segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ligas Europeias 12/13 - Parte 1

 
Deixamos abaixo alguns dados estatísticos sobre a época 12/13 em praticamente todas as primeiras ligas europeias.
 
Below, we'll share some stats over the 12/13 season in almost all the European top football tiers.
 
O primeiro gráfico reportar-se-á às assistências médias, onde se observa uma quebra na líder, Bundesliga, que depois do pico acima dos 45 mil espectadores de média em 11/12 regressa aos habituais valores entre 42 e 43 mil. Em contraponto, a Premier League está no limiar dos 36 mil, continuando a crescer após o mínimo de 32 mil em 09/10. A Liga BBVA cresce de forma marginal mas continuada, aproximando-se dos 29 mil, ao passo que a Série A reverteu a quebra que se vinha notando, apesar de ainda abaixo de números anteriores subiu quase mil espectadores de média face à época transacta. A Eredivisie permanece nos constantes 19 mil. Na Ligue 1 registou-se uma ligeira subida mas, como em Itália, ainda abaixo de números atingidos anteriormente. Depois há um fosso para as restantes nações, surgindo a liga russa em ascensão e a liga turca, ambas acima das 13 mil pessoas de média nos estádios, seguidas pela Ucrânia, que continua a crescer, passando em quatro temporadas de 9 mil para mais de 12 mil de média, ultrapassando Suíça, Bélgica e Escócia. Os helvéticos tiveram uma quebra mas mantiveram-se acima nos 12 mil, enquanto a Jupiler League viu os números caírem de perto de 13 mil para 11 mil marginais. Na Premier League escocesa a ausência do Glasgow Rangers fez-se sentir, passando a assistência média de cerca de 14 mil para 10 mil. Portugal era o último na região das dezenas, tendo perdido esse estatuto em 12/13, com a média a baixar dos 11 mil para menos de 10 mil.
The first graphic reports to the average attendances, where it is possible to observe a drop in the leader, the Bundesliga, after peaking above 45 thousand average em 11/12 returns to the usual values between 42 and 43 thousand. On a high is the Premier League, almost averaging 36 thousand, keeping the growth after the minimum 32 thousand em 09/10. Spanish BBVA grows marginally but continuously to almost touch the 29 thousand, whilst the Serie A reverted the fall, although still under previous numbers, growing almost one thousand average stadium spectators. Eredivisie maintains the 19 thousand average. The French Ligue 1 grew a little but, like in Italy, still below previous numbers. After these six leagues we have a gap, appearing the developping Russian league and the Turkish Super Lig, both above 13 thousand average at the stadia, followed by Ukraine, also growing well, passing from 9 thousand to over 12 thousand in four seasons and overcoming Switzerland, Belgium and Scotland. The Swisses had a setback but kept above 12 thousand, contrary to the Jupiler League that fel from close to 13 thousand to barely 11 thousand. The Scottish Premier League saw the absence of Glasgow Rangers dumping the average from 14 thousand to 10. Portugal was the last of the average tens of thousand but lost that status in 12/13, lowering the average from 11 thousand to less than 10.
 
Golos - Jogo
 
A média de golos por jogo globalmente subiu de 2,67 em 10/11 e 2,68 em 11/12 para 2,71 em 12/13, contudo observa-se um maior equilíbrio entre as nações, passando de 11 para 9 o número de ligas com média superior a três golos por partida. Letónia e Ilhas Faroe lideraram a média na época passada, com 3,54, depois da A Lyga lituana o ter feito em 10/11, com 3,43, surgindo agora o País de Gales como topo dos golos marcados por desafio em 12/13 a 3,48. Luxemburgo, Holanda, Islândia, Malta, Ilhas Faroe e Lituânia mantêm ligas com muitos golos, sempre acima dos três tentos de média por partida, sendo relevante a quebra da Letónia face a anos anteriores. Alemanha e Inglaterra permanecem entre o topo, sempre acima dos 2,8, enquanto a Espanha registou uma quebra, ao contrário de Itália que subiu uma quase décima em comparação com a época anterior, onde se realça também a evolução da liga portuguesa, de 2,43 - 2,64 - 2,78 nas três temporadas mais recentes, ou Chipre que passa de 2,06 para 2,57, deixando o fundo da tabela para o Cazaquistão, que cai de 2,52 para 2,12.

 The goal average continues climbing globally, coming from 2,67 in 10/11 and 2,68 in 11/12 to 2,71 in 12/13, however their more distributed between the leagues, which is seen for instance by the decrease of the leagues with averages above 3 goals per match, from 11 in 11/12 to 9 last season. Latvia and the Faroe led last season with 3,54 goals average, after the Lithuanian A Lyga did so in 10/11 with 3,43, appearing now the Welsh Prmeier League on top with 3,48 average. Luxembourg, the Netherlands, Iceland, Malta, Faroe and Lithuania keep their leagues with lots of goals, always above 3 average per match, being relevant the fall in Latvia, from 3,54 to 2,74. Germany and England keep on top also, always above 2,8, while Spain registered a fall, contrary to Italy that grew a  almost a tenth in comparison with last season, it should also be noted the evolution in the Portuguese league, growing from 2,43-2,64-2,78 in the recente seasons, or Cyprus that goes from 2,06 to 2,57 in these last two seasons leaving the bottom of the table to Kazakhstan, that drops from 2,52 to 2,12.

Vantagem caseira

Muito se discute sobre a vantagem de jogar em casa, notando-se mais essa diferença nos Balcãs onde Albânia, Bósnia-Herzegovina e Macedónia apresentam a maior discrepância, uma tendência que permanece de temporadas anteriores. A República Checa sobe 10 por cento face à época anterior, tal como a Arménia e a Bielorrússia, a Sérvia sobe 9 e o Cazaquistão e Ucrânia sobem 8, a Áustria baixa 7, tal como a Suécia e a Polónia, Chipre cai 6. Tal como na época passada, somente numa liga há mais triunfos extramuros do que em casa, em 11/12 foi na Bielorrússia, em 12/13 ocorreu na Estónia, depois do Luxemburgo e a única Malta (sem uma associação directa ao termo estádio próprio, face ao grosso das partidas se disputar em dois estádios apenas) o terem apresentado em 10/11.
 It is commonly argued about the home advantage, being that edge more noted in the Balkans, where Albania, Bosnia-Herzegovina and Macedonia present the biggest discrepancies, a tendency that remains from previous seasons. Czech Republic, Armenia and Belarus grow 10 percent, Serbia 9 and Kazakhstan and Ukraine 8,  Austria decrease 7, like Sweden and Poland while Cyprus has minus 6 percent, comparing to the numbers of 11/12. Like last season, only one league has more away wins, it was Belarus in 11/12, it was Estonia in 12/13, after Luxembourg and the unique Malta had those numbers in 10/11.
 
