quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

CAN 2013 - Jornada 1

Muitos empates, várias surpresas, favoritos em ritmo de contenção, poucos golos, os habituais erros defensivos e alguma emoção.
 
No Grupo A dois empates a zero em partidas agradáveis, vendo-se Cabo Verde perto de surpreender os anfitriões, mostrando ser uma selecção muito adulta, com Marco Soares, Toni Varela e Babanco excelentes no miolo, e Angola a poder queixar-se do desperdício de Manucho, o grande culpado pela falta de golos dos 'Palancas Negras', face a uma selecção de Marrocos pouco entusiasmante, bem como o guardião Lamá, que respondeu da melhor forma às poucas, mas perigosas, investidas dos 'Leões do Atlas'.
O excêntrico Kidiaba recordou a sua celebração nos golos da República Democrática do Congo, a quem se deve dar o mérito por uma recuperação de dois golos ante o candidato Gana. Os 'Leopardos' são o nosso 'Dark Horse', assentes no TP Mazembe, 'reforçado' com um meio-campo 'europeu' e Mbokani a acompanhar Mputu na frente, letais, tem bons laterais, Kasusula esteve mais escondido no jogo mostrando-se Issama, um dos nomes que registámos nesta jornada de arranque, pujante a atacar, bem na cobertura, com pulmão, pode ser um nome para a Europa acolher brevemente.
 
Na outra partida do Grupo B assistiu-se ao pior jogo da CAN'13. Um Mali muito abaixo do que se esperava ante um Níger 'amador', bastante acessível, valendo um golo do capitão Keita resultante de uma falha de um dos profissionais nigerinos, o guarda-redes Kassaly.
 
Tal como no Grupo A, a jornada inicial do Grupo C viu dois empates, contudo estes a um golo, sublinhando-se a exibição primorosa da Etiópia frente aos detentores do troféu, Zâmbia.
 
Quando uma selecção actua com 10 durante uma hora, fica sem o guarda-redes, que nem seria o teórico titular, entrando o terceiro da convocatória, falha uma grande penalidade, o que dizer? A verdade é que houve pouco 'Chipolopolo' para tanta 'Walya'.
 
Sewnet Bishaw deu uma lição ao mestre de táctica Hervé Renard, montando uma Etiópia de futebol atraente, mentalidade ofensiva e com jogadores de fino recorte técnico. Adane Girma é outro dos jogadores para quem a CAN'13 pode trazer um bom contrato. Teshome e Megersa foram também reis do meio-campo, bem no transporte, bem na cobertura, porventura nem sempre com a melhor solução de passe, mas com belos princípios de jogo, atrás do goleador que se conhecia, Salahddin Said, que podia e devia ter feito melhor no penalti falhado.
 
Renard colocou Mbesuma, em forma na liga sul-africana, nos titulares, lendo uma necessidade de pegar no jogo e ter uma referência no centro do ataque, falhada no entanto por uma falta de ligação entre o criativo Kalaba, um Katongo apagado e Collins Mbesuma. Terá que melhorar bastante para defender o título com sucesso.
 
A Nigéria partia como favorita frente a um Burkina Faso limitado em opções e de marcha-atrás. Marcaram cedo os nigerianos, adormecendo à sombra do golo apontado e permitindo ao Burkina Faso o equilíbrio das operações, mérito ao treinador pelas alterações no segundo tempo, Sanou e Alain Traoré foram realmente desequilibradores, intensificando o ataque após a expulsão de Ambrose e acabando por chegar a uma igualdade que os nigerianos podiam ter evitado, resolvendo a partida ainda na primeira parte.
 
A primeira jornada fechou com um duelo norte-africano, táctico, mais ainda na segunda parte, e resolvido pela genialidade individual de Msakni. A Argélia esteve bem melhor no primeiro tempo, com Feghouli e Kadir a complicarem bastante a defesa tunisina, Slimane atirou um 'balázio' ao ferro, numa situação que podia ter alterado toda a dinâmica do jogo, fechado cada vez mais em virtude do arrastar do nulo. O intervalo fez mal à equipa argelina, que entrou semi-amorfa no segundo tempo, ao contrário das 'Águias de Cartago', onde Darragi entrou para dominar todo o processo de transição ofensiva da selecção de Trabelsi, virando o domínio a favor dos tunisinos.
 
Antes, durante a tarde, assistiu-se a mais um encontro com primeira parte razoavelmente entretida, adormecendo com o passar do tempo, onde a Costa do Marfim prevaleceu sobre o Togo por 2-1 de uma forma pouco convincente, aproveitando um erro do experiente Agassa na baliza togolesa para apontar o golo do triunfo já nos últimos cinco minutos da partida. Adebayor e Drogba foram 'ausências', com Drogba apenas 'visto' na substituição e Adebayor a desperdiçar duas oportunidades demasiado claras, que ofereceriam a grande surpresa da primeira jornada da prova.
 
Mereciam mais as duas selecções derrotadas do Grupo D, mas o cinismo prevaleceu e os mais experientes confirmaram a maior 'força'!
 

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