terça-feira, 30 de agosto de 2022

Liga 3, todos pela subida!


 

A segunda edição da Liga 3 arranca com mais emoção, atenção, sonho e ambição.

O sucesso da edição inaugural, com as transmissões no Canal 11 e a dimensão que tal criou, levou a que vários nomes rumassem às ligas profissionais e ao estrangeiro, dando ainda maior valor à prova, procurada por outros futebolistas e treinadores em perseguição do mesmo sonho, dar o salto!

A 1ª fase a norte findou com os cinco primeiros separados por três pontos, sendo que quatro avançavam para a busca da subida, que levou a UD Oliveirense de regresso ao 2º escalão após ter terminado a um ponto do Felgueiras na fase regular.

Na série mais a sul foi o 3º da fase regular, Torreense, a fazer uma melhor segunda fase e a assegurar a subida, um retorno após décadas de ausência dos escalões profissionais, culminado com o inaugural título da divisão. 

A União Leiria, que havia 'limpado' a fase inicial, com boa margem, soçobrou no sonho do regresso, tendo o Alverca, vice-campeão da fase regular, batido os leirienses na meia-final do play-off de subida para ceder na busca da terceira vaga na Liga Sabseg diante do Sporting Covilhã, que assim manteve a sua posição no segundo escalão.

Se Pevidém, União Santarém e Oriental Dragon não surpreenderam na despromoção, já o Lusitânia Lourosa foi a desilusão da 2ª fase, depois de ficar a dois pontos do lugares de apuramento de campeão, ou seja, de disputa da subida, os 'leões aurinegros' acabaram despromovidos na série mais equilibrada da fase de manutenção, com três clubes a fecharem com 13 pontos e a formação feirense a terminar com 12!

Para 22/23 são muitas as mudanças em alguns dos plantéis, mas a ambição mantém-se!

FELGUEIRAS

O Felgueiras, vencedor da fase regular a norte, trocou de técnico depois de Bruno China optar por não dar continuidade ao seu trabalho nos felgueirenses, rumando ao clube o professor Agostinho Bento, muito ligado ao Fafe, mas com bom trabalho também no São Martinho, e que promete uma equipa metódica e honrar o emblema.

https://novumnoticias.pt/2022/06/11/agostinho-bento-e-o-novo-treinador-do-fc-felgueiras-1932/

A excelente temporada do clube não passou despercebida, o lateral luso-brasileiro Danilo Veiga rumou ao 'europeu' Gil Vicente, assim como o central Né Lopes, outro luso-brasileiro, o médio Matheus Clemente, mudou-se para a liga búlgara, alinhando pelo Cherno More, o avançado luso-francês Theo Fonseca reforçou o Famalicão, Zé Leite e Serginho foram para a promovida UD Oliveirense, enquanto o Leixões recrutou Paulinho e o Mafra Edwin Banguera, ou seja, Bento terá de fazer uma equipa totalmente nova.

Dos jogadores mais utilizados por Bruno China na temporada 21/22 somente restam o central João Cunha e o lateral-médio esquerdo cabo-verdiano Henrique Brito, tendo o professor Agostinho Bento trazido com ele um trio, os centrais Rui Rampa e Diogo Nunes, este filho do antigo central Sérgio Nunes, e o jovem maliano Sako, médio defensivo; o guardião Bruno Pinto, recrutado ao Tirsense, também já foi orientado por Bento, tal como o extremo ganês Ofosu, no São Martinho, já o criativo Landinho, que o técnico levou para Fafe há alguns anos atrás. é outro nome que conhecido do formador.

Os promissores gémeos Namora, o dianteiro João Santos, o angolano Barandas e Paulité são nomes que podem ser diferenciadores num modelo assente na experiência. Paulité acaba por ser o autor do tento inaugural no empate a um do Felgueiras diante da AD Sanjoanense.

Sem grandes informações relativas à pré-temporada, escassamente acompanhada pelos media desportivos portugueses, apenas os locais e regionais e ainda assim com pouca profundidade, acessível ao público, fica esta abordagem após o arranque da prova para uma perceção mais assertiva sobre cada equipa e abordagem esperada. 

Apesar do conhecimento do técnico sobre Bruno Pinto, o começo de época faz-se com Bruno Silva nas redes, na lateral direita o brasileiro Rafael Viegas, parte do Vizela campeão do terceiro escalão em 18/19 e do Chaves na Liga Sabseg, recrutado ao Salgueiros neste defeso, enquanto no eixo defensivo ao capitão João Cunha une-se agora Rui Rampa, um dos nomes que Bento trouxe consigo de São Martinho, com a difícil tarefa de substituir o promissor Né Lopes. Na esquerda assume a posição lateral o luso-cabo-verdiano Henrique Brito, polivalente no flanco e bastante ofensivo. 

Ainda que tenha sofrido uma enorme sangria, os sobreviventes dão lastro à nova ideia de jogo, a linha da retaguarda tem um trio que permanece da temporada anterior.

