Terceira temporada de Liga 3 a provar a qualidade do futebolista português, dos projetos que surgem no futebol secundário luso e igualmente dos técnicos.
Mais uma vez se sublinha aqui que os esquemas utilizados não refletem completamente os modelos adotados pelos treinadores ao longo da época, ainda que tal seja procurado, pois incidem nas posições dos jogadores mais usados, valores esses que somam apenas 90 minutos, não se incluindo os tempos adicionais de cada metade de partida e as médias são realizadas a partir do valor base de um jogo de futebol.
A cinzento encontram-se os jogadores que são reforços de verão 23/24, a amarelos os chegados a partir de outubro, a branco os que já estavam no clube, a preto os que são formados no emblema que representam.
A introdução necessita de ser iniciada com uma menção especial para o jovem técnico Tiago Margarido. Aos 35 anos transporta o Nacional da Madeira de volta à máxima divisão lusa, mas a sua chegada aos escalões profissionais faz-se com o belo trabalho realizado no Canelas 2010, que guia até à edição inaugural da Liga 3, em 21/22, na época passada muda-se para a Póvoa de Varzim e chama a atenção não apenas pelo trabalho no campeonato, mas igualmente pelo desempenho na Taça de Portugal, que o catapulta para o despromovido Nacional, repondo os 'alvinegros' insulares de novo na Liga 1.
Tiago Margarido é um dos muitos nomes que três épocas de Liga 3 dimensionaram para outros 'futebóis' e que prova haver muito mais talento para além de três clubes, o que deveria ser também uma chamada de atenção aos media, especialmente televisivos, pelo excessivo tempo desperdiçado em discussões secas de conteúdos e nada diversificadas sobre temas acessórios, sem que se abram espaço para realmente abordar o futebol e os talentos que o povoam.
Fábio Pereira, que subiu, da Liga 3, e manteve a UD Oliveirense, na Liga 2, também rumou à Madeira, no seu caso natal, para assumir o histórico Marítimo, Artur Jorge, que passou do Braga B para a equipa principal e, entretanto, já está ao leme do gigante brasileiro Botafogo, Moreno também subiu da B, vitoriana, para a equipa principal, ou Ricardo Silva, com anos de qualidade à frente do Pedras Salgadas, a erguer o Vilaverdense até à Liga 2 e a ser convidado para assumir o Paços de Ferreira, são alguns exemplos de treinadores que a Liga 3 ajudou a catapultar.
Tozé Marreco é outro nome a sublinhar, de técnico do Oliveira do Hospital rumou ao Tondela e daí para o Gil Vicente, a subir escalões rapidamente!
Mas não se pense que são únicos, Agostinho Bento, José Vala, Filipe Çelikkaya, Tiago Moutinho, Miguel Valença, João Pereira - que grandes trabalhos em Amora e Alverca, Luís Pinto, Vasco Botelho da Costa, Vasco Matos, estes dois a subirem União Leiria e Os Belenenses, respetivamente, em 22/23, André David, Filipe Cândido, Nuno Pedro... são já muitos os treinadores que a Liga 3 vai apresentando com muito saber e trabalho!
Naturalmente, João Pereira, 32 anos, sagra-se campeão pelo Alverca e entra num patamar exclusivo de precocidade a vencer nos nacionais de futebol, enquanto Agostinho Bento consegue finalmente colocar o Felgueiras também no segundo escalão, curiosamente ambos a retornarem 19 anos depois de ambos terem descido da segunda liga!
A FPF optou por 'encolher' a competição para 23/24, passando de 24 emblemas para 20, mas a relativa injustiça da 2ª fase acaba por se manter, notando-se claras reestruturações de planteis para a segunda metade que se refletem na segunda parte, desvalorizando o trabalho realizado na primeira parte, seja para a subida ou para a manutenção. Seria de considerar uma Liga 3 nacional de série única, a manter os 20 clubes, com 38 jogos e subida dos dois primeiros, playoff para o 3º e descida dos quatro últimos, com possível playout de 15º e 16º com 2º, 3º, 4º e 5º de cada série do Campeonato de Portugal, para criar mais emoção e crescer nos objetivos para todas as equipas nas várias competições, sem que as mesmas sejam desvirtuadas ou finalizadas demasiado cedo.
São sugestões que aqui se partilham na busca de melhoria das provas, para bem de todos os envolvidos.
O intuito de todas as propostas que vimos trazendo a público e enviando em privado a responsáveis federativos destinam-se a melhorar, pois não nos devemos quedar pela crítica, se entendemos que algo pode ser melhorado cabe-nos sugerir essas alterações, como uma Taça da Federação, que continua ausente dos quadros competitivos portugueses, uma taça nacional de sub19, formas de envolver mais os quadros, de oferecer aos praticantes e aos clubes mais aliciantes, sem que os custos federativos cresçam, bem pelo contrário, contribuindo para incrementar receitas e cativar mais patrocinadores para todos.
Série 1
Se o Lourosa regressou com o mesmo propósito que tinha na sua estreia na Liga 3, foco na subida às ligas profissionais, o Vianense sentiu o salto do Campeonato de Portugal e foi claro último na fase regular da série mais a norte da 3ª edição da prova. Trofense, Sanjoanense e Anadia, com algumas dificuldades de formação de plantel e divergências clube-SAD, nos da Trofa e nos 'Trevos', sentiram as inerentes dificuldades de tantas incertezas, ainda assim aportando interessantes estreias não apenas à Liga 3, mas ao contexto de futebol federativo, com jovens a saltarem dos distritais para esta bela montra.
Tamble Monteiro é o grande nome da edição 23/24, pois consegue o contrato para a Liga 1, reforçando o Portimonense no mercado de inverno, numa forte perda para o Felgueiras, que volta a brilhar na fase regular, a começar a claudicar na fase de subida, mas a recuperar espaço e a finalizar com triunfo para assegurar a segunda vaga direta de subida.
O Varzim também está a braços com fortes problemas financeiros, assumindo o guardião Ricardo Nunes o final da carreira e a vontade de ajudar o clube a sair da difícil situação em que se encontra, devendo ser o novo presidente dos 'Lobos do Mar', sem auferir salário, pelo amor ao clube. Apesar de tudo, o clube fechou nos quatro primeiros lugares e integrou o grupo de disputa da promoção, assegurando que, pelo menos, em 24/25 permanecerá na Liga 3.
Felgueiras
Com uma ligação afetiva forte a Fafe, Agostinho Bento fez-se nos 'Justiceiros' e daí deu o salto para as competições profissionais, tendo ajudado o Chaves a regressar ao escalão maior, ali esteve duas temporadas, mudando-se posteriormente para Paços de Ferreira, dos 'Castores' para o Aves e regressando a Fafe para fechar o ciclo de futebolista. A ligação aos 'aurinegros' manteve-se estreita, tendo Joaquim Agostinho, na altura, assumido a direção desportiva ao mesmo tempo que se aprofunda para uma segunda vida nos bancos. Em 2007 integra a equipa técnica sénior do clube, auxiliando o luso-angolano Carlitos e nas épocas seguintes Carlos Condeço até assumir o cargo de treinador principal em 2010. Treinador de projetos e a associar essa vertente com a vida de docente, Agostinho Bento está sete temporadas como treinador do Fafe até 2017, altura em que pega no tirsense São Martinho, onde passa mais cinco temporadas até ser requisitado pelo Felgueiras num ambicioso projeto de recolocar o clube nas ligas profissionais.
As duas temporadas em Felgueiras são de nota, a 'limpar' a fase regular e a disputar a promoção, que sucedeu agora para o técnico, confirmando credenciais de valor, naturalmente.
Da temporada 22/23 saíram Rafael Viegas, que se mudou para o Vilaverdense e daí rumou à Chéquia, Frederico Namora regressou a Vila Conde e entretanto rumou a Oliveira de Azeméis, Welton foi cedido pelos vimaranenses do Berço ao Paços de Ferreira, Paulité foi brilhante e deu o salto para o Leixões.
O que Miguel Pereira vai fazendo pede divisões superiores. O avançado de Peso da Régua regressou a Felgueiras, onde alinhou em 19/20, e volta a superar a dezena de golos. Não conseguiu apresentar na UDO o que havia mostrado nas divisões inferiores, mas tem talento para mais. Uma aventura no estrangeiro seria de considerar, pode vingar.
A perda de Tamble Monteiro abalou ofensivamente a equipa, mas Agostinho Bento reformulou a ideia de jogo para retomar o ataque contundente.
Afonso Silva é uma das revelações, um central de muito futuro! O jovem angolano Domingos Andrade chegou em 2021 para os juniores leoninos e teve aqui a sua prova de fogo, deve subir de escalão, no Felgueiras ou noutro clube.
Talysson, agora conhecido por Ktatau, chegou para o Chaves, que o emprestou ao Pedras Salgadas durante duas temporadas, vindo em 23/24 cedido para Felgueiras, onde mostrou que os 'Valentes Transmontanos' podem ter ali um criativo para fazer a diferença na busca pelo regresso ao escalão maior.
Agostinho Bento recorreu a 30 elementos, com a idade média a situar-se pouco acima dos 26,5 anos, sendo os onze mais utilizados a se aproximarem dos 28. Os estrangeiros não chegam a 30% do plantel, com os reforços a se situarem nos 70%. Metade do plantel usado marcou pelo menos um golo. O colombiano Banguera participou em 31 dos 32 desafios, Feliz Vaz foi substituído 23 ocasiões enquanto o nipónico Taka saltou do banco em 21 encontros. O pêndulo angolano Domingos Andrade colecionou 12 amarelos e Miguel Pereira atingiu a dezena de golos.
Landinho, Feliz Vaz, Mike Moura e Rui Rampa são garantes de experiência e qualidade, enquanto Bruno Pinto ganha cada vez mais estatuto como guarda-redes de qualidade. Aos 31 anos talvez seja tarde para uma carreira de brilho profissional no escalão maior, mas não deixa de ser digno de realce, é um dos esteios da temporada felgueirense, nesta campanha e na anterior. Agostinho Bento sabe o que tem, teve-o como titular várias épocas em São Martinho, daí o ter ido buscar ao Tirsense quando assumiu o Felgueiras, em boa hora!
O Felgueiras começou o campeonato muito bem. A formação nortenha empatou o primeiro desafio, mas depois soma duas vitórias, perde na 4ª ronda, faz seis triunfos seguidos, para nova derrota e mais uma sequência, agora de quatro conquistas, ou seja, 12 vitórias em 15 para garantir a fase regular. A fase de subida não arrancou nada bem, mas a equipa manteve-se firme e a segunda parte com três empates e cinco vitórias assegurou a tão ansiada ascensão.
Na fase de subida os felgueirenses tiveram novidades na lateral direita, com o brasileiro Cássio Luís, e na frente, com Carlos Eduardo.
As expectativas são altas para a estreia de Agostinho Bento nas ligas profissionais, as suas equipas sempre apresentaram um estilo de jogo agradável, consistente, ofensivo, equilibrado!