Jogadores Utilizados
 
Os números estendem-se entre os 23 na Islândia, uma liga a 22 jornadas, e os mais de 37 na Moldávia, com 33 partidas por equipa, mantendo-se os líderes em cada extremo mas com diferenças ainda mais acentuadas, caíndo a Pepsi Deildin de 24,17 para 23,08 ao passo que a liga moldava cresceu de 35,67 para 37,75 em média de jogadores utilizados por equipa na liga correspondente, mantendo-se a média geral de utilização face à temporada transacta, 29,28-29,27.
The numbers varie between the average 23 players in Iceland, a league of 22 matchdays, to the over 37 in Moldova, with 33 matchdays, maintaining both as leaders, although with bigger gap, with the Icelandic Pepsi Deildin dropping from the 24,17 to 23,08 and the Moldova growing from the 35,67 to 37,75 in average players used by each league squad during the championship. The overall average is the same, 29,28-29,27.
 
Jogadores Jovens
 
De seguida apresenta-se um gráfico com o número de jogadores utilizados com idade igual ou inferior a 23 anos, onde se destacam a liga arménia (mais de 18 de média por plantel com idade inferior a 23 anos) e moldava (mais de 17). No Pólo oposto surgem as ligas mais mediáticas, Espanha, Inglaterra, também a turca, com uma baixa aposta, no que toca à quantidade, em jogadores jovens. Por categoria, a Moldávia tem a maior utilização de sub23, com mais de 7,5 de média, seguida de Sérvia, Estónia, Holanda, Eslovénia, Bósnia e Geórgia, com seis ou mais de média. Arménia lidera nos sub21, seguida de Eslovénia e Geórgia, acima de seis. Montenegro e Arménia colocaram mais de 5 jogadores em média ainda com idade de júnior nas equipas principais, ao passo que juvenis também foram mais vistos na liga arménia.
 
Now it's presented a graphic with the number of U23 players used on average by squad in each of the European Leagues. Armenia (over 18 average U23 players used) and Moldova (over 17) are the top leagues. On the other side appear the more mediatic leagues, Spain, England, also the Turkish, with a little betting on the youngsters, in terms of quantity. Moldova has the biggest average in the U23, above 7,5, followed by Serbia, Estonia, Netherlands, Slovenia, Bosnia and Georgia all with 6 or more average. Armenia leads the U21, followed by Slovenia and Georgia, above 6. Montenegro and Armenia fielded over 5 U19 on average per squad in the main teams, while Armenia also fielded more U17 in the senior league.

Jogadores Jovens nos XI mais utilizados

No global, Arménia, Croácia e Eslovénia, com 4,5 jogadores com 23 ou menos anos nos onze mais utilizados de cada equipa, lideram estes números, tendo Chipre, Turquia e Rússia menos de um sub23 por onze mais utilizados de cada equipa em média.
Globally, Armenia, Croatia and Slovenia, with 4,5 average U23 players in the 11 most used per squad, top these numbers, being Cyprus, Turkey and Russia, with under 1, on the opposite side of this chart.
 
 
 
Idades Médias de Jogadores Utilizados vs. Idades Médias dos XI mais usados
 
A diferença entre as médias de idades dos plantéis utilizados em comparação com os onze futebolistas com mais minutos varia entre um e dois anos, em quase todas as ligas, sendo a mais experiente a cipriota, em ambas as vertentes. Chipre, Itália, Turquia e Inglaterra têm médias superiores a 27 anos nos plantéis utilizados, com a ilha mediterrânica a ultrapassar os 29 anos nos onze mais utilizados em média. No lado contrário estão Montenegro e Eslovénia com médias inferiores a 24 anos, ainda que nos onze mais utilizados seja a Estónia a deter a média mais baixa, com 24,27.
 The difference between the average used squad age and the 11 footballers with more minutes varies in 1 or 2 years in almost all leagues, being the most experienced the Cypriot, in both numbers. Cyprus, Italy, Turkey and England average above 27 years old in the players used, with the Mediterranian Island topping 29 years old on average of the 11 most fielded footballers. On the other end are Montenegro and Slovenia with under 24 averages, although in the 11 most used is Estonia to possess the lowest average, 24,27.
 
Estrangeiros
 
O pódio dos estrangeiros utilizados não registou alterações face à temporada anterior, com Chipre, Inglaterra e Portugal a permanecerem como as ligas com maior índice de utilização de jogadores nascidos ou representantes de outras nações futebolísticas, situação reflectida também nos futebolistas mais utilizados por equipa, quase nove em Chipre, perto de oito em Inglaterra e mais de seis em Portugal. Também Geórgia, Irlanda do Norte e Macedónia permanecem como as nações cujas ligas menos estrangeiros utilizam, sem qualquer mudança face ao ano anterior.
 
The foreign players podium didn't registered any changes since last season, with Cyprus, England and Portugal keeping themselves as the leagues with the biggest percentage of footballers born or representatives of other countries, situation also reflected in the 11 with more minutes, almost 9 in Cyprus, close to 8 in England and above 6 in Portugal. On the other end Georgia, Northern Ireland and Macedonia remain as the nations whose leagues use less foreign players, with no change since last season. 
 
Cartões
 
Espanha lidera na média de cartões por jogo, seguida de Áustria, Roménia e Grécia, notando-se que a liga portuguesa deteve a maior média de vermelhos por desafio. Britânicos e nórdicos encontram-se no lado contrário, com Irlanda do Norte, Noruega e Escócia a ocuparem o pódio de menor média de cartões.
 