O miolo é totalmente novo, Ivo Lemos regressa a um clube onde fez parte da formação e alinhou antes da pandemia, chega do Salgueiros, como Viegas, sendo um daqueles nomes que surpreende não ter atingido ainda patamares superiores, aos 28 anos talvez seja o momento de uma viagem ao estrangeiro, a uma das ligas onde brilham portugueses, ainda que possa constituir-se como pedra-basilar deste Felgueiras 22/23, a assistir para o primeiro golo oficial do Felgueiras em 22/23. O gaiense Henrique Martins, com formação boavisteira, chegou do Leça, não tendo vingado no Bessa, mas a poder exibir talento que o catapulte novamente para as ligas profissionais, fechando o trio do miolo o brasileiro Welton, na temporada passada cedido pelo Berço ao Vitória SC 'B', agora emprestado aos felgueirenses. O miolo parece bastante funcional e promissor, mas necessita ainda de uma maior ligação entre os elementos, algo que sucederá com a época.


A saída de uns é a oportunidade de outros e para João Silva, que já vinha vincando lugar na ala direita, e Paulité, um dos miúdos que dará muito que falar na Liga 3 22/23 caso não saia entretanto, vão ser das principais 'muletas' ofensivas de Agostinho Bento, que conta com a 'torre' belenense João Santos para o eixo do ataque!

O criativo Landinho e o talento africano de Barandas, Ofosu e Zakari foram as primeiras alternativas utilizadas por Agostinho Bento, mas a gestão da vantagem no jogo inicial não foi conseguida, sofrendo o empate a menos de dez minutos dos 90.

Esta formação apresenta-se com alternativas equilibradas, os experientes Mike Moura e Landinho, Diogo Nunes, os Namora, em busca de tempo de jogo e de afirmação ainda, o perfume africano ofensivo, além do maliano Sako, que Agostinho Bento pescou no seu anterior clube, São Martinho, permitem ao Felgueiras sonhar com a repetição da temporada anterior, onde lutou pela promoção ao segundo escalão.


Capitão - João Cunha, filho do antigo médio João Mário, referência arsenalista nos anos 80 e 90, lidera este Felgueiras. Depois de não conseguir a afirmação no Rio Ave, o central de 26 anos esteve na fulgurante ascensão do Vizela, vincou posição no Mafra e assume papel de líder em Felgueiras. tem essa matriz e faz parte do amplo grupo de nomes cujo espaço nas ligas profissionais é bloqueado pela chegada contínua de outros.

Âncora - Ivo Lemos soma mais de duas centenas de encontros no Campeonato de Portugal, estranhamente sem dar o salto para outros palcos, é um futebolista para o qual vale a pena olhar, com e sem bola.

Revelação - Paulité deu um salto até à Suíça, regressando para se calejar em Felgueiras, devendo esta ser a sua temporada de explosão, é uma gazua para ver.

SPORTING BRAGA B

A segunda formação dos 'Gverreiros do Minho' classificou-se em 3ª na zona mais a norte da edição inicial da Liga 3, mas a etapa é nova com a subida de Artur Jorge para técnico da primeira equipa, sempre com o propósito de ter nomes a atingirem e jogarem na formação principal todas as temporadas.

O Sporting Braga B abriu a edição dois da Liga 3, empatando a um com o despromovido e favorito Varzim. Custódio subiu da formação de sub23 para a 'B', mas é de sublinhar a perda das pérolas Álvaro Djaló, Rodrigo Gomes, Kodisang e a cedência de Schürrle, que tinha necessidade de passar para outro patamar, situação que se estende a outros nomes ainda no plantel, já no terceiro ou quarto anos 'B'.

Mais do que um esqueleto 'matraquilhos' importam as dinâmicas estabelecidas em cada setor e entre setores e jogadores, é para tal que deve trabalhar Custódio.

Sem vários elementos que Artur Jorge tornou assíduos na equipa principal, cabe aos aspirantes continuarem o seu trajeto afirmativo, particularmente os nomes lançados por Carvalhal, Roger e Falé, mas também um Rodrigo Beirão que comparam a Carmo, num onze que abriu com duas novidades, o 'coimbrão' Costinha e o luso-francês Mathys, tendo Costinha apontado o primeiro golo da edição 22/23 da Liga 3.

Hornicek está-se a construir, já é habitual nos treinos da equipa principal, o filho de Wender, Yan, também dá passos seguros, faltando perceber se os fortes nomes da linha mais recuada terão oportunidades na equipa principal.

Capitão - Formado e nascido na Augusta Braga, Guilherme Soares soma mais uma temporada na 'B', sendo um dos futebolistas que já deveria estar num empréstimo nos segundo, primeiro ou mesmo na Liga 3, mas não no patamar 'B', onde já passou várias épocas.

Revelação - O menino Roger Fernandes revelou-se com Carvalhal e seria de esperar que Artur Jorge desse continuidade à aposta na equipa principal, algo que a permanência de Ricardo Horta possa estar a limitar, assim como para Miguel Falé.

Âncora - Tal como Guilherme, Pedro Santos acumula épocas 'B', funcionando como referência no miolo dentro de jogo e na equipa para quem vai chegando.

 


Fica a natural curiosidade para perceber se os mais talentosos darão o salto para a equipa principal de forma definitiva e quais os nomes da formação de sub23 e das equipas jovens que se estrearão durante a temporada. O avançado Rodrigo Macedo, com desempenho goleador no Abertura da Liga Revelação, o extremo Idalécio Dias, Pedro Pereira, além de Diego Henrique, Jónatas e Afonso Duarte, filho do técnico dos sub23 Rui Duarte, todos da geração de Roger, ou seja, ainda juniores de primeiro ano mas com potencial para serem já rodados nas equipas seniores de base da formação arsenalista, B e sub23.

