sábado, 20 de março de 2021

Europeu sub21, entre os sonhos e as ausências

Está prestes a arrancar mais uma edição do Europeu de sub21, que efetivamente é de sub23, a idade limite para a participação na prova. 2021 será diferente de todas as demais, os condicionalismos obrigados pelo Covid-19 levaram a uma divisão da competição, com a fase de grupos a disputar-se no final de março e a fase a eliminar a jogar-se no final da época, ou seja, hipoteticamente uma seleção pode ter 46 campeões ao invés dos 23, pois esta convocatória é para a fase de grupos e haverá, naturalmente, uma para a fase quartos, meias e final.


Como em todas as fases finais, há grandes baixas a declarar, várias por lesão, outras por chamadas às seleções principais ou por se entender que os atletas já se encontram acima do patamar, a que ainda acrescem as baixas por Covid-19, aqui em específico a afetar fortemente uma das coorganizadoras, a Hungria, que tem basicamente a sua equipa titular isolada, apesar de tomarem parte de clubes diferentes.

Em uefa.com

Já ocorreram várias alterações, apesar das convocatórias terem sido recentes, e mais se antecipam até ao arrancar da prova, a 24 de março!

Idealizar os titulares para cada seleção é também um trabalho um pouco de adivinhação. Não existiram jogos preparativos para se ler e tem de se jogar entre as escolhas para a fase de apuramento, os estados de forma, o tipo de selecionador, mesmo o modelo é dúbio em várias seleções, ainda que tal não seja determinante, pois vários treinadores experimentaram vários durante o apuramento.

Olhando meramente para as convocatórias, emerge de forma clara a França como favorita, com um naipe de futebolistas extraordinário, mesmo que tal de pouco signifique, pois apenas se disputará a fase de grupos.

Grupo A

O grupo tem a anfitriã Hungria, a vizinha Roménia e as favoritas Holanda e Alemanha. Todas têm nomes fortes ausentes por já pertencerem à categoria máxima, com os magiares, orientados pela antiga estrela Zoltan Gera, a serem obrigados a recorrerem a nomes mais novos face ao surto que isolou diversos futebolistas importantes, titulares, da equipa sub21.

Hungria

A estrela etária magiar é Dominik Szoboszlai, já fora destas chamadas, assim como o central Attila Szalai ou o médio András Schäfer, porém as baixas vão bem além destes nomes grandes. O guarda-redes titularíssimo Patrik Demjen, os extremos Szabolcs Schön e Regö Szánthó, o lateral esquerdo Bence Gergényi e os centrais Zsombor Nagy e Zoltan Szilágyi, são uma defesa e os flanqueadores titulares de fora desta fase de grupos, em última hora também pelo filho mais velho de Pal Dardái.


Dos jogadores que também podiam integrar esta convocatória, foram chamados antes para os jogos de preparação em 2020, destacam-se o extremo Mate Szabo do Budafoki, o principal fornecedor de jogadores a esta seleção, o médio defensivo Sandor Hidi, do Vasas, ou o médio organizador Bence Kiss, do também secundário Haladas, com uma boa época, os laterais do ETO Gyor, Kovacs pela direita e Kerkez, ainda júnior de primeiro ano, na esquerda, este a perder por ter rumado à equipa primavera do Milan no mercado invernal. Outros jovens brilham na segunda húngara, Csernik, Majer... Um segundo escalão que, a espaços, se mostra mais competitivo que o primeiro depois da redução deste para 12 clubes e o incremento do secundário para 20.

Apesar de estar aflito na NB1, o Budafoki vê vários dos seus elementos convocados, tal como o MTK, este a realizar um bom campeonato, na disputa dos lugares europeus.

Palincsar deverá ser o criativo da equipa, atrás de Tamás Kiss da Akademia Puskas e do 'holandês' Adrian Szoke, que não tem usufruído de muitos minutos no Heracles, mas deverá ser escolha inicial ofensiva. Hinora, lateral direito de raiz, vai-se dividindo entre lateral, ala direito e médio de cobertura no Vasas, devendo ser opção para o miolo ou a meia direita neste minitorneio. 

Os bons desempenhos de Donat Barany no líder da NB2, Debrecen, com 13 golos, podem dar-lhe a titularidade no eixo do ataque em detrimento do 'estrangeiro' Szoke.

Uma característica observada nos encontros preparativos foi a facilidade no encaixe de golos, situação que se deverá agudizar ainda mais com a ausência dos titulares habituais na linha da retaguarda.

