 partidas, Nikoline Frandsen também já soma mais de 20, notando-se que é no meio terreno que a selecção acumula mais experiência sénior, ou seja, todas as meninas do meio-campo já estão habituadas a pautar ritmo, a enfrentar várias oposições, algumas mesmo com jogos europeus nas chuteiras.

São sete as equipas que têm atletas nesta fase final, continuando a notar-se o bom trabalho de prospecção realizado pelos departamentos federativos, nada de preguiça de pesquisa e utilização de clube-selecção, sem qualquer justificação, especialmente quando se fala de selecções de escalões formação.

Será, teoricamente, a mais complicada tarefa para as comandadas de José Paisana. O facto de ser o terceiro jogo - esperando-se um bom começo das lusas - pode permitir um jogo mais tranquilo, apesar de também as nossas sub19 parecem 'apreciar' o sofrimento, a julgar pela caminhada até à fase final.

GR Josefine Alberts Brondby
GR Maria Christensen Viborg
DEF Carolina Fahnoe Brondby
DEF Luna Gevitz Skovbakken
DEF Nikoline Frandsen KoldingQ
DEF Rikke Ilkjaer KoldingQ
DEF Stine Pedersen Viborg
MD Carola Schneider KoldingQ
MD Caroline Rask Fortuna Hjorring
MD Fitore Zejnullahi KoldingQ
MD Julie Trustrup Jensen Brondby
MD Mie Jans Brondby
MD Pernille Fosskov Madsen Viborg
AV Camilla Andersen Horsens SIK
AV Christina Bovbjerg Skovbakken
AV Karoline Lykkebo Nielsen KoldingQ
AV Karoline Smidt Nielsen OB Odense
AV Mille Knudsen Fortuna Hjorring

ROMÉNIA -

A selecção mais jovem deste europeu, com uma média de 17,64, apenas três jogadores que não serão sub19 na próxima época e quatro nascidas em 1996!

Na primeira fase de apuramento, a Roménia ficou em segunda no seu grupo, com dois triunfos e uma derrota, 10-2 em golos, vencendo o grupo da 'elite', onde estava a França, com duas vitórias e um empate, 4-1 favorável.

Esta é a selecção com uma 'espinha-dorsal' de clube, apesar de não sabermos se as jovens do campeão, Olimpia Cluj-Napoca, serão a base titular da equipa, sendo certo que estão sete presentes na convocatória final. Apesar desta prevalência, há nove clubes representados, dois dos quais estrangeiros, os italianos do Sestrese Génova, onde actua Francesca Dicu, não conseguindo nós confirmar se a jovem já nasceu e cresceu em Itália, onde existe uma grande comunidade romena, ou não, e uma romeno-descendente, Nicole Amanda Marton, nascida nos Estados Unidos e que joga nas West Virginia Stingers.

Se a selecção masculina for exemplo, espera-se uma selecção dotada tecnicamente, num país que começa também a despertar para o futebol feminino, ainda muito distante do andebol local.

GR Andreea Maria Paraluta FCM Targu Mures
GR Iulia Ana Maria Niculescu AFC Fair-Play Bucareste
DEF Andreea Corduneanu Olimpia Cluj
DEF Anamaria Gorea FCM Targu Mures
DEF Elena Georgiana Vasile CSS Targoviste
DEF Roxana Prunean Olimpia Cluj
DEF Adina Sabina Giurgiu Olimpia Cluj
DEF Renata Kinga Szenko Motorul Oradea
MD Francesca Alexandra Dicu AC Sestrese Génova
MD Stefania Iulia Vatafu Olimpia Cluj
MD Andreea Gabriela Voicu Olimpia Cluj
MD Andrea Herczeg FCM Targu Mures
MD Marta David FCM Targu Mures
MD Nicole Amanda Marton West Virginia Stingers
AV Georgeta Cristina Sandu Alice&Tunes Pitesti
AV Alexandra Lunca Olimpia Cluj
AV Mara Anca Batea Olimpia Cluj
AV Andreea Nicoleta Ceausu Navobi Iasi

PORTUGAL -


Uma estreia muito esperada e merecida, numa caminhada árdua, sofrida, plena de solavancos mas com um desfecho feliz.

Na foto oficial da selecção ainda está Catarina Lopes, entretanto substituída devido a lesão por Joana Carneiro, que regressa após ter, ela própria, saído da chamada inicial também por mazelas físicas, de acordo com a FPF.

A presença na fase final é, já de si, um triunfo para o grupo e para o futebol feminino português, sabendo-se no entanto que todas partem com a ambição de ir ainda mais longe. Da nossa parte, pedimos apenas que se divirtam, que aproveitem todo o entorno, toda a beleza inerente a estar numa fase final, que desfrutem de todo e cada momento e, em campo, sintam o prazer de jogar, o orgulho de Portugal representar e saiam do relvado com a certeza de que deram tudo!