Lusitânia Lourosa
Jorginho faz a formação entre Alfenense e Salgueiros, onde sobe a sénior com o clube ainda no Vidal Pinheiro e na primeira liga. O lateral faz poucos jogos pela 'Alma' e a carreira vai descendo de divisão, joga no segundo escalão por Maia e Ovarense, passando depois para IIB e III. aos 36 anos, a alinhar no Infesta há três temporadas, pendura as chuteiras e integra os quadros técnicos do emblema de São Mamede de Infesta, no ano seguinte, em 2014, assume a equipa principal no distrital portuense, regressando ao 'seu' Salgueiros em 19/20 para recolocar o histórico nos nacionais, acabando por não terminar 20/21 com o clube portuense. Em 21/22 orienta o Amarante e depois da despromoção inesperada do Lourosa, toma conta das rédeas dos 'Leões' para os guiar novamente ao terceiro escalão.
Jorge Pinto teve um bom plantel, sabendo trabalhá-lo para integrar o grupo de subida. Foi estranho ver a segunda volta da fase de promoção, pois o Lusitânia parecia lançado para uma fácil promoção! A equipa consegue nos suspiros finais atingir ainda a 3ª posição, disputando o lugar com o vizinho da sede concelhia Feirense, que duelo!
Mika Borges, Fábio Fortes, Jefferson Nem são nomes maiores na temporada lourosense, mas não deixando de subinhar Diogo Pereira, que aos 28 anos ainda pode saltar para outros palcos, é um talento enorme que continua 'perdido' nos escalões secundários. Nandinho não teve oportunidades no Marítimo. Goba Zakpa chegou no inverno e revelou-se importante, foram cinco golos em 500 minutos de jogo!!! Esperava-se mais consistência defensiva olhando aos nomes. A primeira fase foi bastante sólida e tranquila, mas foi uma vintena de golos encaixados na segunda fase, pior notoriamente no retorno, pois os primeiros quatro encontros viram apenas um golo sofrido, mas daí em diante não mais as redes se mantiveram virgens.
Henrique Martins é mais um jovem que alia o futebol aos estudos e com a conclusão do curso poderá agora dar o passo que ambiciona. Formado no Bessa, o médio de 26 anos esteve cedido ao Arouca e Leça, sem grande sucesso, mas após a desvinculação dos axadrezados explodiu em Leça da Palmeira e acrescentou boas temporadas em Felgueiras e em Lourosa, aspirando certamente a trepar na pirâmide futebolística mesmo sem a subida dos feirenses.
Em Lourosa foram chamados a envergar o 'leão aurinegro' 25 futebolistas, numa média de idades nos 28,74 para o plantel utilizado e acima dos 29 para os onze mais utilizados. Quase um terço do plantel é estrangeiro, sem qualquer elemento formado localmente e com quase três quartos dos jogadores a serem novos recrutas para a temporada. Mais de metade dos jogadores do plantel marcaram na Liga 3 23/24, o ucraniano Lytvyn participou em todos os encontros, Diogo Rosado foi substituído em 23 ocasiões e Rúben Gonçalves foi aquele a quem Jorge Pinto mais recorreu no banco, 18 vezes. Fábio Fortes chegou à dezena de golos.
O reforço de inverno Tiago Mesquita foi a novidade para a fase de subida.
Varzim
Foi uma temporada bem complicada na Póvoa de Varzim. Vítor Paneira havia chegado no final da época passada, mas a projeção de um regresso dos 'Lobos do Mar' às divisões profissionais ficou-se pela chegada à fase de subida. Ordenados em atraso e falta de capital ameaçaram mesmo o fim, mas o guardião Ricardo Nunes tomou a decisão de pendurar as luvas e candidatar-se à presidência para procurar sanear financeiramente o clube e retomar um trilho de sucesso, pois apoio não falta nas bancadas. Aqui deixa-se a sugestão de procurar um naming para o Estádio, aproveitando a visibilidade televisiva da Liga 3, e renomeá-lo 'Lobos do Mar' como base, ao invés de Estádio do Varzim, há que procurar inovar e potenciar o que o que se dispõe.
O clube recuperou antigos formandos como Gonçalo Pimenta, Álvaro Milhazes, Vasco Braga, acreditando-se que para 24/25 possam regressar outros nomes formados na Póvoa. Estas 'pescas' levam a que o Varzim tenha somado cerca de um quarto do plantel utilizado formado nos 'Lobos do Mar'.Paulo Moreira conseguiu finalmente uma temporada consistente e de jogo regular, levando-o a ser contratado pelo Moreirense, um dos emblemas da Liga 1 Betclic que mais tem analisado a Liga 3.
Esperava-se mais de Léo Teixeira - e de Gonçalo Ferreira, já agora, sendo Joãozinho o extremo a brilhar mais, com perto de uma dezena de passes decisivos. Aos 27 anos, o esquerdino de Guimarães ainda pode dar o salto, uma liga no estrangeiro como a cipriota, a grega, a turca, as balcânicas ou a polaca, assentava-lhe bem.
Paneira chamou 30 jogadores, com a idade média do plantel e dos mais utilizados a diferir em perto de três anos, menos de 26,5 para mais de 29 anos.
Os estrangeiros são pouco mais de um quarto com metade dos utilizados a serem novidade para 23/24. O Varzim termina a temporada com menos golos marcados do que sofridos. Vasco Rocha atingiu os 29 encontros, enquanto Vasco Braga viu a placa de substituição para si por 15 vezes. O trio Guga, Léo Teixeira e Nuno Pereira foi o que em mais ocasiões integrou as partidas com estas a decorrerem, 13. O gaulês Sangaré foi o melhor marcador da equipa com uma mão cheia de golos.
Como é possível observar, os nomes mais utilizados foram variando com o avançar da temporada, da defesa até ao ataque, mantendo-se constante Ricardo Nunes, que pendurou as luvas algumas jornadas antes de terminar a competição para preparar a candidatura e previsível eleição para presidente do Varzim Sport Clube, como acima referido.
Sporting Braga B
Não se antecipava, pela nossa parte pelo menos, um Sporting Braga tão forte, mas o clube minhoto não só consegue apurar-se para a fase de subida, vencendo o derradeiro jogo em Viana do Castelo e tirando partido do empate entre Canelas 2010 e Fafe, os concorrentes ao 4º lugar, como aí chegado escala a tabela e finda a não conseguir vencer o Atlético, com o empate a observar os 'Gverreiros' mais jovens a caírem de vice para 4º lugar, ultrapassados por Felgueiras e Lusitânia de Lourosa.
Jogadores como o sul-africano Kodisang (Moreirense), Diogo Casimiro (UD Oliveirense), Gorby e Costinha (Paços Ferreira), Berna Couto (Trofense), David Veiga (Fafe), Pedro Santos (Arouca), Miguel Falé (Castellón/Mafra) foram algumas das baixas de 22/23 para esta temporada, o que anteciparia um trabalho árduo para Custódio, mas o antigo médio não se fez rogado e mostrou que na Pedreira não falta talento, em profundidade, não ouvimos reclamações, como noutras 'B', apenas qualidade e a equipa secundária finda à porta do regresso ao segundo escalão!
Tudo isto com a perda de jogadores para a primeira liga como Asué, Lacximicant e Diogo Fonseca, cedidos pelos 'arsenalistas' a Moreirense, Casa Pia e Estrela da Amadora, respetivamente, Roger a integrar definitivamente o plantel principal também.Esta foi a época de confirmação de Yan Said, filho de Wender, que deverá subir à equipa principal ou ser cedido a um emblema de primeiro escalão, de Vasco Moreira e de afirmação do surpreendente Chissumba, que, até pelas fragilidades defensivas da equipa principal, pode rumar já, com Rodrigo Beirão para o plantel 'A', assim como José Pedro, têm potencial e qualidade para isso!
Custódio chamou 32 nomes distintos a jogo, com uma média de idades pouco acima dos 21 anos para o plantel, perto dos 22 anos para os mais utilizados, com pouco mais de um quinto dos jogadores a serem estrangeiros e mais de metade a serem formados nos 'arsenalistas'. Menos de 10% são reforços.
José Pedro, totalista da competição, está em Braga. Yan Said deu lugar a um companheiro em 19 partidas com Nuno Cunha e Dinis Rodrigues a entrarem durante o desafio em 16 alturas distintas. Yan Said apontou 12 tentos.
Existe claro material para Daniel Sousa aproveitar, já, para a primeira equipa!
Canelas 2010
Depois da ascensão debaixo de bastante polémica, o Canelas 2010 afirmou-se no contexto de Liga 3, promoveu um excelente projeto de treinador, que deverá fazer a estreia na Liga Betclic em 24/25 ao leme do Nacional, Tiago Margarido, e apenas uma fase de manutenção que termina de forma bastante negativa, com quatro empates e cinco derrotas, para apenas um triunfo, vê o clube gaiense abandonar o terceiro escalão na última jornada, onde entrou a depender apenas de si para se manter.
O projeto revela-se dos mais constantes, sem grandes variações nos plantéis durante os três anos de participação na Liga 3 e jogadores que saem e regressam como Luís Simão ou Osemene.
De 21/22 nota para o guineense Pami, que rumou ao Luxemburgo, assim como o avançado João Magno, que entretanto já se mudou para a Coreia do Sul, Balanta subiu com o Torreense.
A sucessão de Tiago Margarido seria sempre desafiante e o também bem jovem Paulo Silva foi o escolhido, mas acaba por ser substituído por Pedro Lomba, que consegue um bom trabalho na época passada, mas claudica na fase final de 23/24, ainda assim mais um bom projeto de treinador.
Os gaienses estiveram na disputa de um dos quatro lugares de acesso à fase de subida até final, sendo o melhor dos outros, porém na fase de permanência soçobra claramente com quatro empates e quatro derrotas nos últimos oito encontros para acabar despromovido.
Na temporada passada volta a ser o médio de cobertura a ter mais destaque. O jovem Gustavo Mendonça chegou do Benfica e mudou-se para o AVS SAD da Liga 2. Os avançados brasileiros também têm deixado sublinhado, Kibe foi cedido pelo Marítimo e rumou à Albânia, Gabriel Tigrão chegou para os juniores gaienses, somou golos pela equipa sénior e rumou à Coreia do Sul. Alex Tanque tinha chegado a Portugal para reforçar o Coimbrões, o Canelas 2010 foi buscá-lo e é um dos pilares da entrada na Liga 3, muda-se para a Polónia, passa por Angola e regressa ao Canelas 2010 para prosseguir a senda goleadora. Não deverá descer com o clube, pois voltou a mostrar as qualidades concretizadoras.
Jorge Silva, filho do antigo internacional com o mesmo nome e irmão mais velho de Fábio Silva, procura relançar a carreira após a afirmação falhada na Lázio, reforçando o Canelas 2010 no mercado invernal, sem contudo conseguir evitar a despromoção do clube. É o reforço invernal a integrar os mais utilizados na fase de manutenção.Lomba usou 25 nomes, numa média de idades do plantel nos 26 anos e nos mais utilizados a aproximar-se dos 29. Cerca de um terço do plantel é estrangeiro, não há qualquer elemento formado em Canelas e os reforços compõem dois terços do plantel. Alex Tanque foi o jogador que participou em mais partidas, 28, e foi o melhor marcador, chegando às 10 concretizações. Francisco Ribeiro entrou 22 vezes a partir do banco e o maliano Doukouré foi substituído em 17 partidas.