Varzim

Os 'Lobos do Mar' acabaram despromovidos a uma Liga 3 bastante competitiva e onde, apesar de partirem com favoritismo, terão de se adaptar a esta nova realidade e ajustar o jogo para tal, percebendo que a época se faz em duas fases bem distintas e é necessário estar bem, entre os melhores, na regular, e não falhar na segunda, superando os restantes emblemas mais fortes.

Tiago Margarido é uma boa escolha para o clube da Póvoa de Varzim, o jovem técnico portuense aproveitou as aprendizagens com António Pedro, Artur Alexandre, Hélder Pereira e a oportunidade que se abriu em Canelas para demonstrar qualidade e ganhar estatuto como treinador, mantendo-se na mesma competição porém num clube com muito mais historial e peso no panorama futebolístico lusitano.

O plantel foi completamente renovado, mas as aquisições aportam experiência, em idade, em escalões profissionais, assim como em qualidade, de Canelas Margarido levou o nigeriano Osemene, cuja manutenção fora das ligas profissionais continua a estranhar. Depois de vários empréstimos, o antigo formando portista Paulo Moreira regressa aos 'Lobos do Mar' para competir num campeonato que já conhece. 


A defesa que arrancou a prova é bastante experimentada, o quarentão da casa Ricardo Nunes na baliza, os trintões Bruno Bernardo, com formação entre Benfica e Belenenses, e João Faria, barcelense que retorna à Póvoa mais de uma década depois da anterior passagem pelo clube, com as laterais a terem o colombiano formado na Dragon Force de Bogotá Tovar, sem oportunidades no Marítimo, e o luso-guineense Tito Júnior, outro nome com qualidade para mais voos, em particular no aspeto ofensivo.

No meio-campo Latón começa a titular, ele que se mostrou no Sintra Football e no Estrela, herdeiro do Estrela da Amadora na fusão com o Sintra, Quivira é para conhecer, enquanto Rúben Gonçalves, que estava no vizinho Rio Ave, é de qualidade e potencial reconhecidos.

Depois de se mostrar no Condeixa, Léo Teixeira esteve a muito bom nível em Fafe e é um dos nomes a seguir atentamente no Varzim, apto a alinhar em qualquer dos flancos ou mesmo na zona de finalização, foi dele o passe para o tento do brasileiro Gustavo, a entrar em Portugal por Espinho e a dar logo o salto para as equipas profissionais, cedido pelo Moreirense ao Cova da Piedade e a alinhar posteriormente em Mafra e no Real SC, agora de regresso ao norte para ajudar o Varzim a regressar à Liga Sabseg.



Joãozinho faz uma grande temporada no Montalegre e Rui Areias também tem a sua melhor temporada em 21/22, no Fafe, sendo um belo naipe de opções para Margarido trabalhar ofensivamente.

Este Varzim arrancou com empate, mas aguardam-se exibições ofensivamente mais poderosas.

Com múltiplos futebolistas que acumulam entre si mais de 800 encontros nas ligas profissionais, o Varzim necessita de puxar dos galões e assumir o favoritismo, mesmo que perca nomes como Zé Carlos, formado no clube e cobiçado por FC Porto para a formação secundária, a ter saído para o Vitória Guimarães após a saída de André Almeida dos 'Conquistadores' para o Valencia.

Capitão - Ricardo voltou ao Varzim depois de uma carreira que o levou até ao FC Porto, certamente não quererá pendurar as luvas sem ver os 'Lobos do Mar' de volta às ligas profissionais.

Estrela - Onyeka Osemene já exibiu as suas competências como finalizador, tendo evoluído bastante no que oferece à equipa, Tiago Margarido sabe o que esperar e como potenciar o talento do dianteiro nigeriano, que tem uma forte concorrência na frente com Areias e Gustavo, ainda Ludovic e Léo Teixeira, polivalentes, mas que se deverá fixar como ariete e garante de golos para os poveiros.

Revelação - Iván García Quivira tem formação 'colchonera', é criativo e gera grande curiosidade em seu torno depois de não ter conseguido dar o salto no Rayo Vallecano.


Vitória Guimarães B

A subida em definitivo de Moreno à equipa principal, ainda na pré-temporada, obrigou a direção vitoriana a mexer-se para trazer um novo técnico, recaindo a escolha em Nuno Barbosa, numa temporada desafiante, com o plantel a ser sangrado e a necessitar, bem, de ir às equipas formativas - devia tê-lo feito ainda mais, veremos como responde a fornada seguinte a este desafio, manter-se na Liga 3 e chamar a atenção do treinador Moreno, que conhece todos os elementos.

Mantém-se a ligação às escolas formativas gaulesas, com um ex-parisiense, no flanco direito, Mutombo, na temporada passada a alinhar nos sub23, Bahamboula permanece na equipa, assim como Tounkara e subiu o central luso-francês Sylvestre Costa, num setor onde está um ex-formando da academia ganesa Right to Dream, com ligações aos dinamarqueses do Nordsjaelland, Waledzi, de onde chegou, subindo também Gonçalo Nogueira, a abrir a titular no miolo com Rafael Pereira.



Afonso Freitas, na esquerda, Jota Pereira no ataque ou Rui Correia, no eixo defensivo, têm condições para chegarem à equipa principal a breve trecho, com a vantagem de Moreno os conhecer, tenha estofo para os levar sem receios e com convicção.

Cinco dos 16 futebolistas utilizados na jornada inaugural são reforços do Vitória B, num plantel que integrará por certo vários nomes que alinharão nos sub19 e dos sub17, para ganharem a necessária rodagem e ser mais simples a integração e afirmação na equipa principal, o propósito maior das equipas de base.


