A lógica histórica atribui a um dos ‘patinhos feios’ deste
Europeu um lugar no galarim histórico, algo que ninguém prevê, bem pelo
contrário, todos os ‘especialistas’ antevêem uma saída precoce para a colectiva
República Checa, sem o brilho das glórias passadas, assente apenas no
voluntarismo e vontade de elevar o nome da nação.
Impossível? Pois, quando terminámos a nossa análise
histórica também o achámos, afinal é a selecção que mais fora do radar
futebolístico mundial está neste momento, entre as finalistas, de qualquer
forma a nossa desconstrução vai mostrar que é possível.
Tem um senão, mas que também é resolvido.
Seria muito simples escrever o que todos os ‘especialistas’
defendem, os principais candidatos são a Alemanha, a Holanda, a Espanha, blá,
blá, blá, mas aqui, como com certeza já se aperceberam, vamos sempre pela
diferença, pelo estranho, por aquilo que os outros não dizem, não falam, não
olham, afinal temos orgulho na nossa anormalidade!
Depois do polvo, do elefante, da tartaruga, do cão, do
macaco, da centopeia, do urso, da lula, da cabra, da faneca e de todos os
outros animais possíveis e imagináveis terem realizado previsões, porque não o
Observatório juntar-se à parvoíce e realizar a sua Conspiração!?!
Começamos pela impossibilidade espanhola de repetir o
título. Apesar de ter um grande favoritismo atribuído, ou não fosse a campeã
europeia e do mundo em título, nunca uma selecção defendeu o título europeu,
NUNCA, logo nunca fez o ‘back-to-back’, ou seja, vencer Europeu – Mundial –
Europeu, um grande contra histórico, porque é de história que estamos a falar.
Mais ainda, nas últimas quatro edições o campeão caiu por três vezes na fase de
grupos, somente em 2004 chegou aos quartos-de-final cedendo face ao futuro
titular, não tendo também, desde que existem grupos, chegado à final sequer!
O outro óbice é imensamente engraçado, face à relação de
Espanha com naturalizados – habituais nos convocados, desde 1972 que a selecção
campeã tem, pelo menos, um futebolista nascido fora do seu território. Esta
lógica histórica exclui também Rússia, República Checa – o nosso senão – e Inglaterra.
Terminado o campeão em título, continuamos o nosso périplo analítico,
passando para as selecções organizadoras. Ucrânia e Polónia não estão entre os
favoritos, no máximo serão candidatos a surpresa, com a sua razão. Os
organizadores não vão ganhar pois desde 1984 que o anfitrião não vence o
torneio, a bem dizer nas anteriores organizações conjuntas – duas – somente a
Holanda conseguiu passar a fase de grupos, como tal não surpreenderá que fiquem
ambas por essa fase.
1984, um ano interessante, foi o último ganho pelo
organizador – levado às costas pelo actual presidente da UEFA, Platini –, um
europeu ainda segmentado e pouco interessante, mediaticamente falando, pois há
sempre o antes e depois da queda do Muro de Berlim, também – caminhando para
trás – foi o último que teve um vencedor repetido mais recentemente. O que
significa? Pode significar muito ou pouco, ou nada, mas a verdade é que, desde
1988, o vencedor tem sido diferente a cada edição, situação que elimina – na nossa
Conspiração, naturalmente – os vencedores anteriores, como tal excluímos da
equação a Holanda (1988), a Dinamarca (1992), a Alemanha (1996), a França
(2000), a Grécia (2004), com a Espanha a estar já pela nossa conspiração
eliminada.
Já destruímos metade dos candidatos!