Roménia

A Roménia é orientada por outra antiga estrela, o dianteiro Adrian Mutu, e também tem os seus principais jogadores sub21 na seleção principal, o filho do 'Maradona dos Cárpatos', Ianis Hagi, o médio Denis Man, os buliçosos flanqueadores Valentin Mihaila e Florinel Coman, ainda Tudor Baluta, médio defensivo, correntemente lesionado.

Já chamado à equipa principal, Denis Dragus, ponta-de-lança do Crotone, fica de fora por falta de minutos, o mesmo se podendo dizer de Dobre dos gauleses do Dijon, de Vlad Dragomir, neste momento na Série C transalpina, de Adrian Petre, de regresso à Roménia após uma experiência italiana pouco conseguida, este a ser chamado à última hora para o plantel, perante a baixa de Valentin Costache, hipoteticamente titular.

Em contraponto, Mutu deixa de fora Ion Gheorghe, que se tem apresentado a contento no flanco direito do Voluntari, o criativo Andrei Cordea, de volta ao futebol romeno após passagem por Itália, também vem ganhando confiança no Academia Clinceni, ou o médio ofensivo Claudiu Petrila do Sepsi.



Mutu terminou a qualificação a alinhar com três defesas, devendo ser esse o modelo adotado, com Boboc, Pascanu, Chindris ou Ciobotariu, filho do antigo internacional Liviu Ciobatariu, também ele defesa.


A sensação romena Popescu, ainda com idade júnior e cobiçado por meia Europa, deverá ser titular, ficando para se perceber se Mutu optará por um ataque móvel ou alinhará com uma referência ao meio, tendo Petre e Ganea para tal.

Marius Marin dá prazer ver no Pisa italiano. A alinhar numa Série B bastante física e onde cada metro quadrado e golo são bastante caros, o médio romeno combina bem a fisicidade, a pujança, a marcação cerrada, com algum virtuosismo técnico, rápida viragem, apenas se estranhando que permaneça no segundo escalão transalpino.

Olaru, Ciobanu, Dulca, Itu e Morutan, a par de Marin, são opções bastante uniformes para o miolo romeno, aos quais ainda se pode acrescentar o novo companheiro de Pedro Santos no Columbus Crew, Matan, versátil, médio ofensivo ou segundo avançado, constituindo-se armas poderosas para surpreender os adversários, tenham liberdade para tal.

Holanda

O combinado holandês é no papel interessante, mas peca por uma escassez de minutos na temporada em vários dos chamados de Van de Looi.

Brobbey integra o naipe de convocados, mas a estrela do centro do ataque é Myron Boadu, o letal dianteiro do AZ, potente, de remate fácil, com boa saída lateral e movimentos de combinação, deve dar bastante gozo vê-lo com Kluivert e Gakpo, uma sintonia que pode desafinar qualquer oponente.

Filho de pai ganês mas com raízes no Togo, futebolista, e de mãe holandesa, professora e antiga internacional de râguebi pelos Países Baixos, Cody Gakpo vem brilhando no PSV e é mais um nome para a lista de extremos gingões desse país a chamarem a atenção internacional. Pode ser uma das surpresas deste torneio, pois ainda não é muito falado.
O equilibrador Koopmeiners do AZ é outra figura do plantel, tal como Ludovit Reis, contratado pelo Barcelona e a alinhar no alemão Osnabrück, ou Dani de Wit, um meio-campo de luxo nos holandeses.



Ausentes por já se encontrarem no patamar superior são o central Matthijs de Ligt, o avançado Donyell Malen, o médio Ryan Gravenberch, o extremo Calvin Stengs, o lateral esquerdo Wijndal.

Van de Looi deixou de fora Ihattaren do PSV, justificando-o com a elevada concorrência nos flancos, Joshua Zirkzee tem falta de minutos na época, a indecisão de Frimpong sobre Holanda ou Gana deverá ter contribuído para a ausência do lateral que rumou ao Leverkusen para substituir o gravemente lesionado duplo-compatiota Fosu-Mensah, outra baixa possível para este Europeu. Matusiwa, Chong, são outros dois habituais dos sub21 cuja ausência de tempo de jogo nos clubes ditou a ausência desta fase final.

Um nome que passará ao lado de muitos, mas cuja época tem sido bem interessante, a subir no terreno no Heerenveen e a mostrar qualidades na concretização e no passe decisivo, é Joey Veerman.