Apesar da muita experiência e solidez, o clube não conseguiu replicar os resultados das épocas anteriores, ficando para perceber como será a próxima temporada.
AD Fafe
Luís Pinto realizou várias épocas como adjunto e estreia-se a sério como técnico principal na difícil sucessão de Rui Borges, hoje consagrado em Moreira de Cónegos, no Mirandela, seguindo-se Felgueiras, Real SC, Leça e Lusitânia Lourosa, que ajudou a regressar à Liga 3, mas deixando o clube pelo desafio 'justiceiro', que conclui com sucesso em 2023 e em 2024. Agora, o técnico não continuará em Fafe, certamente com um piscar de olho a projetos profissionais.
A primeira temporada fafense viu muitas mudanças no banco, com o atual adjunto de Daniel Sousa em Arouca, Francisco Matos, a começar a época, sendo substituído por João Pedro Coelho e este por Emanuel Simões, que inicia a temporada seguinte, quando cede lugar a Luís Pinto.Ben Zagré foi dos realces na época 21/22, a mudar-se para o Cazaquistão e presentemente a alinhar na Rússia. O médio João Castro está no Feirense.
Depois de uma fase regular com seis vitórias, seis empates e seis derrotas, na fase de manutenção o Fafe arranca com três triunfos e depois alterna derrota e vitória, com mais duas conquistas seguidas para terminar com somente três derrotas e sem empates.
O central esquerdino Guilherme Willian chegou de Torres Vedras, revelando-se importante na segunda fase da temporada. Francisco Amorim foi reforço de início de temporada, mas igualmente a ter entrado em Portugal pela Liga Revelação, no seu caso ao serviço do Famalicão. David Veiga libertou-se do Sporting Braga e Fafe deve ser apenas um degrau para patamares internacionais. Outro nome que entra no grupo dos mais usados para a fase de subida, como novidade, é o ganês Amoah.Pedro Matos não foi campeão pelo Estoril-Praia na Liga Revelação, mas as temporadas em Fafe para o extremo têm sido enriquecedoras, já mostra que tem lastro para divisões superiores. É ele o jogador que esteve em mais partidas e foi mais vezes substituído, assim como é o goleador fafense. Bernardo Fortunato foi o nome que entrou mais, em 15 partidas foi suplente utilizado.
Não foi fácil a adaptação, contudo atenção ao nipónico Kodama, que acaba a época em grande estilo e denota muitas qualidades. É notória a presença dos reforços ao longo da temporada, 'sobrevivendo' da temporada transacta a 'prata da casa' Bruno Monteiro, o brilho de Pedro Matos e a regularidade de Jorge Miguel pela esquerda.
Em Fafe foram utilizados 31 jogadores, a média de idades transita entre os 26,66 e os 28,39 para os mais usados, menos de 10% formados nos 'Justiceiros', dois terços reforços e quase metade estrangeiros.
TrofenseComeçou muito mal a temporada na Trofa, divisão entre a SAD e o clube, dúvidas sobre a própria continuidade do clube, salários por pagar, tal não mudando muito, mas a chegada de Nuno Manta Santos e alguma regularidade vê o clube equilibrar-se e acaba por fazer uma fase de manutenção tranquila e a alcançar cedo a manutenção.
O trabalho do 'fogaceiro' Manta Santos merece valor, a equipa mudou por completo. Dos 33 jogadores utilizados, nove deixaram o clube durante a temporada obrigando a ajustar.Campeão nacional de iniciados e de juvenis pelo Benfica, o central famalicense Saldanha regressou a 'casa' para alinhar na Liga Revelação pelo Famalicão, deixando o clube para o Trofense, onde acaba por fazer uma temporada razoável. Também da Liga Revelação chegou o dianteiro ganês Ayiah, que estava no Gil Vicente e mostra na Trofa potencial para os 'Galos'. Já Berna Couto não viu as portas da equipa principal do Sporting Braga abrirem-se-lhe, mas exibiu na Trofa dotes que lhe dão esperança de rapidamente dar o salto para a Liga 1 Betclic, joga, faz jogar, assiste, marca, tem dinâmica, passada, visão.
Curiosamente, a idade média dos onze mais utilizados é inferior à do plantel na Trofa, abaixo dos 25 anos para os que somaram o maior número de minutos, nos 25,66 para o conjunto dos que foram chamados a jogo. Os reforços superaram os 80%, quase metade estrangeiros e apenas um formado localmente.
O clube acabou com um diferencial de golos positivo. O guarda-redes Nuno Silva e o polivalente e antiga promessa Diogo Viana somaram o maior número de encontros, 22, com o segundo a integrar o lote dos mais substituídos, aqui com Wilson e Nuno Valente, 13 desafios. Vasco Paciência foi chamado a partir do banco em 15 partidas. O ganês Ayiah atingiu os sete tentos.
O brasileiro Carlos Daniel foi a novidade para a fase de manutenção.
Tal como noutros emblemas da Liga 3, é de realçar a presença de vários antigos internacionais jovens portugueses e internacionais de outras nações, com particular evidência para a África lusa, com jogadores que já representaram ou envergam a camisola nacional de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe, este último a ganhar algum protagonismo na CAF em anos recentes muito fruto dos seus 'filhos' que se vão formando e apresentando nos escalões secundários portugueses.
O futuro do clube/SAD é ainda uma incógnita, porém há vários valores que aproveitaram bem esta temporada para apresentarem atributos rumo a outros espaços.
AnadiaO Anadia tem revolucionado o plantel a cada temporada, num projeto que busca ir mais além, mas a direção mostra-se impaciente e a cada novo ano surgem um plantel totalmente remodelado, um novo quadro técnico.
Depois do excelente trabalho que guiou os 'Trevos' rumo à Liga 3 o antigo guarda-redes Miguel Valença trocou o clube pela Liga 2, para orientar o Real, mas o salto terá sido prematuro e Miguel Valença tem sentido algumas dificuldades depois do início fulgurante na transição em Oliveira do Hospital e no vizinho Anadia. Alexandre Ribeiro conseguiu manter o clube na Liga 3, mas não prosseguiu carreira.
Desse plantel de 21/22 realce para Brian Cipenga, que subiu posteriormente com o Länk Vilaverdense e se mudou nesta temporada para Paços de Ferreira, e para Tamble Monteiro, que havia brilhado nos 'Trevos' e seguiu depois para São João de Ver e daí para Felgueiras, onde o Portimonense o foi requisitar!
Na segunda temporada de Liga 3 novamente dois treinadores, Rui Eduardo Borges começou, mas é Pedro Machado a findar a época, porém novamente a não seguir no clube. Pedro Machado consegue um soberbo arranque no São João de Ver que o guinda novamente para a Liga 3, onde consegue a permanência in-extremis dos oliveirenses.
O principal nome a chamar a atenção foi o cabo-verdiano Papalelé, cedido pelo Estrela da Amadora, que o contratou ao Montalegre, onde já se havia mostrado em grande estilo, que se mudou entretanto para a Chéquia, alinhando pelo Karvina.
A terceira época do Anadia na Liga 3 foi ainda mais titubeante a nível técnico, com dupla mudança, tendo começado no banco o debutante Joel Sampaio, cujo trabalho nos sub23 de Vizela trouxeram a este espaço, mas a regressar novamente à Liga Revelação para orientar os 'Gverreiros do Minho'. Seguiu-se Pedro Barroso, com trabalho interessante em Castelo Branco e a passar depois por Espinho e pelo Salgueiros, que deixou o promovido Marco 09, no Campeonato de Portugal, pela estreia no terceiro escalão, contudo a não finalizar a temporada, sendo substituído pelo experiente Filipe Moreira, que havia iniciado 23/24 em Sintra, acabando por evitar a descida do Anadia na derradeira jornada e contra as expectativas, pois não dependia de si para tal.
Dos 35 futebolistas utilizados, o Anadia teve 31 novos recrutas e dos quatro que se mantiveram, um é guarda-redes ainda com idade júnior, outro é o também guardião e formando do clube Manuel Gama, visto como terceiro guarda-redes, André Santos que deixou o clube ainda no verão e Nuno Martins, também feito no clube, mas com pouco tempo de jogo. Esperava-se mais talento local, pois ele existe.
Dir-se-ia que a instabilidade determina o menor sucesso, pois o plantel desta época indiciaria um desempenho superior. Entre outros, o clube foi buscar os brasileiros Perdigão, Patrick Vieira, Gustavo Souza, Rodrigo Mathiola e Vitinho, o dianteiro Alvarinho, o médio cabo-verdiano Bruno Carvalho, o 'castor' Andrezinho, os laterais Tito Júnior e Breno, nomes que mostravam ambição face à experiência que aportam, contudo tal não sucedeu.
Depois das três derrotas a abrir, os 'Trevos' sacaram quatro triunfos seguidos, todavia não mais repetiram vitórias em jogos consecutivos e mesmo na fase de manutenção apenas ganharam a abrir e a fechar.
O algarvio Tiago Martins reforçou o clube no inverno para assumir as redes, o central brasileiro Ronaldo deixou o promovido Alverca para ajudar à manutenção do Anadia ao passo que o lateral esquerdo luso-guineense Saná Gomes, que havia regressado a Portugal no início da temporada para reforçar o promovido Belenenses, também chegou à Anadia para ajudar o clube a se manter na Liga 3.
Junilson Cá foi reforço oriundo do Salgueiros e assumiu o eixo, com Ronaldo, na fase final da época.
Uma das revelações da temporada foi Tiago Leite. o avançado vimaranense de 23 anos havia-se mostrado na Liga Revelação, primeiro pelo Vitória Guimarães, mais recentemente pelo Gil Vicente, onde o Anadia o foi buscar. É um nome a seguir e poderá deixar os 'Trevos'.Para que ainda melhor se compreenda todas as alterações, basta verificar os mais usados na fase de subida, com quatro reforços invernais, todos na linha defensiva. A idade média do plantel roçou os 26 anos de idade, enquanto os onze mais usados ao longo da época superaram os 27. Mais de metade dos jogadores são estrangeiros e quase 90% foram novidades. Apenas cerca de um terço dos utilizados apontaram golos e Andrezinho foi o mais chamado a jogo, com 23 partidas, sendo Alvarinho aquele que saiu em mais ocasiões antes do final da partida, 16 vezes substituído, o brasileiro Rodrigo Mathiola foi o suplente mais utilizado, enquanto uma das revelações da competição para 23/24, Tiago Leite, liderou nos golos com sete!
Acredita-se que possa existir nova revolução no plantel para a quarta época de um dos totalistas da Liga 3, porém pedir-se-ia mais continuidade.
AD SanjoanenseUma das promissoras estrelas do futebol português no início do século, com participações no Torneio de Toulon, no Europeu de sub21 de 2004, campeão nacional de juniores com o Boavista, de onde sai para o FC Porto, Pedro Oliveira ainda consegue ser campeão romeno, mas a carreira fica aquém do que prometia.