Spain leads the average cards per match stat, followed by Austria, Romania and Greece, noting that the Portuguese league tops the average red cards per match. Brits and Nordics are on the opposite end, with Northern Ireland, Norway and Scotland taking the podium.

 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mundial sub20 - Turquia 2013

 
Apresta-se para começar mais uma edição do Mundial sub20, naquela que será a 18ª edição do certame, iniciado oficiosamente em 1977 com triunfo soviético.
 
Os dois grandes dominadores da prova, Argentina (6 triunfos) e Brasil (5 vitórias, detentor do troféu), estão fora desta fase, falhando a qualificação na América do Sul com duas equipas teoricamente bem fortes, numa surpresa, o que diz muito do que pode ser esta prova.
 
A Espanha é ultrafavorita, inevitável face aos sucessos de todo o futebol de 'nuestros hermanos', surgindo numa segunda linha Portugal, França e Colômbia. O México, que apenas traz cinco dos campeões do mundo de sub17 2011, também deve ser considerado, assim como as sempre imprevisíveis selecções africanas. A organizadora Turquia não quererá fazer má figura e há sempre que contar com surpresas.
 
Este Mundial também será um confronto, como habitual, de estilos, de escolas. Por um lado teremos um futebol mais físico de formações como Inglaterra, Grécia, Nova Zelândia, EUA, Usbequistão, Austrália, mais técnico de Espanha, Portugal, Croácia, Turquia, Iraque, uma mescla de ambos na França e nas selecções da África Negra, a velocidade sul-coreana, o jogo muito particular egípcio, a raça das sul-americanas, particularmente a uruguaia, mas também a colombiana e chilena, ao passo que a paraguaia deverá manter o estilo mais italiano da América do Sul, e as incógnitas Cuba e El Salvador.
 
Com uma prova a 24, passando 16 para a fase a eliminar, todos os favoritos têm uma confortável margem na fase de grupos que, como já o defendemos antes, faria mais sentido a seis, ao invés de se apurar melhores terceiros em grupos condicionados pela desigualdade de valores.
 
Algumas das selecções presentes trazem trabalho de trás, com elementos do Mundial de sub17 2011, os campeões em título, México, não têm Fierro mas contam com elementos como Richard Sánchez, Briseño, Flores, Espericueta ou Bueno, a Nova Zelândia têm sete futebolistas que estiveram no México'11, o mesmo número do Uruguai, enquanto Usbequistão conta com seis. EUA, Inglaterra ou França optaram por trazer um grosso de jogadores de 1993, ou seja, abdicam da geração sub19.
 
Quando vemos um evento para camadas jovens bienal, não podemos deixar de pensar em todos os que, nascendo no ano seguinte, neste caso em anos pares, têm menos oportunidades de entrar nas escolhas, algo que sucede também nos sub17, não existindo ainda um Mundial de sub15, que seria também um evento interessante. Nisso há que elogiar a UEFA, ao ter os seus europeus 'jovens' de forma anual, para que todos os anos haja a oportunidade de entrar numa fase final para cada 'ano'.
 
Dos 504 futebolistas inscritos, perto de 14 por cento actuaram fora do seu país na época que agora findou, destacando-se os salvadorenhos com oito elementos 'estrangeiros', sete dos EUA e seis na Turquia, Austrália e Nova Zelândia, em contraponto com Cuba, Grécia, Iraque e Usbequistão, sem qualquer elemento a jogar fora do país.
 
Em relação aos apuramentos continentais, também ocorreram várias alterações em algumas das selecções presentes. Lista-se entre parêntesis o número de futebolistas que estiveram nos apuramentos/fases finais continentais mas não entram na fase final.
Austrália (8), Chile (5), Colômbia (3), Croácia (9), Cuba (1), Egipto (4), El Salvador (7), Inglaterra (10), Gana (8), França (7), Grécia (4), Iraque (7), Coreia do Sul (7), Mali (7), México (3), Nigéria (5), Paraguai (4), Portugal (4), Espanha (8), Uruguai (5), EUA (4), Usbequistão (7).
 
O Grupo da morte é claramente o A, com França, Espanha, Gana e EUA, três delas candidatas ao título.
 
A França é a selecção mais madura deste campeonato, habitual nas escolhas gaulesas, seguir a 'lei' do mais velho, apenas entrando um jogador de 1994, Kurt Zouma. Também normal é a forte influência africana nos gauleses, com algum aroma caribenho e, nesta equipa em particular, filipino, apesar de somente dois dos 21 terem nascido fora do país, Lemina no Gabão e Umtiti nos Camarões.
 
Liderados por Paul Pogba, poderoso médio com capacidade de recuperação, transporte, entrega e finalização bem acima da média, os franceses têm uma base muito forte, apesar das alternativas poderem deixar algo a desejar.
 
Além do possante médio da 'Vecchia Signora', o miolo gaulês deverá ter Kondogbia, contratado pelo Sevilha ao Lens e que se assenhorou do centro do terreno andaluz, podendo Veretout entrar a titular contra a Espanha, reforçando a capacidade de luta, mas com Ngando e Thauvin à espreita de um lugar, caso Mankowski tenha ideias mais ofensivas, naquela que é a zona do terreno onde os franceses se mostram mais fortes e com mais soluções.
 
 
 
 
 
Se Mankowski optar por utilizar uma linha de três na frente, a escolha deverá recair em Yaya Sanogo, já 'pescado' por Wenger, com Bahebeck a descair para a faixa e Bosetti a surgir no outro flanco. Não será estranho, contudo, observar Thauvin a surgir mais à frente, numa ala.
 

Thauvin, que esteve no Bastia em 12/13 por empréstimo do Lille, é o nosso jogador a acompanhar desta selecção, ofuscado por Pogba, mas com um talento excepcional.
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Falar da Espanha é tocar no favorito. Do Europeu de sub19 2012, que ganharam, não estão o lateral esquerdo 'culé' Grimaldo, futuro lateral da principal equipa do Barcelona, o basco-angolano do Athletic Jonas Ramalho, o fantástico miúdo do Málaga Juanmi e o galego Pablo Insúa do Deportivo, além do guardião basco Kepa. Muito talento fora da lista, que conta com o sublime Deulofeu, com o jovem por quem suspira Jorge Mendes, Oliver, além da futura estrela madridista, Jesé e da classe de Suso, de Denis Suárez ou Paco Alcácer.
 