Alemanha

Kuntz tem alguns nomes em forma a par de outros sem grande tempo de jogo, o que pode afetar uma melhor performance e levar a que os alemães sejam surpreendidos por holandeses e romenos, a equipa apresenta-se pouco consistente no plano defensivo.

Kai Havertz, Florian Wirtz e Jamal Musiala estão nos 'AA', Dennis Geiger lesionou-se com gravidade no Hoffenheim, tal como Robin Hack no Nuremberga, ambos afastados com roturas dos ligamentos cruzados, Adrian Fein não tem tempo de jogo no PSV, tal como Felix Passlack, o versátil defesa/médio do Dortmund, já a não chamada do dianteiro Johannes Eggestein, com belas marcas de golo na cedência pelo Werder Bremen ao LASK Linz, é estranha, escrevendo-se na Alemanha que Kuntz optou pelo adolescente Moukoko, numa decisão controversa.


O ataque é o mais perigoso desta seleção alemã, com Berisha e Nmecha, a que se pode associar Jakobs, em forma no Colónia.



Grupo B

Islândia

A seleção do arquipélago do Ártico continua a surpreender na Europa do futebol e logra novo apuramento para uma fase final, onde tentará roubar pontos, mas não é crível que se apure para os quartos-de-final.

Esta geração segue as anteriores e no defeso invernal uma mão cheia de futebolistas mudou-se da Islândia para vários campeonatos nórdicos, Palmason, Fridriksson, Hauksson para a Suécia, Willumsson e Ingimundarson para a Noruega, estando agora somente quatro nomes ainda na liga islandesa entre os convocados de Jonasson.



O criativo do CSKA Moscovo Arnor Sigurdsson já é referência AA, e é a única baixa entre os internacionais AA ainda sub21, Mikael Anderson, Thorsteinsson, Johanneson e Baldursson estão nos convocados deste torneio, onde se nota a ausência do 'dono' da lateral direito Alfons Sampsted.

Também poderiam constar na convocatória Tryggvason, Hlynsson, Andresson ou Kristofer Kristinsson, este a alinhar no PSV II, mas a falta de mais tempo de jogo e consistência exibicional terão ditado a ausência.

A terceira geração Gudjohnsen dá cartas e Svein Aron pretende honrar o pai e o avô, assumindo-se no eixo ofensivo da equipa nacional.

'Perdido' na liga bielorrussa está Willum Thor Willumsson, um médio 'perna-longa', esquerdino que descai a miúde nos flancos, preenche bastante o miolo, parece lento por ter a passada muito larga, mas nota-se que não o é quando progride em posse, comparando-o com os adversários. É uma das razões pelas quais vale a pena ver a liga bielorrussa, estranhando-se que ainda não tenha sido 'pescado' pelos emblemas russos ou polacos.


Dinamarca

Damsgard, Skov Olsen e Wind estão na seleção principal dinamarquesa, mas estes sub21 pretendem rivalizar pela segunda vaga nos quartos de final, deduzindo-se que a França ganhará esta chave.

O hispano-dinamarquês Capellas Herms é o timoneiro da equipa que tem como estrelas Bruun Larsen e Andreas Dreyer.




Frendrup tem funcionado como âncora no líder Brondby, o que lhe daria aspirações de convocatória, mas a ausência do grupo terá influenciado nas escolhas, ainda que seja um nome que poderia e deveria constar deste grupo. Lungi Sorensen, lateral esquerdo dos 'Canários' de Norwich, no topo do Championship, é outro jogador que poderia estar nesta chamada, assim como o ala Gronbaek do AGF, na mesma situação de Frendrup, ex-júnior e não parte dos sub21 ainda.



Um nome a reter e a observar atentamente é o médio Magnus Kofod Andersen, boa leitura de jogo e posicionamento em antecipação, envolve-se facilmente na construção, contudo mostra como primária a preocupação com os equilíbrios da equipa, boa precisão de passe a meia e longa distância sem pressão forte, surge várias vezes nas coberturas ao flanco, quer em compensação ao ala, quer ao lateral e em dobra.

Rússia

A Rússia é sempre uma incógnita, pode engatar ou perder todos os desafios.

Galaktionov é o homem no banco, num regresso ao glorioso passado científico que glorificou o futebol soviético, mesmo que tal seja ignorado ou desconhecido do ocidente.

Matvey Safonov, o guarda-redes titular, deu o salto e não está nos 23. Maradishvili seria outro nome aguardado neste grupo, apesar de não ter chamadas anteriores aos sub21.