Nos bancos, o antigo médio assume a equipa secundária do Pedras Rubras em 2021, ao mesmo que é adjunto da equipa principal, que toma conta em 21/22, mantendo o bom trabalho em 22/23, o que o leva a dar o salto do distrital para a estreia nacional logo na Liga 3. Ainda assim, a época ao leme da AD Sanjoanense não é fácil, o plantel é constituído tardiamente e a salvação parecia uma miragem no início da temporada. A equipa começa mal a fase de manutenção, mas engrena com três vitórias seguidas, somando depois três empates e culminando com uma vitória já tranquila para seguir na Liga 3.Nas três épocas de Liga 3, a ADS teve no banco Pedro Duarte, que já havia experimentado o banco do Estoril-Praia e do Académico Viseu, e Tiago Moutinho, em ascensão. Curiosamente, Moutinho substitui Duarte quando este sai para a Académica. Na época seguinte é Moutinho a rumar à 'Briosa' e a ser substituído por António Barbosa, que por sua vez se muda para um Vilaverdense no segundo escalão, vendo chegar Pedro Oliveira, que não acaba a época e é o veterano Henrique Nunes a findar a temporada em São João da Madeira.
A temporada inaugural na Liga 3 viu Aldair Neves brilhar e rumar à Ponferradina, regressando depois aos 'alvinegros' para voltar a chamar a atenção e a rumar cedido pelos espanhóis ao Paços de Ferreira. O brasileiro Danrlei rumou ao Leixões, o médio Pedro Pinho manteve-se duas épocas no clube formativo depois da passagem pelos sub23 da Académica, mudando-se nesta temporada para o primodivisionário Chaves. Rúben Alves também faz 21/22 e 22/23 em São João da Madeira, rumando em 2023 ao vizinho Feirense. Já Diogo Teixeira mudou-se em 2022 para Montalegre e daí saiu para a Liga Parva búlgara, onde alinha pelo Lokomotiv Sófia. Lucão entrou em Portugal pela ADS e as exibições levaram-no ao Farense, que ajudou a regressar ao máximo escalão, entretanto rumando ao Al Khor do Qatar.
O lateral esquerdo Kiko Pereira formou-se no Santa Maria, mais conhecido pelos avançados que ali se mostraram inicialmente, sobe em Barcelos, passa por Brito, onde sobe aos nacionais, daí muda-se para o São Martinho, onde a ADS o vai buscar. A boa época leva-o de regresso a Barcelos e ao Gil Vicente.
Depois da continuidade, com bons resultados de 21/22 para 22/23, a época 23/24 viu uma remodelação profunda com 23 dos 27 jogadores utilizados a serem caras novas, salientando-se a 'recuperação' no mercado invernal de Diogo Almeida, guarda-redes feito no clube, e que foi bem importante para a manutenção do clube.
Formado no Cruzeiro, Luiz Gustavo foi contratado pelo Arouca, mas tem somado cedências, devendo o lateral de 24 anos ter uma época decisiva, ou dá o salto ou se desvincula do emblema de Arouca. Pedro Martins, do outro lado, deixou o Sporting Braga e mostra que tem pés para voos mais altos.
Uma das revelações da Liga 3 23/24 foi Jony, que Pedro Oliveira trouxe consigo de Pedras Rubras, é um médio de valor, com critério e que sabe colocar as bolas no sítio certo. Bernardo Fontes é outro nome a chegar do distrital com valor para a Liga 3 ou mais.
Quatro vitórias e três empates no final, já com Henrique Nunes ao leme, viram os 'trabalhadores alvinegros' assegurarem a continuidade na Liga 3.
A média de idades do plantel foi baixa, na casa dos 24,31, aproximando-se dos 26 nos onze mais utilizados. Um terço dos utilizados são estrangeiros, pouco mais de 10% formados localmente e dois terços reforços, com a nota para o guardião Diogo Almeida, a regressar no inverno ao seu clube formativo para ajudar à salvação, num clube com uma média de golos encaixados alta. O central brasileiro Gustavo foi o mais utilizado, 26 encontros, Jony o mais vezes substituído, 17, com Daniel santos a saltar do banco em 15 ocasiões. Marcelo chegou aos 10 golos num emblema onde menos de um terço do plantel fez o gosto ao pé ou à cabeça.
VianenseSeria sempre uma situação difícil, mas em Viana do Castelo existia a ambição da manutenção e a concepção do plantel previa esse cenário. Porém, os resultados não surgiram e o clube afundou-se no final da tabela, não conseguindo também na segunda fase mudar o 'chip' e acabando despromovido novamente ao Campeonato de Portugal.
No banco começou Oliveira, seguiu-se Ricardo Duarte, a voltar a Portugal depois de seis anos na Finlândia, sem o sucesso que o minhoto quereria, fechando o homem da casa Rogério Brito, antiga estrela de Belenenses e Salamanca, que acaba por não conseguir evitar a descida.
Os centrais Ni, cedido pelo Vitória SC, e David Vinhas, emprestado por FC Porto, acabaram por não ter o desempenho esperado.É de salientar o facto do Vianense ter optado, bem, por manter boa parte do plantel, ter vários jogadores locais. Nuno Barbosa trocou São João da Madeira por Viana do Castelo para realizar a melhor época na concretização, é um nome que deverá permanecer na Liga 3. Rodrigo Guedes mostra potencial, ainda com espaço evolutivo, enquanto Leandro Vilas Boas pode aspirar a mais.
De entre os três treinadores, foram chamados 29 elementos, com a disputa pela manutenção a ver os extremos Willian e Kalunga tentarem ajudar, são dois reforços de inverno a integrarem os mais utilizados nesta fase.
A idade média rondou os 25 anos e meio, sendo mais baixa nos onze mais utilizados face ao plantel. Cerca de um terço do plantel é estrangeiro e perto de dois terços são reforços para 10% feitos no clube, com Jordão Cardoso e Tiago Araújo a integrarem os mais usados, o primeiro em todas as fases, o defesa apenas na fase de manutenção.
A média de golos marcados foi consideravelmente baixa e menos de 30% dos utilizados chegou ao golo. O guardião brasileiro Cioletti foi o mais requisitado, 26 encontros, Diogo Ramalho, Vilas Boas e Jordão Cardoso deixaram os relvados antes dos encontros findarem em 13 desafios e Diogo Pereira saltou do banco em 19 ocasiões. Nuno Barbosa apontou oito tentos.
Série 2
Miguel Rebelo não conseguiu espaço competitivo no Moreirense para exibir todo o seu talento, mas é o nome grande da fase regular da série mais a sul, pois mostrou-se com imensa qualidade e versatilidade no Caldas, assinando também por um clube do máximo escalão luso no mercado de inverno.
Os dois clubes debutantes e promovidos do Campeonato de Portugal para a Série 2 sentiram dificuldades e fecharam a fase regular no fundo da tabela, sem surpresas, 1º Dezembro e Pêro Pinheiro, acabando o segundo por descer novamente ao quarto escalão, enquanto uma fase final dos sintrenses muito esforçada valeu-lhes a manutenção a expensas de um Amora, longe do brilho de 22/23 com João Pereira ao leme, que havia vencido a fase regular.
O Atlético CP de Tiago Zorro subiu do Distrital para o Campeonato de Portugal, sobe novamente e entra na disputa pela promoção, noutro nome forte dos bancos a merecer palcos maiores.
Académica
Dois empates e duas derrotas a abrir a fase de promoção viram as expectativas criadas na fase regular goradas para a promoção, ainda que o trabalho de Tiago Moutinho seja de enaltecer.
Não está a ser fácil, como na Póvoa de Varzim, regressar ao segundo escalão, o que também sublinha a qualidade e o enorme equilíbrio proporcionado pela Liga 3, que seria porventura ainda mais cativante numa fase nacional única.Depois de vários anos a secundar Ricardo Sá Pinto, recém-coroado campeão cipriota, Tiago Moutinho rumou à academia chinesa do Shandong Luneng, acabando por principiar na função de técnico principal depois da saída de Pedro Duarte da AD Sanjoanense na primeira época de Liga 3! O trabalho em São João da Madeira foi bem recebido e surgiu a proposta de Coimbra, fechando bem a temporada na Académica e realizando uma bela fase regular.
Para 23/24 a 'Briosa' foi buscar a antiga promessa das balizas das 'Quinas' Carlos Alves, a quem faltou aposta firme em Vila do Conde, que tinha merecido, o veterano Fausto Lourenço voltou à 'casa de partida', tendo também voltado ao clube formativo Ailson Tavares e o talentoso esquerdino Tiago Veiga, numa equipa que conta com os jovens Diogo Amaro e Stitch, dois miúdos de alto potencial que terão em Coimbra um degrau para outros patamares, espera-se.
Lucas Henrique chegou a Famalicão em 2021, andou duas épocas na Liga Revelação e é cedido em 23/24 aos 'Estudantes' para se mostrar. Um criativo com golo, a saber assistir, a ter toque de bola, veremos como evolui. O extremo minhoto João Silva realiza a sua melhor temporada sénior, a superar os registos em Felgueiras e em São João da Madeira e a apontar a voos mais altos, poderá saltar para a segunda liga.Vasco Gomes tem solidificado presença. O médio aveirense que se formou entre o Olival e a Feira subiu a sénior para o debute da Liga Revelação, trocando Feirense por Académica, mas não deixando essa competição. Nas duas últimas épocas salta para a primeira equipa coimbrã e mostra que tem saber, ocupa bem o miolo, cobre, distribui e, quando tem liberdade, denota competências ofensivas em passes decisivos e mesmo a marcar!
Diogo Costa foi novidade na esquerda para a fase de subida com meia dúzia d elementos formados na Briosa a serem regulares, o centralão Diogo Amaro, o lateral esquerdo Stitch, o médio David Teles, o médio mais de contenção Ailson, Tiago Veiga e o veterano Hugo Seco.
Em 29 nomes chamados, perto de 30% são formados na Académica, quase três quartos foram reforços para a temporada e cerca de um terço são estrangeiros.
A média de idades dos onze mais utilizados é quase um ano mais jovem que a média do plantel. Diogo Amaro e Carlos Alves entraram em 30 dos 32 encontros, João Silva foi substituído por 21 ocasiões enquanto João Victor foi chamado a partir do banco no mesmo número de partidas. O colombiano Perea somou 11 golos, continua a denotar gosto pelas balizas.
Atlético CP
Tiago Zorro manteve a espinha dorsal que subiu e reforçou-se muito bem com a classe de Tiago Morgado e de Diogo Leitão, este emprestado pela União Leiria, a potência e capacidade ofensiva de David Silva, que se vai mostrando como um dos melhores no terceiro escalão, e do guineense Balotelli, que continua a evoluir, 27 anos, mas ainda muito para crescer, faz mossa nas defesas adversárias.
A equipa é muito experimentada, mas com a revelação João Costa, que subiu a sénior no Atlético na época passada e agora sobe de importância, um esquerdino que pode alinhar em várias posições e mostra competência, conhecimento, não inventa em demasia, sendo provável que não permaneça na Tapadinha muito mais tempo.É de enaltecer o facto da formação da Tapadinha não se ter entusiasmado e alterado tudo, manteve boa parte do conjunto que subiu e reforçou-se com mais-valias reais.
O ponta de lança canarinho Paulo Marcelo entrou na fase de subida, para um ataque mais contundente ainda.