O angolano Setila já faz parte, mas o dianteiro espinhense Rodrigo Granja, o canadiano-angolano Dieu-Merci Michel, o esquerdino estorilista Martim Alberto, Afonso Silva, David Nunes, Tomás Vilela, Diogo Lobão, o menino Afonso Vieira, ainda ainda juvenil de 1º ano, mas já com talento para ser experimentado e trabalhado em espaços competitivos mais exigentes, o algarvio Guilherme Palminha, entre outros, podem dar os primeiros passos no futebol sénior em 22/23, ganharem o calo de forma sustentada.

Para a viagem a São João da Madeira Barbosa opta por reforçar a linha defensiva com um quarteto central, acabando o esquerdino Rui Correia expulso ainda na primeira metade por acumulação de amarelos. Diogo Ressurreição também entrou para os titulares face à jornada inaugural. 

Aposta - Woledzi, Diogo Ressurreição ou Felipe Estrella deverão iniciar pela 'B' mas com objetivo de serem solução para a equipa principal, é uma rodagem de adaptação, podendo constituir-se mais-valias para a 'B' no objetivo Liga 3, sendo contudo somente aposta ganha caso se fixem na primeira formação vitoriana.

Estrela - Jota Pereira continua a conquistar espaço e a subida à primeira equipa deve ser uma mera questão de tempo. O talento está lá, agora é crescer na regularidade e provar que está pronto para Moreno o chamar!

Surpresa - Os miúdos aludidos acima poderão integrar o lote de surpresas da temporada, tenham espaço para o exibirem. Rodrigo Granja, Diogo Lobão, Martim Alberto, Dieu-Merci, Afonso Silva, David Nunes, Tomás Vilela, Setila, Palminha e Afonso Vieira são jovens a seguir, nos sub19 e sub17, esperando-se que o grupo técnico tenha a ambição de os ir 'subindo' e que já brilhem na 'B' em 22/23.


Canelas 2010

A mudança técnica não significou alterações profundas no plantel, que mantém o esqueleto da temporada passada, reforçado com mais-valias como o criativo Iko Caetano, filho do antigo lateral esquerdo internacional luso Caetano, o avançado brasileiro Gabriel Pajé, com dificuldades em se impor como sénior após formação realizada entre São Paulo, Santos e o Sporting CP, onde se sagrou campeão português de sub19, o lateral gondomarense Gonçalo Lixa, que continua a prometer e a dar o salto oriundo do São Martinho, o esguio guineense Kenedy Có, ou seja, garantias de qualidade.

Há solidez, há processo, há qualidade, nomes como Mozino estranham-se ainda na Liga 3, mas fortuna de quem os consegue manter. A defesa é forte, o miolo bastante mais criativo, face a temporadas anteriores, com Francisco Sousa e o madeirense Diogo Firmino a poderem funcionar como interiores ou alas, permitindo alterar o esquema tático sem recorrer a substituições, Mozino tem veia goleadora, alinhando solto e não tão agarrado ao flanco, enquanto o clube mantém referências ofensivas no eixo, para prender defesas adversários e libertar o marfinense e o talento luso que a formação gaiense possui.


Chegaram diversas alternativas 'canarinhas', mas por ora a base é realizada essencialmente com os que já estavam no plantel. Agostinho ganhou espaço, mas Leo Araújo é habitual no centro da defesa, que até poderá ser a três em várias partidas, Gustavo Mendonça subiu a sénior e deixou o Benfica para reforçar os canelenses, Vitinho é um brasileiro promissor, assim como Kibe, este bem alto, que estava no Marítimo, um dos muitos nomes que os madeirenses acabam por ter nas equipas secundárias sem a necessária afirmação ou subida à equipa principal, tem sucedido com demasiadas contratações maritimistas.


Liderança - É difícil encimar um nome apenas, pois Vítor Bastos, Samu, Raphael Mello, Bosingwa e Francisco Sousa, além de Fábio Rola, asseguram o papel de experiência e de líderes de balneário, mas dir-se-ia que o central assume, pelo trajeto, Vitória SC, seleções jovens, mesmo a posição de xerife, natural.

Criatividade -Francisco Sousa oferece muito ao jogo, quer quando joga mais aberto, quer quando funciona como interior, vendo-se muitas vezes num duplo papel de terceiro avançado em ataque e quarto médio em defesa, em companhia de Samu, de Diogo Firmino e, agora, de Iko, apresentam argumentos bem distantes daqueles que trouxeram o Canelas de volta aos nacionais.

Juventude - Conotada com a veterania, a formação gaiense tem vários jovens de alto valor, Mozino, de 25 anos, Francisco Sousa, que parece um veterano mas também ainda tem um quarto de século, Gustavo Mendonça com 19, Iko Caetanao, Gonçalo Lixa e Kenedy Có com 23 e os vários reforços brasileiros, dão frescura e maior ambição ao Canelas 2010.

AD Sanjoanense

Com a abertura a fazer empate em Felgueiras e a bater o Vitória vimaranense na segunda ronda, a AD Sanjoanense de Tiago Moutinho abre confiante a 2ª edição da Liga 3.