A nossa escolha vai, no entanto para Campaña. Se a França tem Kondogbia, a Espanha tem o outro dínamo do meio-campo do Sevilha e o confronto entre as duas na primeira fase será interessante por essa situação também.
 
Além de Campaña, há dois jogadores para olhar com atenção, além dos supracitados, Bernat, chamado já à primeira equipa valenciana, não deverá ser primeira escolha mas pode abanar qualquer jogo em que entre.
 
Além de Bernat, salientamos o mais jovem dos Ñiguez, irmão de Aaron, das escolas do Atlético, também para ver, caso tenha oportunidade de se mostrar, olhando a que não deverá ser titular na equipa.
 
De referir que esta Espanha, ao contrário da selecção francesa, conta com cinco futebolistas de 94 e o 'caçula' Gayá, que deverá liderar a próxima geração, das escolas do Valencia, nascido em 1995.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Gana é, também, candidato, contando para este Mundial com diversos elementos que não utilizou no CAF de sub20, que trazem a dose de experiência necessária. Elementos como Duncan, libertado do vínculo com o Inter Milão, que será uma das cobiças do Verão, especialmente se fizer um bom Mundial, como Acheampong do Anderlecht, Pappoe das reservas do Chelsea, de Baba do Greuther Furth, ou Boakye que esteve no Sassuolo.
 
Boakye é a nossa escolha para acompanhar, limitada pelo menor conhecimento do talento que ainda está no Gana, em maioria nesta convocatória.
 
Outros jogadores a acompanhar, típico médio africano é Salifu Seidu, ainda no Gana, no Wa All Stars, que poderá rumar à Europa no Verão, tal como Lawrence Lartey, central do Ashanti Gold, entre outros futebolistas, que dependerão da sua própria performance nesta competição.
 
O Gana conta com oito jogadores de 94, três de 95, que ainda poderão participar no próximo Mundial e um miúdo de 16 anos, Moses Odjer.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com uma das antigas estrelas do 'soccer' norte-americano no banco, um luso-descendente por sinal, Tab Ramos, esta é a selecção de futebol norte-americana mais hispânica de que nos lembramos, apesar de todos já nascidos nos EUA, essencialmente no Texas ou na Califórnia, são 13 nomes de raíz hispânica, a maioria com pais oriundos do México.
 
No plano teórico, os EUA serão os últimos do Grupo A, mas com o talento de que dispõem podem ser uma das equipas a causar surpresa e deixar pelo caminho alguma candidata logo na primeira fase.
 
Luis Gil será a estrela da companhia, ou não usasse a '10', já com experiência de MLS, numa selecção que mescla jogadores das academias dos clubes norte-americanos, ou europeus, futebolistas nas universidades e talentos já nas principais formações da Major League Soccer.
 
Além do criativo, que actua no Real Salt Lake, há o finalizador, Villarreal dos Galaxy.
 
O jogador a acompanhar, contudo, é o médio de Caixinha, Hector Benjamin Joya, uma jóia como o próprio nome indica, entre vários outros jogadores que a MLS e a Liga MX irão promover e ver crescer nos próximos anos. Para que se perceba a qualidade potencial do miúdo, a alcunha é 'Benji' Joya, não apenas pelo nome Benjamin, mas também pela associação aos famosos desenhos animados japoneses.
 
 
 
 
GRUPO B - Cuba, Coreia do Sul, Nigéria, Portugal.
 
Portugal já é sobejamente conhecido e tem que ser considerado favorito para vencer este grupo, numa discussão com a Nigéria, não devendo Cuba fugir da derradeira posição e a Coreia do Sul tentará alguma graça e, pelo menos, o apuramento como um dos melhores terceiros.
 
Olaitan é o 'consagrado' nigeriano, já a jogar na Europa, campeão grego com o Olympiacos, contando com dois elementos não associados a qualquer clube, Pyagbara e Moses Simon, dois entre os vários que buscam uma 'viagem' além do Mundial.
 
Um dos nomes a reter é Uche Henry Agbo, que deverá acompanhar Olaitan no meio-campo das 'Super Águias', mas o nosso nome a acompanhar é o '9' da equipa, Olarenwaju Kayode, avançado que se pode afirmar no contexto europeu, sem medo de choque, com boa finta e excelente capacidade de antecipação.
 
 
 
 
 
 
 
 
A Coreia do Sul é o que se conhece, veloz, mas agora com várias torres, de trás para a frente, três guarda-redes a rondar o 1,90 m, tal como os dois centrais e o avançado centro, algo que aliado à tradicional velocidade nas faixas pode ser perigoso para as hostes oponentes.
 
Kim Hyun, o 9, será para estar atento, tal como o médio Lee Changmin, mas o nosso destaque vai para o criativo do Suwon Bluewings, Kwon Changhoon.
 
De Cuba fica o total desconhecimento.
 
 
 
GRUPO C - Colômbia, Turquia, Austrália, El Salvador.
 
A Colômbia é favorita do grupo, onde a Turquia quererá assegurar a 2ª posição e a Austrália não deverá permitir El Salvador deixar de ser último. A Austrália conta com dois nomes lusos, Corey Gameiro, o 10 da equipa, e o mais jovem do campeonato Daniel de Silva, de 16 anos, nascido em 1997!
 
Claro que são dois nomes a acompanhar, a par de Terry Antonis ou Ryan Williams, numa formação que carece de alguma consistência.
 
 
Da Colômbia todos esperam grandes feitos de Quintero, cobiçado por diversas formações e já a jogar em Itália, mas há que olhar, por exemplo, para 'Coco' Perea, um matador na linha de Jackson Martinez, sedento de bola, com olho na baliza e de remate fácil, nome interessante para quem há pouco falava da necessidade de um avançado que misturasse Cardozo e Martinez...
 