A média de idades aproxima-se dos 29 anos, um quinto do plantel é estrangeiro, não há jogadores feitos localmente, dois terços do grupo é novidade face à temporada anterior. A taxa de disseminação de golos alcançou 60% do plantel, um valor notável, pois aqui se incluem também os guarda-redes.
O pêndulo Tiago Morgado esteve em todos os desafios, David Silva é o campeão das substituições, 16 vezes, enquanto Diogo Leitão começou no banco e entrou em 15 partidas. Balotelli apontou nove golos!
FC Alverca
João Costa é mais um orgulho do Clube Atlético e Cultural da Pontinha agora que se torna no artilheiro-mor da Liga 3 23/24 e dá o salto para a Liga 1 Betclic 24/25 com o promovido Santa Clara! Depois de ajudar Os Belenenses a subir, o jovem avançado soma nova subida e, desta feita, dá também o pulo.
A relação com os açorianos é próxima, no mercado invernal os alverquenses acolheram o guardião Bravim, que 'roubou' a posição a Luís Ribeiro, e Miguel Pires, ambos a retornarem a Alverca do Ribatejo para se revelarem decisivos na subida, a par de Ricardo Dias, um pêndulo no eixo do miolo.
Desde a criação da Liga 3 que o Alverca busca a subida, com investimento estrangeiro na SAD, primeiro com Vasco Faísca e Argel, não subindo no playoff diante do Sporting Covilhã, que assegurou a manutenção apenas para descer na época seguinte. O brasileiro Argel começa a época seguinte, mas é substituído por Leandro Pires, voltando a equipa a entrar na luta pela promoção, mas a não o alcançar.João Pereira chega para, finalmente, guindar o clube novamente ao segundo escalão. O jovem técnico foi obrigado a enorme esforço para o clube se qualificar para a fase de subida, apenas o confirmando na derradeira jornada da fase regular, mas as mudanças no plantel fortaleceram o grupo e tal foi confirmado com a fase de subida, onde o clube até arranca com uma derrota, mas duas sequências de três vitórias e outras três catapultaram a equipa para o título da Liga 3 e a tão desejada subida.
Na equipa vários destaques além dos acima citados, o lateral Vítor Bruno, que trouxe muita experiência, tal como Rui Silva, o jovem central Alysson, que começa no Alverca B, numa temporada surpreendente no Campeonato de Portugal, e apresenta credenciais na fase de subida com a primeira equipa, Venaque ou o extremo Luiz Miguel.
Em contraponto nota para a saída durante a temporada de 'históricos' da equipa como o central Ronaldo, o avançado Ricardo Rodrigues e o lateral Jorge Bernardo.Com a equipa 'B' apenas um escalão abaixo, no Campeonato de Portugal, os alverquenses recorreram a 37 nomes, com o plantel a situar-se um pouco acima dos 26 anos, enquanto os onze mais situam-se perto, mas abaixo, dos 26. Mais de 40% estrangeiros, perto de 15% formados no clube e dois terços dos utilizados reforços para 23/24. O goleador João Costa foi o jogador que participou em mais partidas, 28, sendo também o mais substituído, 17, com o marroquino Hachadi a ser o suplente mais usado, 16.
Um jogador relativamente discreto, todavia a merecer igualmente realce, Zé Oliveira é do extremo noroeste luso, de Vila Praia de Âncora, passou por formação ancorense, de Vitória vimaranense e de Gil Vicente, sobe a sénior trocando Barcelos por Viana do Castelo e somando épocas de qualidade no Campeonato de Portugal, Vianense, Farense, Gafanha, Fafe, onde consegue a entrada na debutante Liga 3 e daí se muda para Alverca do Ribatejo, com duas temporadas a lutar pela subida. O central de 28 anos é seguro, forte na marcação e na antecipação, está na fase madura da carreira e sobe à Liga 2 SabSeg, onde se espera que mantenha a importância no clube, pois tem qualidade para tal e mais.
Sporting Covilhã
De mais a menos, os 'leões serranos' arrancaram com muita pujança e um futebol bastante agradável, mas depois de perderem os primeiros pontos começaram a murchar, a sentir dificuldades na construção, apuram-se para a fase de subida bem, mas soçobram claramente e nem a mudança técnica consegue alterar uma frustração evidente no relvado.
A sequência de quatro empates e uma derrota já na parte final da fase regular e a derrota a terminar poderão ter minado a confiança, com o Sporting da Covilhã a entrar na fase de subida sem a chama com que tinha principiado o campeonato, ficando desde cedo demonstrado que não conseguiria regressar ao segundo escalão em 2024.
Houve um esforço da direção para procurar a subida, os reforços de inverno foram de peso, o guarda-redes georgiano Makaridze, o central Nuno Tomás, um meio-campo novo com Afonso Valente, Bruno Figueiredo e o brasileiro Renato Soares, mas a inversão da dinâmica não foi alcançada, também porque o grupo que parecia coeso, já muito veterano, é verdade, terá sido abalado, o que não ajuda nunca ao desempenho no relvado.
Os nigerianos Elijah Benedict e Opeyemi mostraram dotes. Bruno Reis, que nunca teve espaço em Portimão, é um médio discreto, mas que merece oportunidades acima.Os 'Leões Serranos' utilizaram 32 jogadores, a idade média ficou pouco acima dos 26 anos, enquanto para os onze mais superou os 29, num diferencial superior a três anos, menos de 10% formados localmente, dois terços reforços e um terço estrangeiros. A taxa de disseminação de golos superou os 50%.
Casagrande e Elijah Benedict foram os mais chamados, 27 encontros, com o buliçoso lateral brasileiro Michel Camargos e Zé Tiago os mais substituídos, 13 desafios, João Vasco e Diogo Ferreira foram chamados a partir do banco em 14 partidas. O nigeriano Elijah Benedict soma oito golos.
Um dos decanos do clube, Igor Araújo, começou a época na baliza, cedendo depois posição a João Gonçalo que, por sua vez, viu o internacional georgiano Makaridze assumir a posição de guardião principal.
Sporting CP 'B'
O viveiro de talentos de Alcochete continua bem presente. Nesta temporada olho para o dianteiro Rafael Nel, que parece passar ao lado dos analistas, que insistem em abordar Gyokeres-Paulinho-Ioannidis/contratações, sem se focarem jamais no talento interno, que deve ser o primeiro foco, antes da análise ao mercado externo. O jovem que começou em Os Belenenses e daí rumou aos 'Leões' apontou oito golos e mostra que pode ser uma bela alternativa na equipa principal, é móvel, inteligente nas movimentações, versátil, tem tudo para dar já o salto. Outros nomes a sublinhar incluem Alexandre Brito, para o miolo, Chico Lamba para o eixo defensivo... Não falta talento, é necessário é apostar convictamente. Afonso Moreira merecia minutos na equipa principal, mas entende-se a ausência dos mesmos.
Filipe Çelikkaya sai do clube depois de ser totalista, até ao momento, na divisão, o que trará outros desafios, pois João Pereira tem outras ideias, para confirmar se tal melhorará ou não a equipa.
Das três temporadas há que salientar Diego Callai, cedido durante esta temporada ao Feirense e já em regressão evolutiva por não ter dado o salto mais precocemente, Geny Catamo, Diogo Brás, também no Feirense, Rafael Fernandes, a fazer uma boa passagem pelo Arouca que lhe permitiu dar o salto para o Lille, Nazinho, cedido ao Cercle Brugge, Hevertton que subiu com o Estrela Amadora, Chermiti que rumou ao Everton, Renato Veiga, que se mudou para o Augsburg, Fatawu, que brilhou na subida do Leicester, uma panóplia de nomes que apresentam credenciais e provam a imensa qualidade que existe nas academias lusas.
Há que sublinhar o facto de uma equipa 'B' ter como foco primário trabalhar jovens para a equipa principal e não jogar para subir de divisão, mesmo que tal possa suceder, pois cada jogo é para ganhar, o que implica ter o grupo sempre aberto e trazer amiúde jovens que se destaquem nos sub19, sub17, aliás o grosso do grupo deve ser composto por jogadores ainda em idade formativa. Geovany Quenda é disso o melhor exemplo recente.
A equipa esteve perto de integrar o quarteto da promoção, fazendo depois uma fase de manutenção incólume, a arrancar com cinco vitórias que selaram praticamente o lugar na Liga 3 em 24/25.Como se espera de uma equipa 'B', a formação secundária leonina trouxe a jogo 37 nomes distintos, a média de idades inferior a 20 anos para o plantel e pouco acima dos mesmos para os mais usados, os estrangeiros são cerca de um quinto do plantel, enquanto dois terços dos utilizados são formados localmente, menos de 10% são reforços.
'Mamede', Tiago Ferreira, foi o jogador com mais utilizações, 24, Menino, que se despede dos 'leões', foi substituído em 14 encontros, Diogo Cabral saltou do banco em 12 partidas, com Rafael Nel a ser o melhor marcador, oito golos.
Entre os mais utilizados o lateral angolano Bondo é o destaque, a única novidade no plantel, excetuando os juniores que subiram dos sub19 e da equipa sub23, a integrar os mais chamados, com a antiga promessa portista Diogo Abreu a permanecer estagnado nas equipas secundárias do Sporting CP.
Caldas
O Caldas é, porventura, o melhor exemplo de como deve ser gerido um clube. O treinador é um ex-atleta, o antigo central José Vala, igualmente professor de Educação Física, que alia o treino com outras funções num município vizinho. No plantel estão sete nomes formados no clube, habitual, nomes veteranos como Militão ou André Simões e jovens como Gonçalo Barreiras e Miguel Rebelo, que entretanto deu o salto para a primeira liga. O plantel sofre poucas alterações a cada temporada e os reforços vêm de locais relativamente próximos.
A comunicação é boa, a gestão é segura e sustentada, o estádio é bonito e fresco, cheio de ar puro, devendo ser tomado como o modelo a seguir, formação, sustentabilidade, comunicação, relação com a cidade e com os adeptos (ndr: se alguém do clube ler esta análise, aceitamos um cachecol, não temos, sendo que tal se estende a todos os emblemas, pois - como devem reparar se acompanham a página do Observatório Ligas Europeias Futebol no Facebook - coleciona-se aqui cachecóis e camisolas desportivas).
João Rodrigues, o 'Tarzan' que chegou à B SAD e ali mostrou que mereceria mais tempo de jogo na élite, continua a ser o goleador completo do Caldas, passou de avançado centro para um futebolista de eleição, a extensão no relvado de Vala, a ocupar muitos espaços, a saber integrar o miolo quando necessário, a exemplificar a pressão bem realizada, a fazer movimentos diagonais e transversais dignos dos melhores. Esta temporada a voltar a superar a dezena de golos e a somar diversas assistências.A casa regressou Pepo, que passou pela formação do clube, completando o percurso formativo na União Leiria, que ajudou a regressar às competições profissionais apenas para regressar à sua cidade para assumir protagonismo no Caldas.