Tiago Moutinho afirma que está no lugar certo neste momento da sua ainda jovem carreira técnica ao mais alto nível, tendo a formação de São João da Madeira arrancado com a espinha dorsal da época passada, chegando para a baliza a antiga promessa Pedro Mateus, que não conseguiu dar o salto para a primeira equipa do Marítimo, nas laterais Kiko à esquerda e Murillo à direita, o filho de Rui Borges e neto de Manuel Borges, Mário Borges chega para o miolo, Tiago Veiga mostrou-se no Castro Daire para uma posição ofensiva, mantendo-se a veia africana, agora com Elijah Benedict, numa equipa que conta com o homem da casa Edgar Almeida atrás e a antiga figura das seleções jovens lusas Rui Pedro, a pautar todo o jogo ofensivo.


O objetivo do clube deveria ser retomar glórias passadas nos vários desportos, apontando para a subida nas modalidades que disputa. No futebol, com a Liga 3 tão em aberto, tanto poderá integrar o grupo que disputará a subida como poderá enfrentar os lugares de descida, que serão ainda mais apertados face à redução da prova para 20 clubes.

Os flancos ofensivos estão totalmente renovados com quatro nomes que deram cor ao Campeonato de Portugal e sobem, por isso, um degrau na carreira. Aliás, o grosso dos reforços da ADS foram 'pescados' no Campeonato de Portugal, que continua a ser uma enorme montra, mesmo que menos mediatizado do que deveria.



As opções parecem bastante equilibradas, Pedro Araújo é consistente na direita, a esquerda tem Paço, pode ter Tiago Veiga também, Gabriel Souza já deu mostras na baliza, o senegalês Fostino Manga é impositivo no centro da defesa, Pedro Pinho tem qualidade, Joel Silva traz experiência, é um plantel onde não se vislumbra um onze titular claro.


Para a 2ª jornada, Moutinho alterou um pouco o modelo, com o jovem da casa Pedro Pinho a entrar para o miolo e o ataque a ter David Rebelo e Meek a titulares, com Rui Pedro a manter uma enorme forma, golo e duas assistências para o triunfo diante da 'B' vitoriana.

Capitão - Saiu e voltou, é Edgar Almeida que capitaneia a equipa sanjoanense, um central de valor.

Plantel - Como acima notado, este plantel parece dos mais nivelados entre as primeiras escolhas e as alternativas.

Revelação - David Rebelo apresentou-se bem no Loures, subindo de nível a exigência também cresce, mas para o jovem extremo esta poder ser somente mais uma curta passagem rumo às ligas profissionais.

São João de Ver

Referência técnica no concelho da Feira, Henrique Nunes substituiu Nuno Pedro no Sporting São João de Ver e garantiu a manutenção de forma confortável, agora inicia a temporada no banco do clube aproveitando a matéria-prima ao dispor e recrutando na vizinhança, vários profissionais vindos do vizinho Lourosa, um par de brasileiros que estavam no também vizinho Sporting Espinho, Filipe Maio esteve na subida da UD Oliveirense, ao passo que Diogo Gomes, Tamble Monteiro ou o colombiano Sinisterra são jovens de elevado potencial.

Na deslocação a Fafe, o Sporting São João de Ver empatou a um, tendo marcado bem cedo pela referência ofensiva Rúben Silvestre, mas a sofrer o empate a meio do encontro.



Leo Leichsenring mantém-se dono da baliza, o flanco direito também vem da temporada transata, o miolo dos Diogo também prossegue, agora acrescido do esquerdino figueirense Paulo Grilo, o brasileiro Paulinho e Poulson começaram a titulares no ataque, enquanto o ex-oliveirense Filipe Maio completou a linha mais recuada onde Emanuel se mantém e não foi emparceirado por Weliton no arranque, mas antes por Diogo Gomes.

Uma das maiores curiosidades prende-se com os jovens campeões bolivianos que chegaram ao clube e o que poderão oferecer, sendo de sublinhar o regresso a 'casa' de Leo Cá, um desequilibrador nato que não deu o salto antecipado e se mantém na sua zona geográfica de conforto.

Tamble Monteiro ruma mais a norte, é um dianteiro de potencial feito na região de Coimbra e que alinhou nos 'Trevos' da Anadia antes, enquanto do Brasil vem Rhyan, muito promissor.



A questão passará pela forma como Henrique Nunes moldará a equipa, os centrais têm experiência e podem dar aso a maior ofensividade em trio, podendo assim Rúben Silvestre fazer todo o flanco direito e Leo Cá toda a esquerda, caso queira dar forte projeção ofensiva e alta pressão sobre os oponentes.

A baliza está fortíssima, o experiente Leonardo Leichsenring tem a concorrência do cabo-verdiano Mário Évora, cujas exibições nos 'Galos do Botaréu' chamaram a atenção e daí rumou à cidade-berço, sem possibilidades aí de se mostrar, e de Ricardo Benjamim, outro antigo internacional jovem luso de potencial elevado ao ponto de rumar ainda na formação ao Deportivo Corunha, com dificuldade na afirmação sénior, mas os três de alta qualidade.

O plantel ainda não estará fechado, mas há matéria-prima para Henrique Nunes surpreender os favoritos e tentar o inesperado, colocar os feirenses na luta pela promoção.

Qualidade - O que se estranha é Diogo Pereira nunca ter subido a outros patamares, o médio todo-terreno com formação no Bessa esteve nos melhores anos do Cesarense e prossegue a carreira Entre Douro e Vouga, mas dir-se-ia que faltou bem mais pois o seu talento, visão, jogo sem bola, movimentação, posicionamento são para as ligas profissionais.