Chalov, Oblyakov, Diveev, Evgenjev e Kuchaev são já 'AA' russos, o que lhes granjeia mais responsabilidade na liderança do grupo.


França

Observar esta convocatória francesa é um ver o luxo das jovens estrelas, mesmo sem vários outros nomes que ali caberiam. Mbappé, Upamecano, Zagadou, N'Dicka, Saliba, Lacroix, Louza, a realizar uma bela temporada no Nantes, Mbeumo, rei das assistências no secundário Brentford, Caqueret, Sofiane Diop, Aouchiche, Mbuku ou Karamoh, Yacine Adli, Loic Badé, Kalimuendo entre vários outros. Infelizmente, Jeff Reine-Adelaide e Cuisance são ausências forçadas, vítimas de lesões.

Ripoli terá alguns problemas em decidir quem serão as primeiras escolhas em praticamente todas as posições, Lafont ou o entusiasmante Merlier, surpresa no Leeds, quatro centrais de topo, com pelo menos outros tantos no mesmo escalão de similar competência e/ou potencial, meio-campo de estrelas e uma frente de ataque de potencial demolidor.

O jogador que suscitará mais curiosidade é a alternativa a Odsonne Edouard, Randal Kolo Muani, cujas exibições nos 'Canaris' de Nantes o levaram à seleção gaulesa.

O plantel conta com Diaby do Bayer Leverkusen, o equilibrador Tchouaméni, Faivre, Guendouzi, Soumaré, fora todos os nomes acima citados, num grupo que é o principal candidato ao título do Europeu de sub21 2021!

Seria relativamente simples conceber uma segunda seleção francesa da categoria, sem os 'AA', que disputasse também o ceptro. Zagadou e Lacroix como centrais, Saliba a alternativa no eixo, Ait-Nouri na lateral esquerda, Pierre-Gabriel na direita, Louza, Caqueret, Aouchiche como tridente no meio-campo, Cherki numa ala, Tanguy Coulibaly na outra, Kalimuendo na frente, num grupo que também desafiaria qualquer oponente.

Grupo C

Eslovénia

A outra anfitriã, Eslovénia, tentará causar mossa, mas dificilmente deixará de ser última no grupo.

Bijol, Mlakar e Lovric estão com a seleção principal, são os principais vultos desta categoria.

Com três nomes, dois dos quais guarda-redes, ainda a alinharem no futebol de formação, não deixa de ser estranho que a antiga vedeta Acimovic não chame uma estrela ascendente do universo Red Bull, Benjamin Sesko. Ainda júnior de primeiro ano, Sesko brilha no satélite do RB Salzburgo, o FC Liefering, ao ponto de já ter sido promovido para a primeira equipa, o Red Bull, um dianteiro de quase dois metros que na Áustria vêem como com qualidades relativamente semelhantes às do craque Haaland.


Já internacional máximo também, Dejan Petrovic terá a responsabilidade de liderar a seleção, até porque é igualmente dos mais experimentados, a alinhar na Bundesliga austríaca ao serviço do Rapid Viena.  


Zan Medved pode ser uma surpresa, ainda que não esteja em bom momento de confiança, ainda sem marcar depois da mudança da Eslováquia para a Polóna.

Itália

Nicolato tem um grupo equilibrado e totalmente apto a passar a fase de grupos, mesmo que falhem os grandes nomes desta geração. Donnarumma, titular da AA há algum tempo, o central Bastoni, o avançado Kean, o infeliz Zaniolo, mais um vítima de uma lesão ligamentar, Manuel Locatelli, Luca Pellegrini, também lesionado, assim como Sottil, sendo que Pinamonti estava convocado mas foi igualmente substituído.

Vignato tem-se exibido bem no Chievo, é uma das ausências que se pode questionar.

Algo que chama a atenção é o facto de Nicolato ter optado por muitos elementos que estão a alinhar na Série B, indiciando o regresso à parca aposta das equipas da Série A nos jovens locais. Fabiano Parisi, lateral esquerdo do Empoli, Zanellato do Crotone, Roberto Piccoli, que regressou de lesão no Spezia a marcar, Maistro do Pescara, Gaetano na Cremonese, vários deles cedidos por emblemas da Série A, Samuele Birindelli do Pisa, são alguns nomes que parecem estar a exibir-se em qualidade e condição superior a vários dos chamados.


Sandro Tonali é o nome maior da convocatória, onde Cutrone se poderá reabilitar, ele que prometeu tanto no Milan, mas as saídas do clube para outros países a se revelarem falhadas, esperando-se muito de Scamacca.