Também Portugal tem a sua diáspora presente, com Stefanie Barcelos, Mélissa Gomes e Mariane Amaro, além da emigrante Mónica Mendes, entre a Universidade Texas-Brownsville e, agora, a equipa feminina de sub20 do DC United, e de Anais Oliveira, que joga por cá, no Ouriense, mas também nasceu, ao que se sabe, em França.

A par da Roménia, Portugal tem a equipa mais jovem, as únicas com média inferior a 18 anos, no caso português, 17,64, além de contar com a, pelo menos, segunda mais jovem de entre todas as convocadas, caso se confirme a presença da turca Ebru Topçu, a oliveirense Andreia Norton! Uma selecção que conta com jovens do norte, do sul, do centro, do interior, das ilhas e, como já referimos, luso-descendentes também, ao que acrescem ainda descendentes dos PALOP, uma verdadeira selecção, em todos os sentidos! :)

O apuramento foi, realmente, dramático. Na primeira fase, Portugal tem que agradecer à República da Irlanda, cuja goleada final à Hungria - 6-0 - permitiu que a equipa lusa continuasse em prova, após o empate a três ante as magiares. A ronda de elite não foi diferente, com a última jornada a ter o grupo completamente em aberto e com qualquer das quatro selecções a poderem carimbar a presença em Antalya. A selecção portuguesa esteve eliminada, apurada, eliminada, na corda-bamba, até que um golo num lado, outro golo no outro, deu a total felicidade, só compreensível vendo a forma como este apuramento foi tão emocionalmente garantido... e celebrado.


Aquilo que mais podemos reconhecer nesta selecção, além dos atributos habituais às típicas formações lusas, ou seja, capacidade técnica acima da média, imprevisibilidade, é a força mental, bem visível no ir atrás de cada resultado, no não desistir a cada adversidade. Uma selecção de luta, no bom sentido!

Como as restantes selecções presentes neste Europeu, também as portuguesas já têm rodagem sénior, ou grande parte delas. Apesar de algumas com 15/16 anos, já jogam com as seniores dos respectivos clubes e não apenas jogam como fazem a diferença.

A nossa criatividade ofensiva, com a Vanessa, a Jéssica, a Mélissa, a Andreia, pode ser um quebra-cabeças para as defesas adversárias, estejam as utilizadas por José Paisana em 'dia sim'.
Bárbara SantosXavelhas
Daniela PereiraCA Ouriense
Mónica MendesDC United
Mariane AmaroParis-SG
Filipa RodriguesFundação D. Laura Santos
Matilde FidalgoFutebol Benfica
Rita FontemanhaBoavista
Joana CarneiroBoavista
Stefanie BarcelosOakville SC
Micaela Matos (Micas)Escola FC
Tatiana PintoClube Albergaria
Fátima PintoAPEL
Anais Oliveira (Naná)CA Ouriense
Mélissa GomesJuvisy
Vanessa MalhoVilaverdense
Jéssica SilvaClube Albergaria
Andreia NortonCesarense
Diana SilvaCA Ouriense

Estamos convosco!

2 July 2012

Turkey
 0-0
Portugal
Referee: Anastasia Pustovoitova (RUS) – Stadium: Mardan Sport Complex, Antalya (TUR)
Portugal - Bárbara Santos, Mónica Mendes, Mariane Amaro (Joana Carneiro, 61'), Vanessa Rodrigues, Matilde Fidalgo, Mélissa Gomes (Diana Silva, 71'), Vanessa Malho, Fátima Pinto, Rita Fontemanha, Micas (Jéssica Silva, 74'), Tatiana Pinto.
Denmark
 1-0
Romania
Referee: Knarik Grigoryan (ARM) – Stadium: Titanic, Antalya (TUR)
England
 0-1
Sweden
Referee: Simona Ghisletta (SUI) – Stadium: Mardan Sport Complex - Field 2, Antalya (TUR)
Spain
 3-0
Serbia
Referee: Zuzana Kováčová (SVK) – Stadium: World of Wonders Football Centre, Antalya (TUR)

5 July 2012

Turkey
 0-1
Denmark
Referee: TBD– Stadium: Mardan Sport Complex - Field 2, Antalya (TUR)
Portugal Romania
Referee: TBD– Stadium: World of Wonders Football Centre, Antalya (TUR)
Spain England
Referee: TBD– Stadium: Titanic, Antalya (TUR)
Serbia Sweden
Referee: TBD– Stadium: Mardan Sport Complex, Antalya (TUR)

8 July 2012

Romania Turkey
Referee: TBD– Stadium: Mardan Sport Complex, Antalya (TUR)
Portugal Denmark
Referee: TBD– Stadium: World of Wonders Football Centre, Antalya (TUR)
Sweden Spain
Referee: TBD– Stadium: Mardan Sport Complex - Field 2, Antalya (TUR)
Serbia England
Referee: TBD– Stadium: Titanic, Antalya (TUR)



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