Desequilíbrio - Rúben Silvestre é outra referência que poderia ser expectável em patamares superiores, oferecendo ao São João de Ver versatilidade e projeção pela direita, essencialmente. Do outro lado o regressado Léo Cá também garante essa imprevisibilidade e capacidade para mexer com os adversários, gazuas. 

Revelação - Rhyan é um jovem brasileiro que, como tantos antes de si, busca em Portugal o El Dorado futebolístico. Veremos se confirma os dotes goleadores.

Anadia

Os 'Trevos' têm Rui Eduardo Borges ao leme, num histórico recente que inclui Miguel Valença, Ricardo Sousa, Nuno Pedro, Pedro Hipólito, jovens e promissores treinadores no panorama luso, pretendendo uma fase final mais tranquila e, sem exigência, roubar espaço aos favoritos nos lugares cimeiros.

Apenas os históricos João Nogueira, feito no clube, e Fausto Lourenço, também oriundo de região próxima, assim como o jovem André Santos, também coimbrão, 'sobrevivem' à equipa da temporada passada, numa revolução total no clube da Bairrada.

Na baliza está agora José Costa, bairradino de Oliveira do Bairro que regressa à região depois das promessas no Seixal, no eixo defensivo Bruno Morais, que parecia irromper nos prós na Vila das Aves, mas acabou por não confirmar e ainda busca esse espaço nas ligas profissionais. Ao seu lado abre a temporada Simão Fernandes, feito nos 'Trevos' e que regressa ao clube após ajudar a UD Oliveirense a regressar ao segundo escalão. Uma dupla bastante jovem, impositiva e promissora.

Depois da estreia sénior na Liga Revelação ao serviço do Feirense, de uma boa temporada em Mirandela e de não ter conseguido impedir a descida do Sporting Espinho, o lateral esquerdo Edu Silva continua a acompanhar Rui Eduardo Borges, que o leva consigo para o terceiro clube consecutivo. Tem apenas 21 anos, pode dar o salto para os profissionais.



A formação continua bastante jovem e plena de promessas, com o miolo a ser constituído neste arranque pelo sanjoanense ex-Sporting CP Edu Pinheiro, por Hugo Pinho, feito entre Paços de Ferreira e Rio Ave, e por Diogo Silva, com várias temporadas de nível no Campeonato de Portugal.

Na jornada inaugural a sensação foi, contudo, Dinho, formando dos 'Bebés do Mar', a fazer duas épocas de Liga Revelação e na temporada transata a aproveitar bem a cedência ao Vila Meã, que se estreou na Liga 3 com bis e ainda uma assistência! O extremo foi claramente a revelação da abertura na Liga 3 22/23.


O plantel parece um pouco curto, mas o clube pode retomar a sua veia formadora e aproveitar a 'B' e a academia, ao invés de trazer nomes apenas para fazerem número.

Capitão - O impacto que tem no clube, dentro e fora de campo, faz de Fausto Lourenço, outrora grande promessa, referência nos 'Trevos', numa linha ofensiva que se apresenta nesta época bastante móvel, tendo alternativas como Postiga, mas a ser o polivalente coimbrão a ditar leis no ataque.

Revelação - Dinho teve uma entrada extraordinária, sendo que até se preveria estar José Postiga a titular com Fausto Lourenço e Sele Davou, o que faz dele clara aposta para revelação no clube e mesmo no campeonato.

Trio - Até pode não ficar, mas este trio do miolo do terreno é um mimo de ver, qualquer um deles com potencial para outros voos e ainda em idade evolutiva e de ambição por mais.


Montalegre

Chegado à raia a meio da época passada, depois de uma aventura na distante Arménia, Diogo Figueiredo abre a temporada adiante do mais experimentado Nuno Rafael, também ele um guarda-redes bastante válido, num ano em que o Montalegre tentará novamente 'enganar' os oponentes, pois o peso da interioridade continua a fazer-se sentir e o transmontanos são dos principais candidatos à despromoção, sendo de sublinhar o trabalho contínuo de José Manuel Viage, timoneiro da equipa há década e meia.

Depois da experiência polaca, o brasileiro Victor Massaia, com muita experiência no futebol profissional, regressa a Trás-os-Montes para dar tarimba ao Montalegre, ainda que a estreia se tenha realizado com expulsão. Ao seu lado no centro da defesa abriu Kiko, enquanto na lateral direita alinha o ex-júnior 'Castor' Miguel Mota, cedido pelo Paços de Ferreira, e na esquerda é o polivalente Luan a ocupar a vaga.

Marcelo chegou a Portugal para os sub19 do Vizela, somando depois disso sucessivas cedências, primeiro ao Vitória SC B, regressando para ajudar à ascensão vizelense, mas a seguir durante o ano para Pedras Salgadas, onde fica na época seguinte, a temporada passada ainda ficou nos vizelenses, mas foi posteriormente emprestado ao Oliveira do Hospital e em 22/23 segue cedido ao Montalegre. O médio de cobertura brasileiro de 23 anos já deveria ter agarrado lugar no plantel principal do Vizela.

Rúben Neves é uma das atuais referências no emblema, chegando oriundo das camadas jovens rioavistas Diogo Teixeira, que chegou a estrear-se na equipa principal vilacondense.

Guilherme Pio poderá formar um flanco bem conhecido com Miguel Mota, ambos cedidos pelo Paços de Ferreira, a terem passado também pela formação do Benfica, ou seja, conhecem-se bem.