Como estamos a meio, fazemos uma pausa para deixar o aparte
dos ‘estrangeiros’ campeões, para reforçar o nosso comentário conclusivo sobre
Espanha. Senna (Brasil, 2008); Nikolaidis (Alemanha, 2004), Papadopoulos
(Usbequistão, 2004); Vieira (Senegal, 2000), Desailly (Gana, 2000); Bobic
(Jugoslávia, 1996); Brian Laudrup (Áustria, 1992); Van’t Schip (Canadá, 1988);
Luis Fernandez (Espanha, 1984); Votava (Checoslováquia, 1980); Vencel (Roménia,
1976); Wimmer (Bélgica, 1972), como vêem não é nenhuma invenção, é um facto
histórico!
Começamos a segunda
metade da destruição por Portugal, o que nos leva novamente para 1984, onde
Portugal esteve bem, 3º lugar, com um grande campeonato de Chalana, naquele que
foi o último, talvez mesmo o único Europeu comparável ao Mundial de 1986, onde
Maradona carregou a Argentina para o título, tendo em 1984, como acima
escrevemos, sido Platini a fazê-lo. Portugal tem Cristiano Ronaldo,
indiscutivelmente melhor jogador europeu da actualidade, algo nunca visto
antes, onde diversas figuras emergiam, mas com equilíbrio entre si. Conseguirá
Ronaldo guiar Portugal ao título? Para se afirmar no contexto mundial como o
melhor do mundo falta-lhe isso, mas continua a não mostrar capacidade para tal
e, olhando a que o grosso dos europeus se decidiu por equipas, várias vezes
totalmente desconsideradas, e não por estratosféricas prestações individuais,
perde Portugal mais uma oportunidade de alcançar o troféu… 2004 esteve tão,
tão, tão perto!
Como acima escrevemos, o facto de a Rússia não ter nenhum
estrangeiro no seu plantel de convocados também a exclui, nesta nossa conspiração
histórica, aplicando-se a mesma fórmula aos, hoje, debilitados ingleses que,
além dos lesionados, ainda trazem jogadores castigados, um seleccionador dúbio
e opções de última hora desajustadas!
Quanto às restantes selecções, nenhum óbice, quer dizer… o
grupo da Itália tem uma nuance interessante. Nunca o grupo onde esteve inserida
Itália deu um campeão, salvo em 1996 onde os dois finalistas saíram do grupo
transalpino. Como a nossa desconstrução histórica elimina a Espanha, também as
restantes selecções do Grupo C terão poucas probabilidades. Contudo, também em
1996 o grupo era o C!!!
Como é que chegámos à República Checa, desconstruindo
historicamente os europeus? Há uma coincidência incrível nesta análise
histórica, a Rússia. Os campeões dos europeus desde 1996 tiveram SEMPRE a
Rússia no seu grupo. Em 2008, a Espanha estava no Grupo D… com a Rússia, que
reencontrou na meia-final, em 2004 a Grécia estava no Grupo A… com a Rússia, em
1996 a Alemanha estava no Grupo C… com a Rússia. Em 2000 a Rússia não conseguiu
o apuramento para a fase final, o campeão foi a França, que se qualificou no
Grupo 4 de apuramento com… a Rússia!
Deduzindo que:
O organizador, neste caso a Polónia, não é campeão desde
1984, ainda na altura da Guerra Fria;
Desde 1988 houve sempre campeões distintos, esperando-se a continuação do ciclo, o que deixa de fora a Grécia;
Sobra no grupo russo a República Checa, que não tem nenhum estrangeiro, é verdade, mas Gebre Selassie é, apenas, o primeiro negro a representar a selecção e, apesar de ter nascido em território checo, é filho de pai etíope, o que lhe dá meia ‘estrangeirice’.
Desde 1988 houve sempre campeões distintos, esperando-se a continuação do ciclo, o que deixa de fora a Grécia;
Sobra no grupo russo a República Checa, que não tem nenhum estrangeiro, é verdade, mas Gebre Selassie é, apenas, o primeiro negro a representar a selecção e, apesar de ter nascido em território checo, é filho de pai etíope, o que lhe dá meia ‘estrangeirice’.
A ilógica da nossa lógica Conspiração Histórica atribui o
título à República Checa!
É uma Conspiração, não se esqueçam...
E esta hein?
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