Formado em Os Belenenses, Eduardo Monteiro foi recrutado no distrital leiriense, onde ajudou o Peniche a voltar aos nacionais, defesa esquerdo ou central pela esquerda, acabou por ganhar lugar ao retornado Filipe Cascão, a dar boa conta de si e a prometer bastante para o futuro.José Vala recrutou 24 nomes, alguns jovens da 'B' utilizados em épocas recentes ficaram sem tempo de jogo nesta temporada, com a média de idades a subir, perto dos 27 e meio para o plantel, mais de 28 para os mais usados, com poucos estrangeiros, quase 30% feitos no clube, e cerca de um quinto apenas de reforços, num claro projeto de continuidade no Oeste.
Thomas Militão e João Rodrigues, figuras referência do plantel, somaram o maior número de encontros, 28, com o formando-reforço Pepo a ser substituído em 17 desafios, e Marcelo Marquês a ser o mais vezes requisitado durante os jogos por Vala, 16. 'Tarzan' Rodrigues volta a ser o melhor marcador da equipa com 15 golos.
Militão, Januário, Clemente, Rebelo, Pepo e Barreiras integram o grupo 'local', um sexteto com formação caldense que faz parte dos mais utilizados, mais uma vez aqui se evidenciando a forma exemplar como se trabalha nas Caldas da Rainha e que deveria ser observada e replicada noutros espaços, assim sobrevive um clube, com a sua formação, identificando valores que surjam nas redondezas e sendo muito criterioso nos reforços.
Oliveira Hospital
Manter-se-á como totalista depois de uma temporada com alguns sobressaltos e que apenas viu o clube se salvar na descida na derradeira ronda, com vitória e a tirar partido da goleada sofrida pelo Amora, mas o Oliveira do Hospital vai também mudando em excesso, para esta análise, a cada época.
Em 21/22 Tozé Marreco apresenta bom futebol e o clube passeia tranquilo na edição inaugural da Liga 3. Na época passada foi Nuno Pedro a tomar conta do clube e a garantir a continuidade.
Para 23/24 a escolha recaiu em Sérgio Gaminha, mas somente um triunfo nos encontros iniciais viram uma mudança técnica, com a chegada de Pedro Machado, que havia estado no Anadia na temporada anterior e tinha começado de forma soberba ao leme do São João de Ver na busca do retorno deste à Liga 3. Não foi fácil o caminho, como acima notado, mas o clube salva-se na linha de meta depois de vitória, dois empates e nova vitória nos quatro encontros finais da fase de manutenção.O plantel foi completamente remodelado, sendo de sublinhar os desempenhos de Isabelinha, de Valter Zacarias e do brasileiro Gabriel Chagas ao longo da temporada.
Dos poucos resistentes da época anterior, o ponta de lança Daffé deixou o Oliveira do Hospital e é o veterano Diogo Ribeiro, reforço invernal, a servir de referência no eixo ofensivo para a fase de manutenção.
Foram 31 os jogadores utilizados, com mais de 80% de reforços e basicamente 95% em campo. A idade média espaçou-se em dois anos, acima dos 24 para o plantel, dos 26 para os mais utilizados, nenhum formado localmente, quase metade estrangeiros.
A antiga referência academista e internacional jovem luso, Paulo Grilo regressou a 'casa' depois de algumas temporadas na zona da Feira para ser o elemento mais chamado a jogo, 28 partidas, com David Brás a ser substituído em 13 desafios e Flávio Nascimento a ser suplente utilizado em 11. Valter Zacarias foi o melhor marcador com 5 tentos.
Nassur Bacem não conseguiu espaço no Marítimo e procura mostrar-se na Liga 3.
Amora
A temporada inaugural do Amora na Liga 3 viu o banco ter Bruno Dias e Sandro Mendes. João Pereira realiza um trabalho notável em 22/23 e para 23/24 esperava-se que o clube trabalhasse no sucesso da temporada anterior, apesar da mudança técnica. Tal como em Oliveira do Hospital, uma vitória nas primeiras oito rondas viu o clube alterar o quadro técnico. Aqui saiu Pedro Duarte e chegou um debutante, na busca de emular o que havia acontecido com João Pereira. Caneco estava ao leme dos açorianos do Guadalupe depois de algumas temporadas como adjunto de Pedro Lomba, dando o salto do regional açoriano para a Liga 3.
Acaba por não ser uma estreia fácil para Pedro Caneco que finda a temporada despromovido, curiosamente a par do seu 'orientador', que também se viu a baixar ao Campeonato de Portugal na ronda final, quando dependia apenas de si, ao leme do Canelas 2010.
Apesar de contar com nomes de 'pedigree' como Zé Gata, Miguel Montenegro, Filipe Maio, Gonçalo Tavares, entre outros, o clube acaba por não conseguir segurar-se na Liga 3.
João Oliveira, neto de um antigo presidente do Vitória sadino, continua a demonstrar a sua veia goleadora, sendo daqueles nomes que se estranha não estar mais acima, não foi por ele que o Amora desceu, é o melhor marcador da equipa e atingiu os 10 tentos.
Quem chamou bastante a atenção foi o gaulês de raízes afro-lusas Beni Souza, chegado do norte francês, das camadas jovens do Le Havre, Benito mostrou qualidades que já o colocaram no radar das equipas 'B' dos 'grandes'. Deve dar o salto neste verão. O lateral Vasco Sousa é outro nome que ficou registado, um jovem de potencial.Filipe Marques e Gonçalo Batalha chegaram no mercado invernal, mas não conseguiram reverter a situação.
O clube recorreu a 34 elementos, a média de idades andou nos 24 anos, os estrangeiros são um terço do plantel, com cerca de cinco por cento formados localmente, perto de três quartos são reforços. Filipe Maio é o jogador mais vezes chamado, 23, Eba Viegas foi substituído em 13 desafios, sendo que Mboulou saltou do banco por 20 partidas.
Da época anterior permaneceram o nome na baliza, com Rendeiro a assumir a titularidade, e no ataque, por João Oliveira e o luso-são-tomense Eba Viegas.
Pêro Pinheiro
No Pêro Pinheiro mudou-se de treinadores em excesso, passaram pelo banco Hélder Ferreira, Sandro Mendes, Ricardo Estrelado e Bruno Álvares, não evitando um desfecho previsível, a despromoção do clube nesta estreia na Liga 3.
Ainda que tenha arrancado a fase de manutenção com um triunfo, nos restantes nove jogos somou oito desaires e apenas mais uma vitória.Contudo e apesar da despromoção, fica a nota para o italo-ganês Sidney Osei, de 19 anos, que deverá ter captado a atenção de diversos emblemas pela sua potência depois de chegar a Portugal para integrar as camadas jovens do Marítimo na temporada 2022/23.
Outro jovem que merece atenção é Kenedi Oliveira. Guineense de 26 anos, esquerdino, lateral-médio, chegou a Portugal apenas a época passada e já se apresentou no Monção, no Campeonato de Portugal, ainda tem bastante para burilar, mas tem potencial alto.
O marfinense Diomande foi reforço invernal para a fase de manutenção, ganhando lugar a Osei. A equipa começou muito assente nos jogadores da temporada anterior, seis na 1ª volta, com interessantes reforços como Agrelos, Pedrosa, entrando depois com contundência Osei.
Entre os 28 nomes usados, por quatro técnicos distintos, a média de idades do plantel superou em quase um ano a dos onze mais, 25 para 24, um quarto dos usados são estrangeiros, com quase dois terços reforços e somente um nome feito no Pêro Pinheiro. Ainda que quase metade dos jogadores tenha feito golo, a concretização do clube foi baixa, menos de um por jogo, metade dos sofridos.
Chiquinho foi o nome mais vezes chamado, 24, com André Galamba a ser substituído em 12 encontros e Diogo Pires a saltar do banco em 15. O jovem italo-ganês Osei foi o melhor marcador.
19 derrotas em 28 partidas dificilmente dariam outro desfecho que não o regresso ao Campeonato de Portugal.
1º Dezembro
De casa às costas e a parecer condenado à partida, o 1º Dezembro faz uma boa ponta final para se erguer da zona de descida, salvar-se e repetir presença para 24/25.
O antigo avançado Rui Maside promoveu a equipa e manteve-se ao leme, mas acaba por sair ainda no primeiro terço da época, substituído por João Nuno que havia feito o Fabril regressar aos Nacionais e manter-se no Campeonato de Portugal, com o jovem treinador a garantir a manutenção de forma surpreendente.
Com vários elementos formados no clube, o arranque da prova fez-se com um sólido grupo vindo da subida, Diogo na baliza, os formandos Rodrigo Luís, Alexandre Sousa e Diogo Grácio e ainda o 'cafetero' Lobo partiram como mais utilizados, criando espaço para os novos reforços melhor se engancharem nas ideias de jogo dos sintrenses.
Várias mudanças invernais favoreceram a equipa, assim como, deduz-se, a mudança para mais próximo, tendo o clube inicado a temporada a jogar em Ponte de Sor e a terminar no Bonfim.Na fase de manutenção assumiram espaço Latón, Jorge Bernardo, Rui Batalha e Gabriel Morais. O brasileiro Gabriel Morais chegou do Santa Clara, Rui Batalha foi cedido pelo Alverca, a darem força ofensiva, enquanto Jorge Bernardo, também emprestado pelos alverquenses, e Latón, fortaleceram defensivamente o conjunto para uma fase de manutenção finalizada em alta.
Lisandro 'roubou' lugar ao veterano e trota-mundos Diogo Coelho na lateral esquerda para a fase final da prova.
O clube usou 35 nomes, numa média de idades abaixo dos 25 anos e também mais jovem nos mais utilizados face ao plantel. Um quarto do plantel é estrangeiro, sendo que quase um quinto são formados no 1º Dezembro e os reforços contabilizaram pouco mais de metade do grupo.
Pecou a fraca concretização, 0,75 por partida, com Diogo Grácio a ser o melhor marcador, quatro golos, Rodrigo Luís foi o mais vezes chamado, 28 desafios, Herrera foi substituído em 15 ocasiões, enquanto o formando regressado ao clube Benny Silva saltou do banco em 11 partidas. Ainda júnior de primeiro ano, Benny é nome a saguir.
Esperava-se mais de nomes como Idrisa Sambú, Rafa Pinto, Drogba Camará ou Tuga, nomes para o ataque ou a criação que não surtiram o efeito desejado no clube, tendo quase todos deixado o emblema durante a época.
Fase de Promoção
O Alverca não fechou a fase regular em 1º na série mais a sul, contudo, e ao contrário do que havia sucedido com João Pereira ao leme do Amora na temporada transacta, o emblema focou-se e mostrou ser o mais consistente para vencer a terceira edição da Liga 3 e assegurar a subida à Liga 2 SabSeg de forma antecipada.
O Lusitânia Lourosa começou a fase de subida de forma explosiva, a fazer uma primeira volta quase imaculada, perdendo contudo fulgor e a soçobrar para ficar novamente na praia do sonho edílico das competições profissionais. O clube havia descido num ano em que pretendia subir, mas logo regressou, com o mesmo desejo e ambição!
Agostinho Bento soma fases regulares de força, acabando por sentir mais dificuldades na fase de subida. Todavia, desta feita, à terceira, o Felgueiras regressou mesmo de vez ao segundo escalão. Como antes notado, é curioso observar Felgueiras e Alverca a regressarem ao segundo patamar do futebol português 19 anos após a despromoção administrativa de ambos.