A defesa colombiana também tem nomes interessantes, Balanta é um central que se impõem pelo ar, pujante, rápido, forte, ligando bem com o médio defensivo Palomeque, outro jogador para acompanhar com atenção, bem nas coberturas e nos equilíbrios.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Turquia prossegue o actual projecto, apostando não apenas nos talentos locais, mas cada vez mais na diáspora, especialmente os que se encontram na Alemanha. Nos 21, cinco nasceram na Alemanha, dois na Bélgica e um na Áustria, o mais mediático do grupo, Kerim Frei do Fulham. Contudo, há outros nomes a reter, como o médio Calhanoglu ou o avançado dos jovens do Leverkusen, Sinan Bakis.
 
A ala direita será bem engraçada, com Fatih Turan do Fortuna Sittard e Alpaslan Ozturk, cuja boa temporada no Beerschot valeu-lhe a mudança para o Standard Liége, no entanto há dois ou três nomes que jogam na Turquia a fixar, o médio do Fenerbahce Salih Uçan, o canhoto Halil Akbunar, o defesa Ahmet Çalik e o médio defensivo Taskin Calis.
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO D - México, Grécia, Paraguai, Mali - um grupo muito aberto, com três selecções que se esperam de contenção e o favorito México, que se pode dar mal por ter que assumir o jogo nos três desafios da fase de grupos.
 
 
O México tem alguns talentos, agora 'descoberto' pela Europa. Uma liga muito forte e poderosa financeiramente que apenas agora começa a ser olhada de outra forma, mas sempre com nomes interessantes, aqui Bueno, Espericueta, Corona ou o capitão 'Pollo' Briseño serão para guardar.
 
Na Grécia estão presentes Diamantakos, Ballas, Giannakopoulos, Lykogiannis, Kourmpellis, Bakasetas, Stafylidis, Triantafyllopoulos, jogadores já com tarimba de liga helénica, mas onde faltam Mavrias, Katidis ou Bouzas.
 
 
Chamamos, no entanto, a atenção para Giannis Gianniotas, avançado do Aris relativamente baixo mas com uma noção de posicionamento bastante boa para a idade.
 
O Paraguai chega com alguns elementos ligados a clubes portugueses, ou cobiçados por estes, entre Correa, Derlis Gonzalez, Rojas ou Almiron, destacamos o rotativo Robert Piris e o avançado Brian Montenegro como nomes a seguir.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO E - Chile, Egipto, Inglaterra, Iraque - um grupo bem interessante também. A Inglaterra tem o nome mas bem poderá ter dificuldades para, sequer, passar a fase de grupos, com um Iraque a ter na formação miúdos que ainda agora actuaram pela principal selecção ante a Austrália, com rodagem, o Egipto a contar com a força concretizadora do vila-condense Hassan e alguns talentos por detrás e um Chile sempre pronto a oferecer um novo talento.
 
O Chile tem nomes como Castillo, Henriquez, Rabello, Lichnovsky, Bravo ou Maturana, deixamos o nome de Felipe Mora, o '9' da 'roja' e do Audax Italiano, para ser acompanhado.
 
O Egipto conta com a pérola Saleh Gomaa, um '10' que pode ser grande, além de Wahid Mahmoud, Hossam Galy ou 'Trezeguet'.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Iraque é o miúdo Humam Tariq Faraj, nascido em 1996 e já com mais de 10 jogos na selecção A, que desperta todas as curiosidades, ofuscando todos os restantes.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRUPO F - Croácia, Uruguai, Nova Zelândia, Usbequistão - A Croácia um tanto ou quanto desfalcada, terá de lutar com o Uruguai pela liderança do grupo, neo-zelandeses deverão ficar-se pelo 4º lugar enquanto os usbeques espreitarão uma surpresa.
 
Marko Livaja é o cabeça-de-cartaz croata, secundado por Ante Rebic, com uma boa época no RNK Split, Dario Canadija, Calusic ou Mrzljak, escolha já de Ivkovic no Lokomotiva Zagreb, mas optamos por chamar à atenção Milicevic, médio 'defensivo' à leste-europeia, com chegada à área contrária, perna e passada longa, capacidade de domínio e controlo com ambos os pés, boa visão de jogo, bom cabeceador, nascido na Bósnia mas internacional pela Croácia, estranhamente ainda no Zrinjski Mostar, mas o salto estará próximo.
 
 

 
Laxalt, Rolan, Varela, Cristóforo, Cubero, Gaston Silva, de Arrascaeta, Bueno são nomes de miúdos com tudo para singrar no futebol internacional, por isso é de esperar que o Uruguai faça uma boa campanha neste Mundial, depois de terem estado abaixo do esperado no Sudamericano.
 
 
Destacamos um outro elemento, o gigante avançado Felipe Avenatti, 1,96 m, uma absoluta alternativa ao género de jogo e avançados de que os 'charruas' dispõem nesta fase final - e que poderá revelar-se bastante útil, ainda que não seja primeira ou segunda opção, antes plano b.


No final ficam as participações,
Austrália - 15, com dois 4º em 91 e 93; Chile - 6, 3º em 2007; Colômbia - 8, 3º em 2003; Croácia - 3,
 oitavos em 1999; Cuba - estreia; Egipto - 8, 3º em 2001; El Salvador - estreia; Inglaterra - 10, 3º em 1993; França - 5, 4º em 2011; Gana -  6, triunfo em 2009; Grécia - estreia; Iraque - 4, quartos-de-final em 1989; Coreia do Sul - 13, 4º em 1983; Mali - 5, 3º em 1999; México - 13, 2º em 1977; Nova Zelândia - 3, nunca passou a fase de grupos; Nigéria - 10, 2º em 89 e 05; Paraguai - 9, 4º em 2001; Portugal - 9, vencedor em 89 e 91; Espanha - 15, título em 1999; Turquia - 3, oitavos em 2005; Uruguai - 11, vice-campeão em 1997; EUA - 13, 4º em 1989; Usbequistão - 3, nunca passaram a fase de grupos.




domingo, 5 de maio de 2013

Europeu sub17 2013

30 edições se passaram numa prova que 'abre' o apetite europeu e do futebol profissional para os jovens que nela participa(ra)m, certezas, ilusões, desilusões em mais de três décadas de Europeu de sub16/17, na busca do futuro, do talento, da escola que se afirmará no 'Beautiful Game'!
 