Promissor minhoto, Bruninho parecia caminhar para a afirmação no Gil Vicente, mas não o conseguiu, a passagem por Vila Conde fê-lo ser uma das estrelas da Liga Revelação 19/20, mas o empréstimo ao Celta quedou-se pela 'B' e o regresso a Portugal por São João da Madeira fez-se no sentido de recuperar confiança. A opção Montalegre dá-lhe, teoricamente, certeza de muito tempo de jogo, podendo mesmo catapultá-lo, corra bem a primeira parte da época, para os voos que continua a almejar.

Goleador no distrital bracarense, no Santa Eulália e no Ribeirão, o avançado Bruno Guimarães foi recrutado por Agostinho Bento para o São Martinho e também aí marcou, mas é no Amarante que volta a passar a dezena de tentos, sendo caminho para o debute na Liga 3.


Ainda que seja menos favorito do que a maioria dos concorrentes, Viage foi buscar peças valiosas, os três ex-juniores pacenses, a experiência de Massaia, o virtuosismo de Diogo Teixeira e a capacidade finalizadora dos reforços para o centro do ataque oferecem possibilidades para voltar a assegurar a permanência no escalão, apesar da acrescida dificuldade devido à redução da liga para 20 clubes, o que implica quatro descidas adicionais!

Pêndulo - Tem nome de craque, é da mesma região, filho do antigo futebolista Flávio das Neves, Rúben Neves prometia mais na carreira, tem-se ficado pelos escalões secundários lusos e encontrou o melhor refúgio bem perto de Espanha, em Montalegre, onde se fixou como referência intermediária. Aos 31 anos já não aspira certamente ao estrelato, mas continua a ser um dos nomes de valor na Liga 3.

Revelação - Guilherme Pio abriu a marcar e será certamente um daqueles nomes a seguir, pois mantém a ambição de regressar à Mata Real e afirmar-se na primeira liga.

Finalizadores - Além da acutilância no momento de concretização, a qualidade dos finalizadores depende bastante da precisão de quem assiste. Viage pode considerar um módulo com Bruno Guimarães e Edmilson ou Didi a titulares, uma dupla mais no meio, porventura com um trio atrás, dando força aos flancos, onde tem qualidade, além do miolo que possui soluções diversas e versáteis. 

Os nomes que a equipa técnica do Montalegre tem ao dispor permitem uma abordagem mais proativa, pressão alta e sem receio de ter a bola, isto dependendo de quem posiciona no meio-campo, claro, mas que há qualidade para tal, sim, existe. O plantel construído oferece mais face a épocas anteriores, daí o arrojo que se pode pedir. O arranque com duas derrotas pede alterações.  

Fafe

A fase regular da edição 21/22 foi periclitante, mas os 'Justos' recuperaram na segunda fase para vencerem o seu grupo, ainda que tenha sido bastante apertado, com a descida à espreita para qualquer dos quatro até ao final.

O clube entretanto orientado por Emanuel Simões, que entrou para disputar o playoff de manutenção, sofreu uma enorme sangria, sendo basicamente uma nova equipa face à temporada transata.

Entre os mais utilizados da época passada, Rui Areias, Léo Teixeira e João Sidónio mudaram-se para a Póvoa de Varzim, para onde também foi Cordeiro, Landinho e João Santos integraram o Felgueiras, Carlos Freitas faz agora parte do Vilaverdense, Zé Oliveira reforçou o Alverca, Didi mudou-se para Lourosa, o moçambicano Matsimbe rumou ao Juventude de Évora, Ferrinho foi para o vizinho Arões, Rui Vieira guarda agora as redes do São Martinho, Elízio rumou a Vila Meã, para o Paredes foi Chico, enquanto Gabi é agora do Bragança, Castro e Bruno Alves mudaram-se para o Pevidém!

Depois de ser alternativa na B SAD e de ter tido papel secundário na subida do Torreense ao segundo escalão, o 'leão' de formação Guilherme Oliveira mudou-se para o norte e abre como dono das redes fafenses. Na direita está o 'lobo do mar' Zé Diogo, recrutado ao Merelinense, enquanto à esquerda alinha o experimentado Jorge Miguel, oriundo do despromovido Lusitânia Lourosa. No eixo defensivo o debutante brasileiro Lucas Mufalo e o também ex-Lourosa Gil Dias.

Bruno Monteiro regressa a casa uma década depois, aos 37 anos, para dar equilíbrio ao jogo e ao balneário. No onze inicial da ronda inicial acompanham Monteiro um par de formandos do Vitória vimaranense, Gabi Pereira, que se mostrou em bom plano no Pedras Salgadas, e Apolo Silva, no Pevidém em 21/22.

Depois de dois anos nos EAU, Nani regressou a Portugal para se mostrar no Leça e será uma das figuras ofensivas do Fafe 22/23.

De volta a Fafe está o ponta de lança Marcelo, que entrou no futebol luso em 18/19 precisamente pela formação fafense. É dele o primeiro golo do clube na Liga 3 22/23. Também na frente de ataque alinhou a titular Pedro Ribeiro que se mostrou com condição em Felgueiras, menos fogoso nas concretizações na cedência do Chaves ao Pedras Salgadas, mas disposto a demonstrar competência ofensiva.

Como se pode observar pelo plantel, apenas Pedro Matos transita da época passada, com três jovens a integrarem a equipa principal, um deles, Rúben Correia, a ter-se estreado na temporada passada.