O Sporting Covilhã, que manteve boa parte do plantel da segunda liga, com muita experiência à mistura, arrancou a Liga 3 em passeio, parecendo que caminharia tranquilamente de regresso ao segundo escalão. As primeiras derrotas fizeram o clube regressar à Terra e, apesar de se apurar para a fase de subida, nunca pareceu perto, nesta segunda etapa, de subir. O veterano Chaló regressou à Covilhã, onde esteve com sucesso e muito agrado dos adeptos entre 2012 e 2016, já com Igor Araújo, Gilberto Silva, Tiago Moreira - desde 2014, no plantel, voltando a Portugal para devolver os serranos aos escalões profissionais.
Na Tapadinha a época ficou ganha com a entrada na fase de subida, já foi uma temporada acima das expectativas e qualquer que fosse o final seria de celebrar. Tiago Zorro tem realizado um trabalho muito agradável, pega no Atlético CP para guiar o clube ao título lisboeta, adiante de 1º Dezembro e do rival Oriental, sagra-se vencedor do Campeonato de Portugal e faz brilharete na Liga 3 com muita solidez.
No caso do Varzim, nova crise diretiva e mais uma vez o clube a sofrer com uma má gestão, acabando também por realizar uma época boa em busca de melhores dias. Ricardo deixa a baliza para assumir a presidência do clube, acreditando-se que possa renovar e conseguir captar ainda mais talentos.
O Sporting Braga B, mesmo sem Rodrigo Gomes, Kodisang, Berna Couto, Rodrigo Borges e outros, como deve ser, realiza uma temporada notável com Custódio. O clube é montra para Asué, Diogo Fonseca, Lacximicant, todos a rumarem à primeira liga durante a segunda metade da temporada, assim como para Chissumba, Zé Pedro ou Yan, que pedem espaço na equipa principal.
A 'Briosa' teve em Tiago Moutinho um bom técnico, continua a reinventar-se depois da profunda crise, surge com talento local, Diogo Amaro e Stitch entre os jovens, Hugo Seco, entre os veteranos, Fausto Lourenço, Ailton e Tiago Veiga entre os regressados, sendo agora novamente um clube de e para os estudantes. A Académica deve manter esta ligação à sua formação e aos seus ex-formandos, trazer mais nomes que ali se fizeram e reaproximar a ligação ao universo estudantil local, divorciado atualmente do clube.
Fase de Manutenção
A maior desilusão acabou por ser o Canelas, que arranca com seis pontos, na liderança, depois de disputar até final um lugar na fase de subida, findando num dos dois lugares de descida depois de perder na última jornada e ver o Anadia a vencer.
A sul é o Amora a não conseguir ultrapassar a saída de João Pereira e de vencedor da fase regular 22/23 acaba despromovido em 23/24. Tal como com os gaienses, o plantel pediria mais, apesar das mudanças, havia qualidade para uma época mais tranquila, o que diz muito sobre o equilíbrio da Liga 3 e da importância da vertente mental, da confiança, das sequências.
O Pêro Pinheiro, repescado para o escalão na temporada passada, não resistiu e volta a descer. O outro clube promovido, além de Atlético CP, a sul foi o 1º Dezembro, também com muitos problemas, a jogar longe do seu campo, parecia destinado ao mesmo fim, mas realiza uma ponta final com quatro vitórias e um empate para garantir a manutenção, inesperada!
Também o Vianense sentiria, teoricamente, dificuldades, apesar dos jovens que cativou, percebendo-se desde cedo que era o emblema mais frágil na série mais a norte, mesmo com as questões que dificultaram o arranque de temporada em São João da Madeira, a profunda revolução em Anadia e as convulsões na Trofa.
Melhores da Época
O quadro e avaliação são sempre subjetivos, mas o treinador do ano é, nesta análise, João Pereira. Jovem, pegou num Amora e deu-lhe uma dimensão claramente acima do esperado, muda-se para Alverca, a falhar sucessivamente a subida, e consegue realizar uma temporada de nível, promove jogadores, faz mudanças e alcança o propósito.
O clube-sensação é, aqui, o Atlético Clube Portugal, que não se reforçou de forma evidente, mantém Tiago Zorro há alguns anos como treinador, não só foge à luta pela despromoção como mostra qualidade para poder aspirar a um regresso aos escalões profissionais.
Melhor XI
Bruno Pinto - Francisco Ferreira, Alysson, José Pedro, Vítor Bruno - Ricardo Dias, Diogo Martins, Bruno Reis - João Costa, Yan Said, Miguel Pereira, Mika Borges
Chega tarde ao 'estrelato', mas Bruno Pinto tem o reconhecimento de Agostinho Bento, que o leva para os clubes por onde passa, vai buscá-lo para o Felgueiras e o guardião exibe as credenciais para ajudar os felgueirenses a subirem e, nesta análise, a ser o melhor guardião da época.
A defesa, mesmo que várias equipas tenham optado durante a época por alinharem três atrás, é constituída por um quarteto. O totalista José Pedro, esquerdino, do Sporting Braga B, apenas é estranho não ter sido chamado à primeira equipa, que de tantos problemas defensivos padeceu, é merecedor de realce pela grande época 'arsenalista' e pelas suas exibições, ao lado de Rui Rampa, outro nome da confiança do treinador do Felgueiras, a retribuir essa fé nas suas competências. Na lateral esquerda o antigo internacional jovem Vítor Bruno, que baixou um patamar para guindar o Alverca, com bastante preponderância nisso. Na direita o 'estudante' Francisco Ferreira, regular, atento, capaz.
O miolo é do campeão, Diogo Martins revelou-se preponderante durante toda a temporada, a ser um verdadeiro reforço do Alverca, tendo o miolo ganho ainda mais solidez com a chegada invernal de Ricardo Dias, outro antigo internacional jovem português, a oferecer o equilíbrio necessário à equipa para esta se impor de forma clara na fase de subida.
Distante do mediatismo dos tempos de Chaves, Mika Borges continua a oferecer golos, a confundir adversários e a plasmar qualidade nos relvados que pisa. O filho de Wender, Yan, explodiu finalmente, teve chamada regular e juntou muitos golos às suas exibições, está mais incisivo e com melhor tempo de decisão.
Os goleadores João Costa, notável em Alverca, e Miguel Pereira, de regresso a Felgueiras para mostrar novamente as suas competências concretizadoras e passes decisivos.
XI Revelação
A Liga 3 continua a apresentar talentos e a oferecê-los a escalões maiores e ao estrangeiro, como mais abaixo de confirma.
Bravim formou-se entre Cruzeiro e Santos, chegou ao Alverca em 2018 para a equipa B, na época seguinte dividiu-se entre A e B e foi posteriormente emprestado ao Casa Pia, sendo segundo ou terceiro guardião dos 'Gansos'. Em 23/24 muda-se para os Açores e no Santa Clara não jogou, regressando a Alverca do Ribatejo no mercado de inverno para assumir a baliza e ser elemento importante no título ribatejano.
Nas laterais os ainda juniores Leonardo Barroso, do Sporting CP B, e Chissumba, do Sporting Braga B, fulgurantes, ofensivos, velozes, acutilantes, ambos a terem tudo para chegarem às respetivas equipas principais.
Alysson chegou ao Alverca nesta temporada para integrar a segunda equipa, debutante no Campeonato de Portugal, contudo as suas exibições levaram-no para a equipa principal, onde mostrou competências para chegar mais longe.
Afonso Silva começou no Alfenense, nos inicados mudou-se para Paços de Ferreira e nos juniores ruma a Guimarães, estreando-se como sénior no Felgueiras, e que estreia! Podia bem caber na equipa do ano, mas fica nas revelações, seja em Felgueiras ou noutro clube, prevê-se grande futuro para o jovem central.
Sem espaço em Alcochete, o angolano Domingos Andrade tirou máximo partido da mudança para Felgueiras. Agostinho Bento soube escolher e potenciar muito bem os reforços que recebeu!
Bruno Reis parecia poder vingar em Portimão, mas Paulo Sérgio acabou por não apostar no médio, que se mudou nesta época para a fria Covilhã e apresentou qualidade, a pautar, a temporizar, aliás, a sua ausência da equipa na fase de subida notou-se.
Quando os anos passam e se continua cingido aos distritais, a confiança dilui-se e a crença no futuro como futebolista desvanece-se. João Carlos Gomes Alves Pinheiro Sousa rompe com os ditames recentes, onde se usa cada vez menos nomes, sendo o modelo um nome próprio e dois nomes de família, vulgo Jony, começou em Leça da Palmeira, nos iniciados mudou-se dos leceiros para a equipa criada pelo malogrado Hernâni Gonçalves e na transição juvenil/júnior ruma ao Salgueiros. Criativo, quando sobe a sénior é fulcral no regresso do Valadares Gaia aos nacionais, realiza uma estreia absoluta com algum impacto, mas a ida para os nacionais dos gaienses tira-lhe algum espaço e a ambição de jogar leva-o até ao Maia Lidador, segue-se o Freamunde, com pouco tempo de jogo, ganhando-o no regresso a Gaia, agora para representar o Grijó. Com Pedro Oliveira, no Pedras Rubras, explode na posição '10' e o antigo criativo e internacional jovem luso leva-o consigo para São João da Madeira, onde mostra que está talhado para relvados mais técnicos, tem toque de bola, visão, irreverência, ambição.
Na linha de ataque Rafael Nel, que sobe no Sporting B e Rúben Amorim vê nele um dianteiro de relevo para a primeira equipa, pode estrear-se já em 24/25. Internacional sub17 ganês, Ayiah deixou os Charity Stars natais para integrar a academia monegasca. Em 22/23 chegou a Barcelos para integrar o Gil Vicente para a Liga Revelação e realiza uma temporada na Trofa de nível, com golos e assistências, extremo tipicamente africano, pode voltar a Barcelos para se afirmar nos 'Galos'.
Tiago Leite partilhou balneário com Ayiah na Liga Revelação, tendo o extremo fafense rumado aos 'Trevos' para partilhar o seu talento no escalão sénior absoluto. Não espantará se, por exemplo, Agostinho Bento o for buscar para o Felgueiras na aventura destes na Liga 2.
Luva de Ouro
Chuteira Dourada
João Costa não deu hipóteses à concorrência com 22 golos, bem à frente de 'Tarzan' Rodrigues, que atingiu a quinzena de concretizações, e de Yan Said, a chegar aos doze.
Bola Dourada
O líder desta vertente de eficiência seria Goba Zakpa, que somou um golo a cada 86 minutos de jogo, contudo a sua utilização apenas na parte final da temporada não lhe assegurou o tempo de jogo mínimo para entrar neste top, ainda assim a ser digno de referência, foram seis golos para o marfinense pelos 'Leões de Lourosa' em menos de 600 minutos!
Estrelas da Liga 3
A introdução da Liga 3 foi das melhores decisões federativas dos últimos tempos, pois este campeonato tem sido uma força exportadora de talentos portugueses e estrangeiros, quer para os segundo e primeiro escalões lusos, quer para diversos campeonatos internacionais, na Europa, no Médio Oriente, no Sudeste asiático.