É um Europeu que se pode ver como controverso, arrancou com uma fase final a quatro, nas duas primeiras edições, passando logo para 16, num modelo que permitia - e visava, cremos, - a troca de experiências, a primeira aventura e estada no estrangeiro para muitos dos participantes, numa altura em que a Europa ainda se dividia em dois blocos, já em queda mas ainda presentes, sem a panóplia de nações resultantes do desmembramento da União Soviética e da Jugoslávia, contudo foi um formato que durou até ao ano seguinte à mudança de paradigma etária, quando os escalões jovens deixaram de obedecer à época desportiva europeia, passando a ajustar-se ao ano civil.
 
2002 foi o ano de estreia do escalão sub17 - no que a esta prova concerne -, iniciando-se a fase final a oito no final da temporada 02/03. Numa idade onde a troca de experiências se deve alimentar, numa altura em que toda a logística associada a um evento desta natureza se tornou bem mais simples, em função da evolução das tecnologias, da baixa de preços nas tarifas aéreas com o aparecimento das companhias 'low-cost', também a UEFA entendeu que seria melhor uma prova final a oito, situação que se alterará em 2015, regressando-se ao formato de 16 selecções na fase final, ficando mais de uma década de retrocesso, em nosso entender, da competição.
 
Já emitimos antes a nossa opinião, entendendo que estas provas poder-se-iam disputar por divisões, entendendo que em ano de apuramento para os mundiais tal situação se complica, mas realçando a falta de competição que uma enorme fatia das 53/54 federações nacionais tem, deixando a prova após um mini-torneio de três desafios, o que impossibilita uma evolução competitiva, uma aprendizagem técnico-táctica com oponentes que utilizam modelos de jogo e treino, muitas vezes, bem distintos. Os torneios que muitas federações organizam para oferecer o ritmo não se comparam à possibilidade de se efectuar nove, 10, 12 desafios com outras selecções do continente, com um objectivo, imaginando-se por exemplo uma Divisão A de 12 selecções, uma Divisão B de outras 12 selecções e as restantes divididas por dois grupos numa Divisão C, à semelhança do que sucede no basquetebol, jogando todas contra todas em três ou quatro mini-torneios, não diferentes dos que acontecem actualmente mas com classificação cumulativa e, quem sabe, uma fase final ou uma superfinal para cada Divisão, com subidas e descidas, evitando também as 'assimetrias' de jogo que existem e resultam, bastas vezes, em pesadas derrotas para selecções como Malta, Luxemburgo, Liechtenstein...
 
Passando estas considerações, que apenas reflectem a nossa visão e uma possibilidade distinta de competição, olhamos para o Europeu em si.
 
A Espanha é a grande dominadora da prova, tendo já ganho por oito ocasiões, estando Portugal logo a seguir com cinco triunfos, num Europeu de sub17 que já viu 15 países diversos levantarem o troféu, além dos países ibéricos, França, Inglaterra, Suíça, Polónia, República da Irlanda, União Soviética, República Federal Alemã, Checoslováquia, Rússia, Itália, Alemanha, Turquia e Holanda, as últimas três por duas ocasiões, com a selecção transalpina a triunfar em duas ocasiões mas a utilização irregular de um jogador em 1987 levou a que a UEFA lhe retirasse o título e não o atribuísse a nenhuma outra.
 
Como principal vencedora, é natural que a selecção espanhola seja a recordista de presenças, 24 passagens pela fase final, 17 das quais consecutivas entre 1988 e 2004, posicionando-se a França a seguir com 20 e Portugal com 19 mas apenas uma nas nove mais recentes edições, 2013 incluída.
 
Esta prova nem sempre dispôs dos melhores. A Inglaterra, por exemplo, sempre olhou para as provas continentais com desconfiança, sendo normal não chamar os melhores jovens para estas competições, mas foi um dos primeiros primados dos estrelatos para miúdos que posteriormente se tornaram estrelas do jogo, claro que por cada um que se transformou num ídolo, 10 quedaram-se pelos escalões secundários ou abandonaram a prática da modalidade, é a lei da vida.
 
Carlos Queiroz chega aos quadros da FPF em 1987 e, logo depois, começa um principado luso no futebol jovem europeu, presenças constantes em fases finais, luta por títulos, métodos inovadores, um 2º lugar em 1988 e o título europeu em 1989, meias-finais em 90 e 92 e novos triunfos em 95 e 96.
 
 
 

A despedida dos sub16 fez-se com o sexto triunfo espanhol, numa selecção que tinha como figura de proa um tal de Fernando Torres, bem secundado por Iniesta e Gavilán.
 
O domínio ocidental é claro, até porque, além dos ingleses, também as selecções de leste, quer nos anos 80 por opções políticas, quer nos anos 90 pelo caos e necessidade de reorganização de todos os patamares competitivos, reestruturação de nacionalidades, estiveram afastadas das fases finais, com algumas excepções, mas ainda cimentando internamente e criando estruturas para afirmação futura, que se vem verificando no novo século.
 
É interessante observar a mescla de domínios e escolas, ou como a evolução do jogo, em várias paragens, tem trazido algumas selecções à ribalta. É comum falar-se de gerações de ouro, com toda a subjectividade inerente. Seria mais avisado analisar o trabalho federativo/técnico nas selecções, pois o que Carlos Queiroz e a sua equipa fizeram em Portugal outros também o conseguiram nos seus países, percebendo-se contudo uma falta de capacidade das federações - que não Espanha, França, Alemanha, Holanda ou Inglaterra - em compreender a necessidade de estabelecer um plano constante e evolutivo, independente dos quadros técnicos, que devem assumir esse trajecto, se bem delineado, acompanhando sempre as mudanças, as modernizações de treino, por forma a manter estas selecções jovens num patamar alto, ressalvando-se o facto de tal também depender sempre do trabalho dos clubes, em nações sem uma forte estrutura jovem, sem centros de formação próprios.
 
A Turquia é um exemplo do acima descrito, com um título em 1994, na segunda de cinco presenças consecutivas, voltando a ganhar em 2005, numa terceira fase de desenvolvimento do futebol turco, agora assente, mesmo nas camadas jovens, no forte núcleo de turco-germânicos, cuja competência futebolística é totalmente adquirida na Alemanha, e cujas raízes os levam a, várias vezes, conhecerem o solo ancestral apenas quando chegam para representar as selecções turcas.
 