Líder - Com um plantel totalmente remodelado, o jogador mais experimentado, acrescido do facto de ser um nome do miolo e ter mais de 100 encontros no máximo escalão e também mais de uma centena no segundo, ainda por cima feito no clube, Bruno Monteiro terá de assumir o papel de comandante desta nau justiceira que pretende melhor do que a época passada, bem melhor na fase regular!

Estrela - Nani pode ganhar protagonismo e ser a grande figura, até mesmo dar o salto para as provas profissionais, algo que promete atingir a breve ou médio prazo.

Revelação - A época que realizou no Pasteleira deixa bastante água da boca pelo extremo canarinho Zé Thiago, mesmo com a enorme diferença de escalões, o jovem de 20 anos é aquele que se quer ver, afinal foram mais de 30 golos e uma quinzena de passes decisivos!

  

Paredes

Exemplar o modelo do Paredes, com Eurico Couto a trazer o clube desde o distrital, há quase uma década como treinador principal e a ter vários nomes feitos em casa no campo, no banco e no plantel.

A abertura da participação na Liga 3 fez-se diante do outro promovido, num nulo que deu folga a ambas as formações para continuarem o processo afirmativo num patamar superior, todavia com adversários que conhecem do Campeonato de Portugal.

Eurico Couto não arriscou, introduzindo no onze inicial da temporada apenas os brasileiros Erik Santana e Marcos Júnior e a promessa defensiva João Serrão, mantendo o grosso da equipa da época passada, com nomes históricos no clube e outros que chegaram entretanto, como foi o caso de Breno.



Andrezinho dá o toque especial. O amarantino não teve formação de clubes de bitola, feito entre o 'seu' Vila Meã e o ainda menos conhecido Freixo de Cima, mas com qualidade nos pés e que poderia ter ido mais além, fosse potenciado desde cedo.

A solidez e a solidariedade são as principais marcas desta formação, cujo regresso aos nacionais foi visto como algo de pouca dura, face à opção pela manutenção da estrutura que havia subido, mas mantém-se firme e escala à Liga 3 com todo o mérito, onde tentará também superar as expectativas e assegurar a manutenção na competição.

Os reforços foram cirúrgicos, sendo de destacar o portentoso Isaac Cissé, que necessita de confiança para engrenar, mas tem veia de goleador e pode ser um bom seguro ofensivo para o Paredes.



Danny tem a baliza à sua guarda e entrou em grande na Liga 3 22/23 na continuidade do seu retorno ao clube formativo, para onde voltou durante a época passada após passagem por Fafe. Também de Fafe chegou o defesa Chico.

Apesar de ter iniciado com uma frente bastante móvel, Eurico Couto tem à disposição, além do marfinense Cissé, o sólido Pedro Correia e o dianteiro da casa, que assegura muitos golos, Madureira. 

Será árdua a tarefa de manutenção, mas a equipa surge bem acertada, procura manter-se segura atrás e espreitar as oportunidades para ferir os adversários.

 Casa - Ter um naipe alto de futebolistas feitos no clube ou das proximidades cria laços ainda maior com a comunidade paredense, esperando-se que Paredes vá mais ao estádio apoiar a sua equipa e os seus familiares, amigos, conterrâneos.

Golos - Madureira, Isaac Cissé, Pedro Correia e Erik Santana já mostraram competências na concretização, espera-se que a concorrência entre eles e a conjunção os leve a finalizações que potenciem o Paredes na tabela.

Treinador - A manutenção do mesmo treinador é sempre uma mais-valia para um clube, conhece a estrutura, o plantel, há simbiose para o sucesso.

Länk Vilaverdense

O projeto Länk em Vila Verde reposicionou o Vilaverdense no panorama futebolístico nacional, com ambição de chegar ainda mais além. Alguns anos depois do clube ter ganho algum protagonismo através do futebol feminino, o Vilaverdense recupera fulgor na vertente masculina.

Ricardo Silva ainda não conseguiu dar o salto definitivo para as ligas profissionais, mas sobe o clube e continua o seu trajeto afirmativo nos bancos.



A linha defensiva titular é nova, mantendo-se o corpo ofensivo neste arranque de Liga 3.

Uma das grandes curiosidades prende-se com o ex-júnior guineense Ansu Fati, pois a sua competência concretizadora foi brutal, podendo ser uma das revelações da competição.


Existem bastantes diferenças face à temporada passada, mas os novos recrutas surgem maioritariamente do Campeonato de Portugal.

Ainda assim, Ivo, Ericsson, Willian têm passado de ligas profissionais.

Da primeira para a segunda jornada Ricardo Silva somente altera no miolo, passando João Caiado para o banco e sendo titular o cabo-verdiano Yannick Semedo, contudo o jovem viseense salta do banco e dá o triunfo ao Vilaverdense, assistido pelo avançado Zé Pedro Cerqueira, também entrado durante a partida!


Ambição - O clube quer mais e planeia escalar no panorama futebolístico nacional. Resta saber se há continuidade ou se une a vários outros projetos de muita parra e pouca uva e/ou duração. 

Referência - Ericsson assume o papel de líder face ao seu passado nas ligas profissionais, sendo a âncora que liga a defesa ao ataque no Vilaverdense.

Revelação - Espera-se que Ansu Fati tenha espaço para explodir e mostrar todo o seu potencial. João Caiado já assegura pontos ao clube.