A Liga 3 também tem servido bastante para dar o calo necessário a muitos jovens que têm passado pela Liga Revelação, sendo o terceiro escalão luso o degrau certo para os catapultar para as ligas profissionais.
É inevitável abordar as equipas 'B' e a forma como estas têm aproveitado a divisão para dimensionar talentos. Rodrigo Gomes, Chermiti, Mateus Fernandes, Rafael Fernandes, Kodisang, André Lacximicant, Luis Asué, Luís Esteves, Álvaro Djaló, Herculano Nabian, Renato Veiga, Rodrigo Borges, Rodrigo Pereira, entre vários outros, são nomes que o público já conhece e que brilharam na Liga 3, assim como inúmeros futebolistas que, espalhados pelas múltiplas formações integrantes da prova nestas três edições, mostraram qualidade.
Gonçalo Gregório União Leiria - D. Bucareste
Ángel Torres - FC Alverca - Balzan Youths/Central Coast MarinersMiguel Silva - São João de Ver - Leixões/Otelul Galati
Tamble Monteiro Anadia/Felgueiras - Portimonense
Gustavo Mendonça - Canelas 2010 - AVS SAD
Geovani Júnior - V. Guimarães B - Oleksandria
Miguel Rebelo Caldas - Moreirense
Lourenço Teixeira - Real SC - Olympiakos Nicósia
Danilson Tavares - Real SC - Belenenses
Dino Semedo - Real SC - Onisilos
Hevertton Santos - Sporting CP B - E. Amadora
Geny Catamo - Sporting CP B - Sporting CP
Diogo Brás - Sporting CP B - Feirense
João Goulart - Sporting CP B - Mafra
Asué Sp. Braga B - MoreirenseGonçalo Agrelos - Real SC/Pêro Pinheiro - ND Primorje
Zé Mário - Amora - Cukaricki
Álvaro Djaló Sp. Braga B - Sp. Braga,
Yago Cariello União Santarém-Portimonense/Gangwon
João Magno Canelas 2010 - Dudelange/Goiás/Gwangju FC
Rodrigo Gomes Sp. Braga B - Estoril-Praia
Rodrigo Borges - Sp. Braga B - UDO/Marítimo/Torreense
Leonardo Buta - Sp. Braga B - Udinese/Gil Vicente
Diogo Fonseca - Sp. Braga B - E. AmadoraHernâni Infande - Sp. Braga B - P. Ferreira/Moreirense
Wagner Pina - Belenenses - Estoril-Praia
Celton Biai - V. Guimarães B - FC DordrechtMiguel Maga - V. Guimarães B - UDO/Penafiel
Rafa Santos - Real SC - Stal Mielec
Ibrahima Bamba - V. Guimarães B - Al DuhailManuel Pami - Canelas 2010 - Differdange
Juan Balanta - Canelas 2010 - Torreense
Ibrahim Guirassy - SJ Ver - UDO/Marítimo
Papalelé Montalegre/Anadia - E. Amadora/Karvina
Ben Zagré - Fafe - Kaysar/Shinnik
Habib Sylla - União Leiria - Chaves
Clé - Belenenses - AEZ Zakakiou
Miguel Campos - Anadia - NK Rudes/Oleksandria
Brian Cipenga - Anadia/Vilaverdense - Paços Ferreira
Youssef Chermiti Sporting CP B - Everton
Kikas União Leiria - E. Amadora
Luís Esteves V. Guimarães B - Nacional
Yuran Fernandes Torreense - PSM Makassar
Kodisang Sp. Braga B - Moreirense
Edu Pinheiro - Sporting CP B/Anadia - Penafiel
Bernardo Sousa - Sporting CP B - Chaves
Gilberto Batista - Sporting CP B - Moreirense
Babacar Fati - Sporting CP B - SJK
Gonçalo Costa - Sporting CP B - Portimonense
Gonçalo Agrelos - Real SC/Pêro Pinheiro - Primorje
Flázio Nazinho - Sporting CP - Cercle BruggeRafael Fernandes Sporting CP B - Arouca/Lille
Pedro Maranhão - AD Sanjoanense - Tondela
Klismahn FC Alverca-Portimonense/Santa ClaraRodrigo Pereira V. Guimarães - Académico Viseu
João Valido - V. Setúbal - Arouca
Geny Catamo Sporting CP B - Sporting CP
Régis Ndo - Oliveira Hospital - E. Amadora
Mateus Fernandes Sporting CP B - Estoril-Praia
Renato Veiga Sporting CP B - Augsburgo-Basileia
Paulité Felgueiras - Leixões
Edmilson - Vilaverdense - Celje
Né Lopes - Felgueiras - Gil VicenteSerginho - Felgueiras - UD Oliveirense/Santa Clara
Kiko Pereira - AD Sanjoanense - Gil Vicente
Danilo Veiga - Felgueiras - Rijeka
Matheus Clemente - Felgueiras - Cherno More/Akritas/Auda,
Paulinho - Felgueiras - Leixões
Paulo Moreira - Felgueiras/Varzim - Moreirense
Pedro Farrim - Amora/Real SC - FC Noah
Lucão AD Sanjoanense - FarensePedro Machado Torreense/V. Setúbal - IFK Mariehamn
Pedro Pinho AD Sanjoanense - ChavesDanrlei AD Sanjoanense - Leixões
Jorge Pereira - AD Sanjoanense - Feirense
Rúben Alves AD Sanjoanense - Feirense
Diogo Teixeira - AD Sanjoanense/Montalegre - Lokomotiv Sófia
Aldair Neves - AD Sanjoanense - Paços Ferreira
Zé Pedro Leite - AD Sanjoanense - UD Oliveirense
Frédéric Maciel - Torreense - Otelul Galati
Diogo Brito - AD Sanjoanense, Vianense CdP - Penafiel
João Lameira - Torreense - Baltika Kaliningrad/Otelul Galati
João Silva - Caldas - Penafiel
Jorginho - AD Sanjoanense, Pevidém - Differdange
Guilherme Morais - Torreense - Haka Valkeakoski
Marcas de Equipamentos
Como habitual, a disputa pelos equipamentos é muito aberta e diversificada. Na liga 3 23/24 lideram o fornecimento a alemã Adidas e a minhota Lacatoni, ambas com quatro equipas cada, seguem-se a também minhota G Sport, a 'irmã' da Adidas, Puma - quem não conhece a história Adidas-Puma, dos irmãos Dässler, procure, é muito interessante, e a jovem poveira Madtiger, com duas equipas cada, Nike, Hummel, Kappa, Joma, Kelme e a sintrense Claw completam o lote.
Classificação Histórica
Os Mais da Liga 3
Em três anos de Liga 3 participaram da competição 37 clubes, com os promovidos Felgueiras e Alverca a liderarem a tabela histórica, dividindo-se por associações da seguinte forma:
AF Lisboa - 8
AF Aveiro - 5
AF Braga - 5
AF Porto - 5
AF Setúbal - 4
AF Coimbra - 2
AF Leiria - 2
AF Algarve - 1
AF Angra do Heroísmo - 1
AF Castelo Branco - 1
AF Santarém - 1
AF Viana do Castelo - 1
AF Vila Real - 1
13 das 22 associações distritais de futebol já marcaram presença na competição, falta o Alentejo, Beja, Évora e Portalegre, Madeira, as duas restantes dos Açores, Ponta Delgada e Horta, e o interior profundo norte-centro, Bragança, Guarda e Viseu.
Pelas contas realizadas, já participaram na competição 1377 futebolistas, de 56 nações distintas, quase dois terços portugueses, 884, perto de 15% brasileiros, mais de 200, a Guiné-Bissau, 48, é o terceiro mais representado, com o grosso dos bissau-guineenses a terem dupla nacionalidade e vários a terem já nascido em Portugal, o que se verifica igualmente com Cabo Verde, 33, 22 colombianos, 17 angolanos e ganeses, 16 nigerianos, 13 gauleses e 12 senegaleses completam o Top 10 de nacionalidades primárias presentes na Liga 3.
136 futebolistas participaram nas três campanhas da Liga 3, com o antigo internacional jovem luso, o guarda-redes José Costa, a somar o maior número de minutos, 7740, alinhando por Alverca, Anadia e Lusitânia Lourosa. Atrás do guardião está o capitão do Caldas, o central Thomas Militão e o polivalente lateral Paulinho, que representou Real SC e Atlético CP.
No Top10 estão ainda o criativo algarvio Diogo Martins, que alinhou por Oliveira do Hospital, por Amora e por Alverca, o médio defensivo brasileiro Leandro Borges, sempre no Caldas, o antigo internacional Paulo Grilo, a defender as cores de Lourosa, São João de Ver e Oliveira do Hospital, o esquerdino brasileiro Luan, que alinhou pelo Montalegre e pelo Canelas, o central canarinho Emanuel, com São João de Ver e Canelas, o médio Tiago Morgado, por Alverca, Real SC e Atlético, 'Tarzan' Rodrigues, pelo Caldas, sendo o 11º Agostinho Carvalho, que se mudou na primeira época do Montalegre para Canelas e fez as duas seguintes nos gaienses, fechando o grupo que contabiliza mais de seis mil minutos na prova.
Como facilmente se observa, a maioria dos elementos já está na casa dos 30 anos.
Os 22 golos da temporada catapultaram João Costa para melhor marcador da competição, com 31 tentos no total, adiante de Gonçalo Gregório e de João Rodrigues, ambos com 26. Rui Areias conta com 25, Zequinha totaliza 23, Fausto Lourenço 22, Joel Silva 21, o extremo João Silva 19, entre Felgueiras, Sanjoanense e Académica, com Yan Said e Juan Perea a fecharem o Top 10 de golos com 18.
Thomas Militão lidera nos cartões amarelos recebidos, adiante do brasileiro Eurico Lima e de Samu Martins.
Projeto Taça Federação
Como já várias vezes se abordou, a Taça Federação é uma das competições que não existe no universo luso, mas é disputada em muitos outros países europeus, com uma copa disputada por emblemas que integram as provas reguladas diretamente pela federação, tendo-se aqui introduzido as duas 'B' da Segunda Liga, pois estas não alinham na Taça de Portugal.
Esta é uma possibilidade, bem delineada e esquematizada, até com uma possibilidade de troféu, para que os dirigentes federativos, das associações distritais e dos clubes reflitam. Faz falta, é necessário, é uma mais-valia, acrescenta competição, oferecerá outra gama competitiva aos jovens que competem na Liga Revelação, tantos deles a saltar posteriormente para a Liga 3 e para o Campeonato de Portugal, alguns a fazerem o trajeto inverso, tendo tudo para vingar e ser aplaudida, é uma oportunidade dourada para os emblemas de menor dimensão sonharem com a conquista da Taça portuguesa, o outra Taça!
Playoff Liga 3 - Campeonato de Portugal
Já indicamos este conceito de playoff entre Liga 3 e Campeonato de Portugal na partilha do documento de análise ao Campeonato de Portugal 23/24, mas reforçamos esta partilha, pois o mesmo traria muito mais emoção, ambição e competitividade e ambas as provas, contribuindo para a melhoria das mesmas.