A Polónia foi campeã em 1993, numa sequência de 10 fases finais em 13 anos, sem grande sucesso a nível sénior e com um fim de ciclo em 2002, altura em que rebentou mais uma sequência de escândalos dentro do futebol local, corrupção, coacção, raptos, situações que voltaram a mergulhar o futebol polaco numa escuridão de resultados.
 
O trabalho na Suíça tem sido bem valioso. Um país onde o peso da força imigrante é extremamente forte e que tem tirado partido, em todas as modalidades, disso mesmo, agregando à capacidade analítica e frieza alpina helvética o fervor e paixão balcânicos, a força e rapidez africanas, acolhendo toda essa massa migrante numa amálgama que fortalece e solidifica uma nação cujo potencial futebolístico nasceu nos anos 30, por Rappan, exactamente pela vertente defensiva, reconhecendo este pioneiro da táctica austríaco que a única forma de se bater com outras selecções, à frente de uma débil Suíça, seria reforçar a componente defensiva, surgindo agora, já no século XXI, o laivo de criatividade vindo, geneticamente, de outras bandas.
 
A Espanha bisou em 07 e 08, reforçando o seu império nesta competição, alicerçada num modelo de desenvolvimento da formação preparado para o desporto espanhol na antecâmara dos Jogos Olímpicos de 1992 e que catapultou a Espanha para o topo do desporto mundial num grande número de modalidades, não sendo o futebol diferente.
 
Os pormenores podem fazer toda a diferença, mas para qualquer escalão de formação o mais importante deve ser o participar, há o orgulho do triunfo, o chegar a casa com uma medalha de campeão, no entanto o mais relevante é crescer-se, é perceber-se e aprender-se a respeitar as diferenças, os estilos, os modelos sempre com o objectivo de se ser homens melhores e, consequentemente, futebolistas melhores.
 
 
A edição 2013 da prova terá vários regressos, a Suécia após 13 anos de ausência, a que se junta a Rússia, campeã em 2006 mas fora das fases finais desde aí, a organizadora Eslováquia desde 2000, a Croácia participou pela derradeira vez em 2005 e a Áustria em 2004.
 
A anfitriã Eslováquia conta com três estrangeiros, não contabilizando o guardião Semanko, que actua na vizinha Rep. Checa, o médio Lesniak, que se mudou de Kosice para Londres em 2012, defendendo as cores do Tottenham, Zazrivec trocou Banska Bystrica por Birmingham em Agosto, jogando agora nos escalões jovens do Aston Villa, e na Juventus encontra-se o central Attila Varga, que rumou a Turim proveniente do Zemplin, mas a 'estrela' da companhia será Kacer, já presença habitual nos convocados do campeão Zilina, um médio interessante, de bitola centro-europeia, que liderará o quinteto do Zilina, onde também Cmelik já foi utilizado pelos seniores, bem como o defesa Denis Vavro.
 
 
A Áustria apurou-se na primeira ronda qualificativa na segunda posição, atrás de Suíça, encabeçando a ronda de elite, onde defrontou Sérvia, Rep. Irlanda e Geórgia.
Os alpinos contam com alguns 'estrangeiros' também. O guardião Bundschuh mudou-se do Vorarlberg para o Freiburg no Verão passado, o lateral Michael Lercher deixou o Tirol para rumar ao norte germânico, actuando agora no Werder Bremen. Gluhakovic, defesa direito, já é habitual escolha na segunda equipa do Áustria Viena, tal como o médio Sascha Horvath, do mesmo clube, ou Zivotic. Contudo, quem chama já a atenção - recusou mesmo a transferência para o Inter Milão no ano passado - é Valentino Lázaro, filho de angolano, é um versátil médio nascido em Graz mas que já vai jogando na principal formação do Red Bull Salzburg e será um dos talentos a seguir com mais atenção nesta prova.
Além dos habituais genes 'jugoslavos', é engraçado observar o talento africano acima descrito, que também tem raíz grega, ou Luca Mayr-Falten, de pai sueco, um bom concretizador, avançado centro-europeu, versátil, que também pode sobressair. Grbic mudou-se do Rapid Viena para o Estugarda e apontou 18 golos em 18 desafios nos 'juvenis' do clube alemão. Junta-se o austro-italiano Tobias Pellegrini, outra força concretizadora da natureza.
 
 
Partilhou o apuramento inicial com a vizinha Áustria e na ronda de elite a Suíça ultrapassou Polónia, Rep. Checa e Israel, participando agora na 15ª fase final do Europeu da categoria.
 
Tal como a vizinha alpina, também a Suíça conta no seu lote de convocados com os nomes 'jugoslavos', o guardião Matic, Drakul, Kadoic, Grgic ou Stevic, apresentando-se com cinco elementos do Basileia e outros tantos do FC Zurique no plantel. Drakul é visto como um potencial sucessor de Dragovic no centro da defesa do Basileia. O polivalente Phi Nguyen, de raíz vietnamita mas nado e criado no meio dos Alpes, pode ser alternativa na defesa ou no meio-campo, assim como Deni Kadoic, que já actuou também pelos sub16 croatas e poder-se-á assumir como o dínamo do miolo helvético. Marco Trachsel já foi convocado para a segunda equipa do Grasshopper, enquanto Robin Kamber é dado como um criativo de alto potencial em Basileia. Também do Basileia é João Pedro de Oliveira, cujo nome não engana sobre as suas origens.
 
A fechar o Grupo A está a Suécia, apurada na ronda de qualificação em 2º, atrás de Irlanda e deixando pelo caminho Roménia e Macedónia, e no topo da ronda de elite, onde eliminou Hungria, Finlândia e Bielorrússia, que também conta com forte influência balcânica, sempre presente mas fortalecida fortemente aquando da(s) guerra(s) civi(s) no desmembramento da Jugoslávia. Sujic, Halvadzic, Berisha ou Lipovac, aos quais se junta o 'sabor' africano de Sonko e Ssewankambo.
 