Espanha

Como todas as outras, a Espanha tem os seus melhores nomes na seleção principal, Pedri, Ferran Torres, Dani Olmo, Bryan Gil, Eric García e Pedro Porro, aos quais se une o lesionado Ansu Fati.

De la Fuente deixa também de fora, porventura por falta de tempo competitivo, nomes fortes das seleções jovens como Carles Aleña, Óscar Rodríguez, Carles Pérez. Riqui Puig, apesar disso, consta dos chamados, é um craque a quem Koeman deveria assegurar mais tempo de jogo, é claramente diferenciador no jogo que coloca em campo.

Já Unai Vencedor, médio centro do Athletic, será a falta de 'calo' de seleções a justificar a sua ausência, tal como Monchu, cedido pelo Barcelona ao Girona, ou Nico Melamed do Espanyol.


Este é um grupo que se mostra o mais apto a vencer o grupo e a contrariar o favoritismo francês nesta edição, ainda que faltem alternativas ao naipe 'titular'.


De Brahim Díaz, Cucurella, Fran Beltrán ou de Abel Ruíz muito se diz e há algum tempo, são nomes nos radares dos observadores desde tenra idade, mas o realce vai para Gonzalo Villar, um murciano 'inventado' por Paulo Fonseca, estava no Elche e vê-se agora a brilhar na Capital Eterna e na Europa do futebol, mostrando uma dimensão global de médio e a crescer na confiança para se assumir como um patrão de meio-campo.

Pipa é um motor na direita, a irromper pela lateral no Huddersfield e a tomar o lugar nos sub21 da 'Roja', aproveitando a promoção de Porro à seleção principal.

República Checa

Adam Krejci não tem Alex Kral e David Zima, na principal equipa nacional, bem como o adolescente Adam Hlozek, sensação no Sparta Praga que se lesionou em Novembro, ainda com idade júnior mas estreado na seleção 'AA' em setembro último.


Pavel Bucha é um dos nomes a seguir nesta seleção, m´dio com qualidade em posse e em passe, a mostrar boa chegada às zonas de finalização com o Viktoria Plzen, que o resgatou da cedência ao Mlada Boleslav a meio da temporada passada pois compreendeu que o conseguia potenciar na equipa principal.

O grupo conta com vários convocados sem grande tempo de jogo na época, a começar logo pelas opções para o eixo do ataque, quer Sasinka, quer Drchal são chamados a jogo bastante vezes, porém com poucos minutos para se mostrarem e mesmo fazerem a diferença ou em jogos de menor relevância. 

República Checa e Eslovénia terão dificuldades em contrariar o poderio de Espanha e de Itália neste grupo.

Grupo D

Suíça

Mauro Lustrinelli tentará contrariar as apostas, quedando-se atrás de Inglaterra, de Portugal e mesmo da Croácia nas possibilidades, numa Suíça que não tem Rubén Vargas e os centrais Omeragic e Comert, na seleção principal, Ruegg lesionou-se e será baixa para o Europeu. A estrela Noah Okafor também estará fora depois de integrar a convocatória inicial.


Felix Mambimbi é um nome a fixar, pois parece que dará bastante que falar no futebol europeu. A baixa de Okafor poderá abrir espaço a outro talento euro-africano no quadro helvético para brilhar alto.


Inglaterra

Os ingleses continuam a trazer talentos para a mesa e esta equipa não foge à regra. Boothroyd tem Greenwood, Hudson-Odoi, Smith Rowe, Nketiah, Skipp, Curtis Jones, Davies, os gémeos Sessegnon, uma equipa possante e tecnicamente dotada, mas a junção das peças será crucial para o sucesso.

De relembrar que neste grupo podiam constar Jadon Sancho, Jude Bellingham, Declan Rice, Phil Foden, Trent Alexander-Arnold, Mason Mount, Reece James, todos já no patamar superior de seleções, Todd Cantwell, a brilhar em alta bitola no Norwich, James Justin, lesionado, Harvey Elliott, ainda júnior de primeiro ano, a assegurar que o empréstimo, pelo Liverpool, ao Blackburn Rovers vale a pena e a ser a estrela da equipa, o vitoriano Marcus Edwards e a pantera Angel Gomes, Josh DaSilva, anglo-angolano do Brenford, ou Mavididi, a marcar no Montpellier.