O guarda-redes Mohlin já se sentou no banco sénior do Malmo FF; o central Linus Wahlqvist já treina com o plantel principal do IFK Norrkoping, tal como Bergman no Sirius, enquanto o médio Elias Andersson já saltou do banco por três ocasiões na Allsvenskan 2013, ao serviço do Helsingborgs, ele que é o capitão desta equipa, notando-se a maturidade já presente no jovem.
De origem ugandesa, mas nascido na Suécia, Ssewankambo actua nos sub21 do Chelsea. O médio ofensivo Viktor Nordin também poderá chamar a atenção na prova, ele que já vai treinando com os seniores do Hammarby. Lipovac é um dos principais nomes, cobiçado por diversas formações no estrangeiro, vai actuando no Karlslunds.
 
GRUPO B
 
A Rússia actuou no Grupo 11 qualificativo, apurando-se na 2ª posição, atrás de Rep. Checa e à frente de Dinamarca e Montenegro. Na ronda de elite superaram Inglaterra, Portugal e Eslovénia.
 
Grande parte dos jogadores russos, ainda juvenis, jogam nas segundas equipas das formações cujas cores defendem, pois este é o real conceito de equipa B, uma mistura de jovens seniores, juniores e juvenis, não um plantel de seniores com um ou outro elemento das camadas jovens a integrar cada convocatória...
 
Se os países da Europa, dita, Ocidental assentam bases em talentos oriundos dos balcãs, de África, da América do Sul ou da Turquia, a Rússia 'absorve' elementos das antigas repúblicas soviéticas, observando-se elementos de origem turquemene, moldava ou ucraniana.
 
Mitryushkin é visto como um guardião de futuro e o Spartak Moscovo acredita no seu potencial, havendo mesmo quem já o refira como substituto de Akinfeev na selecção principal daqui a alguns anos. O defesa centro-esquerdo pertence ao Zenit, jogando na segunda equipa, e é russo-turqueme, como o nome indica, Jamaldin Khodzhaniyazov. Também do Zenit é o avançado Gasilin, outro nome para futura referência. Para a direita está convocado Nicolaes, lateral do CSKA nascido na Moldávia. Danil Buranov é um médio que poderá deixar água na boca, também ele dos quadros do Spartak Moscovo, com passada e passe interessantes, apesar de por vezes inconsequente.
 
Diversos dos convocados ainda se encontram em Academia (Chertanovo), fundada em 76, que trabalha rapazes e raparigas até aos 17 anos. São seis no total dos convocados, num exemplo que deveria ser olhado e aproveitado por outros no Ocidente. Um deles é Zuev, nascido no Casaquistão mas que cresceu nesta Academia e entra nesta selecção para marcar e assistir.
 
A grande força do futebol soviético, apesar de trazer talentos de todos os cantos, desde o Cáucaso até Kaliningrado e desde Balti até Vladivostok, era originária na Ucrânia, num frágil equilíbrio entre Rússia e Ucrânia, não espantando que tenham sido estes dois grandes países a primeiro assumirem preponderância no panorama futebolístico internacional pós-queda do Muro de Berlim.
 
Agora, em lados diferentes dos relvados, encontram-se novamente frente-a-frente, como o fizeram por séculos, cada um a querer provar superioridade, num embate de estilos em campo sempre interessante de assistir.
 
Tal como os vizinhos russos, alguns ucranianos já jogam futebol sénior nas segundas equipas, como é o caso do guardião Bezruk do Chernomorets Odessa, Shtanenko no UFK Lviv, Kuksenko no Metalist Kharkiv ou Tretyakov do Dnipro, enquanto vários outros - como os do Dínamo Kiev - são parte integrante do plantel júnior. Nota-se também a presença de futebolistas do Cáucaso nas selecções jovens ucranianas, aqui com Beka Vachiberadze, de origem georgiana, e Ardelyan, com raízes arménias.
É habitual comparar-se Portugal com o Brasil, pelos elevados atributos técnicos, pela proximidade linguística e histórica, mas existe outra selecção europeia globalmente conhecida como o 'Brasil da Europa', a Croácia.

A Jugoslávia era um mosaico de nações que... resultou em seis boas selecções, atletas de topo em inúmeros desportos, à qual falta acrescentar o Kosovo, ainda me busca de reconhecimento absoluto internacional mas cujos 'filhos' abrilhantar relvados por esse mundo fora.
 
Nos croatas estão convocados Marko Maric, chamado aos sub16 austríacos antes e parte dos quadros do Rapid Viena, actuando na equipa B, o central Duje Caleta-Car do Sibenik, contando com 14 desafios na segunda divisão croata esta temporada, Lukas Culjak, central nascido na Alemanha e parte da equipa juvenil do Bayern Munique, Josip Basic já se estreou na principal equipa do Hajduk Split, um ala direito para ver melhor, mas os talentos são o já conhecido Halilovic e Roguljic, com transferência assegurada para o Red Bull Salzburg, por valores a rondar os dois milhões de euros, ao que consta.
Fran Brodic já foi chamado à equipa do Dínamo Zagreb, reconhecendo-se a capacidade concretizadora deste miúdo, ainda juvenil de primeiro ano.
 
A representante latina em 2013 é a Itália, segunda na ronda qualificativa atrás da Hungria e líder do Grupo 7 da ronda de elite adiante de Noruega, Holanda e Irlanda do Norte.
 
Com representantes de Juventus, Udinese, Inter Milão, Milan AC, AS Roma ou Nápoles, pode-se dizer que é uma selecção italiana mas é um jogador da Atalanta Bérgamo que poderá atrair mais a atenção, Mario Pugliese, médio de transição que não deverá ficar por lá muito mais tempo. Outro nome que poderá sobressair pertence ao Torino, Vittorio Parigini, habitual escolha da Primavera, que gosta de fazer sofrer os defesas oponentes. Também se conta um atleta do Chievo, do Empoli e, claro, do Parma, onde Alberto Cerri, goleador desta selecção, já se estreou na principal formação.
Os restantes avançados, Bonazzoli - ainda com 15 anos -, Tutino e Vido prometem dar continuidade à longa tradição de avançados em Itália!
 
O Europeu está prestes a arrancar e não faltam pontos de interesse, talento a rodos e a expectativa de ver melhor as estrelas de depois de amanhã!