É provável que o talento de Smith Rowe o coloque na equipa titular, porém o que Eze tem demonstrado no Crystal Palace é sublime e será mais massacrante e imprevisível para os adversários a escolha sobre o euro-africano das Águias de Londres.


Eze é daqueles futebolistas pelos quais vale a pena pagar o bilhete, não para apoiar qualquer equipa, apenas para desfrutar talento puro e imprevisibilidade ao serviço do Belo Jogo!

Outra curiosidade sobre esta Inglaterra prende-se com o tempo de jogo que Curtis Jones assumiu no Liverpool, apesar de com resultados menos conseguidos; se tal lhe assegurará um lugar no onze inicial inglês.

Croácia

Igor Biscan também se viu debilitado, o central Gvardiol é baixa por lesão depois de Sutalo ficar de fora lesionado, Luka Sucic, ainda júnior, seria outra possibilidade por aquilo que vem fazendo na Áustria, mas também está lesionado.

Curioso é o facto do antigo central não ter chamado nenhum lateral direito de raiz e para o lugar de Gvardiol ter convocado um lateral esquerdo, a somar aos dois, já internacionais AA croatas, Sosa e Bradaric, ambos de elevada qualidade na banda, o que indiciará, caso não opte por três centrais, pensar em dois laterais esquerdinos, um em cada banda.


Hrvoje Babec do Gorica, Bogojevic, Goda ou Bulat são alguns dos nomes que podiam integrar a convocatória por aquilo que têm feito nos seus clubes, contudo não tomam parte das listas habituais e o lote é bastante competitivo para as posições que ocupam.



Dario Vizinger do WAC pode ser a surpresa a sair desta Croácia, já Dario Spikic tem neste Europeu o bilhete para trocar o Gorica por uma clube e uma liga de maior dimensão, para os clubes observarem.

Portugal

Portugal tem, como Inglaterra, a 'obrigação' de avançar para os quartos-de-final. Os nomes 'AA' incluem João Félix, Pedro Neto e Nuno Mendes; Rafael Leão e Jota são baixas por lesão depois da convocatória inicial, onde não estão Fábio Silva, Rúben Vinagre, Samú Costa, Quina, Rafael Camacho, Pelágio ou Ricardo Mangas. David Carmo e Francisco Moura são baixas por lesão grave. 

Rui Jorge chamou o grosso dos 'seus' nomes, jogadores em quem confia e que opta por preferir, mesmo com escassos minutos, a outros, em forma e com níveis de confiança superiores no momento, em escolhas normais entre os selecionadores, a espinha dorsal de uma seleção varia entre 8-10 ou 18-20 dependendo do grau de arrojo de quem lidera os destinos, o que abre ou fecha também o espectro dos convocados e as aspirações e respostas de quem é chamado.

É de crer que seja Dalot a fazer a lateral esquerda, o miolo a que Rui Jorge tem recorrido é composto pelo trio Florentino, Gedson e Vitinha, sendo previsível que assim arranquem apesar da temporada de Filipe Soares, Pedro Gonçalves devem integrar a linha da frente e não o meio-campo e TT deverá ser titular também ao invés de Dany Mota, observando a forma apresentada e dinâmicas entre a dupla que tem feito furor pelo Sporting CP.

Na Croácia não há laterais direitos de raiz, em Portugal não há laterais esquerdos, antes quatro direitos de base.


Seleção       Idade Média    Média Jogos    Média Minutos       

Rússia           22,12                20,87                1357
Espanha        22,00                24,39                1565
Croácia         21,99                 22,30               1503
Roménia       21,95                 21,09               1548 
Alemanha      21,92                20,70               1496
Rep. Checa    21,78                18,57                1232            
Holanda        21,73                22,22                1550
França          21,64                27,43                2031
Suíça            21,59                21,73                1423
Eslovénia      21,45                20,78                1631  
Portugal        21,41                17,39                1011
Dinamarca    21,41                 18,96                1295
Itália            21,29                 19,65                1247
Inglaterra     21,18                 27,52                1992
Islândia        21,03                18,57                 1313  
Hungria        20,69                20,30                 1344

A equipa nacional russa é a que chega com o plantel mais maduro, seguida de Espanha e de Croácia, os mais jovens são a Hungria, a Islândia e a Inglaterra.

O plantel com o maior número de jogos na temporada em média é o inglês, seguido do francês e do espanhol. No polo oposto estão Portugal, Islândia e República Checa. Os franceses lideram na média de minutos, seguidos de ingleses e eslovenos. Portugal, checos e italianos estão na parte inferior nos minutos jogados em media.